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PSICANÁLISE CLÍNICA

ACADECAPE
PROF OTONIEL PINHEIRO
NEUROSE - PSICOSES E FOBIAS
- OBJETIVO DA AULA:
IDENTIFICAR A DIFERENÇA ENTRE NEUROSE - PSICOSES E FOBIAS.
IDENTIFICAR OS PRINCIPAIS SINTOMAS DOS TRANSTORNOS MENTAIS
ENTENDER SEUS EFEITOS NA VIDA DAS PESSOAS
TEINAR A LEITURA INDIVIDUAL DO CLIENTE ENTENDENDO SEU
ESTADO PSICOLÓGICO
TREINAR A OBSERVAÇÃO PARA NÃO CONFUNDIR OS ESTADOS
MENTAIS
NEUROSE E PSICOSE: O QUE SÃO?
A neurose é uma condição psicológica que se caracteriza pelo sofrimento
psíquico, gerando desconforto em muitas pessoas. A psicose, por sua vez, é
um transtorno mental grave que afeta a forma como uma pessoa percebe a
realidade e se relaciona com os outros.

Diante disso, a neurose é um termo usado para designar um conjunto de


sintomas mentais que afetam a pessoa emocionalmente, podendo interferir
em sua vida cotidiana, mas sem causar um sofrimento psicológico muito grave.
Além disso, ela pode estar relacionada a eventos estressantes da vida, como o
falecimento de um ente querido, um divórcio ou uma mudança de emprego. A
neurose também está relacionada à forma como uma pessoa se estruturou
psicologicamente desde a infância e seus efeitos podem ser percebidos na
posterioridade, como na vida adulta, por exemplo.
Por outro lado, a psicose é um termo utilizado para designar um
transtorno psicológico grave que causa alterações significativas na
personalidade e no comportamento de uma pessoa. A psicose pode
ser causada por problemas orgânicos, como tumores cerebrais, ou por
condições psiquiátricas, como esquizofrenia. Além disso, os sintomas
da psicose podem ser intensificados com o uso excessivo de algumas
substâncias como medicamentos utilizados de forma equivocada,
psicoativos, entre outros.
AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE NEUROSE E PSICOSE

A neurose pode afetar a capacidade de uma pessoa de lidar


com a realidade. A psicose, por outro lado, devido ao seu
caráter mais grave, pode causar alucinações e delírios,
dificultando o contato com a realidade. Embora as duas
condições sejam semelhantes em muitos aspectos, há algumas
diferenças importantes entre elas.
1) CAPACIDADE DE LIDAR COM A REALIDADE
Uma das principais diferenças entre neurose e psicose é o grau de
comprometimento da capacidade de uma pessoa de lidar com a
realidade. Quem sofre de neurose geralmente tem um bom senso de
realidade e consegue distinguir entre o que é real e o que não é. Já as
pessoas com psicose tendem a perder o contato com a realidade e
podem ter alucinações e delírios.
2) OS SINTOMAS
Outra diferença importante entre neurose e psicose está no tipo de
sintomas que cada uma causa. Os sintomas da neurose geralmente
são menos graves do que os da psicose e podem incluir ansiedade,
depressão, medo excessivo e obsessões compulsivas. Já os sintomas
da psicose podem ser considerados mais intensos e graves e podem
incluir alucinações, delírios, comportamento incoerente e agressivo.
3) INTERFERÊNCIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Devido à presença dos sintomas supracitados, pessoas diagnosticadas
com psicose podem ter maior dificuldade em estabelecer relações do
que pessoas neuróticas.
4) CAUSAS DA PSICOSE E NEUROSE
Além disso, as causas das duas condições também são diferentes. A
neurose geralmente tem causas psíquicas, enquanto a psicose
geralmente tem causas orgânicas. No entanto, às vezes as duas
condições podem ter causas mistas.
5) A GRAVIDADE
Devido à perda de contato com a realidade, a psicose pode ser
considerada mais grave que a neurose. Entretanto, é válido enfatizar
que essas interferências podem se agravar quando o tratamento
adequado não é direcionado para essas pessoas.
TIPOS DE NEUROSE E PSICOSE
As neuroses geralmente envolvem ansiedade, medo ou depressão que podem afetar
negativamente o dia a dia da pessoa. As psicoses, por outro lado, são mais graves e
podem causar alucinações e delírios. As pessoas com psicose podem ter problemas para
se conectar com a realidade e podem se isolar socialmente.

Existem vários tipos de neurose e psicose, cada um com seus próprios sintomas e
tratamentos. Alguns dos tipos mais comuns de neurose incluem:

Fobia social;
Transtorno do estresse pós-traumático;
Transtorno obsessivo-compulsivo;
Transtorno de ansiedade generalizada;
Transtorno depressivo.
Alguns dos tipos mais comuns de psicoses incluem:

Esquizofrenia: A esquizofrenia é um distúrbio psicológico grave que


afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e age;

Transtorno de Personalidade Bipolar: no qual a pessoa poderá ter


alterações extremas no humor;

Transtorno do estresse pós-traumático: especialmente devido aos


sintomas que podem incluir alucinações, delírios, ansiedade e
flashbacks dos eventos traumáticos que a pessoa vivenciou.
SINTOMAS DE NEUROSE E PSICOSE

As neuroses e psicoses apresentam sintomas diferentes, embora haja


algumas semelhanças. A neurose é um transtorno mental menos grave
que a psicose e os sintomas são menos intensos e podem ser
controlados com tratamento. Já a psicose é um transtorno mental mais
grave e os sintomas são mais intensos e podem levar à incapacidade de
executar tarefas adequadamente no dia a dia.
Os sintomas de neurose incluem:

ansiedade;
medo ou preocupação exagerados;
estresse;
depressão;
irritabilidade;
baixa autoestima;
dificuldades de concentração;
insônia.
Já os sintomas de psicose podem incluir:

delírios (crenças irracionais);


alucinações (visões ou sons que não existem);
desorganização do pensamento;
comportamento errático e agressivo.
TRATAMENTO DE NEUROSE E PSICOSE

O tratamento de neurose e psicose pode acontecer de diversas maneiras. O


primeiro passo é o diagnóstico, que visa identificar a causa do problema. Em
seguida, é importante estabelecer um plano de tratamento que atenda às
necessidades específicas do paciente. Diante disso, o tratamento pode incluir
psicoterapia ou até mesmo o uso de medicamentos, se for necessário.

A psicoterapia é uma abordagem eficaz para o tratamento de neurose e psicose.


Ela visa ajudar o paciente a compreender e lidar com suas emoções, pensamentos
e comportamentos. O uso de medicamentos, quando necessário, auxilia no alívio
dos sintomas e é recomendado que seja feito em conjunto com o
acompanhamento psicoterápico adequado.
O que é fobia?

A fobia é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo


irracional de uma situação, atividade, lugar, objeto ou animal, mesmo
que isso não represente qualquer perigo. Ou seja, a ansiedade que uma
pessoa fóbica sente é desproporcional à circunstância em si.

Existem tanto fobias específicas, como medo de animais, de altura, de


ferimentos ou de sangue, quanto complexas, como medo de interações
sociais. Geralmente, os transtornos simples se manifestam quando uma
pessoa tem um senso de perigo exagerado ou irrealista sobre algo e
evita os gatilhos específicos.
O desenvolvimento de fobias pode estar ligado à interação entre
fatores genéticos e ambientais, a condicionamentos, a eventos
negativos relacionados a uma situação ou objeto, a mudanças no
funcionamento do cérebro ou a experiências traumáticas vividas na
infância. Por isso, crianças e jovens são suscetíveis a apresentar esse
tipo de transtorno.
Qual é a diferença entre medo e fobia?

O medo é considerado uma emoção básica, ou primária, de adaptação do


homem frente a situações de ameaça ou perigo enfrentadas ao longo de sua
história evolutiva. Esse estado emocional é universal, ou seja, é compartilhado
entre indivíduos de todas as culturas.

Essa resposta imediata a eventos ambientais ou pensamentos internos


desencadeia mudanças de raciocínio e comportamento. Isso acontece porque
a emoção é formada por três componentes: resposta fisiológica, como
taquicardia e sudorese; resposta comportamental, como olhos arregalados; e
sensação, em que a pessoa interpreta essas respostas corporais como “estou
com medo”.
Já a ansiedade é uma mistura de emoções, em que o medo é predominante. Esse
sentimento ajuda as pessoas a anteciparem eventos futuros e a buscarem novas
formas de enfrentar os desafios, sendo também parte normal e benéfica na vida
diária. Os níveis de medo e ansiedade variam de pessoa para pessoa, podendo
aumentar ou diminuir de acordo com a circunstância.

Em situações de ameaça ou perigo, o medo e a ansiedade se relacionam, gerando


um estado de apreensão e tensão e comportamentos de proteção, defesa, fuga e
esquiva. Porém, quando a ansiedade ou o medo é angustiante, persistente ou
incontrolável na ausência de perigo real, é um indício de que a pessoa está
sofrendo de fobia.

Portanto, a grande diferença entre o medo e a fobia é a intensidade dos


sentimentos e das emoções e as consequências negativas que esse distúrbio traz
para a vida da pessoa.
Acrofobia

A acrofobia é caracterizada pelo medo irracional de altura e pode ser causada


por diversos fatores, como instinto de sobrevivência exacerbado e
experiências traumáticas. Uma pessoa que caiu de um lugar alto ou
presenciou um acidente envolvendo queda livre, por exemplo, tem grandes
chances de desenvolver esse tipo de fobia.

Os indivíduos que sofrem desse transtorno costumam apresentar sintomas


físicos e emocionais intensos quando estão em locais altos, como vertigem,
tremor e pânico. Nos quadros mais graves, o acrofóbico não consegue subir
escadas, morar em prédios, entrar em elevadores ou dirigir sobre pontes.
Aerofobia

Diferentemente do que muitos pensam, uma pessoa que sofre de acrofobia


nem sempre terá medo de andar de avião. Por isso, há um nome específico para
o medo irracional de voar, que é aerofobia. Geralmente, a pessoa que
desenvolve esse transtorno de ansiedade se restringe ao uso de transportes
terrestres ou marítimos.

A aerofobia pode limitar a vida do indivíduo tanto em questões de lazer quanto


profissionais, pois muitos acrofóbicos deixam de viajar para outros países nas
férias, de participar de congressos internacionais ou de ir a reuniões em filiais
estrangeiras da empresa devido à ansiedade incontrolável que esta situação
causa.
Agorafobia

A palavra agorafobia é usada para designar o medo irracional de lugares abertos,


fechados ou de multidões devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou
de que não terá ninguém por perto para receber auxílio caso apresente sintomas
incapacitantes, como pânico ou crises agudas de ansiedade.
Normalmente, quem sofre desse transtorno fica muito dependente de outras
pessoas, pois precisa ter uma companhia sempre por perto para ter a sensação de
segurança. A falta de independência e de confiança em si mesmo pode trazer muito
sofrimento emocional para o indivíduo com agorafobia.
O simples fato de sair de casa para ir ao supermercado ou à farmácia, por exemplo,
pode se transformar em uma experiência terrível e ameaçadora. Apesar de
saberem que seus medos são irracionais, os agorafóbicos não conseguem deixar de
pensar que estão em constante perigo.
Aracnofobia
Uma das fobias mais comuns está relacionada à aranha, um aracnídeo de oito
pernas que pode ou não ser venenoso para o ser humano. Apesar da aparência
assustadora, muitas espécies são inofensivas e quase invisíveis a olho nu. Porém,
isso não impede que várias pessoas sintam medo excessivo desse animal.

O condicionamento na infância é uma das principais causas da aracnofobia.


Muitas crianças são ensinadas por seus pais ou responsáveis a temer ou a evitar
o contato com aranhas por causa da possibilidade de serem picadas. Quando
chegam à idade adulta, não conseguem controlar o medo e a ansiedade diante
desse bicho, mesmo que não represente um perigo real.
Claustrofobia

Permanecer por muito tempo em um lugar fechado e pequeno é o


maior temor dos claustrofóbicos. Esse transtorno muitas vezes é
confundido com a agorafobia, mas apresenta características distintas
de diagnóstico. Quem sofre desse transtorno sente medo do
confinamento em ambientes fechados.
Coulrofobia

O medo irracional de palhaços é denominado coulrofobia e, na maioria


dos casos, é desenvolvido devido a experiências traumáticas na infância.
Embora sejam coloridas e alegres, essas criaturas mascaradas típicas do
circo transformaram-se no pesadelo de muitas pessoas.

As expressões faciais desconhecidas e os gestos exagerados dos


palhaços são alguns dos atributos que causam pânico em quem sofre
desse transtorno de ansiedade. Além disso, muitos filmes e seriados de
terror têm o palhaço como protagonista, o que pode ter contribuído
para o aumento dessa fobia entre adolescentes e adultos.
Fobia social

O transtorno de ansiedade social, ou fobia social, é caracterizado por


uma ansiedade ou medo irracional de situações sociais corriqueiras. A
pessoa teme ser rejeitada, humilhada ou avaliada negativamente pelos
demais, por isso esquiva-se de falar em público, de conhecer novas
pessoas, de ir a festas, de comer na frente dos outros, de conversar
com figuras de autoridade ou até mesmo de sair de casa.
Glossofobia

Apesar de ser um grande desafio, muitas pessoas conseguem vencer a


ansiedade de apresentar trabalhos ou fazer apresentações na frente de
uma plateia. Mas, quando essa situação é paralisante e causa um medo
persistente, é um alerta para o diagnóstico de transtorno mental.
Hematofobia

Hematofobia, ou hemofobia, é o nome dado à patologia psicológica


apresentada por pessoas que têm medo exagerado e irracional de ver
sangue. O sintomas mais comuns são desmaio, enjoo, tontura, calafrio
e falta de ar. Porém, esses sintomas podem variar de pessoa a pessoa
dependendo do grau do transtorno.
Ofidiofobia

O medo irracional de cobras ou serpentes é chamado de ofidiofobia.


Assim como a aracnofobia, esse é um dos transtornos de ansiedade
mais comuns envolvendo animais. As pessoas que desenvolvem essa
patologia começam a passar mal e a apresentar sintomas de pânico ao
se depararem com esse tipo de réptil.
Tripofobia

Apesar de parecer inusitado, a aversão a padrões irregulares ou a


agrupamentos de pequenos buracos ou saliências atinge cerca de 15% da
população. Segundo uma pesquisa realizada na Universidade Emory, nos
Estados Unidos, a tripofobia está mais relacionada à emoção de nojo do que de
medo.

Os dados da pesquisa mostram que a reação das pessoas frente a um conjunto


de furos ou buracos está relacionada a um mecanismo visual primitivo presente
em todos os seres humanos. Ao contrário da resposta de luta ou fuga própria do
medo, os voluntários do estudo tiveram uma resposta que retardou a ação,
emitindo um alerta de cautela.
Apesar de variarem de acordo com o tipo e o grau do transtorno, alguns sintomas são comuns a maioria
das fobias e aparecem de forma repentina, principalmente quando ocorre um ataque de pânico. Entre os
sintomas físicos, podemos destacar:

tontura e vertigem;
náusea;
tremores;
calafrios;
formigamento pelo corpo;
sudorese intensa;
dor de cabeça;
tensão muscular;
diarreia;
aumento da frequência cardíaca e palpitações;
boca seca;
dificuldade para respirar.
COMO TRATAR ?
O tratamento de uma fobia deve ser iniciado após um diagnóstico
minucioso, que abranja aspectos físicos, cognitivos e psicossociais. Essa
avaliação clínica detalhada serve como ponto de partida para a escolha
das técnicas mais eficazes para atender às necessidades específicas de
cada paciente.

Os principais tratamentos para esse tipo de transtorno são os


medicamentosos e os psicoterapêuticos, que podem ser indicados
pelos médicos de maneira isolada ou conjunta, dependendo das causas
do problema e do grau de incapacitação da pessoa atendida.
Tratamento não medicamentoso

Algumas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento


de fobias, principalmente a terapia de exposição e a terapia cognitivo-
comportamental. Essas modalidades baseiam-se na aplicação de
técnicas psicológicas para entender as causas do transtorno e fazer com
que a pessoa confronte as situações causadoras da ansiedade ou do
medo.
Tratamento medicamentoso

O uso de medicamentos normalmente é indicado na fase inicial do tratamento psiquiátrico nos


casos mais graves ou avançados de fobia, nos quais há sintomas associados ou mais expressivos.

Os antidepressivos e os tranquilizantes têm mostrado resultados positivos na diminuição da


ansiedade e da agitação típicos dos quadros de fobia, mas devem ser usados de maneira controlada
e por um curto período para que não causem reações adversas ou problemas secundários.

A prescrição de fármacos deve ser feita por um médico especialista, mediante uma avaliação clínica
completa e detalhada, que deve incluir exames laboratoriais, histórico familiar e de dependência de
álcool ou drogas e testes físicos e psicológicos.

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