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Título original: Primeiros Passos Para Vencer O TOC
Autoria: Psicólogas Kelliny Dório e Lilian Félix.
Ano: 2018
Cidade: Ipatinga, MG
Revisão ortográfica: Gesilda Maria Benevenuto das Chagas
Projeto gráfico e diagramação: Lara Lopes
Capa: Lara Lopes
Adaptação para e-book: Brafil Sites para Internet
Endereço eletrônico:
www.comvocepsicologiashop.com.br
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Sobre as autoras
Atendimentos
Canal no YouTube
Dedicatória
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Ícones Usados
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Apresentação
Depoimento de pacientes atendidos por meio do Skype
Bruno B. - Pernambuco
Jornalista
Um dia, sem conseguir subir no ônibus que me levaria até minha casa,
evitando tocar nas partes metálicas que todos os outros passageiros
encostaram antes de mim, decidi pedir uma ajuda ao Google: "O que eu
tenho?". Descrevi os sintomas e fui levado até O Homem que não Conseguia
Parar: TOC é uma história real de uma vida perdida em pensamentos, livro do
britânico David Adam.
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Anderson V. - São Paulo
Vendedor autônomo e músico
Acho que tenho TOC desde criança, só não sabia. Os rituais acerca do
perfeccionismo sempre me incomodaram, mas acreditava que fossem
apenas manias que adquiri. O meu maior incômodo foi quando me peguei
pensando em como as pessoas me enxergavam, se elas me viam como um
fracassado…
Lembro que, ao ter esses pensamentos, era tomado por uma sensação de
querer fugir, como se estivesse diante de um animal selvagem, prestes a ter
minha vida ameaçada. Os dias se passavam e outros pensamentos foram
surgindo: “E se tudo der errado?”, “E se lutei tanto para não chegar a lugar
nenhum?”. Eu estava refém dos pensamentos e o que mais me incomodava
era não saber o que era aquilo, porque não conseguia controlar aqueles
pensamentos. Pensei que estivesse ficando louco e tinha pensamentos do
tipo: “E se eu matar alguém?”, “E se eu me matar?”. Vinham imagens em
flashes na minha mente de uma suposta perda de controle, frio na barriga o
dia todo e, além disso, achava que estava com algum problema mental.
Fui ao site e agendei minha primeira consulta por meio do whatsapp, ainda
nessa primeira sessão, a psicóloga Lilian Félix me esclareceu muita coisa.
Senti-me livre, agora tinha certeza do que acontecia comigo. Ao longo das
sessões seguintes, a psicóloga me orientou a cerca de não alimentar as
compulsões, a necessidade de enfrentar a ansiedade e eliminar os rituais,
apresentou-me formas de contestar meus pensamentos do TOC para não
ficar paralisado no medo e, com apenas três sessões, posso dizer que o TOC
já não me controlava mais. Os rituais de perfeccionismo já não me dominam
e faço questão de rompê-los. Antes eu duvidava da terapia e acreditava que
sozinho pudesse resolver meus problemas. Nunca imaginei que pudesse ser
algo tão transformador e rápido. Os sintomas do TOC eram assustadores e
aquele parecia ser o fim, mas por intermédio da terapia pude me
reencontrar.
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Sumário
Capítulo 1 O que é TOC......................................................... 10
Obsessões............................................................................ 11
Compulsões.......................................................................... 13
Capítulo 5 Questionários....................................................... 40
Lista de Sintomas Obsessivos – Compulsivos............................. 41
Inventário de Obsessões e Compulsões OCI – R......................... 52
Escala Y – BOCS.................................................................... 53
Capítulo 6 Técnicas............................................................... 57
Trabalhando as crenças distorcidas........................................... 58
Exposição e Prevenção da Resposta ou Ritual............................ 60
Questionamento Socrático...................................................... 67
Teoria A x Teoria B................................................................. 68
Capítulo 7 Atividades............................................................ 70
Lista de sintomas e grau de ansiedade...................................... 71
Diário de sintomas................................................................. 71
Técnica ABC ou RPD............................................................... 73
Reestruturação Cognitiva........................................................ 75
Registro dos Pensamentos Disfuncionais................................... 76
STOP.................................................................................... 77
Experiências anteriores e modelagem....................................... 78
Meditação, Mindfullness e Aceitação......................................... 78
Atividade física...................................................................... 80
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o que é o toc?
CAPÍTULO 1
O que é Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
4. Pensamentos supersticiosos
Acredita que algo de ruim possa acontecer caso
realize uma determinada ação certo número de vezes
(3,5 ,7…) ou por ter no pensamento uma palavra
ruim, visto uma cor indesejada, etc. Necessidade de
repetir um determinado comportamento como
garantia de que nada de ruim irá acontecer.
São eles que levam o portador do TOC a fazer algo para afastá-los ou
neutralizá-los. Geralmente por meio das compulsões.
Lavagem ou limpeza;
Verificações ou controle;
Repetições ou confirmações;
Contagens;
Ordem, arranjo, simetria, sequência ou alinhamento;
Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases e números;
Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar.
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Percebeu que as compulsões não são apenas a nível de comportamento
motores?
Existem também as compulsões mentais, que se realizam mentalmente
e, por isso, não são percebidas pelas demais pessoas.
Tanto a compulsão motora quanto a mental têm a finalidade de reduzir a
aflição associada a um pensamento.
Evitação;
Lentificação;
Adoção de comportamentos protetores;
Indecisão;
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iNFORMAÇÕES
ADICIONAIS
CAPÍTULO 2
Informações Adicionais
2 - Causas psicológicas
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A teoria cognitiva, como será explicada no capítulo 4, parte da premissa
de que nossos pensamentos influenciam nossas emoções e nossos
comportamentos. Desse modo, percepção da vivência pode ser realista,
negativa e até catastrófica. Assim, a teoria cognitiva propõe que no TOC são
observadas formas negativas ou catastróficas de perceber e interpretar a
realidade e perceber a si mesmo e o futuro.
Ao sair de casa, por exemplo, a pessoa fica em dúvida se fechou a porta
ou se desligou o gás, por isso volta repetidas vezes para verificar se executou
a ação desejada. Esse comportamento é reforçado por um medo exagerado
de responsabilidade sobre o que pode ocorrer caso não tenha fechado a porta
ou desligado o gás.
Essas duas teorias, comportamental e cognitiva, são consideradas
complementares e foram integradas no que ficou conhecido como a Teoria
Cognitivo-Comportamental.
De acordo com essa teoria, a pessoa passa por certas experiências de
vida tendo a percepção moldada por pensamentos disfuncionais (exagerar
no risco e no poder do pensamento, não tolerar incertezas, ser
perfeccionista, etc.) em situações ativadoras como a presença de objetos,
lugares ou pessoas. Tem então a mente invadida por pensamentos
ameaçadores ou catastróficos e interpreta como sinal de ameaça, passando
a sentir grande ansiedade ou medo. Assim, para diminuir essas sensações de
desconforto, comporta-se de maneira a afastar as ameaças por meio de
rituais ou evitações. Estamos diante do Modelo Cognitivo da TCC, que será
explicado mais detalhadamente no Capítulo 4. Evento que gera um
pensamento, acarretando um sentimento e resultando no comportamento.
Pensamento: contaminação
Medicação
Uma importante descoberta em relação ao tratamento do TOC foi a de
que seus sintomas poderiam ser diminuídos e até eliminados por um grupo
de medicamentos que aumenta os níveis de serotonina nas sinapses
nervosas por meio da inibição de sua recaptação para dentro do neurônio.
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Historicamente, a clomipramina foi o primeiro medicamento com este
efeito antiobsessivo comprovado, ainda na década de 70. Nos anos 80 e 90,
comprovou-se também a eficácia dos inibidores seletivos da recaptação da
serotonina (ISRS). Estes medicamentos são até hoje, juntamente com a
Terapia Cognitivo-Comportamental, considerados os tratamentos de primeira
linha do TOC. Nos dias atuais, medicamentos que atuam em vias
dopaminérgicas e glutamatérgicas também têm sido testados e alguns deles
já utilizados como tratamento adjuvante no transtorno.
Ainda hoje, o uso de medicamentos psiquiátricos permanece carregado
de preconceitos. Acredita-se que o remédio possa causar dependência; que é
apenas um paliativo; que são pessoas mais ‘’fracas’’ que precisam deles; que
os efeitos colaterais não serão tolerados; ou que deverão necessariamente ser
utilizados por toda a vida. Por esses motivos, torna-se importante que os
pacientes estabeleçam uma boa relação com os seus médicos, para que
tenham confiança no diagnóstico feito pelos profissionais, esclareçam suas
dúvidas acerca do motivo pelo qual há a indicação, os benefícios, os efeitos
adversos, o tempo de uso, enfim esclarecer as questões técnicas que são
relevantes, facilitando a adesão do paciente ao tratamento.
Saiba que alguns pacientes beneficiam-se do tratamento isolado com a
TCC, contudo, em outros casos, a indicação de farmacoterapia associada é
indicada e necessária. São exemplos desses casos:
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Há também alguns fatores associados à resposta pobre aos
medicamentos: doença de longa duração sem tratamento, início na infância
tardia, sintomas de colecionismo ou de simetria. Isso não significa que nesses
casos os fármacos não sejam utilizados, mas a possibilidade de resposta é
menor.
Portanto, compreenda que pode ser necessário, inicialmente, para o seu
tratamento, a associação da medicação. Avalie quais são seus receios, os
mitos que podem estar dificultando sua aceitação à farmacoterapia e saiba
que ela pode inclusive facilitar seu trabalho psicoterápico inicialmente para
que à frente, com os sintomas reduzidos, já apto a utilizar as estratégias
aprendidas na terapia você possa avaliar junto com seu médico a retirada da
medicação.
Os medicamentos considerados de primeira escolha no tratamento do
TOC são os antidepressivos ISRS (fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina,
citalopram, sertralina e escitalopram) e a clomipramina. O efeito
antiobsessivo dos ISRS foi observado e estudado posteriormente ao seu
efeito antidepressivo e as doses utilizadas no TOC são, de modo geral,
maiores que as administradas em transtornos depressivos. Pode-se iniciar a
medicação com uma dose baixa, para que o paciente possa adaptar-se.
Havendo boa tolerância, as doses vão sendo aumentadas gradualmente no
período de 4 a 5 semanas até atingirem os níveis médios sugeridos.
Eventualmente, pode ser utilizada uma dose menor, caso os efeitos colaterais
tenham sido intensos. Os efeitos antiobsessivos podem demorar até 3 meses
para se manifestarem. Na depressão, em geral, o resultado é obtido mais
rapidamente.
A avaliação da eficácia dos medicamentos no TOC por esse motivo é
realizada após 12 semanas. O desaparecimento dos sintomas é gradual,
podendo prosseguir ao longo de vários meses. Um dos problemas mais sérios
dos medicamentos é que a melhora tende a ser incompleta, isto é, a redução
dos sintomas, na maioria das vezes, é parcial e dificilmente desaparecem por
completo. Infelizmente, ainda que sejam utilizadas as doses recomendadas
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por tempo prolongado, muitas vezes, continuam em níveis considerados
graves. Recomenda-se que, sempre que possível, o antiobsessivo seja
associado à Terapia Cognitivo-Comportamental.
A recomendação é de que a avaliação de resposta a uma conduta
medicamentosa no TOC seja feita após 12 semanas de tratamento, contudo,
em 8 a 9 semanas, já se pode ter uma ideia. O paciente deve prestar bem
atenção à intensidade dos sintomas durante esse período – se houve ou não
diferenças. Se perceber que as obsessões estão menos intensas ou ocupam a
mente por menos tempo, se está sentindo menos aflição e consegue resistir
melhor a elas e se, em certas ocasiões, deixa de realizar algum ritual, é porque
o tratamento está dando resultado.
O fato de ainda apresentar obsessões e rituais depois desse período não
significa que o tratamento não deu certo ou que o remédio não funciona. A
mudança não é súbita, mas ocorre aos poucos e, às vezes, depois de longos
períodos de uso. A TCC contribui também nesse sentido, ajudando você a
observar, perceber e reconhecer melhoras nos sintomas, por menores que
estes sejam, contribuindo para a motivação.
Um dos maiores “inconvenientes’’ dos fármacos é o fato de que a redução
dos sintomas costuma ser em média 50% na maioria dos casos. Apenas um
grupo menor, em torno de 20% dos pacientes, atinge remissão completa com
o uso somente de medicação. O que se observa na prática é que muitos
pacientes acabam utilizando a medicação em dose adequada, por tempo
adequado, e, ainda assim, apresentam sintomas graves de TOC que
interferem em suas vidas, evidenciando a necessidade de associar à TCC.
Os antipsicóticos também podem ser utilizados como tratamento de
potencialização aos fármacos que atuam na recaptação da Serotonina. Os
principais antipsicóticos associados no tratamento do TOC são Haloperidol,
Quetiapina, Olanzapina e Risperidona. Cerca de 1/3 dos pacientes
considerados resistentes ao tratamento com ISRS responderam à
potencialização com esse tipo de fármaco. A Risperidona foi considerada a
primeira escolha nessa indicação em função do nível de evidência, relação
risco-benefício e tolerabilidade. A adição de terapia cognitivo-comportamental
é um dos primeiros recursos; talvez o mais efetivo e de maior concordância
entre diferentes estudos e protocolos, quando a resposta ao medicamento é
insatisfatória. Na verdade, a TCC deve ser adicionada à farmacoterapia,
sempre que possível, desde o início do tratamento.
Estudos mais recentes indicam que os resultados são superiores quando
os dois métodos terapêuticos são utilizados em conjunto. Assim, portadores
de TOC, com resposta parcial, também apresentam redução na intensidade
dos sintomas se for acrescentada TCC à terapia farmacológica em curso. Por
todos esses motivos, mais uma vez reforça-se a ideia da importância da TCC
no tratamento do TOC. É importante lembrar que as recaídas são bastante
comuns ao se interromper o medicamento, especialmente nos tratamentos
em que ele está sendo utilizado de forma isolada. Com base nesse fato, os
especialistas fazem algumas recomendações, a fim de preveni-las.
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A princípio, pacientes com transtorno crônico e que apresentaram resposta
satisfatória usando apenas medicamentos devem manter o fármaco por, pelo
menos, um a dois anos após o desaparecimento dos sintomas.
Transtornos Relacionados
No manual diagnóstico DSM-5, o TOC está descrito em um capítulo
posterior aos Transtornos de Ansiedade, juntamente com o Transtorno
Dismórfico Corporal, Transtorno de Acumulação, Tricotilomania e Transtorno
de Escoriação. Nesse sentido, inclusão de um capítulo sobre os transtornos
obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados refletem as crescentes
evidências da relação desses transtornos entre si.
Os médicos são encorajados a avaliar essas condições em indivíduos que
se apresentam com uma delas e a terem conhecimento das sobreposições
existentes entre elas. Ao mesmo tempo, há diferenças importantes nas
abordagens e nos tratamentos de cada uma delas. Além disso, há relação
íntima entre os Transtornos de Ansiedade e o Transtorno Obsessivo
Compulsivo, motivo pelo qual o TOC está agrupado logo a seguir ao capítulo
dos transtornos de ansiedade no DSM-5.
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Transtorno Dismórco Corporal
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Transtorno de Acumulação
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Tricotilomania
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Transtorno de Escoriação
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Orientação aos
familiares
CAPÍTULO 3
Orientações aos familiares
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Passo Dois: reduzindo comportamentos que levem à acomodação
1 - Não confunda o apoio com acomodar a pessoa. É importante não deixar que
o paciente se acomode com a situação, fazendo com que ele se sinta melhor ao
se “acostumar” com o transtorno.
2 - Não deixe que ele se acomode e jamais reforce os comportamentos
compulsivos.
3 - A pessoa nem sempre deve ser ajudada a evitar o que a incomoda, em
especial quando as ações forem parte integral da vida.
4 - Tente não facilitar comportamentos e rituais relacionados aos sintomas do
TOC.
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TCC
CAPÍTULO 4
Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento
do TOC
Uma outra pessoa diante desse mesmo fato poderá fazer uso
normalmente desse talher.
Percebeu? Um mesmo fato interpretado de maneira diferente acarreta
sentimentos e comportamentos diferentes.
Quando falamos aqui de comportamento, estamos nos referindo a
reações. Que pode ser uma reação de ação: você se levanta, vai embora,
discute com o atendente, etc. Pode ser uma reação emocional: você chora,
fica agitado, nervoso, etc. Ou ainda pode ser uma reação fisiológica:
apresenta taquicardia, sudorese, mal estar, diarreia e outros sintomas. Ainda,
às vezes, um Evento pode ser um pensamento ou lembrança.
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Um outro exemplo:
Distorção Cognitiva
Vamos agora falar um pouco mais sobre as Distorções Cognitivas.
A visão distorcida da realidade é denominada Distorção Cognitiva.
As pessoas com TOC tendem a estruturar suas experiências de forma
absoluta e inflexível. O que resulta em erros de interpretação dos eventos.
Você precisa considerar seus pensamentos, que geram a ansiedade
como hipóteses, mais do que fatos.
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Se você é daquele tipo de pessoa que foca quase exclusivamente no
negativo e raramente observa o positivo, você está praticando a distorção
FILTRO NEGATIVO.
Seu cônjuge não quis sair com você ou não quis fazer o que você pediu:
“Você nunca faz o que eu quero”.
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Mas, há também aquela pessoa que age de forma inversa. Pratica a
CULPABILIZAÇÃO , culpando os outros e recusando a tomar a
responsabilidade por mudar.
Você pode ainda ser aquele tipo de pessoa que tende a ficar presa no
passado e acaba cometendo outra distorção cognitiva conhecida como
ORIENTAÇÃO REGRESSIVA. É quando focamos apenas no que poderia ter
feito melhor no passado, esquecendo que podemos fazer melhor no presente.
“Ahhh, eu perdi a oportunidade lá trás quando tinha 18 anos e escolhi não fazer
faculdade.”
“Se eu tivesse feito isso de outra maneira não estaria agora nessa situação.”
Essa é uma pergunta sem resposta. Porque quando, no meu passado, que
era o meu presente, eu fiz uma determinada escolha, eu abri mão de inúmeras
possibilidades, não de realidades. Assim, nunca saberemos se as possibilidades
se concretizariam.
Uma pessoa que não tem TOC ou algum outro transtorno de ansiedade,
muitas vezes, simplesmente vai deixar esse pensamento ir embora da mesma
forma que veio. Irá perceber que esse é um pensamento involuntário, sem
sentido, um “lixo mental”. Mas, quem tem TOC vai através desse primeiro
pensamento criar uma cadeia de outros pensamentos. Essa cadeia se forma
com pensamentos voluntários e geralmente catastróficos.
O primeiro pensamento que leva a um segundo pensamento, a um
terceiro, quarto, e assim por diante. Quanto mais você evolui com os
pensamentos nessa cadeia maior vai ficando o grau de ansiedade gerado por
eles.
Na maioria das vezes, esse primeiro pensamento, que surgiu de forma
involuntária, gera um grau de ansiedade menor que os pensamentos que o
seguem.
Mais a frente, no capítulo sobre as Técnicas você vai aprender a parar,
interromper essa cadeia de pensamentos que gera tanta ansiedade e que
consequentemente acentua o TOC.
Clique aqui
“Se eu tocar no dinheiro e não lavar as mãos depois, posso contrair doenças
ou ficar sujo.”
“Se eu usar o sabonete ou a toalha usados pelos meus familiares, posso
contrair doenças.”
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• Exagerar a responsabilidade que os pacientes acreditam ter no sentido de
provocar e impedir desastres:
“Meu carro foi roubado, e a responsabilidade foi toda minha porque eu não
verifiquei se a porta estava fechada.”
“Se eu não verificar a porta, ela pode não ter ficado bem fechada, e se houver
um roubo a responsabilidade será toda minha.”
• Perfeccionismo:
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Modelo Cognitivo no TOC
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Questionários
CAPÍTULO 5
Questionários
Questionário 1
Lista de Sintomas Obsessivo–Compulsivos
Instruções para o preenchimento:
O questionário a seguir irá auxiliá-lo a identificar suas obsessões,
compulsões ou rituais e evitações e avaliar a gravidade.
No caso das obsessões, assinale com um “X” o grau de 0 a 4 para o
quanto elas lhe perturbam, quando invadem a sua mente.
No caso das compulsões ou rituais, dê uma nota de 0 a 4 para o quanto
se sente compelido a executá-las ou para o grau de aflição ou desconforto que
sentiria se fosse impedido de realizá-las.
No caso das evitações assinale o grau de desconforto ou aflição que
sente quando entra em contato, toca ou se expõe a objetos, lugares, pessoas
ou situações que costuma evitar. Caso não apresente o sintoma descrito
marque “0”.
OBSESSÕES
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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EVITAÇÕES
Evito:
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B. OBSESSÕES DE DÚVIDAS E COMPULSÕES DE VERIFICAÇÃO OU CONTROLE
(CHECAGENS)
OBSESSÕES
COMPULSÕES
Verifico demasiadamente:
Evitações
OBSESSÕES
F . ESCRUPULOSIDADE
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G. OBSESSÕES E RITUAIS DE CARÁTER SUPERSTICIOSO
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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H. ORDEM, SEQUÊNCIA, SIMETRIA, EXATIDÃO OU ALINHAMENTO
Outras:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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I. OBSESSÕES E COMPULSÕES POR POUPAR, ARMAZENAR OU
GUARDAR OBJETOS SEM UTILIDADE E DIFICULDADE EM DESCARTÁ-LOS
(COLECIONAMENTO)
OBSESSÕES
COMPULSÕES
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K. REPETIÇÕES, CONTAGENS E COMPULSÕES MENTAIS
Quais?_______________________________________________________
Quais?_______________________________________________________
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L. OBSESSÕES DIVERSAS
OBSESSÕES
Quais?_______________________________________________________
Quais?_______________________________________________________
M. COMPULSÕES DIVERSAS
Necessito:
Questionário 2
Inventário de Obsessões
e Compulsões OCI – R
As afirmações a seguir referem-se a experiências que muitas pessoas
vivenciam diariamente.
Circule o número que melhor descreve O QUANTO a experiência
mencionada tem lhe incomodado ou causado aflição NESTE ÚLTIMO MÊS.
Os números referem-se às seguintes expressões verbais:
Questionário 3
Escala Y – BOCS
Instruções para o preenchimento:
Para responder às perguntas da Y-BOCS, identifique uma ou mais de suas
obsessões (as que mais lhe incomodam) e procure responder às cinco
questões relativas a obsessões.
Depois, identifique uma ou mais das suas compulsões (as que mais lhe
prejudicam) e, da mesma forma, responda às cinco perguntas relativas a
compulsões.
Você obterá três notas: uma correspondente à soma dos escores obtidos
nas perguntas sobre obsessões, outra relativa à soma dos escores obtidos nas
perguntas sobre compulsões e o escore total.
OBSESSÕES
0. Nenhum
1. Leve: menos de uma hora por dia ou intrusões (invasões de sua mente)
ocasionais
2. Moderado: uma a três horas por dia ou intrusões frequentes
3. Grave: mais de três horas até oito horas por dia ou intrusões muito
frequentes
4. Muito grave: mais de oito horas por dia ou intrusões quase constantes
Até que ponto seus pensamentos obsessivos interferem em sua vida social ou
profissional?
0. Nenhuma interferência
1. Leve: leve interferência nas atividades sociais ou ocupacionais, mas o
desempenho global não está comprometido.
2. Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas
conseguindo ainda desempenhar.
3. Grave: provoca comprometimento considerável no desempenho social ou
ocupacional.
4. Muito grave: incapacitante.
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3.Sofrimento relacionado aos pensamentos obsessivos
0. Nenhuma perturbação.
1. Leve: pouca perturbação.
2. Moderada: perturbador, mas ainda controlável
3. Grave: muito perturbador.
4. Muito grave: mal-estar quase constante e incapacitante.
4.Resistência às obsessões
Até que ponto você se esforça para resistir aos pensamentos obsessivos?
Com que frequência tenta não ligar ou distrair a atenção desses pensamentos
quando invadem sua mente?
0. Sempre faz esforço para resistir ou tem sintomas mínimos que não
necessitam de resistência ativa.
1. Tenta resistir, na maior parte das vezes.
2. Faz algum esforço para resistir.
3. Cede a todas as obsessões sem tentar controlá-las, ainda que faça algum
esforço para afastá-las.
4. Cede completamente a todas as obsessões de modo voluntário.
0. Controle total
1. Bom controle: habitualmente capaz de interromper ou afastar as
obsessões.
3. Controle leve: raramente bem-sucedido; quando tenta interromper ou
afastar as obsessões, consegue somente desviar a atenção com dificuldade.
4. Nenhum controle: as obsessões são experimentadas como
completamente involuntárias; raras vezes capaz, mesmo que de forma
momentânea, de modificar seus pensamentos obsessivos.
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COMPULSÕES (RITUAIS)
0. Nenhum
1. Leve: passa menos de uma hora por dia realizando compulsões ou
ocorrência ocasional de comportamentos compulsivos.
2. Moderado: passa uma a três horas por dia realizando compulsões, ou
execução frequente de comportamentos compulsivos.
3. Grave: passa de três a oito horas por dia realizando compulsões, ou
execução muito frequente de comportamentos compulsivos.
4. Muito grave: passa mais de oito horas por dia realizando compulsões, ou
execução quase constante de comportamentos compulsivos muito
numerosos para contar.
Até que ponto suas compulsões interferem em sua vida social ou em suas
atividades profissionais? Existe alguma atividade que você deixa de fazer em
razão das compulsões?
0. Nenhuma interferência
1. Leve: leve interferência nas atividades sociais ou ocupacionais, mas o
desempenho global não está comprometido.
2. Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas
conseguindo ainda desempenhar.
3. Grave: comprometimento considerável do desempenho social ou
ocupacional.
4. Muito grave: incapacitante
0. Nenhum desconforto.
1. Leve: ligeiramente ansioso se as compulsões fossem interrompidas ou
ligeiramente ansioso durante a sua execução.
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2. Moderado: a ansiedade subiria para um nível controlável se as
compulsões fossem interrompidas ou ficasse ligeiramente ansioso durante a
sua execução.
3. Grave: aumento acentuado e muito perturbador da ansiedade se as
compulsões fossem interrompidas ou aumento acentuado e muito
perturbador durante a sua execução.
4. Muito grave: ansiedade incapacitante com qualquer intervenção que
possa modificar as compulsões ou ansiedade incapacitante durante a
execução das compulsões.
9. Resistência às compulsões
0. Sempre faz esforço para resistir ou tem sintomas mínimos que não
necessitam de resistência ativa.
1. Tenta resistir na maioria das vezes.
2. Faz algum esforço para resistir.
3. Cede a quase todas as compulsões sem tentar controlá-las, ainda que as
faça com alguma relutância.
4. Cede completamente a todas as compulsões de modo voluntário
0. Controle total
1. Bom controle: sente-se pressionado a executar as compulsões, mas tem
algum controle voluntário.
2. Controle moderado: sente-se fortemente pressionado a executar as
compulsões e somente consegue controlá-las com dificuldade
3. Controle leve: pressão forte para executar as compulsões; o
comportamento compulsivo tem de ser executado até o fim, e somente com
dificuldade consegue retardar a realização das compulsões.
4. Nenhum controle: sente-se completamente dominado pela pressão para
executar as compulsões; tal pressão é sentida como fora do controle
voluntário. Raramente se sente capaz de retardar a execução de
compulsões.
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TÉCNICAS
CAPÍTULO 6
Técnicas
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Na verdade, esses pensamentos não significam nada e são percebidos
por aqueles que não têm TOC como sem importância, “lixo mental”, ou seja,
todos podemos ter pensamentos com conteúdos estranhos, bizarros,
agressivos, etc. A diferença está em como nos relacionamos com esses
pensamentos, se os entendemos como um “pensamento falho” ou se
acreditamos e nos preocupamos com receio de que realizamos os conteúdos
desses pensamentos.
Mais adiante no Capítulo 7 (Atividades), iremos mostrar por meio da
Técnica Pare como reagir diante do surgimento desses pensamentos e
imagens.
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A verdade é que não é possível controlar os pensamentos automáticos,
pois eles são involuntários. Porém, os pensamentos que surgem, a partir
deles, podem ser controlados por serem voluntários.
Assista ao vídeo:
“Acalme sua mente - entendendo sua mente”
Clique aqui
A habituação
Exposição
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4) Faça os exercícios até a aflição desaparecer
Por meio do seu diário (veja no capítulo 7), você consegue identificar as
situações gatilho, horários e locais nos quais é compelido a realizar seus rituais
ou evitações.
Fique atento para essas ocasiões e programe com antecedência os
exercícios que deverá fazer e seu tempo de duração.
Exemplos: “Vou sentar na cama com a roupa da rua durante 10 minutos
quando chegar em casa hoje” ou “Hoje à noite vou ficar sem verificar o fogão
antes de deitar”.
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8) Lembre que a aflição é passageira
9) Use lembretes
Exemplos de lembretes
Minha aflição não vai durar para sempre! Vai chegar um momento em
que ela vai passar!
A aflição não é um foguete que sobe sempre. Ela vai até certo ponto e
depois desce!
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Preencha o Cartão SOS do TOC para auxiliar você no momento da
habituação.
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10) Seja generoso consigo mesmo
Escolha como tarefas de casa aqueles exercícios que você acredita ter, ao
menos, 80% de chance de realizar.
Em outras palavras: não inclua na lista tarefas que não acredita ter
chances de cumprir.
Caso as chances estejam abaixo de 80%, você pode reduzir o tempo de
duração do exercício e, então, verificar se as probabilidades de realizá-lo
aumentam.
Por exemplo, se não consegue se expor durante meia hora, talvez o
consiga durante 10, 5, ou até mesmo durante um minuto apenas.
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As quatro regras de ouro da terapia de exposição e prevenção de
rituais:
“As pessoas se perturbam mais com o que pensam sobre as coisas do que
com as coisas em si”
Questionamento Socrático
Teoria A x Teoria B
A
Teoria A: você está pensando isso porque de fato é real, faz
todo sentido e a maioria das pessoas pensariam assim nessa
situação:
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Atividades
CAPÍTULO 7
Atividades
Diário de Sintomas
- Escolha um dia ou mais dias da semana que você considera os piores, nos
quais você apresenta o maior número de sintomas e preencha o seu diário.
- Identifique os horários, locais ou situações nas quais sua mente é invadida
por obsessões e é compelido a executar rituais nessas situações ou a evitar o
contato.
- Anote na planilha a data, o horário, a situação ou local que desencadeou a
obsessão, o ritual que realizou ou o que evitou, o tempo gasto ou número de
vezes que realizou o ritual e o grau de desconforto sentido.
- Se for uma obsessão, anote o tempo que ela permaneceu na sua cabeça e o
grau de desconforto que sentiu usando os seguintes critérios:
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0. Nenhuma perturbação;
1. Leve: pouca perturbação;
2. Moderada: perturbador, mas ainda tolerável;
3. Grave: muito perturbador;
4. Muito grave.
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Técnica ABC ou RPD (Registro dos Pensamentos Disfuncionais)
Exemplo:
Outro exemplo:
Pensamento: Se eu não tirar e vestir essa camisa 5 vezes, isso que pensei
irá acontecer.
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Técnica ABC
A= Evento B= C= Sentimentos C=
Ativador Pensamentos Consequentes Comportamentos
Consequentes
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Reestruturação Cognitiva
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Experiências anteriores e Modelagem
Vídeos Meditação:
Atividade Física
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Considerações
finais
CAPÍTULO 8
Considerações Finais
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Referências bibliográcas
D’ATH, Katie, et al. Controlando o TOC com a TCC. Rio de Janeiro: Alta Books,
2016.
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