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1. O Transtorno do Pânico
Justamente esse estado de desamparo oferece o perigo do qual o psiquismo foge. Essa
condição independe de qualquer situação ou realização. Uma vez que o nível de
angústia se eleva, se torna incontrolável e invade o ego, então o indivíduo se sente
sozinho, sem recurso, desprotegido, consequentemente, desamparado. Neste
momento surge então a síndrome do pânico ou também conhecida como, transtorno
de pânico.
2. Os sintomas
De acordo com a OMS (1995), o transtorno do pânico tem como característica ataques
recorrentes de uma grave ansiedade que acontece de forma imprevisível e não em
situações específicas. Durante estes ataques alguns sintomas físicos aparecem e faz
com que o indivíduo desenvolva um medo excessivo equiparado ao medo da morte
ou, até mesmo ao de enlouquecer e perder o controle. Estes sintomas são ocasionados
devido à presença de um estado de desamparo causado pela angústia e sentimentos
que ameaçam a integridade física.
Vale ressaltar que, ainda segundo a OMS (1995), um ataque de pânico não determina a
existência do transtorno de pânico. Uma característica comum que auxilia no
diagnóstico é o aparecimento do pânico de forma inesperada, independente de
situações que geram angústia. Esses ataques devem se apresentar frequentemente e
com características particulares.
Outros ataques de pânico podem ocorrer e por este motivo as pessoas têm uma
preocupação única com as possíveis implicações. Após o primeiro ataque o indivíduo
se sente desencorajado, envergonhado, cansado, ansioso e infeliz, tornando-se difícil
seguir com sua habitual rotina. Isso causa angústia justamente pelo medo de ser
surpreendido novamente com outro ataque. Esse medo afasta o indivíduo das
atividades simples do dia a dia e compromete seu comportamento e sua qualidade de
vida.
3. A Perspectiva Psicanalítica
Não há um discurso único e homogêneo para o tema sob o olhar psicanalítico, ainda
assim o assunto é bastante fundado embasado nos textos de Freud.
Segundo Freud (1926), o ataque de ansiedade pode ser provocado por uma afetação,
começando bruscamente e repentinamente na consciência, sem ser despertada pela
imaginação, sendo assim, indivíduos que sofrem com o transtorno do pânico estão
sujeitos a crises agudas de medo de forma inesperada e recorrente.
Para Freud (1926) o perigo ganha nova proporção, uma vez que o perigo do qual o
indivíduo precisa se defender é o desamparo. Essa é uma condição que não há
recursos para a autodefesa, precisando assim da ajuda de outra pessoa para
sobreviver. Sendo assim, sobreviver significa ser amparado.
4. Considerações Finais
O que mais angustia quem sofre com o transtorno do pânico é não saber o porquê.
Quando o indivíduo é questionado sobre o que aconteceu anteriormente ou quais as
causas do seu mal-estar ele não faz ideia do que o levou a esta crise.
Para a psicanálise não existe uma lista de possíveis sintomas que definem a
portabilidade do transtorno do pânico, entender a importância terapêutica
psicanalítica no tratamento da síndrome é um meio de prevenir o risco de se atentar
apenas para os sintomas fisiológicos e cognitivos, partindo em busca das causas.