O documento discute ansiedade e depressão na perspectiva da Gestalt-terapia. Apresenta o ciclo do contato e como a ansiedade pode interromper suas fases, levando a padrões como projeção e introjeção. Também aborda síndrome do pânico e como a terapia gestáltica busca trazer o cliente para o aqui e agora através da experiência, expressão corporal e diálogo.
O documento discute ansiedade e depressão na perspectiva da Gestalt-terapia. Apresenta o ciclo do contato e como a ansiedade pode interromper suas fases, levando a padrões como projeção e introjeção. Também aborda síndrome do pânico e como a terapia gestáltica busca trazer o cliente para o aqui e agora através da experiência, expressão corporal e diálogo.
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O documento discute ansiedade e depressão na perspectiva da Gestalt-terapia. Apresenta o ciclo do contato e como a ansiedade pode interromper suas fases, levando a padrões como projeção e introjeção. Também aborda síndrome do pânico e como a terapia gestáltica busca trazer o cliente para o aqui e agora através da experiência, expressão corporal e diálogo.
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Eziene Monteiro e Marcella Barros Superv. Profª Mª Aparecida Ansiedade e Gestalt-terapia
A ansiedade é parte integrante do fenômeno humano. O homem
tem a capacidade de participar da construção do mundo e isso o coloca sob a pressão de optar, escolher e tomar decisões, tudo dentro de um período limitado. Ele tem consciência de sua finitude. Esta realidade o torna ansioso, porém é uma ansiedade que o impulsiona ao crescimento e a criatividade. A ansiedade se agrava e se torna patológica quando paralisa o desenvolvimento do indivíduo, ele se torna reduzido. Seu mundo fora de foco.
Seja em seu aspecto existencial ou disfuncional, a ansiedade é
companheira do homem desde o berço até o seu último suspiro. O indivíduo ansioso inibe o processo natural de contato e assimilação dos novos elementos necessários ao seu próprio crescimento.
Para a Gestalt-terapia a ansiedade é o vácuo entre o agora e o
depois.
A ansiedade antecipatória ao contato inibe a possibilidade de
assimilação e, consequentemente, o crescimento do organismo. O transtorno de ansiedade se agrava ao se transformar em um círculo vicioso, o organismo se interrompe e se sobrecarrega com situações incompletas dificultando o processo de viver e se nutrir de forma eficiente.
O contato com o ambiente, segundo a visão da gestalt-terapia
ocorre em seqüência ordenada e lógica denominada “Ciclo do Contato”.
A leitura do fenômeno do contato desempenha o papel de um
mapa para a compreensão do terapeuta frente às habilidades e inabilidades do cliente no seu manejo em relação ao meio. Fases do Ciclo do Contato:
Primeira fase - configura-se no processo de formação da
awareness. Nesse estágio, a necessidade do indivíduo ainda não foi claramente estabelecida.
Segunda fase - refere-se a fase da energia/ação. Nesta fase há
deliberação e escolha do indivíduo em relação ao ambiente.
Terceira fase - há menos deliberação e mais espontaneidade. O
indivíduo deve ser capaz de lidar com a ansiedade inerente ao processo de assimilação de um novo elemento. Quarta fase - há a resolução e o fechamento. A gestalt divisada no ambiente é fechada, a necessidade é satisfeita e há o equilíbrio do organismo, a homeostase.
Quinta fase - há o repouso e o retraimento. O fundo volta a
ser difuso e indiferenciado até o surgimento de outra necessidade, com abertura de outra Gestalt.
Esse funcionamento perfeito do ciclo de contato, não raro,
encontra obstáculos e interrupções que se relacionam significativamente com o fenômeno da ansiedade. A ansiedade é uma grande excitação contida, encapsulada, que significa estreiteza, limite de espaço ou de tempo.
Na ansiedade há contenção e estreitamento de aspectos
fisiológicos, tais como a retenção da respiração, do sistema muscular, do sistema sensorial, entre outros.
Indivíduos com perfil de ansiedade apresentam uma redução
dos contatos sociais.
A fobia social é um exemplo desse fato.Os indivíduos buscam
fugir das situações onde serão objeto de maior contato social. Outro exemplo é a claustrofobia, onde os indivíduos evitam ambientes fechados. Ela é uma projeção, no ambiente, da experiência de um mundo que é vivenciado como estreitado e opressivo.
Outro exemplo é a gagueira, onde a ansiedade apresenta-se
como excitação, com ausência de suficiente suprimento de oxigênio, pois o indivíduo tenta falar enquanto inspira. Na ansiedade o Ciclo do Contato é interrompido por uma série de mecanismos que comprometem o seu funcionamento normal.
A confluência é o mecanismo no qual o organismo não
consegue distinguir o que é seu e o que é do outro.O indivíduo faz o que lhe desagrada para obedecer ao outro,e mesmo assim fica ansioso, temendo a desaprovação.
A projeção ocorre quando o indivíduo atribui aos outros as
responsabilidades, fracassos e dificuldades que são dele. Aqui ele coloca a responsabilidade nos outros no sentido de atenuar sua ansiedade. Na introjeção, o indivíduo obedece e aceita opiniões, normas e valores dos outros, engolindo conceitos sem nenhum critério. Com essa estratégia, administra os níveis de ansiedade em patamares suportáveis.
Na retroflexão, o indivíduo faz consigo o que gostaria de
fazer aos outros. A ansiedade é controlada via evitação do confronto direto com o meio.
O indivíduo, na ansiedade, não consegue permanecer no “aqui
e agora” e, dessa forma, há o comprometimento no processo normal de contato com o meio. A experiência, a forma em que o indivíduo vivencia o mundo, no aqui e agora, constitui a estratégia terapêutica fundamental da Gestalt-terapia frente à ansiedade.
O gestalt-terapeuta, na sua prática clínica, não objetiva
enfatizar as causas do comportamento ansioso do seu cliente.
Seu esforço se concentra no sentido de trazer para o primeiro
plano a experiência desse indivíduo único e inédito na sua relação com o mundo.
O uso de perguntas autoapoiadoras promovem a reconstrução
da awareness, sendo essa uma ação terapêutica eficiente sobre a ansiedade. A pedra de toque da gestalt-terapia, em bases dialógicas, refere-se à região do “entre”, na qual a singularidade do outro é respeitada e confirmada.
Para clientes com ansiedade significativa, as técnicas
expressivas merecem especial atenção. O mundo desses indivíduos se apresenta contido sob diversos ângulos. Expressar-se livremente, seja através de desenhos, textos, gestos, pode assegurar um apóio à expressão por excelência.
Os exercícios respiratórios também podem ser incluídos
visando a harmonização dos portadores de transtorno de ansiedade. Quando o terapeuta é uma pessoa autêntica, sincera e assertiva ele está a serviço da estratégia básica da Gestalt-terapia de incrementar a experiência do cliente na sua relação imediata com o mundo.
A satisfatória relação terapêutica favorece o retorno ao
funcionamento da awareness e do ciclo do contato, sempre no aqui e agora.
Viver no “aqui e agora” é viver sem ansiedade patológica.
Filme Na cena em que Lizzie está tentando escrever um artigo para uma revista de música, ela começa a mostrar fortes sinais de ansiedade. Rói unhas, escreve alucinadamente sem conseguir completar o raciocínio, amassa muitos papéis e fica dias sem dormir. Os amigos tentam alertá-la para os riscos à sua saúde, chegam a dizer que está cheirando mal e percebem que ela precisa de ajuda profissional. Síndrome do Pânico
Segundo o CID 10 a síndrome do pânico é constituída por
ataques recorrentes de ansiedade grave, tendo como sintomas dominantes palpitações, dor no peito, sensações de choque e sentimentos de irrealidade. São comuns ainda um medo secundário de morrer, perder o controle ou ficar louco.
Na síndrome do pânico o indivíduo tem uma ansiedade
excessiva, o que propicia um quadro constante de ataques do pânico. É uma experiência tão assustadora que as pessoas passam a temer o próprio medo e a evitar as situações em que o pânico ocorreu. Para aliviar a ansiedade entre as crises de pânico, muitos medicamentos são utilizados. Porém, só uma pequena porcentagem dos pacientes melhora. Como conseqüência alguns indivíduos desenvolvem a dependência de tranqüilizantes, álcool e variadas drogas.
Há uma relação significativa entre o pânico e as crises de
ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Parte dos pacientes que desenvolve esta síndrome não conseguiram construir uma referência interna do outro (mãe) que lhes propiciassem segurança e estabilidade emocional. A experiência do pânico é muito próxima do desespero de uma criança pequena, ao se sentir perdida dos pais. Um sofrimento intenso de sentir-se deixada, frágil, sem proteção, sob o risco do aniquilamento e da morte.
As pessoas acometidas por esta desordem psicológica não
experimentam relações satisfatórias com o outro e nem contato enriquecedores.
Falando de uma forma gestáltica, se o medo tem estado muito
presente como fundo para as experiências humanas atuais é natural que ele tenda a se fazer figura. Existem dois estilos de personalidade que costumam apresentar o transtorno do pânico. O primeiro tende a não escutar suas próprias necessidades, o indivíduo se vê como super homem, sempre toma conta de tudo, é uma referência familiar. O segundo tende a só escutar suas próprias necessidades, sempre buscando apoio no outro.
O estilo super homem tende a sair muito mais rápido do
quadro de pânico, pois tende a onipotência. O estilo dependente por tender a impotência permanece mais tempo no problema. No pânico a ameaça existente está dentro da própria pessoa. Ela não tem esconderijos, não tem como fugir. O disparador é interno.
Existem alterações bioquímicas nas crises do pânico, já que a
dinâmica do estado emocional envolve alterações desta ordem.
A medicação neste quadro funciona apenas como um paliativo,
pois não atua nos fatores geradores do quadro. O que vai modificar esses fatores é o aprendizado e o autoconhecimento.
A síndrome do pânico tem cura e a pessoa tem muitos ganhos
neste processo. No início do processo psicoterápico a pessoa se encontra num estágio de tensão permanente, chega ao consultório apenas sobrevivendo e com ajuda terapêutica resgata a possibilidade de voltar a viver.
Na segunda fase do processo terapêutico, quando já não
existem mais crises, o cliente passa a se conhecer melhor, cuidar dos próprios limites e consolidar os ganhos obtidos na etapa inicial. Compreendendo a Depressão na Abordagem Gestáltica
A depressão é atualmente uns dos motivos mais freqüentes
para a busca da psicoterapia.
OMS - 5% da população tem depressão; 13 a 20% dos adultos
vão sofrer um episódio depressivo; 15% dos deprimidos chegam ao estágio fatal do suicídio se não recorrem ao tratamento. A depressão, a tristeza e a melancolia apesar de apresentarem alguma relação de parentesco, não querem dizer a mesma coisa.
Melancolia - é situada no quadro de temperamento do indivíduo
e assemelha-se a depressão neurótica, onde o indivíduo apresenta uma visão depressiva do mundo. O melancólico faz um ajustamento criativo e tenta administrar e conviver com a dimensão obscura de sua existência.
Tristeza - caracteriza-se por um sentimento de pesar decorrente
da perda de um bem estimado. O indivíduo triste tem sua sensibilidade emocional aguçada e tende a refugiar-se no seu mundo interno. Ele mantém intactas suas capacidades e a consciência de suas possibilidades. Depressão - o indivíduo vivência uma prisão, fruto da ausência de um horizonte a desvelar-lhe qualquer possibilidade. Ele está fadado a uma autodestruição lenta e sofrida.
A tríade seqüencial desânimo, tristeza e depressão vem
caracterizar a instauração de um quadro depressivo.
Dependendo do número e da gravidade dos sintomas, o
episódio depressivo pode ser especificado como leve, moderado ou grave. Diante da queixa de depressão é importante averiguar se é algo circunstancial (depressão reativa), ou se o quadro se consolida como uma depressão neurótica.
Depressão reativa - caracteriza-se pela ausência de traços
caracteriais do tipo depressivo. Ela é circunstancial, pode ser intensa ou leve,dependendo do evento que a originou, de como está estruturada a personalidade do indivíduo e sua situação atual. Ela ocorre depois de um fracasso ou perdas diversas e significativas. Depressão neurótica - caracteriza-se pela presença de traços caracteriais do tipo depressivo, o que implica numa maneira depressiva constante de perceber e sentir a realidade. O indivíduo apresenta uma baixa autoestima, ausência de segurança, incapacidade de lidar com conflitos e impasses, tendo assim seu desenvolvimento interrompido.
O depressivo percorre uma trilha dolorosa e sombria,
permeada por rupturas, perdas, culpa, autoagressão, solidão e até o abismo da morte. A depressão acomete o indivíduo total, em todas as suas dimensões.Uma dimensão afetada desestabiliza as demais. As dimensões humanas afetadas pela depressão:
Dimensão física - o indivíduo apresenta-se com a aparência
descuidada, a andar curvado e um olhar tristonho. Queixa-se de alteração do sono e apetite, sintomas físicos sem causa orgânica, falta de energia e desejo sexual.
Dimensão afetiva - observa-se o predomínio do autoconceito
negativo, de sentimentos de impotência, solidão, abandono, tédio, vazio, desvalor e culpa. Dimensão racional - o indivíduo queixa-se de dificuldades de memória e concentração, raciocínio lento e dificuldade de tomar decisões.
Dimensão social - o indivíduo tende a isolar-se, a desligar-se
dos apelos e solicitações sociais. Percebe-se sozinho e questiona o valor de estar com o outro.
Dimensão espiritual - há uma perda do sentido da vida,
idéias de suicídio e morte, quebra e descrédito de valores, tendendo a um certo niilismo. A depressão, a partir da perspectiva fenomenológica existencial, enquadra-se como uma disfunção da temporalidade.
Na depressão há a ausência da conexão de temporalidade:
passado, presente e futuro. O indivíduo refugia-se no passado e desinteressa-se pelo futuro. O presente esvazia-se.
O trabalho terapêutico na depressão objetiva o resgate do ser
temporal, o refazer da trama da temporalidade. O trabalho gestáltico sustenta-se pelo tripé: fenomenologia, diálogo e contato.
Perspectiva fenonenológica - ao trabalhar com a depressão
nessa perspectiva faz-se importante investigar como está estruturado o todo do indivíduo que vivencia a depressão e que sentido isso faz na sua existência, no momento atual.
Atitude dialógica - ao perceber a presença e a disponibilidade
do terapeuta para o diálogo genuíno e a aceitação de sua singularidade, o cliente sente-se à vontade para experienciar a depressão em toda a sua extensão, captar suas mensagens existenciais e procurar viver melhor. Contato - à medida que o contato é trabalhado o indivíduo conscientiza-se de como está em cada uma de suas dimensões, o nível de afetamento, os sentimentos vivenciados, bem como as possibilidades de ação, visando o restabelecimento do fluxo natural de sua vida.
O terapeuta, no trabalho com o depressivo, deverá tomar
providências necessárias para preservar a integridade do mesmo. Às vezes com o envolvimento das pessoas mais próximas, bem como indicação de acompanhamento médico.
Quando o quadro depressivo se configura como grave, onde há
idéias e tentativas de suicídio, faz-se importante um espaçamento menor entre as sessões. Os resultados do trabalho com depressivos podem ser vistos ao longo do processo, sem que leve tanto tempo. Nas depressões reativas, em seis meses, as mudanças na vida do cliente são significativas.
Em depressões mais graves, o tempo pode se estender mais,
porém as manifestações vão sendo resolvidas da melhor forma, no ritmo permitido pelo cliente.
A atitude amorosa do terapeuta facilita o desenvolvimento do
potencial amoroso do cliente. “No trabalho com depressivos são necessários conhecimentos teóricos, técnicos e amor, muito amor, pois este engloba inúmeras habilidades e virtudes requeridas para se estar não só com depressivos, mas com todos os seres únicos que nos procuram, confiando em nosso trabalho, na busca de por um fim ao sofrimento ou na busca de ampliar o seu crescimento.” Filme Durante uma discussão com uma amiga, Lizzie entra em um estado de perturbação. A visão e a audição se turvam. Ela compara o início da depressão com uma frase que ouviu de um cantor: “gradualmente e de repente” é assim que a depressão chega. Você acorda uma manhã com medo de viver. A partir daí ela se isola. Muda-se para um quarto individual e permanece deitada em meio à desordem do ambiente. Quando sua mãe chega ela diz que fica melhor sozinha. Que pediu para mudar de quarto em função de sua instabilidade mental. Ansiedade e Depressão em Gestalt-terapia Análise do Filme: Geração Prozac Eziene Monteiro e Marcella Barros Superv. Profª Mª Aparecida