Você está na página 1de 7

Perturbação Bipolar

Introdução:

Bom dia (…). Com este trabalho pretendemos transparecer a imagem do


que é realmente o transtorno bipolar e as suas respetivas características. E
tentar de certo modo, perceber melhor do que se trata, e como podemos
ajudar ou “agir” respetivamente dos portadores deste transtorno.

Definição:
A Perturbação Bipolar é uma perturbação psiquiátrica caraterizada por
alterações acentuadas do humor e da energia. (ppt)
Existem episódios de intensa depressão e outros de extrema euforia,
chamados episódios de mania. Podem ocorrer também episódios mistos,
nos quais estão presentes tanto sintomas depressivos como maníacos.
Estes episódios podem ser acompanhados por desorganização do
pensamento e do comportamento e interferem frequentemente com a
rotina diária pessoal, profissional e familiar do doente.
Cerca de 3% a 5% da população em todo o mundo sofre de perturbação
bipolar. Pode ter início em qualquer altura da vida, mas surge mais
frequentemente em jovens adultos e raramente em crianças.
(A apresentação da doença é muito variável. Os episódios podem ser
leves, moderados ou graves, ocorrer de uma forma esporádica, cíclica, ou
por vezes consecutiva, sem intervalos. Existem, no entanto, períodos livres
de sintomas, em que o humor está a funcionar de forma adequada.)
A perturbação bipolar é uma doença crónica, que pode evoluir para
formas mais graves se não for devidamente tratada.

O que causa a Perturbação Bipolar?


São conhecidos vários fatores que podem predispor a esta condição
clínica. No entanto, ainda não são totalmente compreendidos os
mecanismos cerebrais que determinam o aparecimento desta
perturbação. 
 Fatores genéticos: ter um familiar próximo com Perturbação
Bipolar aumenta o risco de sofrer desta doença.
 Fatores ambientais: em pessoas que apresentam suscetibilidade
para a doença, a vivência de circunstâncias muito stressantes
(como a morte de alguém próximo, uma separação ou problemas
financeiros) pode atuar como um grande fator e desencadear
episódios sintomáticos.
 Alterações cerebrais: são vários os estudos científicos que estão a
decorrer para entender o funcionamento do cérebro na
perturbação bipolar.

(FIM DA APRESENTAÇÃO) É importante referir que a Perturbação


Bipolar não é um sinal de fraqueza de caráter, nem está dependente da
vontade de cada um. Tal como acontece com outras doenças, como a
Diabetes ou Hipertensão Arterial, a pessoa não escolhe ser portador desta
condição clínica.

As emoções e o humor
O sistema emocional funciona e é regulado no cérebro. Tal como a
temperatura do nosso corpo e a capacidade de sentirmos emoções.
Todos nós sentimos mudanças de humor, geralmente a par de situações
mais positivas ou negativas. Por vezes estamos contentes, sentimo-nos
felizes e confiantes com o mundo que nos rodeia. Outras vezes, ficamos
tristes e o mundo parece pesado e sem graça.
Quando a oscilação do humor é extrema e interfere no normal
funcionamento da pessoa, alterando a sua forma de estar, sentir ou
pensar, ao ponto de as pessoas mais próximas sentirem que algo não está
bem, poderá tratar-se de uma perturbação bipolar.

Sintomas
Os períodos de mania caracterizam-se por humor eufórico ou irritável,
aumento da autoestima, diminuição da necessidade de dormir, aceleração
do pensamento e/ou do discurso, intensificação da energia e maior
envolvimento em atividades aprazíveis (gastos excessivos, desinibição
sexual…), que são suficientemente graves para provocar uma degradação
social e no trabalho. Em alguns casos podem ocorrer sintomas psicóticos,
como alucinações ou ideias delirantes.
A hipomania exibe critérios similares, mas em menor número, intensidade
e, por vezes, de menor duração, não existindo indícios psicóticos nem
deterioração social e laboral.
Os episódios mistos exigem a existência de sintomas depressivos e
maníacos simultaneamente.
O primeiro episódio da doença ocorre tipicamente na 2.ª ou 3.ª décadas
de vida, podendo, contudo, manifestar-se em qualquer idade.

Que tipos de Perturbação Bipolar existem?


Existem diferentes tipos de Perturbação Bipolar, dependentes da
gravidade dos sintomas e da sua duração. Tradicionalmente distinguem-se
dois tipos:
 Na Perturbação Bipolar tipo I os doentes apresentam pelo menos
um episódio de mania e este episódio dura pelo menos uma
semana; também podem apresentar episódios depressivos, com
duração de pelo menos duas semanas. Esta é a forma mais
grave de Perturbação Bipolar.
 A Perturbação Bipolar tipo II carateriza-se essencialmente por
episódios de depressão com períodos ocasionais de euforia, que
não têm a gravidade e o impacto suficientes para serem
considerados episódios maníacos.

Que sintomas estão presentes na Depressão?


A depressão na Doença Bipolar pode ser semelhante a uma Depressão
Major (a depressão major é o tipo de depressão mais comum, sendo
caracterizada por uma combinação de sintomas que interferem com a
capacidade do paciente de se relacionar com outros, trabalhar, dormir,
estudar, comer e desfrutar atividades que eram anteriormente
consideradas agradáveis).
Os principais sintomas são tristeza, que se prolonga no tempo, com
diminuição da energia, cansaço, falta de concentração e dificuldade em
realizar as atividades habituais. Os pensamentos correm de forma lenta.
O pessimismo invade o pensamento, fazendo com que o doente se sinta
inútil, inseguro e sem esperança no futuro. Podem surgir sentimentos de
culpa e de ruína exagerados, que ultrapassam a realidade.
Torna-se difícil o relacionamento social, havendo tendência a evitar o
convívio com outras pessoas. Também se associa com frequência
alterações do sono e do apetite e podem ocorrer ideias de autodestruição
e ideação suicida.
Que sintomas estão presentes num episódio Misto?
Podem surgir episódios em que coexistem sintomas de mania e de
depressão, designados por episódios mistos. Nestas situações, o doente
está frequentemente excitado e agitado, tem energia e necessidade de
realizar muitas tarefas ou de estar ocupado, mas sente-se depressivo e
sem esperança no futuro. Pode existir um grande nível de irritabilidade,
capaz de pôr em risco o próprio doente e terceiros.
Que sintomas estão presentes na Mania?
O doente em mania sente-se com mais energia, alegre, comunicativo,
confiante e criativo. Há ainda uma diminuição da necessidade de dormir
e do número de horas de sono.
Este aumento da energia traduz-se pela tentativa de realizar várias tarefas
ao mesmo tempo sem as conseguir terminar, e elaborar muitos planos
para o futuro. As decisões são tomadas de forma muito otimista, sem
ponderar corretamente as suas consequências, que pode resultar por
exemplo em gastos excessivos de dinheiro.

Diagnóstico

Como é que se pode diagnosticar este transtorno?

O seu diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento correto e


para um bom prognóstico. Ele baseia-se na colheita minuciosa da
história clínica do paciente, com realização de exames complementares
de diagnóstico (entrevista devidamente orientada e exames
laboratoriais), importantes para excluir outras patologias. Compete ao
psiquiatra proceder à avaliação destes casos e confirmar, ou não, o
diagnóstico.
De um modo geral, um doente bipolar procura ajuda mais facilmente na
fase depressiva do que na de mania.
Apenas cerca de 1% da população mundial foi diagnosticada com este
transtorno, sendo de igual percentagem para ambos os géneros.
Há tratamento para o transtorno bipolar?
Geralmente não há tratamento algum que atinja a cura total desta
doença, porém, há diversos tratamentos que ajudam a controlar a
mesma, agindo como tranquilizadores de humor diminuído a
probabilidade de recaídas e de crises tanto depressivas como de
“mania”. Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo.
No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de
medicamentos estabilizadores do humor, cuja ação terapêutica diminui
muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de
«mania».
As crises depressivas tratam-se com medicamentos antidepressivos. As
crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos
e com os medicamentos neurolépticos antipsicóticos.
É importante frisar que o apoio psicológico individual e familiar é
indispensável para as pessoas portadoras deste transtorno.
As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos.

Como podemos ajudar as pessoas portadoras deste transtorno?

Nestes casos é importante o apoio dos familiares e a compreensão dos


que os rodeiam, é importante demonstrar apoio, muitos pacientes com
transtorno bipolar procuram ajuda principalmente pelo receio de impactar
a família e os que rodeia, por isso é importante demostrar apoio e
acolhimento perante o diagnostico, e demonstrar disponibilidade para a
respetiva ajuda, sem parecer condescende.

Algumas pistas relativamente ao comportamento destes pacientes podem


indicar um episódio de mania, misto ou depressivo, é importante
reconhecer os sinais de alerta, visto que pode facilitar os ajustes do
tratamento necessários. A falta de sono, as falas aceleradas podem servir
como sinal de um episódio de mania, já a tristeza, cansaço, e a falta de
sono podem evidenciar sinais de episódios depressivos.

Ao identificar estes sinais, é importante de igual maneira estar atento aos


possíveis fatores que desencadeiam episódios de crises bipolares, procure
observar situações especificas que aparentem ser desencandadoras de
crises, e se possível, ajudar a evitar as mesmas. Por exemplo: estresse,
mudanças na rotina, sono prejudicado, consumo de álcool.
Por fim, é essencial saber discutir abertamente acerca do diagnostico com
o paciente, de maneira honesta, referindo todos os comportamentos
irregulares da pessoa em questão. Saiba ouvir, sem julgar ou criticar os
comportamentos do paciente. Deste modo, seria possível alcançar uma
discussão acerca da estratégia de enfrentamento da doença, e de
tratamento, deste modo, sendo possível propor novas formas de
prevenção de novas crises.

Com estes pacientes, é fundamental a calma e paciência, e reações


racionais, evitando entrar em discussões ou situações de conflito.

Caso clínico: (ver se se mantém este)


Doente do sexo feminino, 76 anos de idade, viúva há mais de 25 anos e
mãe de 3 filhos independentes. Vive sozinha e é autónoma. Costureira
de profissão, reformou-se aos 65 anos de idade. No entanto, continua a
trabalhar, fazendo arranjos numa loja de roupa. Sem antecedentes
psiquiátricos conhecidos e sem história familiar psiquiátrica. Nega
consumos etílicos, tabágicos ou toxicófilos. Nega alergias alimentares ou
medicamentosas. […] Foi levada ao Serviço de Urgência (SU) de
Psiquiatria pela filha, por se apresentar com períodos de agitação
psicomotora, humor elevado,
verborreia, ideação delirante de grandiosidade
e insónia quase total com 4 semanas
de evolução. A doente começou por apresentar
um aumento da sua atividade física, passando
dias e noites a mudar a mobília de sua casa
de sítio, lavando várias vezes os cortinados,
subindo e descendo inúmeras vezes as escadas
de sua casa, sem evidencia de fadiga física ou
necessidade de dormir. Também terá contratado
pessoas para fazerem obras em sua casa,
gastando segundo a família dinheiro desnecessariamente.
Ia várias vezes por semana ao
cabeleireiro, bem como comprou muita roupa
nova. Uma semana antes da ida ao SU, iniciou
períodos de humor disfórico e heteroagressividade
dirigida aos familiares. […]
Teve alta com diagnostico de Perturbação Bipolar
tipo I, Episodio Maníaco, e iniciou seguimento
regular em consulta externa.
Encontra-se em seguimento em consulta externa desde 2013, mantendo a
mesma medicação e sem episódios posteriores
de descompensação. Apresenta o mesmo nível
de autonomia (continua a viver só, continua a
costurar para loja de roupa) e não se objetivou
ate a data deterioração cognitiva.

Conseguimos perceber através deste caso clínico que o acompanhamento


familiar e dos companheiros é essencial para que seja feito um diagnóstico
deste transtorno. E quando bem diagnosticado torna-se possível o
melhoramento das crises.

 Já alguma vez notaram que têm algum amigo/ familiar que possa
ser portador deste transtorno? Se sim, quais foram os
comportamentos que vos despertaram à atenção?
 De acordo com o caso clínico apresentado, que tipo de crise ou
episódio esta paciente poderia estar a sofrer? (episódio misto,
episódio de mania, episódio depressivo) Justifica a tua resposta,
consoante o episódio.

Perguntas vídeo:
- De acordo com esta paciente, qual o principal episódio sofrido de acordo
com os sintomas referidos?
- Após a visualização deste vídeo, acham que há um episódio ou uma crise
que seja pior do que a outra? Se sim, porquê?
- Já alguma vez presenciaram comportamentos de alguém com este
transtorno?

https://www.youtube.com/watch?v=4Jj8YNTjUOU – Vídeo sobre o


transtorno
https://saudemental.pt/perturbacao-bipolar/
https://www.lusiadas.pt/blog/doencas/doencas-cronicas/perturbacao-
bipolar-sintomas-aos-tratamentos
https://www.cuf.pt/saude-a-z/doenca-bipolar
https://www.youtube.com/watch?v=pf8UM4r3TBI – Vídeo António
Sampaio sobre a bipolaridade

Você também pode gostar