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INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 0
O QUE É TRANSTORNO DE ANSIEDADE? ..................................................................................... 1
PERSONALIDADES PREDISPOSTAS À ANSIEDADE ....................................................................... 5
1. Preocupado: ............................................................................................................................ 5
Você se percebe preocupado?............................................................................................ 5
2. Negador:................................................................................................................................... 5
Você se percebe negador? .................................................................................................. 5
3. Aflito: ........................................................................................................................................ 6
Você se percebe aflito? ........................................................................................................ 6
4. Explosivo ................................................................................................................................. 6
Você se percebe explosivo?................................................................................................ 6
5. Controlador.............................................................................................................................. 6
Você se percebe controlador? ............................................................................................ 7
6. Prestativo: ................................................................................................................................ 7
Você se percebe prestativo? ............................................................................................... 7
COMO SE DIAGNOSTICA TRANSTORNO DE ANSIEDADE ............................................................... 8
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Esta matéria é sobre transtorno de ansiedade e suas manifestações. A ansiedade é algo muito presente na
sociedade atual, pois as pessoas desejam “ser o melhor em tudo – mundo competitivo” e acabam sendo
escravas de suas próprias metas ideais. Ser magra como as modelos internacionais, ter o carro mais potente,
sucesso financeiro, isso acaba bloqueando as possibilidades de se aceitar e amar ao próximo, trazendo sensação de
vazio, angústia e relações superficiais. Muitas vezes, nossa ansiedade impede o processo natural das coisas,
gerando decisões impulsivas baseadas em percepções parciais, trazendo resultados nem sempre satisfatórios.
O medo, por outro lado, faz parte de nosso DNA; ele nos preserva porque nos alerta para qualquer
perigo real que esteja prestes a acontecer (chamado luta ou fuga), portanto é impossível viver sem nenhum grau de
medo. Se você se rende ao medo, evitando cada vez mais senti-lo, limita sua vida e outros medos surgem também.
A coragem é algo que pode ser aprendido, desde que estejamos dispostos a enfrentar aos poucos o medo
(aproximações sucessivas). A ansiedade é o medo sem fator desencadeante real (perigo próximo). No entanto,
ela possui um limite: quando ele é ultrapassado, a ansiedade manifesta-se afetando o indivíduo como um todo (reações
físicas, comportamentais e psicológicas), deixando a pessoa em estado
de alerta constante.
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O QUE É TRANSTORNO DE ANSIEDADE?
Ansiedade é algo bem democrático, pois não há ser humano (rico, pobre, culto, iletrado
ou qualquer outra distinção que se possa fazer) que já não atenha experimentado de alguma
forma. Ela é um estado de alerta que nos movimenta a ir ao encontro de algo. A ansiedade sob controle impulsiona a
vida (estar em alerta pela chegada de um filho, o resultado de um concurso concorrido ou o início de um novo trabalho);
a essa podemos chamar de ansiedade natural.
É importante sermos ansiosos com questões que valham a pena, como: o que posso fazer para deixar
o planeta melhor para as próximas gerações, soluções para o sistema de saúde de nosso país, melhoria do
relacionamento com minha família, amigos e colegas de trabalho. Isso proporciona a melhoria de vida para mim
e para os que estão a minha volta. Lembrando que a ansiedade natural nos adverte a respeito de problemas
reais de nosso cotidiano: ela me lembra de pegar carteira de motorista (CNH) ou o celular ao sair de casa, por
exemplo.
A pessoa que é ansiosa crônica está constantemente em estado de alerta, sempre com pressa, enfim,
sempre acelerada. Vive sempre no futuro ou no passado, exceto no presente. A ansiedade varia de pessoa para
pessoa, é algo subjetivo que se apresenta de várias maneiras e com intensidades variadas abalando nossa
sensação de bem-estar. O indivíduo sente-se agitado, nervoso, irritado e muitas vezes não consegue descrever
o desconforto que sente, derivado do estresse, preocupação e tensão vivenciada. Portanto, é interessante buscar
entender o seu tipo de ansiedade, o grau de comprometimento nas tarefas diárias e, se necessário, buscar
ajuda especializada (psicólogo e psiquiatra). É importante destacar que,
mesmo na literatura especializada, a palavra medo confunde-se com ansiedade. Vejamos:
- o medo: está relacionado com um objeto ou situação real. Exemplo: ser vítima de um assalto ao sair do trabalho.
A reação primitiva de luta ou fuga (descarga de adrenalina no sangue) é experienciada pela pessoa que é
assaltada, por isso alguns reagem instantaneamente ou ficam totalmente paralisados e não conseguem explicar porque
tiveram tais reações.
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- a ansiedade: normalmente sem fator desencadeante real, ou seja, imaginada como perigo. Exemplo: ao sair
do trabalho serei assaltado? Em grau mais acentuado, pode restringir a vida,levando à crise do pânico ou outros
transtornos de ansiedade.
- a angústia: tem uma proporção maior.
Exemplo: sente-se um aperto no peito. Muitos pacientes vão se consultar com o cardiologista e
descobrem que “não têm nada”, nada que podemos mensurar, mas que é sentido pelo paciente e lhe causa desconforto
e até mesmo constrangimento em alguns casos.
Adiante veremos que, para desenvolver transtorno de ansiedade, é necessário ter personalidade e
componente genético predisposto a esta tendência. Para May (1971, p.32), “a ansiedade é, em suma, a forma
contemporânea da peste branca – a maior destruidora da saúde e bem-estar humanos”, pois é notável a relação
desta com problemas de relacionamento, estresse, depressão, baixa autoestima, doenças psicossomáticas
(desencadeadas por questões emocionais) etc. Outros fatores que contribuem são: o ritmo da vida moderna,
valores da sociedade e padrões de conduta variáveis.
Existe uma pluralidade de modos de estar no mundo, de fazer parte do universo. Isso causa falta de
direcionamento do que vem a ser certo ou socialmente aceitável como comportamento. Somos bombardeados
por mensagens subliminares:
a) consumismo: o ter em detrimento de ser, ou seja, valho não pelo que sou, mas pelo que possuo;
d) violência constante (nos lares, nas escolas –bullying, no trânsito, intolerância racial);
e) instabilidade financeira (planos de saúde que, na busca de lucros excessivos, cortam benefícios e
negam autorizações de exames, aumentando nossa sensação de insegurança, falta de vínculo e
conectividade entre as pessoas e as instituições).
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A sensação de vazio (incapacidade de realização) torna-se presente e, assim, as pessoas buscam
incessantemente algo para preencher este espaço (trabalho em excesso, consumismo, fanatismo religioso). No
entanto, o que conseguem é uma sensação passageira de bem-estar. May (1971, p.32) menciona que “quando um
grupo sofre contínua ansiedade sem tomar medidas eficazes, seus membros, mais cedo ou mais tarde, voltam-
se uns contra os outros”. Portanto, a sociedade atual vive este caos. As revistas semanais de circulação nacional
sempre têm como capa: corrupção, assassinatos, famosos instantâneos, divulgando uma realidade cruel de que
já estamos anestesiados e não mais nos chocamos, a não ser quando somos atores principais (vítimas). Como
o indivíduo vive em sociedade, isso se reflete em sua vida cotidiana e observa-se a prevalência de neuroses,
perturbações emocionais e doenças psicossomáticas que têm como pano de fundo a ansiedade.
“O valor que damos ao infortúnio é tão grande que, se dizemos a alguém ‘Como você é feliz’, em geral somos
contestados” (PERCY, 2011, p.11). Isso está nas conversas informais dos mais variados lugares: fila de
supermercado, sala de espera de consultórios, salões de beleza sempre há alguém que respira e começa a
reclamar de alguma coisa, aí surgem outros no ambiente que se motivam a dar continuidade ao tema, muitos
contam fatos de sua vida pessoal a estranhos, e tudo isso acontece porque, sem perceber, temos o hábito de reclamar,
e isso gera angústia e estresse. A grande questão é como interpretamos a realidade que nos cerca. O desafio
à sociedade e à pessoa é enfrentar as transformações da era atual e futura com equilíbrio (valores morais, espirituais,
aceitação de si e do outro) usando de maneira construtiva a ansiedade.
Como falamos anteriormente, a ansiedade faz parte da vida. Mas o que diferencia a ansiedade normal
da ansiedade patológica (doença – transtorno de ansiedade) é sua intensidade e comportamento de esquiva.
De um modo geral, a ansiedade constitui um diferencial de personalidade. Enfim, todos possuem, mas o grau
de manifestação varia de indivíduo para indivíduo. O transtorno de ansiedade, conforme Silva (2006) acomete
indivíduos quetêm personalidades já ansiosas. Portanto, ser ansioso é estar constantemente inquieto,
preocupado, acelerado, tenso, independentemente do meio externo. Estar ansioso é ter todas essas manifestações,
acrescentadas as sensações físicas de sudorese, palpitações e náuseas. Quando o ser se une ao estar ansioso,
verifica-se grande desconforto e sofrimento, configurando o transtorno de ansiedade. Devido à evitação da
sensação de ansiedade intensa, surge o comportamento de esquiva, que leva a pessoa a evitar tudo àquilo que lembre
o que ela teme, assim restringe suas atividades. É um transtorno muito comum na população, porém poucos são
os que procuram tratamento, sendo comum procurar esconder-se das pessoas com quem convive.
Entretanto, existem sinais sutis de que a vida dessas pessoas está em desequilíbrio. Vejamos as frases:
“‘Estou aprisionado na rotina’; ‘Não tenho vida própria’; ‘Estou esgotado, simplesmente exausto’; ‘Me sinto só’”
(COVEY,2009). Essas são vozes de pessoas comuns, trabalhadoras, pais, chefes, que estão lutando para se
adaptar às exigências atuais de que precisamos ser bons em tudo que fazemos e que o dia continua tendo
somente 24horas e quenão temos tempo a perder. Segundo Covey (2009), o ponto central para enfrentarmos
com sucesso esses problemas é o rompimento com as antigas formas de pensar e se permitir “não ser tão
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perfeito”, diminuindo as expectativas irrealistas em relação a si próprio e aos outros,
aumentando a satisfação e diminuindo as frustrações.
Nas fobias específicas – medos exagerados – de insetos, gatos, de dirigir, as pessoas conseguem evitar
contato e conseguem adiar um enfrentamento da situação por algum tempo. A ajuda especializada só é solicitada
quando a pessoa tem prejuízos em várias áreas de sua vida (afetiva, social e profissional).
A notícia boa é que, em 80% dos casos, é possível ter uma melhora significativa da qualidade de vida
por meio do tratamento psicoterapêutico. O autoconhecimento reduz a ansiedade e também ajuda a assumir
maiores riscos (por meio de técnicas terapêuticas), gerando maior tolerância a sensações de ansiedade. A
pessoa percebe que evoluiu gradualmente, começa a visualizar a possibilidade de sucesso e toma as rédeas de
sua vida.
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PERSONALIDADES PREDISPOSTAS À ANSIEDADE
Abaixo, você terá a oportunidade de ver o que funciona bem ou mal sobre as características de
personalidade ansiosa, de acordo com Gerzon (1997). Outro fator a ser destacado é que os tipos de reação à
ansiedade também derivam de fatores genéticos, de gênero (masculino e feminino) e culturais. Normalmente,
variamos os tipos de personalidade ansiosa de acordo com a situação existente, mas tem a que predomina a
maior parte do tempo.
E não esqueça: ninguém mantém o equilíbrio perfeito todo o tempo. O que podemos é reconhecer nossas
atitudes ansiosas e nos tornar mais tolerantes com as atitudes dos outros, pois a ansiedade é sentida e
enfrentada de maneira diferente por cada um de nós.
1. Preocupado: “Estou preocupado com...” Esta frase é dita comumente por pessoas com uma
atividade mental intensa as quais, para qualquer ação que tenham de realizar, estão pensando
obsessivamente nos prós e contras, gerando mais incertezas. Outro fator marcante é a preocupação de como
pode ser visto pelo outro, “o que vão pensar. ” Existe uma necessidade elevada de agradar aos outros.
Costumam ter problemas ao sono (insônia), problemas digestivos (úlceras e gastrites) e hormonais.
4. Explosivo: “Vou resolver isso neste instante...”. O explosivo tem como característica básica
querer modificar o mundo a sua volta para aliviar sua ansiedade. Transfere conflitos interiores para os que
estão ao seu redor (filhos, patrões, cônjuges), culpando-os. Tende a analisar a realidade pelo prisma do 8 ou
80, preto ou branco, ou seja, não vendo que existem outras possibilidades. Assim, quer impor seu modo
de agir e pensar aos outros por meio do poder econômico (dinheiro), posições de autoridade e até
força física. Tem dificuldade de manter relacionamentos emocionais duradouros devido à “falta de
travas”, perde a paciência com facilidade, esbraveja e responsabiliza os outros.
5. Controlador:
“Podemos resolver isso assim” . C o m o o explosivo, o controlador
deseja controlar tudo a sua volta para evitar a ansiedade. Tem como características a racionalidade,
inteligência, autocontrole (mantém normalmente a calma e não age com impulsividade). Há preocupação
com a sua imagem perante os outros, tem necessidade de aprovação e é ambicioso, perfeccionista
e organizado. É bastante valorizado no trabalho, pois é responsável e comprometido com tudo que
faz. Das personalidades ansiosas é a mais admirada.
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Você se percebe controlador?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva, aceitando que há assuntos que
fogem de sua responsabilidade e de seu controle, como o comportamento dos outros.
O autocontrole é importante, mas a repressão emocional pode ser doentia.
6. Prestativo: “Deixa que eu ajudo você...”. Oprestativo está sempre disposto a atender às
necessidades das pessoas, independentemente de onde estejam. Já as suas necessidades são sempre
deixadas de lado e desenvolvecodependência com as pessoas. Decepciona-se se seu apoio ou sacrifício
não éreconhecido. Recebe títulosde mãe exemplar, esposa maravilhosa, funcionária padrão. Quando,
por exemplo, osfilhos crescem e vão embora, a mãe com esse perfil sente-se deprimida e ansiosa
(chamada de síndrome do ninho vazio).Pode sofrer de obesidade, depressões e alergias.
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COMO SE DIAGNOSTICA TRANSTORNO DE ANSIEDADE
A ansiedade normal apresenta-se também nas etapas naturais da evolução do indivíduo, quando ele se
depara com novas experiências: o bebê que se sente ameaçado com o distanciamento dos pais; para a criança, o
primeiro dia da escola na educação infantil; para osadolescentes, a mudança do corpo e os relacionamentos
amorosos; para os adultos, aproximação da velhice ou enfrentamento de uma doença.
A ansiedade patológica (doentia), podemos dizer, é uma resposta inadequada em relação ao estímulo
dado. Exemplo: ficar atormentado pela aproximação de um gato (ailurofobia). Não existe uma causa única,
determinante para a ansiedade normal ou para os transtornos de ansiedade. Caso houvesse, seria muito simples
resolver. Como a pessoa percebe, pensa e age frente aos fatos ao seu redor advém de suas vivências,
personalidade e ambiente.
Os transtornos ansiosos afetam os setores mais diversos da vida, deixando a pessoa “sem prazer em
viver”, “sem alegria”. Esta vai fechando-se em seu mundo interior (evita passeios, eventos sociais, competição
esportiva e evolução profissional) e isso é percebido pelas pessoas à sua volta: família, amigos e colegas de trabalho.
Surge a famosa frase: “Fulano não é mais o mesmo”. No entanto, o indivíduo, às vezes, nem tem consciência disso.
É interessante destacar que uma pessoa ansiosa pode sentir inquietação, enfim, incapacidade de ficar
sentada ou parada por muito tempo. O corpo fala com reações do tipo: tamborilar os dedos na mesa, cruzar as
pernas e ficar balançando e apertar as mãos. A concentração também fica alterada. Ela costuma elevar o perigo e
diminuir sua real capacidade de enfrentar devido a sua baixa autoestima. “E quase todos dizem algo como
‘Ninguém compreende como me sinto. Tenho tanto medo. Estou perdendo tanta coisa. Não tenho mais nenhuma
autoestima’” (ROSS, 1995, p.11).
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