Você está na página 1de 3

● RESUMO SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO

DE HUMOR / DEPRESSÃO

A depressão é um transtorno muito presente nas nossas vidas. Ela prejudica o


funcionamento cognitivo, altera nossas emoções e consequentemente faz com que
tenhamos comportamentos que não teríamos sem ela ou se estivéssemos em um
estado mental mais saudável. Ela nos fragiliza e faz com que nós fiquemos
indefesos aos acontecimentos ao nosso redor. Pode nos fazer voltar a um estado
como o da infância (mais antigo), de quando o nosso funcionamento cognitivo não
está bem formado para que a gente tome decisões corretas para o nosso bem-estar
e para nossa vida. Ficamos vulneráveis aos males do mundo e os nossos
pensamentos disfuncionais que, de certo modo, podem manter a gente nesse ciclo
depressivo. Também pode fazer com que causemos mal ao nosso bem-estar e
saúde. Ela traz prejuízo ao nosso desempenho social, afetivo, profissional e falta de
um sentido da vida, além de poder sobrecarregar as pessoas mais próximas e
causando grande sofrimento a elas.

A depressão pode ser dividida em vários tipos de transtornos depressivos. São eles:
Transtorno disruptivo de Desregulação do Humor; Transtorno Depressivo Maior
(incluindo Episódio Depressivo Maior); Transtorno Depressivo Persistente (ou
Distimia); Transtorno Disfórico Pré-menstrual; Transtorno Depressivo Induzido por
Substâncias e Medicamentos; Transtornos Depressivos Não Especificados e
induzidos por outras condições médicas.

A depressão está entre os três transtornos mentais com maior incidência no mundo.
Segundo a American Heart Association, é citado que 3 a 5% da população mundial
geral em algum momento da sua vida enfrentaram esse transtorno. Hoje ela está
presente em 8% da população dos Estados Unidos e é estimado que mais de 350
milhões de pessoas mundialmente e de diversas idades sofram com esse mal. É a
principal causa de debilidade do mundo e apresenta uma taxa de mortalidade de
15% através do suicídio.

Alguns sintomas gerais da depressão são: humor triste; sentimento de vazio;


irritabilidade extrema; problemas no funcionamento cognitivo (como memória e
concentração); alteração na resposta do nosso corpo perante os estímulos externos.
O que diferencia esses sintomas gerais dos transtornos específicos da depressão
aos de outros transtornos de humor são basicamente a sua intensidade e o motivo /
causa para que eles aconteçam. Também o tempo que eles aparecem e ficam com
a pessoa. Além desses sintomas, as queixas mais comuns são dores corporais,
tontura, formigamento, mal estar sem saber o motivo, “peso” e “vazio” na cabeça,
aperto no peito, tremores, angústia, arrepios e nervosismo. A aparência física mais
comum de uma pessoa depressiva é de alguém meio triste, choroso, sem vontade
de fazer as coisas (mesmo que sejam coisas que às vezes davam prazer) e requerer
muito esforço para realizar as tarefas diárias.
O sentido da vida é geralmente caracterizado por questionamentos filosóficos como
“para onde vamos?”, “quem somos?”, “de onde viemos?”, “qual o propósito da
existência humana?” dentre outros. Não é possível haver uma resposta para tais
questionamentos, pois podem-se distinguir de indivíduo para indivíduo, de grupo
social para outro grupo social, tendo estes em vista que o significado da vida é algo
individual.

Durkheim em seu livro O suicídio: Estudo de sociologia (1982, p. 5-6), afirma que
existem quatro explicações possíveis para um comportamento suicida, dentre eles o
Biológico (pessoas que apresentam certa vulnerabilidade por baixos níveis de
serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e
saciedade), o Genético (antecedentes genealógicos podem confirmar propensão
para o suicídio decorrendo de uma transmissão genética), o Psicológico (causa pode
ser a sensação de abandono por parte do mundo que cerca o indivíduo, provocando
nele uma animosidade agressiva contra esse mundo, dirigindo essa agressividade
contra si própria) e o Sociológico (paradoxalmente, quanto mais desenvolvida é uma
sociedade, mais crescente é o número de pessoas que buscam nesse ato a solução
para os problemas da vida, havendo também os casos de suicídio ritualístico).

De acordo com a tese Suicídio: diversos olhares da psicologia (SENNA et al, 2004,
p.1-18), análise comportamental compreende o comportamento subentendido em
três dimensões que o influenciam fortemente: os aspectos fisiológicos,
ontogenéticos e culturais. Em resumo, dessa mesma tese, os aspectos fisiológicos
constituem o contexto biológico do indivíduo; os aspectos ontogenéticos dizem
respeito à história individual de cada sujeito; já os aspectos culturais se refletem
mais ao ambiente social que o indivíduo se encontra.

Prosseguindo com essa análise, além dos aspectos filogenéticos e ontogenéticos,


justifica-se a análise das contingências atuais que são responsáveis pela
manutenção do comportamento se elas forem associadas à análise (histórica) das
contingências selecionadas. Por isso, na análise funcional do comportamento
suicida causada pelo transtorno depressivo, acredita-se que a história individual de
cada sujeito tem uma forte determinação no seu repertório comportamental
presente.

A forma passiva do desespero se mostra quando o indivíduo não quer acreditar que
haja saída ou remédio para o seu problema. Aceita o sofrimento temporal como se
fosse eterno e por isso odeia a vida, mas apesar de tudo, decide ser si-próprio. Quer
desesperadamente ser dono de sua vida, sem esperança alguma de êxito. Quer
ajuda, mas não nos seus próprios termos. Não quer sofrer a humilhação de ter de
aceitá-la incondicionalmente.

Tal indivíduo agarra-se ao seu sofrimento porque este lhe dá o direito de


experimentar o ressentimento, mas, por outro lado, se enraivece só em pensar numa
saída que possa tirar-lhe esse mesmo sofrimento.
REFERÊNCIAS

DURKHEIM, Emilly. Suicídio: Estudo de Sociologia. New York, USA: Editora


WMF, 1982;

<https://www.heart.org/en/news/2020/11/20/people-with-depression-fare-worse-in-
heart-health-study/> Acessado em 20 de Dezembro de 2022;

<https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/
protocolos-da-raps/9191-transtornos-depressivos-clinico/file/> Acessado em 20 de
Dezembro de 2022;

SENNA, Ana Cristina M. de B. ; Leite, André Félix Portela; Duarte, Cíntia Pérez;
Platon, Débora; Martins, Julia Ghinaldini; Silva, Luciana Coltri e; Ferreira, Mérari 13
Jizar L. ; Biagi, Nathália; Prof. Dra. Maria Renata Machado Vaz Pinto Coelho.
Suicídio: diversos olhares da psicologia. São Paulo, SP: Editora da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, 2004.

Você também pode gostar