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ANA C.

FERREIRA
BRUNNA MAGALHÃES
CAMILA QUEIROZ
GABRIEL ANTONIO
NICOLE W. C. SARTORELLI
SOPHIA L. POLO

TRANSTORNOS DE HUMOR
Depressivo/suicídio e bipolar.

Trabalho da Unidade Curricular “Psicopatologia”,


ministrada pela professora Márcia Aparecida
Makabe e pelo professor Paulo Henrique Curi Dias
para o curso de Psicologia da Universidade
Anhembi Morumbi. 2022

UAM-SP
2022
SUMÁRIO

Introdução ………………........................................................................................... 3

Transtorno depressivo/suicídio .................................................................................... 4

Transtorno bipolar ………............................................................................................ 5

Tratamentos ............................................................................................................... 10

Considerações finais ………....................................................................................... 12


INTRODUÇÃO

Transtornos do humor, também conhecidos como transtornos afetivos, são definidos


quando há períodos prolongados no qual o humor de uma pessoa está fora da curva da
normalidade, ou seja, a pessoa está com uma tristeza que é incompatível com as circunstâncias
em que ela está. Ou, no caso da mania, há uma euforia desmedida. Em ambos os casos, a vida do
paciente é afetada negativamente por isso.

Após essa breve apresentação, posso então deixar claro ao


leitor qual é a pergunta
fundamental qu
Dentre os principais exemplos, destacam-se: transtorno depressivo e o transtorno bipolar
(anteriormente conhecido como maníaco-depressivo). Além desses, é possível destacar a
ciclotimia e a distimia.
O transtorno depressivo caracteriza-se por episódios de baixa vitalidade, o que leva a
alterações nas funções afetivas, intelectuais e cognitivas do indivíduo.
O transtorno afetivo bipolar caracteriza-se pela alternância, no mesmo indivíduo, de
períodos de humor excessivamente positivo com outros períodos de humor depressivo.
Transtornos de humor é um assunto que está muito em voga na atualidade. Antes eram
vistos como possessões demoníacas. Por exemplo, no caso da depressão, uma interpretação seria
de que um espírito obsessor é quem estava tirando a vitalidade da pessoa.
Com o tempo, foi-se vendo que existiam outras explicações para tais fenômenos. Em
determinado momento, foi-se da explicação puramente religiosa/metafísica para uma cientificista
e biologizante de que um transtorno de humor é nada mais, nada menos do que um desequilíbrio
bioquímico, uma insuficiência de neurotransmissores. Nessa visão, transtornos psiquiátricos são,
de certa forma, iguais a doenças endócrinas, tais como a diabetes. Isto é, da mesma forma que
um diabético não produz insulina, um depressivo não produz serotonina o suficiente, e portanto,
necessita de intervenção medicamentosa.
Isso pode ser observado em sessões de psiquiatria na atualidade, nas quais o médico
pouco estabelece contato visual com o paciente. Apenas escuta para identificar sintomas. A
história de vida da pessoa pouco importa. Portanto, receita-se um medicamento em menos de 10
minutos. Cada fármaco tem suas especificidades. Entretanto, muitos médicos não tem esse
cuidado. É como se fosse ter que decidir entre receitar dipirona ou paracetamol para alguém que
está com febre. Porém, medicamentos psiquiátricos são muito mais complexos — e
potencialmente perigosos.
O diagnóstico diferencial é de suma importância, haja vista que receitar um fármaco
incorreto pode levar a consequências desastrosas. Por exemplo, alguém que é bipolar, mas está
na fase depressiva. O psiquiatra, apressadamente, só se foca nesse aspecto da doença e receita
um inibidor seletivo de recaptação de serotonina. Porém, para pacientes com bipolaridade, essa é
uma opção muito arriscada, já que há um aumento na chance de haver ciclagem do humor.
(BHANDARI, 2022). Ou seja, o paciente pode entrar em um episódio de mania.
A psicoterapia tem um papel fundamental para a recuperação integral dos portadores
dessas doenças. Segundo a Institute for Quality and Efficiency in Health Care, antidepressivos
são realmente eficazes somente para depressões graves, sendo que para as de nível leve ou
moderada possuem uma eficácia parecida com a do placebo. [NCBI, 2020] Além disso, a maioria
das pesquisas sobre depressão avaliam os pacientes apenas no curto prazo (4-8 semanas), porém
sabe-se que para avaliar se uma intervenção realmente está sendo eficaz, é necessário ter um
acompanhamento mais prolongado. No início do tratamento, a pessoa geralmente está com uma
animação e esperança maior do que o normal. Portanto, isso pode afetar os resultados.
TRANSTORNO DEPRESSIVO

A depressão clínica é um transtorno psiquiátrico que afeta milhões de pessoas no mundo.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior número
de depressivos nas Américas, com 5,8%, estando atrás apenas dos EUA, com 5,9%.
A depressão se manifesta normalmente devido a um gatilho emocional em pessoas que
têm uma predisposição genética para desenvolverem a patologia.
Pode se tornar crônica. O tratamento é feito através de psicoterapia e, em alguns casos,
com o uso de antidepressivos.
É considerada uma doença altamente incapacitante, pois o indivíduo fica com pouca
vitalidade. Em casos mais graves, o risco de suicídio é alto. E até atos básicos de higiene (tais
como, escovar os dentes) tornam-se muito difíceis.
Cerca de 15% de quem tem o transtorno, morre por suicídio.

Sintomas

● Tristeza prolongada e sentimento de vazio


● Sentimentos de desesperança
● Sentimentos de culpa e de não merecimento
● Raiva e irritação
● Dificuldade em se concentrar
● Fadiga
● Baixa volição (força de vontade)
● Mudança de padrões de sono
● Diminuição da libído
● Alteração no apetite (aumento ou diminuição acentuados)
● Dor crônica, dor de cabeça ou dor de estômago
● Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas
● Distanciamento de familiares e amigos
● Pensamentos de morte ou suicídio
É importante distinguir a depressão da tristeza e luto. Essas duas últimas são emoções
naturais, que são necessárias para a vida.

O luto especificamente é um processo pelo qual a perda de alguém ou algo importante na


vida da pessoa ocorre. É uma forma para processar a dor emocional. É um processo de
reestruturação interna. Durante o luto, a pessoa pode sentir uma tristeza profunda. E pode ter
alguns dos mesmos sintomas da depressão. Porém é importante pontuar as diferenças, que
geralmente são estas:

Luto Depressão
Há uma perda identificável Uma perda específica pode ou não ser
identificada
O foco da pessoa é na perda O foco da pessoa é nela mesma
Flutuante habilidade de sentir prazer Inabilidade de sentir prazer
Flutuante sintomas físicos Prolongados e marcantes problemas funcionais
A presença de outras pessoas costuma ser Isolamento persistente dos outros
reconfortante
Habilidade de sentir uma gama grande de Emoções fixas e sentimento de se sentir
emoções “empacado”
Pode expressar culpa sobre alguns aspectos Possui sentimentos generalizados de culpa
da perda
Auto-estima é frequentemente preservada Sentimentos de autodesvalorização e ódio de si
após a perda
Pensamentos de morte são tipicamente Pensamentos de morte relacionados ao
relacionados a querer estar reunido com o sentimento de não merecer estar vivo ou de não
falecido ente querido conseguir lidar com a dor
Dor emocional vai gradualmente diminuindo Dor emocional permanece igual

Na visão psicanalítica, depressão ocorre quando há uma perda de algo que a pessoa está
identificado com
SUICIDIO
O suicídio muitas vezes se origina de um profundo sentimento de desesperança. A
incapacidade de ver soluções para problemas ou lidar com circunstâncias desafiadoras da vida
pode fazer alguém acreditar que a única solução é tirar a própria vida. Porém a maioria dos
sobreviventes de tentativas de suicídio conseguem se recuperar e viver vidas satisfatórias.

Um fator risco chave é a depressão clínica. Além disso, destacam-se também: outros
transtornos psiquiátricos, uso de drogas, histórico familiar de suicídio e dor crônica. A
impulsividade é uma característica que contribui muito para que os indivíduos façam o ato, e isso
é ainda mais pronunciado em adolescentes.

Eis alguns dos principais sinais de alerta incluem:

● Falar, escrever ou consumir conteúdos (vídeos, livros, séries, etc.) sobre morte, morrer ou
suicídio.
● Buscar métodos de suicídio (tais como, acesso à armas de fogo ou comprimidos
perigosos)
● Isolar-se de amigos, família e da sociedade
● Mandar mensagens em tom de despedida para amigos
● Começa a ter comportamentos inconsequentes (por exemplo, dirigir embriagado).
● Ter o desejo de se machucar ou machucar outros

Aqui estão algumas frases que são comuns para pessoas que estão em risco de cometer
suicídio:

● “Eu sou um peso para os outros.”


● “Não tenho razão para viver.”
● “Sinto uma dor que parece não ter fim.”
● “Queria poder dormir e nunca mais acordar.”
● “Eu me sinto preso, não tem saída para mim”
● “Nada disso vai importar por muito tempo”
● “Eu queria não ter nascido…”
● “Se eu te ver de novo…”

Um sinal pouco falado é, paradoxalmente, uma mudança brusca de humor para o lado
positivo após ter passado por um período de depressão extrema. Isso pode ser comparado à
“calmaria antes da tempestade”. A pessoa sente-se aliviada por ter um plano e por ter decidido
terminar tudo, finalmente livrar-se da dor tão imensurável que está sentindo. Não é raro encontrar
fotos de horas antes do suicídio de alguém e a pessoa estava sorrindo. Isso não necessariamente é
um sorriso falso.

Segundo a OMS, as mulheres são mais propensas do que os homens a tentar o suicídio.
Entretanto, os homens são mais propensos do que as mulheres a completar o ato. No Brasil, 76%
dos suicídios são de homens.

TRANSTORNO BIPOLAR

O transtorno afetivo bipolar (TAB), também conhecido como maníaco-depressivo, ocorre


quando há flutuações anormais no humor da pessoa. Ao contrário do que diz o senso comum, ser
volúvel não tem a ver com ser bipolar. Mudar de ideia também não. Gostar de algo e depois não
gostar mais também não. Esses sintomas, quando acentuados, estão mais relacionados ao
Transtorno de Personalidade Borderline.
Outra diferença importante entre esses dois transtornos é o que o borderline tem humor
instável no em curtos espaços de tempo. Já o bipolar, costuma ter “fases” depressivas e outras
eufóricas. Na ciclotimia há uma alternância mais rápida.

Basicamente, na mania, a pessoa está no pólo oposto da depressão. Ou seja, em vez de se


achar a pior pessoa do mundo, ela se acha a melhor. Toma atitudes altamente inconsequentes. E
quem tem TAB tem mais risco de suicídio do que quem só tem depressão. Para quem só tem
depressão, a pessoa não tem disposição para encontrar meios para se suicidar, tampouco para
concluir o ato. Porém, alguém que tem TAB, em por exemplo um episódio misto pode sentir uma
depressão profunda e, aliada à impulsividade da mania, realizar o ato. Se a pessoa se interessa
por espiritualidade, ela pode até ter ilusões de grandeza e achar que ao se matar, vai se fundir ao
“Absoluto”, ao Amor Universal, ao Reino de Deus, etc.

Gastos excessivos são comuns. Há um aumento significativo da libido, fazendo com que
a pessoa possa fazer inoportunações sexuais (até porque, ela acredita ser extremamente atraente),
ter relações extra-conjugais, ter atos sexuais sem métodos contraceptivos, etc.

Em casos mais leves, a chamada hipomania produz efeitos menos nítidos e,


paradoxalmente, mais perigosos em alguns casos -- pois se torna mais difícil a detecção da
patologia. Alguém que dormiu apenas 1 hora, está correndo 10 km por dia, faz apenas uma
refeição, fala extremadamente rápido, é extremamente invasivo é mais fácil de se perceber que
existe algo de errado do que alguém que possui sintomas mais amenos. No caso da hipomania, a
pessoa pode dormir, por exemplo, 4 horas. Não se cansar no trabalho. Fazer inúmeras atividades
uma seguida da outra. A fala é mais rápida do que o habitual, mas há um nível de coerência
maior. E, para piorar, muitas vezes esses tipos de comportamentos acabam sendo reforçadores.
Os amigos o elogiam. Ele se sente produtivo e altamente inteligente. Isso, inclusive, faz com que
seja mais difícil alguém com TAB procurar ajuda especializada do que quem tem TAD. Haja
vista que é como se a pessoa estivesse em um estado que substâncias químicas estimulantes --
tais como a cocaína, anfetaminas, etc -- provocam.
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TRATAMENTOS

Depressão

Transtorno Bipolar
O papel do psicólogo
Em todas essas patologias, o papel do psicólogo é imperativo, pois de nada adianta
focar-se apenas na atenuação de sintomas — o que em muitos casos é essencial —, porém não
tratar as causas comportamentais, cognitivas e afetivas que fizeram com que o sujeito
manifestasse esses transtornos. Algumas das contribuições que o tratamento psicoterapêutico
pode oferecer, incluem:

● Identificar os problemas da vida do paciente que contribuem para a depressão e


ajudá-lo a encontrar formas para mudar, adaptar ou aceitar tais situações.
● Ajudar o portador a retomar sua vida, a processar a dor emocional que engatilhou
o episódio e estabelecer metas realistas.
● Incorporar gradualmente atividades que contribuam para o bem-estar do paciente.
Por exemplo, aprender um instrumento musical.
● Identificar padrões de pensamento negativos ou distorcidos que contribuem para
os sentimentos de autodesvalorização.
● Desenvolver habilidades para lidar com os sintomas e problemas, e conseguir
identificar os sinais de alerta para identificar possíveis episódios futuros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BHANDARI, Smitha. SSRI antidepressants for bipolar disorder. WebMD. Disponível


em: <https://www.webmd.com/bipolar-disorder/bipolar-ssris>. Acesso em: 18 nov. 2022.
https://docs.google.com/document/d/1iAlntirDw8Tr4qjt43yyBVETzJtCVsaY/edit
https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/homens-representam-76-
dos-suicidas-do-brasil-revela-relatorio-da-oms/
https://healthcare.utah.edu/healthfeed/postings/2022/09/suicide-prevention-red-flags.php
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK361016/
https://www.psychologytoday.com/us/basics/suicide
https://www.psychologytoday.com/us/basics/bipolar-disorder

― Kay Redfield Jamison, Night Falls Fast: Understanding Suicide


BOWEN, John. Veterinary Medicine. Estados Unidos, 2022. Disponível em:
<https://www.britannica.com/science/veterinary-medicine>. Acesso em: 10 de maio de 2022.
DESCUBRA quanto ganha um médico no Brasil! Sanarmed. Fevereiro, 2020. Disponível
em: <https://www.sanarmed.com/quanto-ganha-um-medico-no-brasil>. Acesso em: 10 de maio
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HUGHES, Megan. The Mental Health Crisis in Veterinary Medicine. Spring Branch Vet.
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<https://springbranchvet.com/ask-the-vet/the-mental-health-crisis-in-veterinary-medicine/>.
Acesso em: 10 de maio de 2022.
QUANTO ganha um veterinário? Leia e entenda. Anhanguera. Janeiro, 2020. Disponível
em: <https://blog.anhanguera.com/quanto-ganha-um-veterinario/>. Acesso em: 10 de maio de
2022.
FRANK, Alice de Carvalho. Síndrome de burnout na Medicina Veterinária. Apamvet.
Boletim APAMVET, v. 9, n. 3. São Paulo, 2018.

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