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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS SOBRAL

CURSO DE PSICOLOGIA

Richardson Victòrio Rossi Monteiro

ESTÁGIO BÁSICO: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E REFLEXÕES ACERCA


DAS PSICOLOGIAS

SOBRAL

2022
Introdução

O presente trabalho visa contemplar as descrições de dez atividades obrigatórias na


Atividade de Estágio Básico, ao todo foram propostas 10 palestras pela professora Dra.
Darlene Pinho Fernandes de Moura e 8 pelos alunos, tendo participado de 6 atividades
orientadas pela professora e outras 4 pelos alunos. Com isso, tal relatório se propõe em
realizar além da análise de tais rodas de conversa, a reflexão de três encontros que mais
chamaram a atenção e a avaliação da importância do estágio básico para a formação
acadêmica. Ademais, nos dias 5/11/2021, 30/11/2021, 17/12/2021 e 26/01/2022 foram
realizadas supervisões ministradas pela professora Darlene com tempo médio de 30 minutos,
onde nelas discutimos sobre como estavam as palestras, se haviam ficado dúvidas,se
estávamos conseguindo acompanhar, quantas palestras havíamos assistido, esclarecimento do
relatório proposto e conversas adicionais em relação às atividades propostas. A professora
sempre foi muito solicita e acessível durante essas reuniões, sanando quaisquer dúvidas e
problemas que estavam ao seu alcance em relação às palestras.

Descrição das atividades realizadas

Dia 08/11/2021 participei de um encontro do projeto Aprendendo Sobre Filhos


ministrado pela professora Darlene Moura. O tema foi uma continuação do encontro anterior
sobre regras e ordens.Um dos objetivos do encontro foi elaborar estratégias para lidar com os
comportamentos indesejados das crianças. Foi falado sobre o ignorar como estratégia para
lidar com alguns comportamentos que ela apresenta e que tipo de comportamentos podem ser
ignorados. Além disso, foi exemplificado uma situação-problema envolvendo a temática do
ignorar e a posteriori comentários sobre a situação. Por fim, foi passada uma tarefa de casa às
mães.
Dia 08/11/2021 participei de uma das palestras do Curso Introdutório de Psiquiatria
Forense e Psicologia Jurídica ministrado pela professora Leilane Camapum. O tema foi
transtornos de personalidade. Foi falado sobre o DSM-5 ( que foi colocado como mais
objetivo) e o CID-10 ( considerado mais complicado) e o que eles falam dos transtornos de
personalidade. Alguns aspectos conceituais sobre o tema. Além de etiologia ( pois a
personalidade é fruto da combinação entre características biológicas e a interação do
indivíduo com o ambiente), diagnóstico e classificação dos diferentes tipos de transtornos de
personalidade com base no DSM-5. Entre os comentados: TP paranóide; esquizóide;
antissocial; emocionalmente instável; histriônica; obsessivo-compulsivo; esquiva;
dependente; esquizotípica; narcisista.
Dia 17/11/2021 participei de um minicurso do projeto oriente-se ministrado pela
psicóloga Ariane Gonçalves. O tema foi "a orientação profissional através do olhar da clínica:
e a importância da abordagem teórica na atuação do psicólogo e orientador". Foi falado sobre
a escolha das abordagens, de como elas podem mudar ao longo da trajetória acadêmica, de
como a Psicanálise também ainda "reina" muito nas universidades. Se você escolhe uma
abordagem por se relacionar com ela ou por ser uma das únicas que ela conhece. Ademais, as
diferentes abordagens definem diferentes maneiras de como você vai olhar o ser humano. São
como as "lentes" que analisam os pacientes. Também foi comentado sobre as principais
demandas da orientação profissional.
Dia 22/11/2021 participei de uma palestra da psicóloga Lia Plutarco. O tema
ministrado foi TCC e clínica. Inicialmente foi comentado que na TCC se avalia 3 aspectos
principais: pensamento, comportamento e emoções. Foi falado sobre como diferentes autores,
e como abordam os diferentes aspectos da cognição (AC- comportamento, TCC-
comportamento, etc). Um dos principais autores da TCC, Becker propõe falar do pensamento.
Foi comentado que na TCC trabalha-se com pensamentos distorcidos, assim, pergunta-se,
esse pensamento é totalmente, parcialmente ou nada verdadeiro?. Em seguida explicado que,
toda crença tem um lado positivo (funcional) e negativo (disfuncional) e o contexto tem papel
essencial na ativação dessas crenças, com isso foi dado alguns exemplos para ilustrar o que
foi dito. Também foi dito como é necessário validar o que se sente, que é necessário aprender
a lidar com as situações adversas, entendendo que mesmo quando não é possível mudá-las, é
possível e importante ter melhores ferramentas para passar por elas. Por fim, a psicóloga diz
que na terapia a ideia é entender as partes que dependem de você diante de determinada
situação e aprender novos recursos para lidar com essas situações.
Dia 06/12/2021 participei de uma Palestra sobre CAPS Geral com a Psicóloga Beatriz
Parente. A psicóloga relata como é o funcionamento, conta da sua experiência, dos desafios,
da importância do serviço para a população mais vulnerável, que consequentemente não teria
condições de serem atendidas e os procedimentos para um atendimento pelo CAPS e para
isso, consiste em independente de ter sido referenciado pelo CSS, referenciado da UPA,
referenciado de algum hospital ou então de algum médico, ele passa por uma triagem feita
pelos técnicos de enfermagem que vão entender um pouco melhor qual a demanda do
paciente para aquele momento, se é para um psiquiatra, outro profissional ou de fato que a
demanda seja a psicóloga.
Dia 10/12/2021 participei de uma palestra sobre Instagram e ética com a psicóloga
Marcela Clementino. A profissional comenta sobre o cenário atual da psicologia em relação
ao instagram e as possibilidades de inserção nesse meio, de modo que sejamos éticos neste
feito. Ela comenta que a plataforma virou um grande vidrinho profissional, onde parece até
ter se misturado um pouco com LinkedIn de certa forma. Também comentou sobre as
dificuldades e desafios que essa inserção traz, na mesma medida em que se pode levar mais
informação de maneira a democratizar o conhecimento, pois o instagram permite um alcance
muito maior que o presencial, ele também acaba pedindo muitas coisas que os psicólogos não
podem atender a esse formato, como a própria questão dos preços, de falar coisas mais
íntimas do atendimento mesmo ou divulgar um e você compartilhar.
Dia 12/01/2022 participei de uma palestra sobre psicologia hospitalar com a psicóloga
Raiza Ribeiro. A profissional contou de sua experiência na área hospitalar, no hospital
regional, de como era e ainda é muito escassa, relatando os diversos desafios que passa por
lá. Raiza conta que atende principalmente os pacientes, mas se necessário, os parentes
também podem receber atendimento. Vale mencionar, que no hospital todo, além dela, só há
4 psicólogas contratadas que se dividem o serviço de acordo com a demanda. Ela trabalha em
plantões e os reveza com as outras profissionais, mas sempre tendo que cumprir a carga
horária básica de 40 horas semanais. Uma das iniciativas importantes do hospital importante
relatada, foi a questão de abrir espaço para os profissionais de saúde que trabalham lá
também poderem se consultar com as psicólogas se assim desejarem.
Dia 17/01/2022 participei de uma palestra sobre psicologia jurídica com a psicóloga
Larissa Siqueira. Ela começa falando um pouco sobre seu histórico e os diversos aspectos
ainda precários na área, principalmente na época de sua formação e que ainda não havia
muita discussão como há hoje em dia, tanto é que o único mestrado em psicologia jurídica
que havia em 2012 era em Curitiba, onde ela foi para fazê-lo. Por esses motivos, sempre teve
que ir atrás dos conteúdos da psicologia jurídica por conta própria. Também contou que a
psicologia jurídica trabalha de maneira mais geral com uma ou mais pessoas envolvidas com
conflitos na justiça. Larissa trabalha como professora na UNIFOR e fazendo avaliação
psicológica para contextos jurídicos, em especial, trabalha com a população infanto-juvenil,
que é a área que possui mais estudos. Além disso, também faz avaliação de mulheres que
sofreram violência doméstica.
Dia 19/01/2022 participei de uma palestra com a professora Eva Cristino, com o tema
formação e desafios na área da Neuropsicologia. Durante sua fala, ela cita como era precária
a área da neuropsicologia em sua formação, tanto é que nunca teve uma disciplina na
faculdade que abordasse o assunto, a única vez que teve contato com a área, foi a partir de
uma aula com uma professora convidada. Iniciou sua atuação na área efetivamente em 2019,
onde começou a ter seus primeiros pacientes e assim relata que muito da sua visão do que ela
achava que era a neuropsicologia, mudou com a experiência clínica. Ela atende desde bebês
até idosos e atualmente tem uma boa demanda, com uma agenda relativamente cheia, pois
recebe pacientes tanto de sobral quanto de regiões adjacentes. Então, além de atuar como
professora na UFC, ela também ainda realiza os atendimentos. Por fim, Eva relata que não
realiza psicoterapias, apesar de que o neuropsicólogo não é impedido do mesmo, ela apenas
não tem condições e não se sente confortável de realizá-lo.
No dia 21/01/2022, participei da mesa 3 da primeira JOPCE , tendo a Profa. Dra.
Darlene Pinho Fernandes de Moura e Martonio Sales da Silva como palestrantes, mediados
por Damares Lima com a temática "Avaliação Psicológica: desafios e novos contextos".
Inicialmente, Martonio trouxe as definições de avaliação psicológica, psicodiagnóstico e a
testagem psicológica e fez algumas explicações básicas sobre elas. Durante sua fala deu uma
grande ênfase na importância do SATEPSI, também citou as áreas emergentes da A.P, as
questões sobre o digital, entre outros. Logo em seguida a fala dele, a professora Darlene, já
começou desvinculando um mito, que muito se comenta que é o de que avaliação psicológica
é igual a teste psicológico, explicando que a avaliação é muito mais que apenas testes. Ela
também reitera a importância da resolução CFP n.09 de abril de 2018, mostrando-a e
explicando-a melhor. Ademais, comentou sobre as fases que a avaliação psicológica, fala que
foi de encontro com o histórico apresentado pelo outro palestrante, entre outros.

Análise de atividades significativas


Começando sobre a palestra de psicologia jurídica com a psicóloga Larissa Siqueira.
De acordo com Lago, et al (2009, p.484), a cronologia da atuação dos psicólogos brasileiros
na área da psicologia jurídica tem seu começo no reconhecimento da profissão na década de
1960, essa integração se deu de forma lenta e gradual, por diversas vezes de modo informal,
através de trabalhos voluntários na área criminal com foco nos estudos sobre adultos
criminosos e adolescentes infratores da lei. Entretanto, foi a partir da promulgação da Lei de
Execução Penal (Lei Federal nº 7.210/84) Brasil (1984), que o psicólogo passou a ser
reconhecido legalmente pela instituição penitenciária (FERNANDES, 1998 APUD LAGO,
ET AL, 2009). Em relação à esfera universitária, é válido mencionar que a Universidade do
Estado do Rio de Janeiro foi pioneira em relação à Psicologia Jurídica, sendo criada uma
subdisciplina do tema em 1980 e posteriormente uma disciplina própria.
Ainda assim, apesar do antigo histórico de estabelecimento do campo, não são todos
os cursos de Psicologia que oferecem uma disciplina de Psicologia Jurídica e ainda quando o
fazem, é uma matéria opcional e com uma baixa carga horária. A título de exemplo, pode-se
citar a nossa universidade, campus Sobral, que ainda que tenha a mencionada disciplina como
optativa, não dispõe de professores atualmente que sejam capacitados para ministrá-la,
ademais a própria professora Darlene comentou o quão é difícil encontrar profissionais até
mesmo para falar sobre a área. Isso vai de encontro com a fala da psicóloga convidada, de
como ainda é muito incipiente essa questão da psicologia jurídica aqui no Brasil, o que acaba
exigindo o oferecimento, por parte das entidades judiciárias, de cursos de capacitação,
treinamento e reciclagem, ou até mesmo uma busca dos profissionais terem que ir atrás e “se
virar” para adentrar esses espaços.
Acaba que vem uma noção dos psicólogos nesta área sentirem estar sempre “correndo
atrás do prejuízo”, visto que os debates frequentemente rejam ao redor de fundamentos
básicos com os quais o psicólogo deveria ter tomado conhecimento antes de chegar à
instituição judiciária (LAGO, ET, AL, 2009). Contudo, graças a emergência da área, há um
crescente número de cursos de pós-graduação em Psicologia Jurídica surgindo ao redor do
Brasil em universidades de estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, entre
outros. Isso revela que cada vez mais a especialidade está entrando em voga e ganhando o
merecido destaque dentro do contexto brasileiro, visto que é uma área de grande relevância e
que possui um grande potencial de contribuir para a modificação da forma e do manejamento
de políticas e do tratamento realizado dentro do cenário judiciário no Brasil.
Em seguida, me debruço a comentar sobre palestra de neuropsicologia com a
psicóloga e professora Eva Cristino. A neuropsicologia é um vasto campo, que tem seu
desenvolvimento iniciado efetivamente no século XIX com estudos de colaboração entre a
medicina e a psicologia e sua fundação de fato no século XX. Apesar disso, até aquele
momento, a história das explicações sobre as relações entre a mente e o corpo já estavam
ocorrendo há muito tempo (FUENTES, 2014). Uma importante menção a se fazer é o do
trabalho de Luria, que introduziu o conceito de sistema funcional, que diz sobre a
complexidade do sistema humano sugerindo um alto grau de plasticidade e compensação
entre suas partes, assim tais regiões cumprem funcionalidades amplas e distintas, e partes de
cada unidade podem compensar a atividade de outros caso haja algum dano cerebral, assim
trazendo importantes contribuições ao surgimento da área (FUENTES, 2014).
A professora, inserida no contexto da prática clínica da Neuropsicologia (que em sua
experiência começou em 2019), frisou o quão difícil é a prática da avaliação
neuropsicológica, pois na imensa maioria das vezes, o paciente que chega normalmente já é
muito debilitado, falando da disciplina, os próprios profissionais da saúde não sabem muito
bem o que é, uma das primeiras coisas que relata inclusive como desafio foi pra quando ela
tinha que explicar qual era a demanda dela para os os profissionais. Daí vem a urgência da
necessidade da divulgação da área a fim de tornar mais conhecida, visto sua importância,
reconhecendo que a neuropsicologia é um trabalho em conjunto, ela vê como seria fulcral
fazer uma cartilha de apresentação para os profissionais que irão corroborar no seu trabalho,
para eles conhecerem e até mesmo para os pacientes que posteriormente virão a ser
atendidos.
Ademais, toda a questão com os pacientes, impacta muito a vida pessoal de quem
realiza a avaliação, muitas vezes existe uma identificação com o outro a partir de questões da
subjetividade do profissional, o que acaba gerando uma empatia muito grande e muitas vezes
torna difícil o contar sobre o diagnóstico, pois quem vai para ser atendido, normalmente não
está bem. Além disso, em diversos casos quando atendidos, não é visto progresso, a demanda
é muito alta e o tempo muito curto, não há como ter um segmento com o paciente, o que é
muito importante quando se trata da área. Visto isso, é necessário frisar que a neuropsicologia
ainda hoje, no século XXI, permanece um campo conceitual que há muito o que explorar, a
se investir e a se pensar em quando se trata do funcionamento mental e cerebral. Assim,
parafraseando o que a professora disse “ a prática neuropsicológica é muito difícil”.
Por fim, relato sobre a palestra com a Profa. Dra. Darlene Pinho Fernandes de Moura
e Martonio Sales da Silva sobre a avaliação psicológica, seus desafios e novos contextos.
Primeiramente, na fala de Martonio ele se debruça a falar dos desafios e possibilidades da
avaliação psicológica. Assim, deu uma grande ênfase na importância do Sistema de
Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) desenvolvido pelo pelo Conselho Federal de
Psicologia (CFP), que de acordo com o portal do próprio SATEPSI, tem como objetivo:
“avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos psicológicos para uso profissional, a
partir da verificação objetiva de um conjunto de requisitos técnicos e divulgar informações
sobre os testes psicológicos à comunidade e às(aos) psicólogas(os)”. O SATEPSI, que foi
criado em 2003, foi implementado a partir de pressões da classe que mostravam como o
cenário estava defasado (antes dessa plataforma ser elaborada) e como era necessário que
algo fosse feito.
Desde a criação da referida, houve um grande avanço na área, sendo a avaliação
psicológica sendo uma das áreas que mais cresce atualmente. Também citou as áreas
emergentes da A.P, sendo elas: de surdos, em contextos de emergência e desastres, de pessoas
com deficiências, de populações indígenas e as compulsórias ( que abarca vários subtópicos).
Hoje é observado cada vez mais uma importância no papel do psicólogo que realiza a
avaliação psicológica, sendo ele é mais bem credibilizado e acreditado em seu trabalho, o que
contribui muito para o avanço tanto técnico como científico na área. Outro desafio
mencionado por Martonio, foi a questão de outras classes profissionais como fonoaudiólogos,
médicos, entre outros, contestarem o uso exclusivo dos testes psicológicos aos psicólogos,
demandando que seja liberado a outras profissões, isso pode trazer um uso indevido desses
testes por parte de quem não possui a formação adequada para manejar esses instrumentos.
Ademais, foi mencionado a questão de que, o digital, pode oferecer a segurança dos testes
mais do que o não-digital, por exemplo armazenando as fichas, prontuários de pacientes de
forma online, o que tornaria de mais fácil acesso aos dados, além de estar mais bem
guardado, do que apenas em papel.
Logo em seguida a professora Darlene, iniciou sua fala comentando sobre as questões
da avaliação psicológica e como no imaginário popular, ainda é muito difundido que é
sinônimo de teste psicológico, explicando que a avaliação é muito mais que apenas testes,
pois existem outros recursos tão importantes quanto, como entrevistas psicológicas,
anamnese, protocolos e registros de observação. Ela também reitera a importância da
resolução CFP n.°09, de abril de 2018, mostrando-a e explicando-a melhor, sendo essa de
suma importância para qualquer psicólogo que venha a se ligar com a área de Avaliação
Psicológica, pois explicita e estabelece parâmetros a serem seguidos pelo profissional, de
acordo com a própria resolução:
“Art. 1º - Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de
investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e
instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão,
no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas,
condições e finalidades específicas.” (resolução CFP n.°09, 2018).
Ademais, explicou sobre o panorama atual que se encontra a área e como mudou nos
últimos 5 anos, onde houve uma ampliação de pesquisas científicas com os testes
psicológicos, o crescimento de grupos de pesquisa na área e um maior interesse dos
profissionais no domínio dos preceitos e técnicas da área, visto isso, quando se amplia essa
debate e as possibilidades dentro da profissão, isso gera um grande avanço para a classe que
contribui para a área como um todo. Por fim, comentou a questão da avaliação psicológica
online, que surgiu como possibilidade mais ampla em 2018 e como ainda há desafios nessa
questão do contexto remoto, isso vem muito por conta da questão de ter que readaptar e criar
novos testes que se adequem ao modelo remoto, o que não é fácil e demanda tempo, além de
muitos estudos. Assim, conclui-se que a área de avaliação psicológica vem se estabelecendo
cada vez mais como possibilidade de atuação para diversos psicólogos, apesar das
dificuldades e empecilhos que se encontram, é uma campo de vasta importância e que merece
cada vez mais seu reconhecimento.

Reflexão sobre o Estágio Básico no contexto geral da formação acadêmica

A presente atividade de Estágio Básico realizada no 4° semestre é de suma


importância para que tenhamos um primeiro contato com as diferentes áreas da psicologia, ou
seja, as diversas psicologias que existem. É de relevância que se tenha essa atividade no
início da formação como psicólogo, pois assim, além de conhecer as possibilidades de ser um
profissional da área, que são inúmeras, também tiramos como experiência, apesar de breve e
parcial, o que queremos e o que não desejamos para nosso futuro. Por exemplo, sempre tive
interesse na área de psicologia Jurídica até antes mesmo de iniciar o curso já pesquisava
sobre o assunto, a palestra com a psicóloga Larissa Siqueira e o curso introdutório de
Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica ministrado pela professora Leilane Camapum foram
de grande auxílio para que eu realmente afirmasse que gostaria de trilhar por esse caminhos,
visto que apesar de dificultoso, é uma área emergente e que ainda têm muito a crescer, tanto
em suas pesquisas, quanto em seu trabalho que possui grande demanda e relativamente ainda
possuem poucos profissionais especializados no assunto.
Outra questão que me chamou atenção foi a neuropsicologia, que também aparece
como uma possibilidade de atuação no meu caminho depois da fala da professora Eva
Cristino, apesar das dificuldades e desafios que se passa como profissional da área, mas assim
como qualquer outra especialidade, tem seus prós e contras e cabe avaliar se os prós são
maiores que os contras. Diferente dessas, pude constatar que eu não tenho muita afinidade
pelo campo da psicologia clínica, apesar de achar a TCC em específico uma abordagem
interessante e como ela enxerga as relações e o ser humano, a fala da psicóloga Lia Plutarco
não me cativou, no sentido de eu não conseguir me imaginar exercendo esse papel nesse
espaço clínico. Nesse mesmo aspecto, posso citar a palestra com a psicóloga Beatriz Parente,
que relata sua experiência no CAPS geral, e que apesar de muito interessante os relatos que
traz em sua fala, ainda parece um discurso que se distancia muito da realidade que eu
imagino para um futuro pós-formação.
Visto isso, concluo aqui que todos os dez encontros que participei na atividade foram
de grande auxílio no meu compreendimento acerca das psicologias e na minha visão crítica
acerca das possibilidades de se atuar como psicólogo de forma prática (experiências) e não só
ficar no campo das teorias, reitero a fulcral importância que tal atividade se dispõe a fazer,
que leva a uma jornada de conhecimento e autoconhecimento do sujeito, mesmo que ainda
breve, mas colocando as “pulgas atrás da orelha” sobre o indivíduo e suas insurgências no
modo de ser e querer ser para o futuro.
Referência bibliográfica

LAGO, Vivian de Medeiros, et al. Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil


e seus campos de atuação. Estudos de Psicologia, Campinas, p.483-491, out./dez. 2009.
FUENTES, Daniel; et al. Neuropsicologia - Teoria e Prática [2ed.]. Porto Alegre:
Artmed, p.19-33, 2014.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 9, de 25 de abril de 2018.


Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da
psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos.
Disponível em:
<https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-9-de-25-de-abril-de-2018-12526419>. Acesso
em: 24 de jan. de 2022.

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