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LICENCIATURA EM PSICOLOGIA
Ano letivo 2022/2023
ÍNDICE
AULA 1 – 7 FEVEREIRO
AULA 2 – 14 FEVEREIRO
Medo e Ansiedade
Medo
ü Processo cognitivo
ü Baseia-se numa avaliação de um perigo atual ou
pertenciam numa dada situação (perceção de ameaça)
ü É ativado quando uma pessoa é exposta física ou
psicologicamente a uma situação que considera ameaçadora ou
quando pensa ou fala dessa situação
Ansiedade
Sintomas de ansiedade:
Comportamentos de segurança
ü Sintomas cardiopulmunares
o Palpitações Mecanismo de coping desadaptativo
o taquicardia uma vez que não promovem o
o Dispneia confronto com o medo
o sensação de sufocamento (Exemplo: num fóbico social, um
o dor no peito comportamento de segurança, seria, por
ü Sintomas gastrointestinais exemplo, sair sempre com um amigo ou
o sensação de peso de fonte para que os outros não
percebam a sua ansiedade)
o dor
o náusea
o bolo isofágico (dificuldade em deglutir)
o diarreia
ü Sintomas urinários
o micção frequente
o retenção urinária
ü Sintomas neurológicos
o cefaleias
o vertigens
o tremores
o parestesias
o visão turva
o instabilidade na postura ereta e na marcha
A ansiedade como:
Ø um mecanismo primitivo e automático de
proteção e alerta
Ø alerta para a possibilidade de o indivíduo
se ferir, induzindo-o a parar qualquer
atividade imprudente, protegendo-se
Perturbações de Ansiedade
1. Perturbação de Pânico
2. Agorafobia
3. Fobia Específica
4. Perturbação de Ansiedade Social (Fobia Social)
5. Perturbação de Ansiedade Generalizada (PAG)
6. Perturbação de Ansiedade de Separação Mutismo Seletivo
7. Perturbação de Ansiedade induzida por substâncias/medicação
8. Perturbação de Ansiedade devida a outras condições médicas
9. Outra Perturbação de Ansiedade especificada
10. Perturbação de Ansiedade não especificada
1. Perturbação de Pânico
2. Agorafobia
3. Fobia Específica
Médica
Substância/Medicação
Críticas ao DSM-5
Nos adultos, as comorbilidades comuns incluem FE, PSPT, PP, PAG, FS,
Agorafobia, entre outras.
Agorafobia
Ataque de Pânico
Nota:
- Codificar o diagnóstico específico em que ocorre o Ataque de Pânico.
- Sintomas específicos da cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, dor de cabeça,
gritos ou choro descontrolado) não devem ser contabilizados como um dos
quatro sintomas requeridos.
Perturbação de Pânico
Em contexto de consulta:
Prevalência:
Desenvolvimento e Curso:
Comorbilidade:
Diagnóstico Diferencial
Agorafobia
Prevalência
Desenvolvimento e Curso
AULA 3 – 28 FEVEREIRO
Medo
“Na guerra, não há heróis nem cobardes” uma vez que a nossa respostas a perigos
externos é automática e impulsiva.
Componentes da ansiedade
Nível cognitivo
pelo paciente não é sentiu mal nos treinos e foi levado para o
Alterações no DSM-5
Fobias Específicas
Características Clínicas
Exemplos:
fóbico:
Evolução:
É hoje claro que as fobias podem ser adquiridas através de diferentes modos
de aprendizagem:
Diagnóstico Diferencial
AULA 4 E 5 – 7 E 14 MARÇO
O indivíduo tende a evitar situações sociais, sendo que este evitamento pode:
§ ser expresso claramente (e.g., não ir a uma festa, ou recusa em ir à escola)
§ assumir formas subtis (e.g., preparação exagerada de um texto para um
discurso, minimizar o contacto ocular, desviar a atenção para os outros).
Uma rapariga não sabia o que dizer social (“ir ao café”), há a ativação de
num grupo de amigos porque eles só uma crença ou suposição (“o que é
falavam de viagens e ele nunca tinha que eu vou para lá fazer? Só falam de
viajado. Pensava em para de sair com o viagens e eu nunca saí da minha
grupo por esse motivo. Ela podia falar terra” - crença negativa e
dos sítios onde gostava de ir depressiativa) e é ativado o perigo
(encaminhar a paciente para as
social (“vou fazer figura de tola”).
possibilidades de conversa) mas, como
Quando é ativado o perigo social, o
é normal numa pessoa com fobia social,
eu é processado como um objeto e
via sempre o lado mau, dando sempre
esta ativação está ligada a sintomas
uma conotação negativa as situações.
somáticos e cognitivos.
Quando o eu é processado como
objeto, existem dois tipos de
processamento:
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Caso prático:
estar na faculdade há muito tempo. Num contexto social, Manuel apresentava evitava
ir a locais com muita gente e a locais e festas onde se tinha de dançar porque não
sabe dançar e não se sentia confortável a fazê-lo em público e sentia medo de
avaliação negativa de pessoas que não conhece tão bem e ir para sítios que não
conhece bem (critério B e C). Deixou de visitar a sua terra por receio de encontrar
colegas de escola, já que as pessoas acham que ele acabou o curso e não
apresentava sinais de ter sucesso como dinheiro, roupas caras, carro próprio (ia de ir
de autocarro) (critério G). Trabalha numa instituição onde ganha o salário mínimo mas
onde se sente confortável por não implicar muita interação social (está num emprego
onde se sente seguro mas não é o que realmente gosta- pessoas com ansiedade
social não escolhem o que tem significado mas o que acha que consigo fazer, onde
se sentem seguros) (critério G).
Numa situação em que tinha que correr para apanhar autocarro que estava prestes a
sair, Manuel não correu porque achou que as pessoas o podiam achar ridículo.
Manuel não gosta de comer nem beber em público, principalmente quando está
sozinho sozinho, é sempre que entrava alguém no sítio onde ele estava a comer, ele
parava de o fazer. Costuma ficar focado em si (auto-focos)
para ver se está a suar, etc, e não tira o casaco para
esconder o suor e tosse para disfarçar o tremor na voz
(comportamento de segurança). Tem suores intensos e
tensão musculares e acha que estes sintomas físicos
passam uma imagem de insegurança e de ser uma pessoa
estranha.
Está sempre atento a sinais faciais de rejeição nos outros. Nos convívio com os
amigos, só fala quando tem algo de interessante para dizer e diz que estes tem uma
imagem errada de si, mais interessante do que ele é realmente. Diz que mantém um
perfil distante e frio de quem não se preocupa com as coisas. Prefere tolerar
desconforto de querer ir embora de um local cheio do que ser o primeiro a sair porque
tinha que de tomar a iniciativa de se despedir. Não se levanta para ir à casa de banho,
escolhe um lugar específico na mesa e não usa roupa de cor para não chamar a
atenção. Informa-se exaustivamente sobre assuntos valorizados nos grupos e,
mesmo assim, não se sente informado o suficiente. Depois de situações de interação
social, faz autópsias das situações de forma ruminativa e intensa.
No campo amoroso, sente dificuldades em avançar nas relações amorosas e só o faz
quando tem muito sinais positivos de interesse por parte das mulheres; passa uma
imagem ás namoradas de namorado ideal (sair à noite, passear, etc) que lhe dá muito
desconforto. Ele começa a evitar sair, dando desculpas, o que causa problemas no
Diagnóstico Diferencial
Idade de início
• Os dados sugerem que a fobia social se desenvolve cedo na vida do
indivíduo, frequentemente antes ou durante a adolescência.
Fatores genéticos:
• Os estudos sugerem taxas de perturbação de ansiedade social mais
elevadas nos familiares diretos de indivíduos com fobia social,
comparativamente a familiares de outros grupos clínicos ou controlos
normais;
• É estimado um risco 3 vezes maior para familiares de doentes com
fobia social;
• Embora uma predisposição genética para a ansiedade social não esteja
clarificada, constructos temperamentais relacionados parecem ter
um componente hereditário:
o A timidez parece ser um dos fatores de temperamento mais
associados;
o Outro precursor temperamental é a inibição comportamental,
que se refere à tendência para a criança reagir com medo,
timidez, estranheza e constrangimento na interação com
pessoas, objetos ou situações novas.
No entanto esta é uma questão complexa, dada a interação entre fatores
genéticos e ambientais ...
aspetos cognitivos:
ü O conteúdo do pensamento do indivíduo com fobia social ou PAS, quando
confrontado com uma situação social é dominado por
o temas de fracasso
o falta de competências necessárias para originar uma impressão
positiva
o preocupações com a aparência e com a possibilidade de ser
avaliado negativamente.
ü ao nível dos processos cognitivos, a atenção é auto focada, há aumento
da consciência de si mesmo, o que amplifica a perceção da sua
ansiedade e desconforto e diminui a atenção disponível para estímulos
exteriores relacionados com a situação. Assim:
o mostram enviesamentos negativos na auto-perceção.
o envolvem-se em maior grau em pensamentos autoavaliativos
negativos.
o em relação às expectativas acerca de futuras interações sociais, os
fóbicos sociais revelam possuir expectativas mais negativas acerca
das consequências sociais de futuras interações.
AULA 6 – 21 MARÇO
Fusão cognitiva
1) Tensão muscular
2) Náusea
3) Fadigabilidade
4) Excessiva preocupação
5) Dificuldades de sono
6) Taquicardia
7) Sudação excessiva
8) Tonturas
9) Entre outros ...
Prevalência
A prevalência de 12 meses da PAG é de 0,9% entre adolescentes e de 2,9%
entre adultos na comunidade em geral nos Estados Unidos. A prevalência de
12 meses, em outros países varia de 0,4 a 3,6%. A prevalência da PAG na
comunidade contrasta com os dados que mostram ser uma das Perturbações
Ansiosas que menos frequentemente surge para tratamento nos centros de
saúde mental. Esta discrepância poderá não reflectir a natureza pouco
perturbadora da doença, mas pode relacionar-se com a crença entre os
doentes de que as suas dificuldades traduzem uma característica da sua
personalidade que não poderá ser modificada.
Desenvolvimento e Curso
§ Muitos indivíduos com PAG referem que se sentem ansiosos durante
toda a vida
§ A idade média de início (30 anos) é mais tardia do que para outras
perturbações de ansiedade.
§ Os sintomas de preocupação e ansiedade excessivas podem ocorrer no
início da vida, mas manifestam-se como um temperamento ansioso.
§ O início da PAG raramente ocorre antes da adolescência. Os sintomas
tendem a ser crónicos e têm remissões e recidivas ao longo da vida,
flutuando entre formas clínica e sub-clínica da perturbação.
§ As taxas de remissão completa são muito baixas.
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Caso prático:
saía de casa ia tudo correr bem. Sentia ansiedade em estar em casa dos avós
e por isso começou a evitar la ir.
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colegas, menos capaz, uma fraude, e parada no tempo. Nunca se sente segura
para ir a uma frequência ou avaliação. Tem dificuldade em adormecer. Se for
dormir sem o comprimido entra em ruminação sobre a faculdade e os
professores (“tinha quase fobia de me deitar” antes de tomar comprimidos com
medo de voltar a ter ansiedade). Inclui na sua rotina uma série que “não pode
ser de medicina” (porque é ativadora de ansiedade e frustração - não é critério
para uma fobia específica).
Quando vai à terra dela, Sara sente preocupação com quem vai encontrar
porque lhe vão perguntar sobre o curso
Costuma sentir dormência nos braços “coração a bater nos braços”, gaguejar
quando mente sobre estar bem e ter pouca interação nas conversas de café.
Muitas vezes, sente-se alienada nas conversas e tem algumas “brancas”
(cérebro vazio).
AULA 7 – 28 MARÇO
a) Alimentação normal
b) Alguma dieta e preocupação com alimentação
c) Desordens alimentares
comportamento alimentar)
Anorexia nervosa
Características clínicas:
Há três características essenciais da anorexia nervosa:
a) restrição persistente de ingestão de
valores energéticos
• O que é importante para estas doentes
é o número calórico por dia: Há doentes
que preferem doses maiores de comida
pouco calóricas, como alface, e outras
preferem comer uma dose pequena de algo calórico, como um
gelado (o que lhe sabia bem e a enchia e sabia exatamente
quantas calorias estava a comer no caso, por exemplo, de um
gelado do McDonalds)]
O organismo para não morrer à fome, adapta-se, reduzindo as funções como o crescimento
(pessoas anorécticas são normalmente baixas e parecem mais novas) e funções vitais como o
coração, os rins, o estômago (ficam muito mal dispostas depois de comer, já que o organismo
não está habituado a quantidades de alimento elevadas, sentem o estômago a distender porque
o tamanho deste e as suas funções são mínimas), funcionando tudo ao mínimo possível, tendo
menos energia. Quando se passa fome, o organismo diminui os gastos todos. Por isso é que as
metas de peso são definidas numa escala progressiva, para o organismo se ir habituando a
maiores quantidades de comida.
Pessoas com anorexia tem a crença de que ser magra ou ter o corpo ideal
tornaria a sua vida melhor (“se tivesse menos peso, vestiria a roupa x, sentia-
me mais à vontade no meu grupo de amigas, etc”) que é desenvolvida no
sentido de se aproximar e se sentir incluída num grupo com um padrão de
corpo. Mas há medida que o seu estado clínico piora, estás doentes isolam-
se, tendo, assim, a anorexia um efeito paradoxal.
Caso prático
Marta, 16 anos, 1,68 de altura, 37Kg de peso, anoréctica, vivia com os avós.
Dieta simples ao início (14 anos, 55/56kgs) depois de uma férias de Natal em que comia e via
séries. Tinha um padrão alimentar que era familiar, havendo o culto da comida e da
abundância (avós eram gordinhos). O avô disse-lhe “que rabinho rechonchudo”, o que
funcionou como um sinal de alerta e de início para a sua dieta. Os avós e resto da família não
ligavam ao culto do corpo mas a mãe era preocupada com isso é muito afeminanda, avisando-
a que ela tinha pouco cuidado com ela própria (“ainda acabas como os teus avós e tias”). A ,as
gozava com a dieta da filha, não acreditando que “a maior gulosa” o estava a fazer, resultando
com que a Marta aceitasse aqueles comentários como um desafio. Ela começou a reduzir na
quantidade de alimentos calóricos ingeridos como bolos, coisa doces, etc, uma dieta
aparentemente normal mas transformou-se rapidamente numa dieta sem fim (“medo de
engordar cada vez maior”) (doentes anorécticos vão perdendo peso mas aumentando a
rigorosidade da dieta, não havendo nunca um peso ideal ou satisfação com o mesmo- drive).
Colegas de turma que também faziam dieta começaram a elogia-la pelas primeiras perdas de
peso (atenção positiva, reforço social do padrão de uma pessoa com um sistema de afiliação
perdido) e os pais acharam que a dieta era algo normal na idade dela. Ao fim de 2 meses
perdeu 10 kilos sentindo que estava no controlo do seu corpo (sinal de alarme:
emagrecimento rápido e muito acentuado). “Tinha de ter sempre menos peso” e só pensava
em como “resistir à fome” (outro sinal de alerta). A perda de peso e a dieta ganham um caracter
mais rígido e definitivo e houve a adoção de técnicas para disfarçar o facto de não comer (sinal
de alerta: Desculpas para não comer ou para comer isoladamente). “Comer comigo era um
suplício” , porque era muito demorada (Sinal de alertam Desenvolvimento de comportamentos
ritualizados à refeição que tornam a refeição mais longa para enganar a fome e terem a ilusão
que a controlam e as outras pessoas não terem vontade de lhe perguntarem se ela queria
mais). “Era um relógio suíço”, ou seja, insónia terminal devido à fome mas é traduzido como
um sinal de saúde. Os pais obrigaram-na a procurar ajuda quando perdeu 23kgs mas
continuava a dizer que ia melhorar sozinha. Ela achava que “apenas fazia dieta”, não achando
que era anoréctica (“emagrecia como queria”). Começou a ter penugem preta fina e de
crescimento rápido nos braços e nas pernas, uma proteção termina natural que advem da
perda de peso grande. Começou a vestir muita roupa para disfarçar a magreza e para não se
aleijar nas cadeiras da escola, visto que não havia gordura para proteger o cóccix.
Nota: O índice de massa corporal (IMC) é uma medida útil para avaliar o
peso tendo em conta a altura;
• Em adultos, um IMC de 18.5 kg/m2 tem sido considerado pelos
Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e pela
Organização Mundial de Saúde (WHO) como o limite inferior de peso
normal.
• Enquanto, um IMC inferior a 17.0 kg/m2 é considerado pela WHO
como um indicador de magreza moderada ou severa;
• Na clínica é normalmente utilizado um valor crítico de IMC < 17.5.
Diagnóstico Diferencial
• quando o doente com Anorexia Nervosa tem medos sociais que são
limitados ao comportamento alimentar, o diagnóstico da Fobia Social
não deve ser estabelecido;
• Nos casos em que surgem outros critérios não associados à
alimentação deve ser explorado um diagnóstico adicional de Fobia
Social.
Dados Clínicos:
ü Alterações físicas:
o distúrbio do sono;
o disfunções gastrointestinais (obstipação);
o fadiga (perda de energia e cansaço ou momentos de enorme
agitação);
o hipersensibilidade ao som e à luz (intolerância ao som e à luz);
o edema (retenção de água particularmente nos tornozelos)
Exemplo: mulher que tinha “bolas de ténis” nos tornozelos porque
bebia 8 a 10 litros de água por dia
o hipotermia (corpo não produz calor);
o densidade mineral óssea baixa, com áreas específicas de
osteopenia ou osteoporose;
o parestesias;
o diminuição do nível metabólico;
o diminuição do interesse sexual;
o pele seca;
o perda de cabelo;
o lanugo (penugem preta e fina)
ü Alterações Cognitivas:
o Diminuição da capacidade de concentração e de atenção
o empobrecimento da capacidade de julgamento e apatia
Prevalência:
§ a prevalência (12 meses) da anorexia nervosa entre jovens mulheres é
aproximadamente 0.4%;
§ pouco se conhece acerca da prevalência entre homens, considera-se
que a distribuição por sexo apresenta um rácio 10/1 (mulheres/homens)
Início e Curso:
§ a AN começa geralmente durante a adolescência ou início da idade
adulta. Raramente começa antes da puberdade ou depois dos 40 anos,
embora tenham sido descritos casos com inícios precoces ou tardios.
o APA adverte que os clínicos não devem excluir a anorexia nervosa
do diagnóstico diferencial tendo como base apenas uma idade mais
avançada.
§ a hospitalização pode ser necessária:
o para restaurar o peso em pacientes com um estado de
emagrecimento que traduz perigo médico e abordar
complicações médicas (IMC inferior a 13 é considerado critério em
Portugal para cuidados de urgência e internamento hospitalar);
AULA 8 – 11 ABRIL
Bulimia Nervosa
Características centrais
ü Ligeira: 1 - 3 episódios/semana
ü Moderada: 4 - 7 episódios/semana
ü Severa: 8 - 13 episódios/semana
ü Extrema: 14 ou + episódios/semana
Dados clínicos:
Marcadores Diagnósticos
Prevalência
Desenvolvimento e curso
Dados Clínicos
ü Ligeira: 1 - 3 episódios/semana
ü Moderada: 4 - 7 episódios/semana
ü Severa: 8 - 13 episódios/semana
ü Extrema: 14 ou + episódios/semana
Prevalência
Desenvolvimento e Curso
especificadas:
Bulimia Nervosa (de baixa frequência e/ou duração limitada): Todos os critérios
para bulimia nervosa são cumpridos, mas o binge-eating e os comportamentos
compensatórios ocorrem, em média, menos de 1X semana e/ou durante
menos de 3 meses;
Modelo transdiagnóstico
"more or less the same psychopathology is seen across the eating disorder
diagnoses, and its severity is much the same too"
(Fairburn, 2008, p. 10)
AULA 9 – 18 ABRIL
Depressão
Semiologia psicopatologica
Depressão:
Distimia
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por
relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período
mínimo de dois anos.
Especificar se se associa:
Ø Com angústia ansiosa (pp. 210–211)
Ø Com características atípicas (p. 212)
Humor
A. Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco sintomas devem estar
presentes na última semana antes do início da menstruação, começar a
melhorar dentro de alguns dias após o início da menstruação e tornar-se
mínimos ou ausentes na semana pós-menses.
B. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve estar presente:
a. Labilidade afetiva marcada (por exemplo, mudanças de humor;
sentir-se repentinamente triste ou choroso, ou maior sensibilidade à
rejeição).
b. Irritabilidade ou raiva marcadas ou aumento dos conflitos
interpessoais.
c. Humor deprimido marcado, sentimentos de desesperança ou
pensamentos autodepreciáveis.
d. Ansiedade marcada, tensão e/ou sentimentos de estar ligado ou no
limite.
C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas também deve estar presente, para
atingir um total de cinco sintomas quando combinado com os sintomas do
Critério B acima.
a. Diminuição do interesse em atividades habituais (por exemplo,
trabalho, escola, amigos, hobbies).
4) perda de energia
5) sentimentos de culpa e desvalorização
6) por vezes, pensamentos recorrentes acerca da morte ou morrer.
Prevalência em Portugal
Curso
Fatores de risco
1) Temperamentais
a. Afetividade negativa (neuroticismo): Altos níveis parecem aumentar
a probabilidade de os indivíduos desenvolverem episódios
depressivos em resposta a eventos stressantes na vida
2) Ambientais
AULA 10 – 2 MAIO
Depressão
Continuação da aula anterior
Insight
Ø Nos casos menos graves, os doentes conseguem perceber que há um
pensamento tendencialmente negativo.
Ø Nos casos mais graves não há esta perceção.
Ø Ansiedade
É muito importante percebermos que a comorbilidade entre
ansiedade e depressão é elevada e que há pistas para
podermos distingui-las.
• O doente deprimido apresenta uma maior variação
de diurna de humor do que o doente ansioso.
• Revelam-se mais acontecimentos de perdas
afetivas e há mais insónia terminal e na
ansiedade há insónia inicial. Na depressão
há mais inibição motora e a problemática do suicídio.
• No curso de uma ansiedade é possível desenvolver-se
secundariamente a depressão e vice-versa.
• Importante se algumas manifestações da ansiedade são secundárias a
um estado depressivo - importante perceber a relação que se
estabelece porque isso tem implicações no tratamento.
Ø Esquizofrenia
Em formas mais graves de depressão, o diagnóstico diferencial torna-se difícil.
Há pessoas em depressão que também apresentam delírios.
• Nos doentes deprimidos, a alucinação auditiva tem um conteúdo auto-
depressivo e na primeira pessoa, sendo congruente com o estado
depressivo. Na esquizofrenia é na segunda e na terceira pessoa.
• Há a possibilidade de haver depressão num contexto de esquizofrenia
– perturbação esquizoafetiva
• Habitualmente as ideias delirantes de um doente deprimido inclui os tais
delírios de ruína, delírios de culpabilidade e ideias delirantes mais
hipocondríacas.
Ø Demência
Para fazermos um diagnóstico diferencial sobre isto, quando há dificuldade de
atenção (…) é muito importante ver o que é que apareceu primeiro: Primeiro
houve teorização cognitiva ou depressão? Se ele está confuso ou perturbado?
• Se os défices e transtornos cognitivos não são tão generalizados –
depressão.
• Tudo o que seja transtornos cognitivos generalizados e confusão –
demência
A própria forma como o dente está na consulta e se consegue explicar o que
se passou ao longo da vida, mais depressão do que demência. A fonte de
informação dos familiares é muito importante
Ø Doenças endócrinas
• Hipertiroidismo – associa-se mais a estados de ansiedade
• É também importante ver a existência de consumos de substâncias, há
vários que podem causas sintomatologia depressiva (exemplo: a pílula,
medicamentos para a hipertensão)
Comorbilidade:
Na depressão é um fenómeno muito importante. Os
deprimidos puros são raros.
• Mais de 75 % dos pacientes deprimidos mostram
outra comorbilidade com outras perturbações
psiquiatras
• A comorbilidade mais estudada é entre ansiedade e depressão: mais
de 50% apresentam os 2 em comorbilidade
Caso prático:
Dificuldade atuais:
Este namoro foi terminado - conseguiu ficar sozinha e mais disponível para
outras relações – e foi morar sozinha do decurso deste tratamento.
Depressão no Idoso
A Depressão Geriátrica
Associa-se:
a) a sofrimento no indivíduo e cuidador,
b) aumento da incapacidade associada a doença física e transtornos
cognitivos,
c) aumento de custos com cuidados de saúde
d) aumento de mortalidade associada com suicídio e doenças físicas.
Etiologia complexa
Diagnóstico diferencial
Depressão Demência
AULA 11 E 12 – 9 E 12 MAIO
Todos nós temos pensamentos intrusivos como passar numa ponte e pensar
“e se eu me atirasse lá abaixo?” A maior parte de nós tem este pensamento,
mas depois não se preocupa com isso. Os doentes obsessivos acham que por
pensar numa coisa tem um grande risco de passar ao ato. Pensamentos
intrusivos vêm como um visitante inesperado e deixamos que entre e saia, o
problema das obsessões é que os doentes começam a resistir, não o querem
ter, quando mais não se quer abrir a porta mais ele bate à porta.
Resenha Histórica
Manuel boraneli, monge do séc. xvii salientava que para lidar com os
escrúpulos “quando um homem vai ao mar pela primeira vez...” ideia de que o
interessa é ir fazendo exposição aos seus medos senão ficará mais preso a
eles.
rainha da escócia cometeu um crime em que alguém teve que morrer para ela
ser rainha e, portanto, imaginava as unhas cheias de sangue
No séc. 19 há um psiquiatra que descreve muito bem uma doente dele que era
a Madame F, uma doente que tratava em paris, descreveu um dia normal da
sua vida, tudo descrito com rigidez e inflexibilidade: acordava às 6 da manhã....
Os pés habitualmente são alvos de preocupação dos obsessivos assim como
os genitais, são deixados para último, usam toalhas diferentes para essas
zonas do corpo.
Obsessões
Compulsões
Definidas por (1) e (2):
1) comportamentos repetitivos (por exemplo, lavagem das mãos,
ordenações, verificações) ou atos mentais (por exemplo, rezar,
contar, repetir palavras mentalmente) que a pessoa se sente
compelida a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo
com regras que devem ser aplicadas de modo rígido
2) os comportamentos ou atos mentais têm como objetivo evitar ou
reduzir o sofrimento ou prevenir algum acontecimento ou
situação temida; contudo, estes comportamentos ou atos mentais ou
não estão ligados de um modo realista com o que pretendem
neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos
Exemplos:
de perturbação de tiques)
CID - 10
Prevalência
Ø Prevalência de 12 meses nos Estados Unidos é de 1,2%, com uma
prevalência similar internacionalmente (1,1 a 1,8%).
Ø O sexo feminino é afetado em uma taxa um pouco mais alta do que o
masculino na idade adulta.
Ø Estudos com crianças e adolescentes mostram que a POC é mais
frequente no sexo masculino.
Evolução
Ø Início habitualmente ocorre na adolescência ou no início da idade
adulta.
Ø Início é gradual (mas também pode ter um início agudo).
Ø Nos Estados Unidos, a idade média de início é 19,5 anos, e 25% dos
casos iniciam-se até os 14 anos de idade.
Ø O início após os 35 anos é incomum, mas ocorre.
Ø Indivíduos do sexo masculino têm idade mais precoce do que os
do sexo feminino: cerca de 25% dos homens têm a perturbação antes
dos 10 anos.
Ø Evolução crónica com aumentos e diminuições dos sintomas,
estando os aumentos dos sintomas relacionados com períodos de
stress.
Ø Aproximadamente 15% apresentam uma deficiência progressiva no
funcionamento social e ocupacional.
Padrão Familiar
Contexto cultural
Diagnóstico diferencial
Caso Prático
Dificuldades atuais:
1. Sintomatologia obsessivo-compulsiva.
a. Contaminação e limpeza
• Obsessões recorrentes relacionadas com sujidade e
germes, receando "ficar porca, suja”, bem como
pensamentos de que as coisas "estão contaminadas,
sujas".
• Compulsões: lavagens das mãos, verificações...
• Preocupação e nojo excessivo de excreções ou secreções
corporais.
• Grau de interferência grave, isto é, considera que lhe causa
limitação substancial no desempenho social ou académico
e ocupam-lhe mais de 8 horas por dia.
b. Sexuais e Religiosas
• Existência de pensamentos, imagens ou impulsos sexuais
"proibidos ou impróprios”, obsessões sexuais que envolvem
crianças ou incesto, bem como obsessões sobre
comportamento sexual violento dirigido a outras pessoas.
• Preocupação sobre ter pensamentos blasfemos,
nomeadamente a ocorrência de imagens mentais das
interpretações que faz do diabo.
• Obsessões relacionadas com o que é “certo” ou “errado” do
ponto de vista moral e medo de dizer algo considerado
desrespeitador.
• Compulsões: confessar ou perguntar coisas, principalmente
à mãe, de modo a garantir que não fez nem disse nada de
errado.
Diagnóstico do DSM-V:
Verifica-se a presença de obsessões, nomeadamente pensamentos e
imagens, recorrentes e persistentes (durante mais de 8h por dia), que a doente
encara como intrusivos e indesejados, constituindo-se como fatores de
sofrimento.
Estes estão relacionados com diversas temáticas, tal como medo de ser
contaminada, bem como incerteza relativamente ao estado de limpeza dos,
obsessões sexuais e religiosas, de simetria, e de dano, temendo que se não
realizar determinadas ações (rituais), algo de mal aconteça.
A doente evita determinados locais e tenta neutralizar as obsessões através
de ações que possam prevenir/evitar que as suas obsessões, ou que algo
danoso aconteça a alguém (Critério A – (1).
Surgem compulsões, onde a doente se sente compelida a realizar
comportamentos repetitivos, como lavar as mãos e verificar se a sua roupa tem
manchas de sujidade, de forma a evitar a contaminação, e a realizar
determinadas ações, de forma a prevenir a ocorrência desse evento, já que a
doente se sentiria responsável e culpada por não o fazer. Estas compulsões
reduzem a ansiedade e sofrimento gerado pelas obsessões (Critério A – (2)).
A doente afirma que estes comportamentos surgem constantemente durante o
dia, todos os dias, tendo dificuldade em identificar o número total de horas que
ritualiza, já que considera que “pode ser durante 2 minutos, mas depois estar
horas a ruminar”, afirmando ainda ruminar acerca de locais onde tocou há 5
anos. No entanto, localiza a duração de obsessões e compulsões relacionadas
com contaminação, por exemplo, como durando mais de 8h diárias.A sua
sintomatologia acarreta sofrimento significativo e prejudica as diferentes áreas
de vida (Critério B).
Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância ou
condição médica e não são melhor explicados por uma outra perturbação
mental (Critérios C e D).
vez que esta raiva é despoletada por estímulos mínimos quando se encontra
em público e a nível escolar (Critério A8).
Poderão estar presentes sintomas dissociativos graves, face à sua afirmação
de que, nas aulas, tem a sensação de que "acordei e tenho medo de estar ali,
tudo fica amplificado, até o som, é como se estivesse nua, não sei que mal me
podia acontecer” (Critério A9, possivelmente cumprido).
M relata episódios de automutilação, circunscrevendo-se a cortes e
queimaduras, especialmente nos braços e nas pernas, face aos quais a doente
afirma sentir “alivio”. Conta também já ter pensado em suicídio, ainda que não
pense concretizar (Critério A5).
Diagnóstico Diferencial:
§ Na Perturbação Depressiva Major é característica a presença de
ruminações, congruentes com o estado de humor disfórico experienciado,
não sendo, no entanto, percecionadas como intrusivas, ao contrário do que
sucede na Perturbação Obsessivo- Compulsiva.
§ A Perturbação de Ansiedade Generalizada é tipicamente caracterizada
pela presença de um grande número de preocupações, relacionadas com
a vida real, ao passo que, nas obsessões, estas não se circunscrevem a
estes aspetos.
§ No que concerne à Perturbação de Ansiedade Social, ao contrário do que
sucede nesta patologia, a sintomatologia de M, nomeadamente as
situações temidas e os evitamentos realizados, não se circunscrevem a
situações de interação social, estando presente numa vasta multiplicidade
de contextos.
§ Relativamente à Perturbação Obsessivo-Compulsiva da
Personalidade, ainda que a doente apresente algumas crenças
relacionadas com perfecionismo, nomeadamente a simetria das letras,
deve ter-se em conta que muitas destas crenças de necessidade de
simetria se relacionam com a convicção de que tal leva à prevenção de
uma catástrofe.
§ Quanto às Perturbações Psicóticas, ainda que a doente apresente
algumas obsessões e compulsões consideradas bizarras, a doente possui
um bom insight acerca das mesmas, reconhecendo, quando não está