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Um guia para elaboração de

perguntas na clínica psicológica

Lorena Bandeira
Quem é a autora 03

Ao nal desse e-book você será capaz de... 07

Preâmbulo 09

A humildade de não saber 15

Qual a importância das perguntas no atendimento

psicológico? 21

Que perguntas fazer? 25

Como denir o objetivo da pergunta? 32

Como pensar perguntas sem deixar de escutar o

consultante? 38

Responder pergunta sempre com outra pergunta? 45

Agora é sua vez 51


Olá, eu sou Lorena, tenho 34 anos, sou

nordestina nascida em Campina Grande, na

Paraíba. Sou a lha do meio de uma mãe solo

que criou três lhas e, atualmente, sou casada

com um também psicólogo, mas principalmente,

03
amenguista doente. Amo livros, séries e lmes,

estar com meus amigos e família e, principalmente,

viajar.

Sou psicóloga, supervisora e produtora de

conteúdo na internet. Minha jornada prossional

começou em 2006, quando ingressei no curso de

Psicologia, na Universidade Estadual da Paraíba,

onde z formação clínica com ênfase na

abordagem Logoterapia e Análise Existencial

Depois disso veio o mestrado em Ciências

das Religiões, na Universidade Federal da Paraíba,

que ingressei em 2014 e concluí dois anos depois.

04
Em 2020, iniciei o doutorado em Psicologia

Cognitiva na Universidade Federal de

Pernambuco que devo concluir em 2024.

Nesse meio tempo, eu tive experiência

com atuação clínica e docente, onde lecionei

em universidades públicas e privadas por 10 anos

e escrevi 4 livros, dentre eles um livro caixinha

sobre Sentido da Vida. Atualmente, além de

psicóloga clínica e supervisora, também sou

docente em diversos programas de pós-

graduação no Brasil e desenvolvi três cursos livres

na área da Logoterapia.

05
Desde 2023, sou nômade digital e se você

me segue nas redes, acompanha essa jornada.

Toda essa trajetória pessoal e prossional se

concretizou por eu ter tomado decisões de forma

autêntica e que contribuíssem para que eu

percebesse um sentido na minha vida.

06
Compreender a importância da

humildade na psicoterapia;

Aprender qua a importância de fazer

perguntas no atendimento clínico;

Descobrir que perguntas fazer no

atendimento;

Denir o objetivo de suas perguntas;

Pensar perguntas sem deixar de escutar o

consultante;

Saber quando devolver a pergunta do

consultante com outra pergunta;

08
Toda a minha graduação foi alimentada

pela ilusão de que o bom psicólogo responde

perguntas, existia uma ideia de que o paciente

não saberia sobre ele mesmo e o psicólogo

encontraria as respostas para ele. Existia toda uma

áurea de suposto saber na gura dos psicólogos e

uma sede de analisar e enquadrar as pessoas em

rótulos patológicos.

Nas aulas de testes projetivos, éramos instruídos

a testar com outras pessoas nossos aprendizados,

contribuindo para a idéia de uma relação bem

verticalizada de que “eu sei mais sobre você do

que você mesmo”. E alguns se perdiam nessa

10
sede de poder.

Eu sempre me angustiei com esse lugar,

sempre tentei me esquivar disso, mas não fui

educada na graduação para perguntar e, sim,

para responder. Quando cheguei no 9 período do

curso (bem tardio), iniciei os atendimentos na

clínica escola da universidade e confesso que

meu primeiro atendimento foi simplesmente o pior.

Depois de receber todas as informações

básicas sobre o processo terapêutico, a paciente

me questionou se a terapia era só isso mesmo, ela

me perguntava e eu respondia. Eu, muito nervosa

e sem ação só respondi que sim. Aquela foi a

11
primeira e única sessão que a vi, pois ela nunca

mais voltou. Eu também não voltaria se estivesse

no lugar dela.

Depois disso, eu comecei a reetir o que eu

teria feito ou falado para que ela não quisesse

voltar: foi por que eu estava nervosa? Respondi

de forma muito objetiva? Será que o problema

não estava em mim, mas nela? Seria uma solução

muito boa, responsabilizar o outro por um erro

meu. No m das contas, eu percebi que não se

tratava do que eu tinha feito, mas o que eu tinha

deixado de fazer.

12
EU DEIXEI DE FAZER PERGUNTAS

E não apenas perguntas, mas perguntas

certas, com objetivos denidos e claros, com

intenção e alinhado à minha base epistemológica.

Nesse momento eu percebi que não fazia a menor

ideia do que estava fazendo.

A partir daí comecei a me debruçar mais

sobre os estudos relativos ao hábito de fazer

perguntas. Me surpreendia porque não se falava

muito nisso e na verdade, até hoje percebo que

essa angústia atravessa muitos estudantes e

psicólogos que se vêem perdidos sem saber o que,

13
como e quando perguntar.

É bem verdade que não existe um manual

de perguntas pré-denido, mas, na verdade, nem

é necessário. Se você compreender tudo que está

relacionado ao que é necessário para fazer boas

perguntas, você vai conseguir elaborá-las do seu

jeito, com seu próprio raciocínio psicológico. E foi

por isso que decidi fazer esse e-book: para te

auxiliar a compreender o que é necessário para

fazer são apenas boas perguntas, mas perguntas

efetivas que vão corresponder ao seu objetivo

terapêutico clínico.

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Além do caso que citei anteriormente

sobre meu primeiro atendimento, eu aprofundei

mais a compreensão de que meu lugar enquanto

psicóloga não era somente responder ao meu


1
consultante, mas perguntar quando entendi meu

lugar de não saber.

Esse reconhecimento nos coloca num lugar

de humildade diante do outro, te convoca a ter

uma relação horizontal com seu consultante e,

não, vertical. Nessa relação verticalizada eu me

proponho a responder muito mais do que perguntar

e muitas vezes o psicólogo nem seinteressa por

perguntar, mas sim armar, pressupor, determinar.

1
O termo consultante é uma preferência pessoal utilizada para me referenciar às pessoas que atendo. 16
O outro passa a não ser reconhecido como

passível de saber sobre si mesmo, é o terapeuta

quem sabe. Lembro de entrar em sala de aula

uma vez e me deparar com a turma vestindo uma

blusa com os dizeres: “continue falando, estou

analisando você”.

Esse reconhecimento nos coloca num

lugar de humildade diante do outro, te convoca a

ter uma relação horizontal com seu consultante e,

não, vertical. Nessa relação verticalizada eu me

proponho a responder muito mais do que

perguntar e muitas vezes o psicólogo nem se

interessa por perguntar, mas sim armar, pressupor,

17
determinar. O outro passa a não ser reconhecido

como passível de saber sobre si mesmo, é o

terapeuta quem sabe. Lembro de entrar em sala

de aula uma vez e me deparar com a turma

vestindo uma blusa com os dizeres: “continue

falando, estou analisando você”.

Essa frase rearma esse lugar de que nós,

psicólogos, sabemos mais do que o outro, nesse

caso, o consultante. Nessa situação, eu mirei a

turma e disparei: “nessa disciplina, meu objetivo é

18
fazer com que vocês reitam sobre a frase nesta

camisa”. Espero que alguns tenham feito isso

mesmo, mas é fato que pararam de usá-la ao nal

da disciplina em questão, sobre fenomenologia e

existencialismo.

Numa relação horizontal, existe uma postura

respeitosa de considerar que

o terapeuta não sabe mais

do que o próprio

consultante, ambos vão

construindo juntos o processo terapêutico. A

relação é pessoal e pautada num verdadeiro

19
encontro existencial; o terapeuta atua muito mais

como um mediador e, nesse contexto, as

perguntas são um elemento muito importante

nessa mediação.

20
Se engana quem acha que psicólogo

pergunta apenas para confundir o consultante. A

pergunta, na clínica psicológica, tem muitos

objetivos e, portanto, uma grande importância. O

processo terapêutico não caminha sem

perguntas, simples assim. E as perguntas que o

psicólogo faz nesse processo podem fazer toda a

diferença. Sendo assim

O BOM PSICÓLOGO
PERGUNTA MAIS
DO QUE RESPONDE

22
Essa frase pode parecer bastante óbvia

para você, mas as vezes o óbvio precisa ser dito.

Isso porque ainda existem prossionais que se

sustentam na ilusão de que precisam dar respostas

que na verdade o próprio consultante deve

encontrar. A pergunta é o empurrão, o fenômeno

que mobiliza e movimenta o outro no processo

terapêutico. Ela é o ponto de tensão que provoca

o consultante a partir de suas questões e até de

tomada de consciência de outras questões que

ele não sabia que existiam.

Questionar, portanto, é um ato de cuidado

e não de provocação, de confusão ou de

23
descaso. Nosso questionar é intencional e tem por

objetivo auxiliar o consultante no encontro de

sentidos, na percepção de si mesmo e vivência

existencial autêntica. Portanto, se especializar na

arte de fazer perguntas demonstra o seu cuidado

com aqueles que você acompanha, é

compromisso com sua missão.

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As perguntas devem ser elaboradas a

partir dos seus objetivos, então é importante

denir o que você pretende com essa pergunta.

Além disso, saber utilizar as palavras adequadas

para fazer essa pergunta, caso contrário, você

pode ter uma intenção e objetivo claro, mas a

forma e as palavras que você utilizou para

construir essa pergunta podem confundir ou levar

o consultante a responder outra coisa.

Escolher
Denir a palavras que
intenção tornem a
da pergunta
pergunta clara.

26
Pensemos, então, em três expressões

básicas que são contempladas na construção das

perguntas:

O QUE
COMO
PARA QUE

Ao utilizar cada uma dessas expressões em

suas perguntas, esteja certo de que elas

comunicam algo para seu consultante e é

fundamental que vocês estejam alinhados para

que a resposta corresponda ao que foi

perguntado, então vamos aprofundar a intenção

de cada uma delas.

27
“O QUE”

É a pergunta básica e fundamental de

qualquer diálogo e propõe a localizar e objetivar

o discurso. Alguns exemplos:

“o que você está sentindo?”

“o que você pensa sobre isso?”

“o que você costuma fazer nessa situação?”

Perceba que todas essas perguntas

demandam do outro uma resposta mais objetiva,

portanto, sempre que você precisar de respostas

28
concretas e objetivas, essa expressão pode ser

usada na construção de sua pergunta.

“COMO”

Em função de descrição de um processo.

Alguns exemplos: “como você espera manejar a

situação?” “como você está se sentindo nesse

momento?” “como esses pensamentos te afetam”.

Veja que todas as perguntas demandam uma

resposta processual, explicitando com mais

profundidade e, até trazendo etapas sobre

determinadas questões. Essa pergunta pode ser

29
utilizada tanto para entender certos processos

como denir posicionamentos, atitudes frente a

uma situação.

“PARA QUE”

“PARA QUE” tem como função buscar a

intenção da conduta ou o signicado da mesma

numa perspectiva futura. Costumo explicar que o

“para que” é diferente de perguntar usando o

“por que”. A segunda direciona o seu consultante

a responder pensando em termos de passado,

enquanto a primeira direciona a pergunta

30
pensando no futuro. Lembro que, no início da

graduação, era comum os professores fazerem

dinâmicas perguntando “por que” por qual

motivo tínhamos escolhido aquele curso. Com o

passar dos anos, a pergunta mudou. Já perto do

m do curso a pergunta era “para que”

estávamos no curso e nossa resposta também

mudou, contemplava metas e objetivos que

tínhamos quando nos tornássemos psicólogos.

31
Você já entende a importância de fazer

perguntas e compreende quais expressões pode

utilizar na construção delas, mas é fundamental

reetirmos sobre a denição dos objetivos das

perguntas.

Para que serve a pergunta? O que você

espera alcançar com ela. As perguntas podem ser:

Claricadoras;

Exploradoras;

Provocadoras;

Reexivas.

33
Perguntar mobiliza o outro na tomada de

consciência. Esse processo demanda tempo e

pode compreender muito mais do que apenas

uma pergunta. Portanto, é muito provável que

você utilize, em algum momento, perguntas com

os objetivos acima citados.

As perguntas CLARIFICADORAS são

aquelas que tem por objetivo tornar mais objetivo

um ponto que foi mencionado ou mesmo suposto.

Objetiva algo no processo de terapêutico. Em

geral, nas primeiras sessões, utilizamos perguntas

claricadoras e exploradoras. A principal

diferença entre elas, é que a pergunta

34
claricadora é muito mais objetiva. As perguntas

EXPLORADORAS são aquelas que

demandam maior desenvolvimento nas respostas,

porque buscam aprofundar mais algum tema,

gerar reexão no consultante no sentido de tomar

maior consciência sobre o que está sendo falado.

As perguntas PROVOCADORAS não tem

esse nome no sentido de desrespeitar o

consultante, mas de mobilizar ele questionando

sobre supostas verdades absolutas que podem ser

impostas culturalmente, socialmente e

historicamente. É levar o consultante a questionar

35
a si mesmo em prol de reconhecer-se naquela

resposta. Por m, as perguntas REFLEXIVAS tem,

assim como todos os demais tipos de perguntas, o

objetivo de provocar uma reexão no consultante,

mas não se restringe apenas a isso. Esse tipo de

pergunta tem muito mais a característica de

devolver uma pergunta ou armação feita pelo

consultante com outra pergunta, mobilizando

também a tomada de consciência de si.

Não é adequado que se utilize apenas um

tipo de pergunta durante uma sessão inteira.

Imagine car 50 minutos fazendo perguntas

36
reexivas para seu consultante, seria insuportável e

inadequado. A repetição excessiva faz com que o

tipo de pergunta perca seu efeito e pode gerar

resistência no processo terapêutico, portanto, o

ideal é que se varie a utilização de cada tipo de

pergunta, adepender do seu objetivo. É óbvio que

também não é adequado car fazendo

perguntas sem objetivo claro ou o atendimento e

até a terapia como um todo perderá o sentido.

37
Estamos falando de muitos aspectos

técnicos no processo de elaboração de

perguntas e isso pode te gerar a sensação de que

pensar e elaborar perguntas pode demandar

tempo e afetar o processo de escuta no

atendimento. E realmente afeta, você está

correto sobre isso.

Então como elaborar perguntas sem

afetar o processo de escuta? A resposta é:

PRATICANDO

39
Após terminar a leitura desse e-book, você

pode iniciar revisando seus atendimentos e

algumas perguntas feitas. Se tem o hábito de

fazer as evoluções ou transcrição de alguns

trechos do atendimento, pode analisar suas

intervenções e pensar outras formas de fazer as

mesmas perguntas para ir ampliando seu

repertório. Assim, você descobre que

A ARTE DE FAZER PERGUNTAS NÃO É


UM DOM, MAS UMA HABILIDADE
TREINÁVEL E APRENDIDA

40
Esse é outro mito que alimentamos,

muitas vezes durante a graduação. De que, por

sermos psicólogos, é inata a capacidade de fazer

boas perguntas, é um dom. Isso é uma completa

mentira. Fazer boas perguntas tem muito mais a

ver com bagagem teórica sobre o assunto e

prática. Por isso, rever e analisar as perguntas que

você tem feito, pode auxiliar a elaborar boas

perguntas.

Portanto, evite estar analisando suas

perguntas durante o atendimento. Isso vai tirar seu

foco do que realmente é importante, que é

escutar a demanda do seu consultante. Em

41
questão de segundos, o tempo que você está

focado em analisar suas perguntas, pode estar

perdendo informações importantes que estão

sendo compartilhadas.

Portanto, evite estar analisando suas

perguntas durante o atendimento. Isso vai tirar seu

foco do que realmente é importante, que é

escutar a demanda do seu consultante. Em

questão de segundos, o tempo que você está

focado em analisar suas perguntas, pode estar

perdendo informações importantes que estão

sendo compartilhadas.

42
Lembre que, é através daquilo que o

consultante partilha que você desenvolverá suas

perguntas. Se você não escuta adequadamente,

nenhuma pergunta realmente efetiva será

desenvolvida. O que provavelmente vai

acontecer é você fazer perguntas padronizadas e

vai passar longe de um atendimento

personalizado. Conseguimos entender, então, que

a elaboração de boas perguntas também

depende de uma boa escuta..

A análise das perguntas precisa ser posterior

ao seu atendimento e por isso é importante você

dispor de um tempo entre atendimentos para

43
anotar, não só suas impressões sobre o

atendimento, como observar e analisar sua própria

conduta.

Expandir sua bagagem teórica sobre o

tema, como a leitura desse e-book, participar de

espaços de troca sobre a vida prossional, como

intervisões e supervisões, pode ser um outro

grande diferencial para te auxiliar a evoluir sua

arte de fazer perguntas.

44
Temos falado bastante sobre a

importância de fazer perguntas, mas espero que

isso não te faça acreditar que nosso lugar,

enquanto terapeutas, é só perguntar. Isso seria

limitar muito nosso trabalho em assumir essa

postura dicotômica de sempre ou nunca

perguntar, como se só houvesse esses dois lugares

para nós.

Assim como não é adequado nem ético

assumir uma postura reducionista com a pessoa

que você atende, o mesmo vale para você

mesmo, enquanto prossional. Dessa forma,

46
conseguimos perceber a importância do

equilíbrio no que tange às perguntas no espaço

de atendimento clínico e compreender que há

espaço para respostas.

NEM SEMPRE DEVEMOS RESPONDER UMA

PERGUNTA COM OUTRA PERGUNTA

Digo isso porque essa tem sido a postura

perfeita que os psicólogos assumem quando não

querem responder algo. “ah, é só devolver aquela

pergunta com outra pergunta para o consultante”.

47
Já ouvi isso diversas vezes em diferentes contextos.

Mas a verdade é que não é só fazer isso, muitas

vezes precisamos sim responder algumas

perguntas que são feitas pelo consultante, sejam

elas sobre o prognóstico terapêutico ou sobre

nossa própria vida.

Quando o consultante te questiona sobre

o seu prognóstico, diagnóstico ou sobre o

exercício do seu trabalho, é importante lembrar do


2
nosso Código de Ética Prossional do Psicólogo

que diz

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:


(...)

2
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf 48
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de

serviços psicológicos, informações concernentes ao

trabalho a ser realizado e ao seu objetivo prossional;

g) Informar, a quem de direito, os resultados

decorrentes da prestação de serviços psicológicos,

transmitindo somente o que for necessário para a tomada

de decisões que afetem o usuário ou beneciário;

Portanto, o que nos ca evidente é que o

psicólogo não pode omitir informações do

consultante. Você pode alegar situações em que,

por exemplo, o consultante poderia assumir uma

postura negativa para si mesmo tendo posse de

algumas informações sobre diagnóstico,

principalmente. No entanto, o que cabe a nós

49
não é decidir se vamos ou não compartilhar essas

informações, mas como. E devolvendo a pergunta

não é uma delas.

Uma outra situação em que costumamos

devolver a pergunta com outra é quando o

consultante nos pergunta algo sobre nossa vida

pessoal. Nesses casos, impera a lei do bom senso.

Avaliar, a cada situação e considerando o

contexto se cabe responder à pergunta ou não.

Isso também vai depender do seu modelo

terapêutico e o tipo de abordagem que você

utiliza, que pode inuenciar na decisão dessa

questão.

50
Depois de reetirmos sobre a importância

das perguntas, conseguir estabelecer objetivos

claros e explorar possibilidades na elaboração de

perguntas, chega o momento de praticar. Espero

que você consiga expandir seu repertório de

perguntas, contribuir para que seus consultantes

possam reetir sobre suas questões e poder viver

de forma autêntica. Espero, também, que você

consiga se sentir um pouco mais conante e

seguro no hábito de fazer perguntas e que a vida

possa ser um constante questionar, porque a

pergunta nos mobiliza a encontrar as respostas

certas para nossa existência. lugares para nós.

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