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09/11/2023

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
DOS TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE

Profa. Ana Valéria Lopes Lemos


Espc. Em Psicoterapia cognitivo-comportamental
Espc. Em Psicologia das emergências e desastres
Espc. Avaliação Psicológica
Mestranda em Psicologia – PUC-MG

INTRODUÇÃO

◆A ansiedade é um sintoma que está presente em quase todas as classes diagnósticas.


◆Em alguns quadros, a ansiedade é constante e permanente;
◆Em outros quadros, há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas;

◆Em outros ainda, a ansiedade não é o sintoma central.

◆Apresenta características gerais que são compartilhadas por situações não-patológicas e


por situações patológicas.

INTRODUÇÃO

◆Os sentimentos de ansiedade que experimentamos


em algumas situações são considerados como
perfeitamente naturais.

◆ São respostas adaptativas essenciais para que


possamos ter performances efetivas quando as
circunstâncias nos desafiam.

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INTRODUÇÃO

❖ Respostas adaptativas: Impele o indivíduo a tomar as medidas necessárias para evitar a


ameaça ou reduzir suas consequências. (Saddock, 2017);
❖ O desempenho físico e intelectual é orientado e ampliado pela ansiedade (Barlow e Durand,
2008).
❖ Entretanto, a ansiedade pode se tornar tão intensa ou até mesmo surgir em situações
inapropriadas que se torna problemática e um sinal de dificuldade adaptativa.

FONTE: SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. 2017. Cap.09 - Transtorno de Ansiedade


BARLOW, D.H & DURAND, V. M. Psicopatologia: Uma abordagem integrada. 2008.

INTRODUÇÃO

• Entretanto, a ansiedade pode se tornar tão intensa ou até mesmo surgir em situações
inapropriadas que se torna problemática e um sinal de dificuldade adaptativa.

• Os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e


ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. (DSM-5)

FONTE: SADDOCK, Cap.16 – pag. 630 – Visão Geral dos Transtorno de Ansiedade

INTRODUÇÃO

1. O medo ou ansiedade é baseado em uma suposição falsa ou raciocínio falho sobre o potencial
para ameaça ou perigo, em situações relevantes?
2. O medo ou ansiedade realmente, interfere na capacidade do indivíduo de enfrentar
circunstâncias aversivas ou difíceis?
3. A ansiedade está presente durante um período de tempo prolongado?
4. O indivíduo vivencia alarmes falsos ou ataques de pânico?
5. O medo ou ansiedade é ativado por uma variedade razoavelmente ampla de situações
envolvendo perigo potencial relativamente leve?

FONTE: Clark, David A. Terapia cognitiva para os transtornos de ansiedade: ciência e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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Ansiedade, medo, pânico


⚫ A ansiedade é uma resposta emocional caracterizada por
sintomas somáticos de tensão física e pela apreensão acerca
do futuro (DSM-5).
⚫ Pode se apresentar como um sentimento subjetivo de
inquietação, como um conjunto de comportamentos (parecer
preocupado e incomodado) ou como respostas
psicofisiológicas, refletidas em frequência cardíaca elevada e
tensão muscular.

FONTE: SADDOCK, Cap.16 – pag. 630 – Visão Geral dos Transtorno de Ansiedade

Ansiedade, medo, pânico

⚫ Respostas adaptativas: Impele o indivíduo a tomar as medidas necessárias para evitar a


ameaça ou reduzir suas consequências.(Saddock, 2017);
⚫ O desempenho físico e intelectual é orientado e ampliado pela ansiedade (Barlow e Durand,
2008).
⚫ Respostas desadaptativas para ansiedade severa: perda de concentração, sofrimento
intenso, problemas de memória – ausência de controle consciente.

Ansiedade, medo, pânico


⚫ O medo é uma resposta de alarme imediata ao perigo real.
− Aspectos adaptativos: preparação do organismo para a ação,
− motivação para luta-ou-fuga;
− Intensa ativação do sistema nervoso simpático.

⚫ O pânico é uma resposta intensa, súbita, de medo, que domina toda a consciência;
⚫ um ataque de pânico é definido como uma experiência abrupta de medo intenso ou
desconforto agudo, acompanhada de sintomas físicos que costumam incluir palpitações, dor
no peito, dificuldade de respirar e tontura.

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EM RESUMO:

Medo: é a resposta Ansiedade: é antecipação de


emocional a ameaça ameaça futura.
iminente real ou percebida.
Tensão muscular
Excitabilidade autonômica
Vigilância em preparação
aumentada
para o perigo futuro
Pensamento: perigo
Comportamento de cautela
imediato
e Esquiva
Comportamento: de fuga

Transtornos de Ansiedade
Um transtorno de ansiedade é um estado caracterizado por sentimentos de apreensão,
incertezas e medo. No indivíduo que experimenta este transtorno, a resposta ansiosa pode ser:

1. desproporcional à situação ou evento desencadeante (fobias específicas).

2. um estado constante em que o indivíduo não consegue facilmente atribuí-lo a um fator


desencadeante específico;
ex: transtorno de ansiedade generalizada, algumas formas da síndrome de pânico, etc.

3. um estado crônico que provoca um estresse emocional persistente no indivíduo que se


torna incapaz de fazer planos e de conduzir sua vida cotidiana normalmente.

CLASSIFICAÇÃO NOSOLÓGICA
• Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais – DSM-5
• Classificação Internacional de Doenças, 10a Ed – CID-10

• Transtorno Generalizado de Ansiedade (TAG)


• Distúrbios de Fobia
• Transtorno do Pânico
• Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
• Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)

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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Sentimentos de medo e preocupação excessivos


✓ TAG, pânico, TAS, TEPT
➢ Comorbidos entre si - Sintomas e tratamentos semelhantes
✓ Sobreposição de sintomas com depressão maior
➢ Problemas de sono, de concentração, fadiga e dificuldades psicomotoras - Uso de ADs
✓ Comorbidade com outras condições psiquiátricas
➢ Uso abusivo de substâncias, TDAH, transtorno bipolar, transtornos do sono, depressão

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Sentimentos de medo e preocupação excessivos


✓ Sobreposição de sintomas com depressão maior

Incidência
• Os transtornos decorrentes de estados ansiosos são relativamente comuns.

• Em torno de 30 a 40 % dos indivíduos nas sociedades ocidentais desenvolverão um problema


relacionado à ansiedade em algum momento de suas vidas.

• No Brasil, a OMS registrou, em 2015, cerca de 18.657.942 de casos de transtornos de


ansiedade, representando 9,3% da população.

Fonte: OMS

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Características da ansiedade

⚫ A experiência da ansiedade apresenta dois componentes:


− a percepção das sensações fisiológicas (como palpitações e suor) e
− a percepção do estar nervoso ou assustado. Um sentimento de vergonha pode aumentar a
ansiedade.
⚫ A ansiedade afeta o pensamento, a percepção e o aprendizado.
⚫ Tende a produzir confusão e distorções da percepção do tempo e do espaço, das pessoas e dos
significados dos acontecimentos.

Características da ansiedade

⚫ Diminuição da concentração e redução da memória;


⚫ Os indivíduos ansiosos ficam predispostos a selecionar certos aspectos de seu ambiente e
subestimar outros em seu esforço para provar que se justifica considerar sua situação
aterradora.
⚫ Se, de maneira equivocada, justificam seu medo, aumentam a ansiedade pela resposta
seletiva e estabelecem um círculo vicioso de ansiedade, percepções distorcidas e ansiedade
aumentada.

Manifestações somáticas da Ansiedade

▪ Sintomas cardiovasculares (tremores,


▪ Boca seca fatigabilidade, inquietação)
▪ Cefaléia ▪ Sintomas gastrointestinais (náuseas,
▪ Dor ou desconforto torácico vômitos, diarréia, “bolo na garganta”
▪ Fraqueza ▪ Sintomas respiratórios (“falta de ar”
▪ Insônia ▪ Sintomas vasomotores (extremidades,
▪ Midríase ondas de calor e frio,..)
▪ Parestesias ▪ Tonturas e Vertigem
▪ Reação de sobressalto ▪ Visão borrada e zumbido no ouvido
exagerada
▪ Sensação de sufocamento e
instabilidade
▪ Sinais de tensão motora

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Manifestações psíquicas da Ansiedade

▪ Pânico;
▪ Agressividade;
▪ Medo de ficar louco ou fora de si;
▪ Apreensão; ▪ Medo de perder o controle;
▪ Desejo de escapar de certas ▪ Medo de morrer;
situações; ▪ Prejuízo da atenção/concentração;
▪ Despersonalização e ▪ Preocupações desnecessárias e
desrrealização; exageradas;
▪ Ideação suicida; ▪ Sensação de desassossego, mal
▪ Irritabilidade, impulsividade, estar;
nervosismo; ▪ Sensação de “estar sempre ligado”;
▪ Sensação de perigo iminente;
▪ Tensão

Causas da ansiedade: Contribuição das ciências biológicas

⚫ Neurotransmissores --> Três principais neurotransmissores associados a ansiedade:


⚫ Norepinefrina: os pacientes ansiosos podem ter um sistema noradrenérgico com problemas de
regulação, com surtos ocasionais de atividade, afetando o córtex cerebral, o sistema límbico, o
tronco cerebral e a medula espinal.
⚫ Serotonina: antidepressivos serotoninérgicos têm efeitos terapêuticos em alguns transtornos de
ansiedade.
⚫ Ácido-aminobutírico (GABA): O papel do GABA nos transtornos de ansiedade é apoiado pela
eficácia dos benzodiazepínicos.

FONTE: SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. Cap. 16

Causas da ansiedade: Contribuição das ciências biológicas

⚫ Sistema nervoso autônomo:


⚫ A estimulação do SN autônomo causa certos sintomas: cardiovasculares (taquicardia), musculares
(cefaléia), gastrintestinais (diarréia) e respiratórios (dispnéia).

Exs.: Diazepam (Valium)


Clonazepam (Rivotril)
Bromazepam (Lexotam)
Alprazolan (Frontal)
Lorazepam (Lorax)

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Transtorno de Ansiedade

Cardiovascular SNC
Palpitação Insônia; Agitação
Hipertensão Dificuldade de
Vermelhidão concentração
Hiperventilação

Gastrointestinal Hormonal
Gastrite Aumento do cortisol
Úlceras Alterações dos
Diarréia hormônios femininos
e da tireóide

Contribuições das ciências psicológicas

⚫ Teorias psicanalíticas: A ansiedade é um sinal da presença de perigo no inconsciente.


⚫ É resultado do conflito psíquico entre desejos inconscientes sexuais ou agressivos,
com as ameaças correspondentes do superego e da realidade externa.
⚫ Em resposta a este conflito, o ego mobiliza mecanismos de defesa para evitar que
pensamentos e sentimentos inconscientes inaceitáveis emergissem para a percepção
consciente.

SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. Cap. 16

Contribuições das ciências psicológicas

⚫ O objetivo do tratamento não é eliminar toda a ansiedade, mas aumentar a


tolerância a ela, i.e., a capacidade de experimentá-la e utilizá-la como um sinal
para investigar o conflito que a criou.

SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. Cap. 16

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Contribuições das ciências psicológicas

⚫ Teorias comportamentais: postulam que a ansiedade é uma resposta condicionada a um


estímulo específico do ambiente.
⚫ Ex.: Em um modelo de condicionamento clássico, uma menina criada por um pai abusivo pode
se tornar ansiosa assim que enxerga esse pai.
⚫ Por meio de generalização, ela pode passar a desconfiar de todos os homens.
⚫ No modelo de aprendizagem social, uma criança pode desenvolver uma resposta de ansiedade
imitando a ansiedade no ambiente, por exemplo, em casos de pais ansiosos.

SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. Cap. 16

Contribuições das ciências psicológicas

⚫ O tratamento é uma forma de dessensibilização por exposições repetidas ao


estímulo ansiogênico, acrescido de abordagens psicoterapêuticas cognitivas.

SADDOCK. Compêndio de Psiquiatria. Cap. 16

Comorbidades dos transtornos de ansiedade

⚫ Alta comorbidade com outros transtornos e com transtornos de humor;


⚫ 55% dos pacientes diagnosticados com um TA apresentavam um diagnóstico adicional
(outro TA ou um transtorno depressivo) no momento da avaliação, e 76% apresentaram
diagnóstico adicional em outro momento de suas vidas;
⚫ Comorbidade mais comum é a depressão (~50% dos casos);

Barlow, D. H. e Durand, V.M. (2008). Psicopatologia: uma abordagem integrada. Cap. 05.

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Comorbidades dos transtornos de ansiedade

•A comorbidade com depressão ou com abuso de substâncias diminui a probabilidade de


recuperação e aumenta a probabilidade de recaída futura;

•Os transtornos de ansiedade também apresentam grande comorbidade com condições


físicas:

•Associação com alterações da tireoide, doenças respiratórias, doenças


gastrointestinais, artrite, fibromialgia, enxaqueca e alergias.

Barlow, D. H. e Durand, V.M. (2008). Psicopatologia: uma abordagem integrada. Cap. 05.

PRINCIPAIS TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE

TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA – TAG
CID-10 F41.1
DSM-5 300.02

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Transtorno de ansiedade generalizada - TAG

▪Ansiedade generalizada e persistente que não ocorre exclusivamente nem mesmo de modo
preferencial numa situação determinada (a ansiedade é “flutuante”).

▪Os sintomas essenciais são variáveis, mas compreendem nervosismo persistente, tremores,
tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e
desconforto epigástrico.

▪Medos de que o paciente ou um de seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um
acidente são frequentemente expressos.

▪Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na


maioria dos dias por pelo menos seis meses.

▪A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga
de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).

Diagnóstico diferencial do TAG

▪ Ansiedade ou preocupação quanto a:


▪ ter ataques de pânico (transtorno de pânico);
▪ avaliação negativa (transtorno de ansiedade social [fobia social]);
▪ contaminação ou outras obsessões (transtorno obsessivo-compulsivo);
▪ separação das figuras de apego (transtorno de ansiedade de separação);
▪ lembranças de eventos traumáticos (TEPT);
▪ percepção de problemas na aparência (no transtorno dismórfico corporal);
▪ ter uma doença séria (no transtorno de ansiedade de doença);
▪ conteúdo de crenças delirantes (na esquizofrenia ou transtorno delirante).

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Tratamento combinado: TAG

▪Ampla evidência para uso de TCC no tratamento do TAG.


Técnicas: TC relativa ao processo e valor da preocupação;
• prática efetiva de resolução de problemas;
• treino de relaxamento;
• planejamento de tempo para preocupação e atividades prazerosas/ativadoras;
• exposição in vivo e exposição imaginária;
• dessensibilização sistemática

▪ Algumas evidências para terapias de aceitação e mindfulness.

• Combinação de tratamento psicológico com psicofarmacoterapia (BZDs, buspironaI, ISRSs,, iMAOs) pode ser
uma estratégia útil para melhorar os desfechos da TCC na fase aguda.

FONTE: Oliveira, I. R., Schwartz, T., Stahl, S. M. (orgs.), 2014.

Transtorno de pânico
CID-10 F41.0
DSM-5 300.01

"Tenho tanto medo. Toda vez


que me preparo para sair, tenho
aquela desagradável sensação
no estômago e me aterrorizo
pensando que vou ter outra “De repente, eu senti uma
crise de pânico.” terrível onda de medo,
sem nenhum motivo. Meu
coração disparou, tive dor
e dificuldade para
respirar. Pensei que fosse
morrer. "

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Transtorno de pânico

▪A característica essencial são os ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de


pânico), que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas
mas de fato são imprevisíveis;

▪Como em outros transtornos ansiosos, os sintomas essenciais comportam a ocorrência de


palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade;

▪Surgimento abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos;

▪ Existe frequentemente um medo secundário de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar


louco;

Ataques de Pânico

É uma crise repentina de pânico, ou seja, de repente


sente-se algumas alterações no corpo, que causam
desconforto e medo de morrer de um ataque
cardíaco, AVC ou coisa parecida. Neste momento, a
pessoa se desconecta do mundo e passa a perceber
somente as reações do seu corpo.

ATAQUES DE PÂNICO

▪Os ataques de Pânico têm duração relativamente breve


(geralmente, em torno de 10 minutos ou menos) com intensa
ansiedade ou medo, junto com sintomas somáticos como
palpitações e taquipnéia.

▪A partir da primeira crise de pânico, é comum o medo e a


ansiedade antecipatória de ter outra parecida.

▪A pessoa passa a ter medo de sentir medo e começa a restringir


alguns locais ou situações que possam colocá-lo novamente em
pânico.

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ATAQUES DE PÂNICO
▪Podem ocorrer em uma variedade de transtornos mentais (por exemplo, transtornos depressivos)
e condições médicas (abstinência e intoxicação de substâncias).

▪A ocorrência de um ataque de pânico não indica, por si só, um diagnóstico de transtorno de


pânico.

▪A frequência de ataques de pânico varia desde múltiplos diariamente a apenas alguns durante um
ano.

SINTOMAS

• Calafrios;
• Pressão na cabeça;
• Tremor;
• Fraqueza nas pernas;
• Dores no peito e desconforto;
• Sensação de perigo iminente;
• Medo de perder o controle;
• Medo da morte ou de uma
tragédia iminente;
• Sensação de estar fora da
realidade;
• Sensação de estar com a garganta
fechando...

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Transtorno de Pânico

A pessoa fica apreensiva, hipervigilante, antecipa os sinais de que um novo ataque irá acontecer, podendo
apresentar comportamentos de esquiva e fobias, evitando situações onde acha que poderá ter o ataque
novamente, lugares de onde fugir ou escapar possa ser difícil, ou sair ou ficar sozinho, ou em condições onde
não possa receber ajuda imediata em caso de necessidade.

Uma das maiores características na descrição de um paciente com Transtorno de Pânico é a natureza física
dos sintomas.

Enquanto no TAG a preocupação e a tensão são predominantes, no pânico o paciente inicia descrevendo a
doença com referência ao coração, pulmão e trato gastrintestinal.

Transtorno de pânico

▪Não se deve fazer um diagnóstico principal de transtorno de pânico quando o sujeito apresenta
um transtorno depressivo no momento da ocorrência de um ataque de pânico, uma vez que os
ataques de pânico são provavelmente secundários à depressão neste caso.

▪A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de
abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças
cardiopulmonares).

Diagnóstico diferencial do TP

• Os ataques de pânico NÃO ocorrem apenas:


• em resposta a situações sociais temidas (transtorno de ansiedade social);
•em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas (fobia específica);
•em resposta a obsessões (TOC);
•em resposta à evocação de eventos traumáticos (TEPT);
•em resposta à separação de figuras de apego, (transtorno de ansiedade de separação)

•Nesses casos, a presença de um ataque de pânico deve ser anotada como um especificador (p. ex.,
“transtorno de ansiedade social com ataques de pânico”)

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Tratamento combinado: Transtorno de pânico

•Ampla evidência para uso de TCC no tratamento do TP


Técnicas: exposição in vivo das situações evitadas; exposição interoceptiva para as sensações
corporais; treino de relaxamento.

•Combinação de tratamento psicológico com psicofarmacoterapia tem vantagem sobre a


monoterapia.

•Monoterapia: vantagens importantes no início do tratamento, entretanto, quando o longo prazo é


considerado, a TCC é mais eficaz, sobretudo após o medicamento ter sido interrompido.

FONTE: Oliveira, I. R., Schwartz, T., Stahl, S. M., 2014

Agorafobia
CID-10 F40.0
DSM-5 300.22

Agorafobia
▪Medo de deixar seu domicílio, medo de lojas, de multidões e de locais públicos, ou medo de viajar
sozinho em trem, ônibus ou avião.
▪A presença de um transtorno de pânico é frequente no curso dos episódios atuais ou anteriores de
agorafobia.
▪Entre as características associadas, acham-se sintomas depressivos ou obsessivos, assim como
fobias sociais.
▪As condutas de evitação comumente são proeminentes na sintomatologia e certos agorafóbicos
manifestam pouca ansiedade dado que chegam a evitar as situações geradoras de fobia.

▪No DSM-5, o diagnóstico de agorafobia é dado independente dos critérios para transtorno de
pânico; se os critérios para ambas as condições são alcançados, os dois diagnósticos são dados.

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Agorafobia

•O medo não é das situações em si, mas a possibilidade de não


conseguir ajuda ou de não poder escapar se tiverem o
sintomas de pânico ou outros sintomas constrangedores ou
incapacitantes
•O medo de estar em lugares onde a fuga pode ser difícil ou
desconfortável.
•Esses sintomas devem persistir ao longo do tempo (pelo
menos seis meses) e causar sofrimento.

Diagnóstico diferencial da Agorafobia

• Os sintomas:
• não estão restritos a fobia específica, tipo situacional;
• não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social);

• e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no TOC),


• percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou
• medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação)

Agorafobia e transtorno de pânico

▪ A maioria dos pacientes com esquiva agorafóbica severa


também apresentam um agrupamento de sintomas
chamado de evitação interoceptiva:

▪ Esquiva de situações ou atividades que possam produzir a


excitação fisiológica que lembra o ataque de pânico
(exercícios físicos, dança, levantar-se rapidamente da
cadeira, envolver-se em discussões, tomar banho com
janelas fechadas, locais quentes e abafados...)

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TEM ATAQUES DE PÂNICO?

SIM
NÃO

TEM ESQUIVA FÓBICA?

NÃO SIM

TP SEM AGORAFOBIA TP COM AGORAFOBIA

CASO ILUSTRATIVO

• Sra. W. era uma mulher casada de 33 anos. Ela procurou uma clínica de tratamento de ansiedade relatando
que sentia como se estivesse tendo um ataque cardíaco sempre que saía de casa. Seu transtorno tinha
começado oito anos antes, enquanto frequentava uma aula de ioga, quando subitamente percebeu um
aumento nos batimentos cardíacos, sentiu uma dor lancinante no peito e teve dificuldade para respirar. Ela
começou a suar e a tremer e ficou tonta.
• Foi imediatamente para o pronto-socorro, onde foi feito um eletrocardiograma. Nenhuma anormalidade foi
detectada.
• Ao longo dos meses seguintes, a Sra. W. vivenciou ataques semelhantes, de 15 a 30 minutos de duração,
cerca de quatro vezes por mês. Com frequência procurava o conselho médico após cada episódio, e
nenhuma anormalidade era detectada.
• Após vivenciar alguns desses ataques, passou a ter medo de que eles ocorressem longe de casa e não saía a
menos que absolutamente necessário; nesse caso, precisava levar seu telefone celular ou estar
acompanhada por alguém. Mesmo assim, evitava lugares superlotados, como shopping centers, cinemas e
bancos, onde as saídas rápidas às vezes são bloqueadas.
• Seus sintomas e a esquiva dominavam sua vida, embora tivesse consciência de que eram irracionais e
excessivos. Ela tinha uma depressão leve e inquietação e dificuldade para dormir.

Fobia específica
CID-10 F40.2
DSM-5 300.29

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Fobia específica

•Medo irracional de um objeto ou situação específicos que •O código é baseado no estímulo


interfere marcadamente com o funcionamento do indivíduo. fóbico:
•F40.218 – Animal
•Ainda que a situação desencadeante seja inofensiva, o •F40.228 – Ambiente natural
contato com ela pode desencadear um estado de pânico como •F40.230 – Sangue
na agorafobia ou fobia social. •F40.231 – Injeções e transfusões
•O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com •F40.232 – Outros cuidados
duração mínima de seis meses. médicos
•F40.233 – Ferimentos
•F40.248 – Situacional
•F40.298 - Outro

OBS.: Alguns indivíduos relatam que seu medo ou ansiedade por um objeto ou situação não é excessivo.
Como tal, os médicos deve-se considerar se o medo, ansiedade ou comportamento de evitação relatado é
desproporcional ao risco razoável de dano, levando em consideração tanto as normas culturais aceitas
quanto as condições ambientais específicas às quais o indivíduo é normalmente submetido (por exemplo,
medo de escuridão pode ser justificado em um bairro onde assaltos são comuns à noite).
https://youtu.be/Vclvh26fnN0

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

•Dizemos que estamos num estado Fóbico ou de Pânico quando a ansiedade sentida é excessiva em
relação ao perigo real que determinada experiência ou exposição representa.

•Podem surgir de experiências traumáticas passadas.

Comportamentos básicos: Também pode haver:


Medo; Reações de choro;
Esquiva; Imobilidade;
Ansiedade antecipada; Agitação.
Sintomas somáticos.

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•É comum que os indivíduos tenham múltiplas


fobias específicas.
•Aproximadamente 75% daqueles com fobia
específica temem mais de uma situação ou
objeto.
•Nesse caso, é necessário diagnosticar cada
um.

CASO ILUSTRATIVO
Olaf Hendricks, um empresário de 51 anos, se apresentou ao consultório de um psiquiatra com a queixa de incapacidade de
viajar de avião. Sua única filha havia recém dado à luz e, embora ele quisesse desesperadamente conhecer a primeira neta,
não conseguia pegar um avião e atravessar o Atlântico para visitá-la.
A ansiedade de voar do paciente havia começado três anos antes, quando estava em um avião que pousou durante uma
tempestade de neve. Havia voado dois anos antes e relatou que chorou durante a decolagem e durante a aterrissagem.
Outra incidência fora com a esposa no aeroporto, um ano antes da avaliação, para ir ao casamento da filha. Apesar de ter
bebido uma quantidade significativa de álcool, o sr. Hendricks entrou em pânico e se recusou a entrar no avião. Depois
dessa tentativa frustrada, começou a sentir uma ansiedade intensa só de pensar na possibilidade de voar, de modo que a
ansiedade o levou a recusar uma promoção no trabalho e uma oferta de emprego de fora porque ambas exigiam viagens de
negócios.
O sr. Hendricks descreveu tristeza e arrependimento desde que percebeu sua limitação, mas negou outros sintomas
neurovegetativos de depressão. Havia aumentado seu consumo de álcool para três copos de vinho todas as noites, a fim de
“relaxar”. Negou história de complicações com álcool ou sintomas de abstinência. Também negou história familiar de
problemas psiquiátricos. Negou ansiedade em outras situações, indicando que seus colegas o viam como um empresário
arrojado e de sucesso que conseguia “facilmente” fazer discursos na frente de centenas de pessoas.
Ao ser questionado especificamente, relatou que, na infância, ficava “petrificado” com medo da possibilidade de ser atacado
por algum animal selvagem. Esse medo o levou a se recusar a viajar com a família para acampar ou mesmo a fazer
caminhadas no campo. Já adulto, afirmou que não tinha medo de ser atacado por animais selvagens porque morava em
uma cidade grande e, nas férias, viajava de trem para outras grandes áreas urbanas.

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DIAGNÓSTICO diferencial
Transtorno Diagnóstico Diferencial
Agorafobia: as situações são temidas ou evitadas devido a
pensamentos de que escapar poderia ser difícil
ou de que o auxílio pode não estar disponível no
caso de desenvolvimento de sintomas do tipo
pânico ou outros sintomas incapacitantes ou
constrangedores

Ansiedade Social As situações são temidas devido a possível


avaliação negativa.
Transtorno de ansiedade de separação Se as situações são temidas devido à separação
de um cuidador primário ou figura de apego

Transtorno de pânico O indivíduo experimentou também ataque de


pânicos inesperados ( não em resposta ao
objeto ou situação da fobia específica)

Transtorno Diagnóstico Diferencial


Transtorno obsessivo-compulsivo Se o medo ou ansiedade primária é resultado de
obsessões.
Alguns indivíduos com TOC manifestam
comportamento que não pode ser diferenciado do de
uma pessoa com fobia específica. Ex.: enquanto
pacientes com TOC podem evitar facas porque têm
pensamentos compulsivos sobre matar seus filhos, os
com fobia específica de facas podem evitá-las por
medo de se cortarem.
Transtornos do espectro da esquizofrenia e outros O medo a esquiva são devidos a pensamento
transtornos psicótico delirante.
Transtornos alimentares O comportamento de esquiva está limitado
exclusivamente à esquiva de alimentos e estímulos
relacionados a alimentos

Transtorno Diagnóstico Diferencial


Transtorno de Estresse Pós-Traumático Ambos envolvem a evitação de estímulos que
causam ansiedade, e podem surgir após a exposição
a um evento traumático.

O TEPT pode ser diferenciado da FB pela presença


de outros sintomas centrais, tais como reviver o
trauma e percepções persistentes de ameaça atual
aumentada.

Diferentemente da Fobia Específica em que as


memórias do evento traumático relacionado são
vivenciadas como pertencentes ao passado, no TEPT
o evento traumático é vivenciado como se estava
ocorrendo novamente no aqui e agora (ou seja, re-
experimentando).

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Diagnóstico diferencial

Fobia x Hipocondria: fobia específica do tipo doença é o medo de contrair


a doença; na hipocondria é o medo de ter uma doença.

Tratamento combinado: Fobia específica

• Forte sustentação para terapias de exposição (tratamento de


primeira linha).

• Na exposição, o paciente enfrenta o estímulo aversivo, suporta a


excitação afetiva, ensaia habilidades de enfrentamento e ganha
autoconfiança. A exposição promove a experiência de sentimentos
negativos. Quando o paciente enfrenta a situação que teme, as
qualidades temíveis dessa situação são atenuadas e sua flexibilidade
comportamental é aumentada.

• É importante ressaltar que não devemos terminar a exposição até


que a ansiedade diminua pelo menos 50%. Retirar o paciente da
FONTE: Oliveira, I. R., Schwartz, T., Stahl, S. M.
exposição antes de haver uma diminuição da ansiedade pode (orgs.), Integrando Psicoterapia e
Psicofarmacologia: Manual para Clínicos, pp. 129-
sensibilizá-lo contraprodutivamente à ansiedade. 151. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Técnicas de exposição
▪Exposição interoceptiva

▪Os sintomas interoceptivos são sensações físicas internas experimentadas quando


em alta ansiedade ou durante um ataque de pânico.
▪Objetiva corrigir as interpretações catastróficas dos sintomas físicos sentidos pelos
pacientes como parte da ansiedade antecipatória ou de um ataque de pânico.
▪Com a exposição interoceptiva, os pacientes submetem-se a uma exposição gradual
para sentirem-se confortáveis com as sensações.

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09/11/2023

▪Essa exposição é feita por meio da provocação intencional dos sintomas utilizando-se de
exercícios físicos. Por exemplo, os sentimentos de tontura poderiam ser induzidos pelo
rotar de uma cadeira giratória.
▪O treinamento direto permite o paciente aprenda a vivenciar as sensações como
estranhas ou desconfortáveis, mais do que assustadoras;
▪Também possibilita que os pacientes identifiquem os pensamentos automáticos e as
interpretações catastróficas associadas às sensações físicas e corrigi-las.

2. Exposição in vivo

A exposição in vivo é a principal intervenção aplicada para superar a evitação fóbica.


Para planejar a exposição in vivo, o paciente deve fazer uma lista de lugares ou situações que
evitou devido aos medos, e também registrar o nível de ansiedade e os pensamentos
automáticos que surgem nessas situações.
Essa lista deverá ser disposta em uma hierarquia de acordo o nível de dificuldade para
enfrentar lugares e situações.
Os exercícios de exposição in vivo são iniciados por situações consideradas como menos
ansiogênicas e que o paciente está disposto a enfrentar.

Para ser eficaz, a exposição deve ser prolongada no tempo (permanecer em uma situação
dada por aproximadamente o dobro do tempo do que é necessário para sentir-se
confortável naquela situação), repetida frequentemente, e o nível de ansiedade deve ser
sentido durante a tarefa e monitorado tanto pelo paciente como pelo terapeuta.

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Uso da Realidade virtual para o tratamento de fobias e pânico

▪A tecnologia de realidade virtual envolve alguns conceitos básicos:


▪Imersão – sensação de estar dentro do ambiente, alcançada através de tecnologia específica,
tais como óculos de projeção estereoscópica, telas especiais e luvas;
▪Interação – capacidade do computador detectar as entradas do usuário e modificar
instantaneamente o mundo virtual e as ações sobre ele;
▪Envolvimento – grau de motivação do usuário em realizar as atividades dentro do mundo
virtual;
▪Presença – sentido subjetivo de que o usuário está fisicamente dentro do ambiente virtual.

Uso da Realidade virtual para o tratamento de fobias e pânico

▪ O uso de ambientes virtuais utiliza a exposição gradativa do paciente aos elementos geradores
da ansiedade (dessensibilização sistemática)
▪ O paciente é exposto a situações criadas com a tecnologia de realidade virtual.
▪ Tais ambientes simulam situações reais temidas pelo paciente.

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09/11/2023

Uso da Realidade virtual para o tratamento de fobias e pânico


Vantagens do uso da terapia realizada através de ambientes virtuais em relação às terapias de
exposição in vivo e a imaginativa:

▪ Redução do custo;
▪ Não há necessidade de deslocamento, pode ser realizada no consultório do terapeuta;
▪ Permite a privacidade e maior segurança do tratamento;
▪ Ideal para pacientes muito fóbicos e resistentes à exposição à situação real;
▪ Permite controle do terapeuta sobre a situação, inclusive em medir respostas fisiológicas do
paciente;
▪ Possibilita exposição a diversos ambientes sem a perda de tempo do deslocamento.
▪ Auxilia no estímulo da memória visual, apresentando estímulos visuais.

FONTE: Carvalho, M.R., Freire, R.C. , Nardi, A.E. Realidade virtual no tratamento do transtorno de pânico. J Bras Psiquiatr. 2008;57(1):64-69.

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Transtorno de ansiedade social


(Fobias sociais)
CID-10 F40.1
DSM-5 300.23

TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL


(FOBIAS SOCIAIS)
• Medo de ser exposto à observação atenta de outrem e que leva a evitar
situações sociais.

• As fobias sociais graves se acompanham habitualmente de uma perda da auto-


estima e de um medo de ser criticado.

• As fobias sociais podem se manifestar por rubor, tremor das mãos, náuseas ou
desejo urgente de urinar, sendo que o paciente por vezes está convencido que uma
ou outra destas manifestações secundárias constitui seu problema primário.

• Os sintomas podem evoluir para um ataque de pânico.

• Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e


não apenas em interações com adultos.

• O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis


meses.

Curso e Desenvolvimento
• A idade média de início do transtorno de ansiedade social 13 anos, e 75% dos indivíduos
têm idade de início entre 8 e 15 anos.

• O transtorno ocasionalmente emerge de história infantil de inibição social ou timidez nos


estudos norte-americanos e europeus.

• O início também pode ocorrer no princípio da infância. Pode se seguir a uma experiência
estressante ou humilhante ou pode ser insidioso, desenvolvendo-se lentamente.

• O início na idade adulta é relativamente raro e é mais provável de ocorrer após um


evento estressante ou humilhante ou após mudanças na vida que exigem novos papéis
sociais (p. ex., casar-se com alguém de uma classe social diferente, receber uma
promoção no trabalho).

FONTE: DSM-5

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09/11/2023

Curso e Desenvolvimento

• Entre as pessoas que buscam atendimento clínico, o transtorno tende a ser particularmente persistente.

• Os adolescentes apresentam um padrão mais amplo de medo e esquiva, incluindo os encontros, comparados com
crianças menores.

• Os adultos mais velhos expressam ansiedade social em níveis mais baixos, mas dentro de uma variedade mais ampla
de situações, enquanto os adultos mais jovens expressam níveis mais altos de ansiedade social para situações
específicas.

• Em adultos mais velhos, a ansiedade social pode referir-se a incapacidade devido ao declínio do funcionamento
sensorial (audição, visão), vergonha em relação à própria aparência (p. ex., tremor como um sintoma da doença de
Parkinson) ou funcionamento devido a condições médicas, incontinência ou prejuízo cognitivo (p. ex., esquecer os
nomes das pessoas).

CURSO E DESENVOLVIMENTO

• Na comunidade, aproximadamente 30% dos


indivíduos com transtorno de ansiedade social
experimentam remissão dos sintomas no espaço de
um ano, e em torno de 50% experimentam remissão
em poucos anos.

• Para cerca de 60% dos indivíduos sem um


tratamento específico para transtorno de ansiedade
social, o curso é de vários anos ou mais.

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Consequências Funcionais do Transtorno de Ansiedade Social

• O transtorno de ansiedade social está associado a taxas elevadas de evasão escolar e prejuízos no
bem-estar, no emprego, na produtividade no ambiente de trabalho, no status socioeconômico e
na qualidade de vida.

• O transtorno também está associado a ser solteiro, não casado ou divorciado e sem filhos,
particularmente entre os homens. O transtorno também impede atividades de lazer.

• Apesar da extensão do sofrimento e do prejuízo social associados ao transtorno, apenas cerca da


metade dos indivíduos com a doença nas sociedades ocidentais acaba buscando tratamento, e
eles tendem a fazer isso somente depois de 15 a 20 anos com sintomas.

• Não estar empregado é um forte preditor para a persistência de transtorno de ansiedade social.

Tratamento combinado: Transtorno de ansiedade


social

•Ampla evidência para uso de TCC no tratamento do transtorno de ansiedade social:

✓ Técnicas: reestruturação cognitiva relacionada à rejeição e às falhas sociais;


✓ exposição a situações sociais provocadoras de ansiedade que permitam habituação;
✓ experimentos comportamentais;
✓ relaxamento aplicado;
✓ treinamento de habilidades sociais;
✓ Algumas evidências para terapias interpessoal e mindfulness

VAMOS EXERCITAR?

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Os transtornos de ansiedade estão entre as condições psiquiátricas mais prevalentes no mundo. Além disso, os
estudos têm mostrado de maneira persistente que eles produzem morbidade desordenada, uso de serviços de
saúde e comprometimento do desempenho incomuns.” (Saddock, 2007, p. 630). Sobre ansiedade, qual
alternativa está ERRADA?

A) Na ansiedade ocorre a ativação do Sistema Nervoso Simpático.


B) O organismo se prepara para as reações de luta e fuga necessária para a sobrevivência.
C) A ansiedade cessa com a normalização da situação.
D) O organismo deve apresentar um nível adequado para bom desempenho.
E) A ansiedade se trata de um tipo de sentimento, mas sem manifestações somáticas.

Os transtornos de ansiedade estão entre as condições psiquiátricas mais prevalentes no mundo. Além disso, os
estudos têm mostrado de maneira persistente que eles produzem morbidade desordenada, uso de serviços de
saúde e comprometimento do desempenho incomuns.” (Saddock, 2007, p. 630). Sobre ansiedade, qual
alternativa está ERRADA?

A) Na ansiedade ocorre a ativação do Sistema Nervoso Simpático.


B) O organismo se prepara para as reações de luta e fuga necessária para a sobrevivência.
C) A ansiedade cessa com a normalização da situação.
D) O organismo deve apresentar um nível adequado para bom desempenho.
E) A ansiedade se trata de um tipo de sentimento, mas sem manifestações somáticas.

As síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grupos: quadros em que a ansiedade é
constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de
ansiedade abruptas e mais ou menos intensas (Dalgalarrondo, 2008).
A respeito desse tema, assinale a alternativa que corresponde a quadros de crise abrupta.

A. Pânico.
B. Medo de altura.
C. Medo de falar em público.
D. Medo de escuro.
E. Medo de si mesmo.

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09/11/2023

As síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grupos: quadros em que a ansiedade é
constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de
ansiedade abruptas e mais ou menos intensas (Dalgalarrondo, 2008).
A respeito desse tema, assinale a alternativa que corresponde a quadros de crise abrupta.

A. Pânico.
B. Medo de altura.
C. Medo de falar em público.
D. Medo de escuro.
E. Medo de si mesmo.

FONTE: Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: Analista Legislativo - Psicológo
O DSM-5 informa que, em transtorno de pânico, a presença de ataque de pânico está inclusa nos
critérios diagnósticos, e o ataque de pânico não é usado como especificador. Um surto abrupto de
medo ou de desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro
(ou mais) dos seguintes sintomas:

A) ruminações; dores generalizadas no corpo; perda de visão e pensamentos intrusivos.


B) ruminações; dor de cabeça; enjoos e alucinações.
C) delírios; dor de cabeça; enjoos e pensamentos recorrentes.
D) tremores ou abalos; sudorese; sensações de falta de ar ou sufocamento e parestesias.
E) pesadelos; alucinações; fortes dores estomacais e dor de cabeça.

FONTE: Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: Analista Legislativo - Psicológo
O DSM-5 informa que, em transtorno de pânico, a presença de ataque de pânico está inclusa nos
critérios diagnósticos, e o ataque de pânico não é usado como especificador. Um surto abrupto de
medo ou de desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro
(ou mais) dos seguintes sintomas:

A) ruminações; dores generalizadas no corpo; perda de visão e pensamentos intrusivos.


B) ruminações; dor de cabeça; enjoos e alucinações.
C) delírios; dor de cabeça; enjoos e pensamentos recorrentes.
D) tremores ou abalos; sudorese; sensações de falta de ar ou sufocamento e parestesias.
E) pesadelos; alucinações; fortes dores estomacais e dor de cabeça.

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A ansiedade é uma reação natural e comum a muitas dificuldades na vida. Para algumas pessoas, no entanto, a ansiedade torna-se um
problema crônico. Identifique, dentre as alternativas, aquela que corresponde aos seguintes transtornos:

1. nível de ansiedade crônica, não vinculada a qualquer ameaça específica;

2. medo persistente e irracional de um objeto ou situação que não apresenta perigo real;

3. ataques recorrentes de ansiedade avassaladora que ocorrem, em geral, súbita e inesperadamente;

4. imposições persistentes e indesejadas de pensamentos e impulso de praticar rituais sem sentido.

A. TEPT (1), TOC (2), TAG(3), transtorno do pânico e agorafobia (4).

B. Transtorno fóbico (1), transtorno do pânico e agorafobia (2), TEPT(3), TOC(4).

C. TAG(1), transtorno fóbico (2), transtorno do pânico e agorafobia (3), TOC (4).

D. Transtorno do pânico e agorafobia (1), TEPT(2), TOC(3), TAG(4).

E. TOC(1), TAG(2), transtorno do pânico e agorafobia (3), TEPT(4).

A ansiedade é uma reação natural e comum a muitas dificuldades na vida. Para algumas pessoas, no entanto, a ansiedade torna-se um
problema crônico. Identifique, dentre as alternativas, aquela que corresponde aos seguintes transtornos:

1. nível de ansiedade crônica, não vinculada a qualquer ameaça específica;

2. medo persistente e irracional de um objeto ou situação que não apresenta perigo real;

3. ataques recorrentes de ansiedade avassaladora que ocorrem, em geral, súbita e inesperadamente;

4. imposições persistentes e indesejadas de pensamentos e impulso de praticar rituais sem sentido.

A. TEPT (1), TOC (2), TAG(3), transtorno do pânico e agorafobia (4).

B. Transtorno fóbico (1), transtorno do pânico e agorafobia (2), TEPT(3), TOC(4).

C. TAG(1), transtorno fóbico (2), transtorno do pânico e agorafobia (3), TOC (4).

D. Transtorno do pânico e agorafobia (1), TEPT(2), TOC(3), TAG(4).

E. TOC(1), TAG(2), transtorno do pânico e agorafobia (3), TEPT(4).

PSICOFARMACOLOGIA DOS TRANSTORNO


DE ANSIEDADE: Ansiolíticos e Hipnóticos

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09/11/2023

ANSIEDADE

• Resposta normal perante circunstâncias de ameaça


✓ Ativação do Sistema Nervoso Simpático;
✓ Reação de luta e fuga necessária para a
sobrevivência;
✓ Cessa com a normalização da situação;
✓ Nível adequado para bom desempenho.

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
• Sentimentos de medo e preocupação excessivos

Reação normal TRANSTORNO

CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS

• Benzodiazepínicos (ex. diazepam): ansiolítico e hipnótico.


• Buspirona (agonista 5-HT1A): ansiolítico não sedativo.
• Beta bloqueadores (ex. propranolol): sintomas físicos da ansiedade: sudorese, tremores e
taquicardia

• Barbitúricos (ex.fenobarbital): ansiolítico e hipnótico, uso obsoleto, confinado ao


tratamento da epilepsia.
• Outros: hidrato de cloral, meprobamato, metaqualona (usados ocasionalmente) e
antihistamínicos (difenidramina) hipnótico para crianças.

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ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS

ANSIOLÍTICOS
•Drogas em geral sintéticas, atuam basicamente no alívio ou eliminação da ansiedade, e em
consequência , da tensão muscular e emocional.
•São conhecidos como tranquilizantes, calmantes, psico-harmonizantes, psico-sedativos,
estabilizadores emocionais.

Principais ansiolíticos:
•Benzodiazepínicos
•Hipnóticos
•Barbitúricos

HIPNÓTICOS
Considera-se hipnótica toda substância, natural ou
sintética, capaz de induzir sono próximo ao
fisiológico, ou promovê-lo criando ciclos artificiais.
São conhecidos como soníferos, sedativos, indutores
do sono, noolépticos.

Ex.: zolpidem

BARBITÚRICOS
• Até os anos 60 eram o maior grupos de substâncias hipnóticas sedativas prescritas.
• Atividade depressora do SNC produzindo efeitos semelhantes aos anestésicos inalatórios.
• Altas doses morte por depressão respiratória e cardiovascular.
• Pentobarbital, fenobarbital, tiopental.
• Utilizados principalmente em anestesia e no tratamento da epilepsia (não são mais
recomendados como hipnóticos sedativos).
• Pequena faixa terapêutica.
• Tolerância e dependência.
• Interação farmacológica muito importante: aumenta o metabolismo de muitos fármacos.
Interage com o álcool e outros depressores do SNC potencializando seus efeitos.

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Benzodiazepínicos - BZD
• Lideram a lista dos 5 medicamentos controlados mais vendidos no Brasil;
• Clonazepam (Rivotril) figura na 9ª posição na lista dos 100 medicamentos mais vendidos no
Brasil;
• Estima-se que cerca de 56,6 milhões de caixas de BZD foram vendidas no Brasil, em 2019;
• Maior prevalência - mulheres acima de 50 anos;

• BZD são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição de psicotrópicos;


• Terminações:
• ...zepam, ...zolam
• Exceto Clordiazepóxido (foi o 1º BZD)

Indicações e contra-indicações - BZB


INDICAÇÕES: CONTRA-INDICAÇÕES:
Distúrbios psíquicos em que predomine
excitação/agitação;
Miastenia;
Associado a neurolépticos no tratamento de
psicoses sintomáticas; Glaucoma;
Combinado a antidepressivo nos casos mais graves Durante a gravidez e lactação;
de depressão ansiosa; Hepato e nefropatias graves.
Quadros de abstinências;
Integrante de fórmulas para sonoterapia;
Anticonvulsivantes.

EFEITOS FARMACOLÓGICOS - BZB

• Redução da Ansiedade (ansiolítico) e da agressão.


• Sedação e indução do sono(Hipnótico).
•Diminuição do tônus muscular (miorrelaxante) e da
coordenação motora.
•Anticonvulsivante.
•Amnésico.

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EFEITOS INDESEJAVÉIS / ADVERSOS - BZB

• Amnésia anterógrada (em alguns casos).


• Sintomas semelhantes ao da intoxicação alcoólica: Andar cambaleando,
coordenação motora alterada.
• Sonolência;
• Confusão mental;
• Estados depressivos;
• Tolerância e dependência.

Indicações - BZD
• Ansiolíticos: Diazepam, lorazepam, clorazepato, alprazolam, Bromazepam
• Hipnóticos: Nitrazepam, Flurazepam
• Anticonvulsivante: Clonazepam, diazepam
• Sedação para procedimentos médicos / odontológicos: Midazolam

Indicações - BZD
• Alprazolam (frontal)- Pânico- diminui níveis de cortisol
• Bromazepam (lexotan) – ansiedade, pânico
• Clordiazepóxido+amitriptilina: Abstinência do etanol e outras drogas
• Diazepam- crises convulsivas, estresse pós-traumático (crise)
• Clonazepam – crises de ausência, fobias sociais, síndrome do pânico

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Efeitos adversos - BZB


◼ Sedação e queda de produtividade
◼ Redução dos reflexos: motoristas; atividade física perigosa; uso de maquinário pesado, etc
◼ Amnésia: relacionada a dose

◼ Síndrome de abstinência com a interrupção abrupta do fármaco (ansiedade e insônia de


rebote)
◼ Pacientes idosos são mais sensíveis aos efeitos sedativos e confusão mental

◼ Risco aumentado de quedas e fraturas de quadril (idosos)

Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health, 2011

•O processo de retirada dos BDZ deve ser sempre feito de forma gradual.

•Os primeiros 50% da dose diária podem ser reduzidos de modo mais rápido,
os 25% seguintes lentamente e os últimos 25% muito lentamente.

•Vale lembrar que a taxa de redução da medicação deve ser sempre adaptada
a cada paciente.

IMPORTANTE!!!

Rebote – com a
Abstinência – a
suspensão dos BDZ
abstinência, em contraste
ocorre um retorno
com a recaída e o rebote,
temporário dos sintomas
geralmente inclui sintomas
originais, tais como
que o paciente não
ansiedade ou insônia,
experimentou
mas numa intensidade
previamente.
maior.

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Retirada Abrupta - BZD

Perda do apetite
Confusão mental
Perda de peso

Visão borrada
Insônia rebote

Ansiedade rebote
Diarréia

Retirada Gradual - BZD

• Reduzindo a dose a ¼ por semana ou combinando um prazo com o paciente, por exemplo, de 6
a 8 semanas;
• Nas primeiras duas semanas costuma ser bem sucedida a redução de 50% da dose do
medicamento;
• Ao passo que o restante pode requerer um tempo maior;
• Troca para um agente de meia-vida mais longa, como o diazepam ou clonazepam.

Mecanismo de Ação:
Os efeitos farmacológicos e terapêuticos dessas drogas, é consequência de uma ação seletiva
sobre os mecanismos inibidores pós-sinápticos, em que o GABA é o neurotransmissor.

Intoxicação:
O quadro tóxico é evidenciado por depressão do SNC, vertigens, fraquezas, tontura, sonolência,
hipotonia muscular e coma superficial.
A excreção das drogas e seus metabólitos se faz principalmente pela via urinária, fezes e vômitos.

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Diazepan

Clordiazepóxido

clonazepan
clobazan

lorazepan

alprazolan Midazolan

flurazepan flunitrazepan

Ansiolítico não-BDZ Hipnóticos não-BDZ


Menor potencial de abuso Menor potencial de abuso
Tratamento da insônia
Efeito terapêutico de 2 a 4 semanas
Início rápido de ação

zopiclona

Buspirona

Zolpiden

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09/11/2023

TOLERÂNCIA / DEPENDÊNCIA

• Ocorre com todos os benzodiazepínicos.


• Tolerância: alteração ao nível de receptor

• Dependência: interrupção abrupta do uso após semanas ou meses pode causar a síndrome
de abstinência (nervosismo, tremor, perda de apetite e convulsões).

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

•Dado o risco de dependência dos BDZ que pode ocorrer mesmo em doses terapêuticas
no tratamento prolongado (mais de seis meses) e ainda mais rapidamente com BDZ de
alta potência (como Alprazolam e Lorazepam), recomenda-se sempre a utilização da
dose efetiva mais baixa possível e apenas pelo menor tempo necessário para o alívio
dos sintomas.

•Os BDZ devem ser evitados em pacientes com história de alcoolismo ou abuso de
drogas, a menos que haja uma indicação fundamental ou um acompanhamento
cuidadoso.

Sempre lembrar que o risco de desenvolver dependência, rebote e abstinência é maior nos
tratamentos em longo prazo, com doses altas e com BDZ de alta potência.

A possibilidade de ocorrer e a gravidade do rebote e abstinência estão diretamente ligadas ao


uso de BDZ de meia-vida curta (ex.: Alprazolam).

Problemas com tolerância, rebote e abstinência podem ser minimizados sempre que são
usados BDZ de baixa potência e meia-vida longa (ex.: Diazepam).

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09/11/2023

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
•Os antiácidos interferem seriamente com a ação dos BDZ. Os BDZ devem ser tomados bem antes de
qualquer dose de antiácidos.

•A absorção IM dos BDZ é mais rápida, porém mais irregular. O uso IV de BDZ (sempre administrar
lentamente para minimizar o risco de hipertensão e parada respiratória) é reservado para a sedação pré-
operatória, o tratamento de convulsões ou para sérias emergências psiquiátricas.

•Atenção: os BDZ só podem ser dados IV se a equipe estiver treinada e equipada para lidar com possível
parada respiratória.

•Lorazepam e Oxazepam são as drogas de escolha em paciente idosos ou com problemas hepáticos graves
porque são metabolizados somente por conjugação com o ácido glicurônico e não têm metabólitos ativos.

BUSPIRONA
Droga do grupo das azapironas - lançada com a expectativa de não apresentar os
inconvenientes dos BDZ: sedação e dependência.

Utilizada como segunda escolha no TAG quando existem contra-indicações para o uso de
antidepressivos ou BDZs.

MECANISMO DEAÇÃO

Não interage com o GABA e por este motivo não produz sedação, interação com o álcool, não
interfere na performance motora, e não apresenta potencial de abuso.

USO CLÍNICO:

•Ansiedade
•Em pacientes idosos, normalmente mais sensíveis aos BDZs.
•Pacientes com alto potencial de abuso ao álcool ou aos BDZs.

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09/11/2023

EFEITOS COLATERAIS E REAÇÕES ADVERSAS

Mais comuns são:


• Tonturas
• Cefaléia
• Náusea Não se tem relatos de abuso, dependência, nem sintomas de
• Fadiga abstinência.
• Inquietude

Benzodiazepínico Indicação Clínica Dose Intervalo de


(BRASIL) Administração

Alprazolam (Frontal) Ansiedade, Pânico, Agorafobia 0,25-0,5, 8 horas


Medo 1mg

Bromazepam Ansiedade, Pânico, insônia, 3; 6 mg 24 horas


(Lexotam) medo, medicacão pré-
anestésica

Clordiazepóxido 5mg Ansiedade; Abstinência ao álcool; Pré 5/ 12,5mg 6-8 horas


+ amitriptilina medicação anestésica
(Limbitrol)

Clonazepam Anticonvulsivante; Mania 0,5-2 mg 8-12 horas


(Rivotril)

Clorazepato (Tranxilene) Ansiedade; Convulsão parcial complexa 5-10-15 24 horas


mg

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09/11/2023

Benzodiazepínico (BRASIL) Indicação Clínica Dose Intervalo de


Administração
Diazepam (Valium, Ant-conv; relax musculatura esquelética; 5- 10 mg 6-8 horas
Dienpax) medicação pré-anestésica

Estazolam (Noctal) Hipnótico 2mg 24 horas

Lorazepam (Lorax) Ansiedade, convulsões, manias 1-2 mg 8 horas


Pre-medicação anestésica

Midazolam (Dorminid) Pré-medicação anestésica e endoscopia 15 mg Amp. 01 hora antes do


50mg procedimento
Flunitrazepam Ansiedade, Hipnótico 1mg 24 horas
(Rohypnol)
Cloxazolam Ansiedade, Hipnótico 1mg 2mg 24 horas
(olcadil) 4mg

Flurazepam (Dalmadorm) Ansiedade, Hipnótico 30mg 48 horas

Nitrazepam (Sonebon) Ansiedade, Hipnótico 5mg 24 horas

Sobre ansiolíticos e hipnóticos, marque a alternativa correta:

A) Prescrito para pacientes psicóticos, pois seu principal efeito é a remoção de delírios e alucinações.
B) Atual seletivamente sobre alguns neurotransmissores, por este motivo não provocam dependência.
C) Atuam basicamente no alívio ou eliminação da ansiedade, e em consequência, da tensão muscular e
emocional.
D) São conhecidos por provocar perturbações no Sistema Nervoso Central, provocando alucinações e
desorientação.
E) Em geral são substâncias naturais, com pouco ou nenhum efeito adverso, podendo ser livremente indicado.
Exemplos: chás e infusões.

Sobre ansiolíticos e hipnóticos, marque a alternativa correta:

A) Prescrito para pacientes psicóticos, pois seu principal efeito é a remoção de delírios e alucinações.
B) Atual seletivamente sobre alguns neurotransmissores, por este motivo não provocam dependência.
C) Atuam basicamente no alívio ou eliminação da ansiedade, e em consequência, da tensão muscular e
emocional.
D) São conhecidos por provocar perturbações no Sistema Nervoso Central, provocando alucinações e
desorientação.
E) Em geral são substâncias naturais, com pouco ou nenhum efeito adverso, podendo ser livremente indicado.
Exemplos: chás e infusões.

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Sobre ansiolíticos e hipnóticos, analise as afirmativas:


I. São conhecidos como tranquilizantes, calmantes, psico-harmonizantes, psico-sedativos, estabilizadores emocionais.
II. Considera-se hipnótica toda substância, natural ou sintética, capaz de induzir sono próximo ao fisiológico, ou
promovê-lo criando ciclos artificiais.
III. Os barbitúricos são utilizados principalmente em anestesia e no tratamento da epilepsia, não sendo mais
recomendados como hipnóticos sedativos.
São verdadeiras as afirmativas:
A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) somente III
E) I, II e III

Sobre ansiolíticos e hipnóticos, analise as afirmativas:


I. São conhecidos como tranquilizantes, calmantes, psico-harmonizantes, psico-sedativos, estabilizadores emocionais.
II. Considera-se hipnótica toda substância, natural ou sintética, capaz de induzir sono próximo ao fisiológico, ou
promovê-lo criando ciclos artificiais.
III. Os barbitúricos são utilizados principalmente em anestesia e no tratamento da epilepsia, não sendo mais
recomendados como hipnóticos sedativos.
São verdadeiras as afirmativas:
A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) somente III
E) I, II e III

Sobre as indicações dos benzodiazepínicos, analise as afirmações:

I. São indicados em casos de distúrbios psíquicos em que predomine excitação/agitação, e podem ser
associados a neurolépticos no tratamento de psicoses sintomáticas.
II. Podem ser combinado a antidepressivo nos casos mais graves de depressão ansiosa.
III. Pode ser utilizado com segurança nos 03 primeiros meses de gravidez, bem como em lactantes, pois não
causa nenhum efeito nos bebês.

São verdadeiras as afirmativas:


A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) somente III
E) I, II e III

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09/11/2023

Sobre as indicações dos benzodiazepínicos, analise as afirmações:

I. São indicados em casos de distúrbios psíquicos em que predomine excitação/agitação, e podem ser
associados a neurolépticos no tratamento de psicoses sintomáticas.
II. Podem ser combinado a antidepressivo nos casos mais graves de depressão ansiosa.
III. Pode ser utilizado com segurança nos 03 primeiros meses de gravidez, bem como em lactantes, pois não
causa nenhum efeito nos bebês.

São verdadeiras as afirmativas:


A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) somente III
E) I, II e III

REFERÊNCIAS

DSM-5
CID-10
CID-11
SADOCK, Benjamin James; SADOCK, Virginia Alcott. Compêndio de psiquiatria: ciência do
comportamento e psiquiatria clínica. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Whitbourne, Susan Krauss; Halgin, Richard P. Psicopatologia: perspectivas clínicas dos
transtornos psicológicos. Artmed. Cap. 07 (Biblioteca A)
Bergeret, Jean at al. Psicopatologia: teoria e clínica. Cap.09 (Biblioteca A)

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