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PSIQUIATRIA

Automutilação: saiba
como identificar e ajudar
a pessoa!
Por Hospital Santa Mônica 28 de maio de 2018

43 comentários

Pessoas que têm o hábito de causar lesões


físicas a si mesmas certamente estão
vivenciando momentos muito difíceis. A
automutilação é vista como uma válvula de
escape nada saudável para indivíduos lidando
com situações em que a dor psicológica e
emocional necessita ser aliviada de alguma
forma.

Mas nem sempre é possível identificar


previamente o potencial risco ou atitudes
recorrentes desse comportamento. Algumas
estratégias são utilizadas para esconder as
marcas das feridas e, por isso, é importante ter
bastante atenção a outros sinais
comportamentais.

Neste artigo, abordaremos detalhadamente o


conceito e as causas da automutilação, assim
como os possíveis meios para identificar o
problema e como prestar o auxílio adequado.
Acompanhe!

O que é a automutilação?
A automutilação é definida por lesões
provocadas nos próprios tecidos do corpo de
forma deliberada, ou seja, propositalmente. A
prática é mais comum entre jovens e
adolescentes, e geralmente se manifesta na
puberdade e fase adulta.

Idosos também podem apresentar episódios de


autoagressão, mas, de modo geral, eles são
relacionados a quadros de demência. Autistas,
por sua vez, podem praticar ações automáticas
de automutilação como um dos sintomas da
doença.

Segundo o psiquiatra e médico do sono Dr. Caio


Macedo Athayde Bonadio, existem dois tipos de
comportamento: automutilação com pretensão
final de suicídio e automutilação sem ideação
suicida.

Automutilação com intenção


suicida
Quando o objetivo final é o suicídio, esse cenário
acontece em menor frequência considerando o
histórico individual. Nesse caso, os meios
utilizados para autolesão têm maior potencial de
causar morte e são mais destrutivos.

Os atos mais comuns são enforcamento,


envenenamento, jogar-se de grandes alturas ou
atirar-se na frente de veículos em alta
velocidade.

Automutilação sem
ideação suicida
A automutilação sem intenção suicida, por outro
lado, é praticada mais frequentemente por uma
mesma pessoa. E embora essas lesões também
sejam destrutivas, não há um risco iminente de
morte.

As autoagressões mais comuns acontecem por


meio de cortes, queimaduras e arranhões na
pele e mordidas na parte inferior da boca ou
membros superiores. Além disso, algumas
pessoas têm o hábito de bater a cabeça na
parede ou esmurrar a si mesmas.

O fato é que, independentemente do tipo, a


automutilação significa que aspectos da vida
desses indivíduos não estão indo bem. Assim,
eles tentam aliviar fisicamente as dores
psicológicas e emocionais.

Quais motivos levam uma


pessoa a se mutilar?
A dificuldade em lidar com sentimentos
negativos, como depressão e ansiedade, é o
principal fator que leva uma pessoa a se ferir. De
acordo com o Dr. Caio Bonadio alguns fatores
de risco podem estar associados com a
automutilação, mas distúrbios psiquiátricos
também são elementos determinantes.

Fatores de risco
Perturbações psicológicas devido a traumas e
angústias vivenciados na infância podem
perdurar por muitos anos. Dessa forma, no início
da adolescência, quando o indivíduo passa por
descobertas e precisa lidar com mudanças
hormonais, físicas e psicossociais, tais
perturbações podem se agravar.

Transtornos alimentares como bulimia e


anorexia, bullying, abusos sexuais, maus tratos,
pais dependentes químicos e abuso de drogas
são os principais fatores de risco que levam
esses adolescentes a praticar a automutilação.

Distúrbios psiquiátricos
Além dos fatores de risco citados, transtornos
psiquiátricos podem ser motivos da
desorganização comportamental que resultam
na automutilação. Depressão, ansiedade,
dependência química, estresse pós-traumático
e transtornos alimentares são exemplos desses
distúrbios.

Ademais, alguns indivíduos com Transtorno da


Personalidade Borderline — caracterizado por
significativa instabilidade emocional e
impulsividade — se mutilam com certa
frequência. O Dr. Caio Bonadio explica
claramente a relação do comportamento com a
doença:

Pacientes com Transtorno de Personalidade


Borderline, que é o caráter disfuncional de
personalidade em que a automutilação mais
aparece, tem um limiar a dor mais alto do que
pessoas sem essa personalidade, ou seja,
eles precisariam de estímulos mais fortes
para sentir dor do que outras pessoas. Isso
refletiria uma disfunção em áreas cerebrais
que controlam a dor e as emoções.

Alívio e controle das emoções


Conflitos interpessoais e sensações de vazio
são sentimentos que também podem levar as
pessoas a praticarem a automutilação. Ao se
ferirem, o foco destinado a esses problemas são
aliviados, como se o ato de se cortar fosse mais
fácil do que lidar com eles.

Esse escape, segundo o psiquiatra, Dr. Rodrigo


Machado, tem fundamentos fisiológicos. Ao
cometer a autoagressão, o organismo libera
endorfinas cerebrais (substâncias consideradas
analgésicos naturais) e produzem a sensação de
prazer e alívio temporário.

Além da dificuldade em lidar com frustrações, a


impulsividade é uma característica muito
presente nesse comportamento. Para essas
pessoas é complicado agir em situações mais
complexas e eles acabam ferindo a si mesmos.

O que acontece, no entanto, é um


arrependimento posterior ao ato, além de um
sentimento de vergonha e insatisfação, que
pode agravar a saúde mental e emocional.

Como identificar que uma


pessoa está passando por
esse problema?
Existem alguns comportamentos que podem
indicar a prática de automutilação. Dentre eles,
o hábito de vestir calças e blusas de manga
compridas mesmo durante o calor e o
aparecimento de lesões e cicatrizes sem causa
aparente.

Alterações psicossociais também podem ser um


indício. É importante observar a preferência por
isolamento social, cenários de impulsividade,
irritabilidade, autocrítica exacerbada,
transtornos alimentares e diminuição da higiene
pessoal.

Publicado pela Editora Manole, em 2015, o livro


“Psiquiatria, Saúde Mental e a Clínica da
Impulsividade” retrata que existem 6 perguntas
imprescindíveis que auxiliam durante a
investigação.

1. Alguma vez você cortou ou fez vários


pequenos cortes na sua pele?
2. Alguma vez você se feriu de alguma forma e
desejou esse ferimento?
3. Quando fez alguns dos atos, você estava
tentando se matar?
4. Você sente algum tipo de alívio quando
provoca esses ferimentos?
5. Você costuma ter esse tipo de comportamento
diante das pessoas com quem convive?
6. Quanto tempo você gasta pensando em fazer
esse ato antes de realmente executá-lo?

Como ajudar a pessoa que


passa por uma fase de
automutilação?
A primeira conduta a ser seguida é criar um
ambiente acolhedor, considerando a
individualidade de cada um, sem negligenciar
suas dores psicológicas.

A partir daí, é essencial analisar e estabelecer


uma relação de confiança e afetividade,
buscando dialogar continuamente. É importante,
também, tentar mostrar que existem outros
meios de solucionar os problemas que não
sejam por automutilação.

Uma grande aliada do tratamento é a terapia


cognitivo-comportamental, que permite
identificar e tratar os motivos que levam a essa
prática. Desse modo, o apoio profissional auxilia
a pessoa a ser capaz de descobrir alternativas
saudáveis para resolver suas perturbações.

Dependendo do caso, medicamentos também


podem ajudar a diminuir ou cessar os episódios
de autolesão — o uso adequado deve ser
acompanhando de uma equipe de saúde e
associado à psicoterapia.

A automutilação traduz um grande sofrimento


das pessoas que a praticam e, à medida que
elas são acolhidas, ouvidas e orientadas a
externar suas preocupações, conseguem se
enxergar mais seguras e confiantes. A família
tem papel mais do que fundamental nessa
jornada e também deve buscar apoio
psicológico, quando possível.

Agora que você compreendeu como identificar e


ajudar pessoas que estão passando por uma
fase de automutilação, saiba como identificar se
seu filho está triste ou deprimido!

Automutilação e tentativas de suicídio! Conheça


os sintomas de adolescentes internados
atualmente
Em "Ideação Suicída"
Sinais de alerta de suicídio na adolescência –
Como identificar?
Em "Psiquiatria"

Automutilação na adolescência: o que está por


trás do ato?
Em "Saúde Mental"

Automutilação

← A importância da internação para pacientes


com distúrbio mental
→ O que fazer para encontrar um equilíbrio
emocional?

43 respostas em
“Automutilação: saiba como
identificar e ajudar a
pessoa!”

Hilda
26 de janeiro de 2021 às 11:19

Bom dia! Minha neta hoje com10 anos,mais


desde ais 5 anos se machuca tipo ferindo o
unbigo ou arrancando pele e ferindo sejá dedos.
Após não consegue nem pegar em nada. Isso
começou depois que o pai saiu de casa indo
morar com outra pessoa , foi tão derrepente que
ninguém esperava isso. Pra ela até hoje mesmo
resolvendo as visitas na justiça, ela sempre fala
que gostaria que o pai voltasse .

RESPONDER

Mônica
22 de fevereiro de 2021 às 12:31

Olá Hilda, o ideal seria que ela passasse por


uma avaliação com um psiquiatra
infantojuvenil para avaliar o quadro e o
histórico dela, ou se preferir entre em contato
conosco (011) 99667-7454 (011) 99534-
4287 Acesse o link
https://psiquiatria.hospitalsantamonica.com.b
r/ebook-como-lidar-com-a-automutilacao-e-
ideacao-suicida/

RESPONDER

Gabriela
26 de março de 2021 às 22:30

é normal um adulto apartir dos 30 anos ter


anorexia e auto mutilar se?

RESPONDER

Mônica
29 de março de 2021 às 11:27

Olá Gabriela, Não é normal. É mto Importante


vc passar por uma avaliação com um
profissional para investigação diagnóstica e
tratamento adquado.
As doenças mentais sem tratamento podem
levar a graves riscos de saúde e até a morte.
Por outro lado , após o diagnóstico e
tratamento corretos, o paciente pode ter uma
boa qualidade de vida com melhora total ou
parcial dos sintomas.
O Hospital Santa Monica atende 24h todos os
dias e faz este tipo de avaliação e pode te
orientar, de acordo com o seu caso, o melhor
tratamento.

RESPONDER

Lúcio
4 de abril de 2021 às 04:37

É normal automutilar-se por gostar das marcas e


cicatrizes? Como falo para alguém que preciso
de ajuda? E como faço para me abrir mais com o
profissional?

RESPONDER

Mônica
6 de abril de 2021 às 11:45

Olá Lúcio não é normal provocar autolesão, ao


se autolesionar, você pode sem querer se
machucar muito ou até levar a morte, e, é
sinal de que está em sofrimento e precisa de
ajuda, o ideal seria passar por uma consulta
com um psiquiatra e informar o que você está
sentindo, o que está levando você ao
sofrimento, busque ajuda, não fique sozinho.
Se quiser, nosso contato de agendamento de
consulta é 11 98500-3238, ou mais
informações sobre o HSM (011) 99667-7454 /
(011) 99534-4287.

RESPONDER

patriciaamaro87me@gmail.com
17 de maio de 2021 às 16:56

Descobri a pouco tempo que minha filha


adolescente se mutila. Ela mora com o pai e tbm
acabei de saber que ela passa por muitas
atribulações com o pai alcoólatra

RESPONDER

Mônica
20 de maio de 2021 às 09:41

Olá Patrícia, ela deve estar em sofrimento, o


ideal seria procurar um psiquiatra
especializado em infantojuvenil para fazer o
acompanhamento, a auto lesão é um risco
para a saúde dela, e pode ser fatal, por isso é
tão importante identificar se o problema de
base está na questão familiar, se precisar
agendar uma consulta conosco, nosso
telefone de contato é 11 98500-3238

RESPONDER

Ruan
26 de maio de 2021 às 07:28

olá, na faculdade divido quarto com um rapaz


que se automutila e gostaria de saber mais
sobre como criar esse ambiente acolhedor pra
conseguir falar sobre o assunto e buscar
maneiras de ajudá-lo com isso.

RESPONDER

Mônica
21 de julho de 2021 às 17:24

Olá Ruan, a autolesão é para aliviar um


sofrimento, o problema é que ao se
autolesionar ele pode se matar sem querer. O
importante é agendar uma consulta com um
psiquiatra para fazer uma terapia e identificar
o que está causando a dor.

RESPONDER

gei
13 de julho de 2021 às 03:26

Oi gente, tudo bem? Então, eu costumo dar


socos em mim mesma, isso seria
automutilação?
(Tenho 13 anos)

RESPONDER

Mônica
21 de julho de 2021 às 14:47

Olá Gei, a automutilação envolve o ato de se


cortar, o que você está falando parece mais
uma autopunição, o ideal seria entender o
porque você está fazendo isso, o que está
levando você a se punir ou causando dor.
Como você tem 13 anos, recomendamos
conversar com um adulto que seja mais
próximo e que você tenha abertura e se
possível buscar ajuda com um psicólogo para
entender as razões. Fique bem!

RESPONDER

Edina
5 de junho de 2022 às 14:45

Ontem meu pai ameaçou bater na minha


sobrinha e hoje notei o pulso dela com leves
multilações Conversei um pouco com ela e ela
ficou calada. Estou muito preocupada. Devo
observar mas ela se ainda faz ou procurar logo
ajudar ?

RESPONDER

Mônica
9 de junho de 2022 às 09:48

Olá Edina se ela está se autolesionando, está


em sofrimento e precisa buscar ajuda,
estamos aqui para ajudá-los no que for
preciso.

RESPONDER

Evelyn
8 de junho de 2022 às 22:29

Olá meu nome é Evelyn eu tenho 13 anos e faço


auto mutilação as vezes tento me controlar mais
por mais que eu tente não consigo mais cheguei
a um ponto que eu acho que estou perdendo o
movimento do braço isso tá me fazendo mal
mais eu não consigo parar

RESPONDER

Mônica
9 de junho de 2022 às 09:04

Olá Evelym, a primeira coisa a fazer é se abrir


com um adulto em quem confie, seus pais,
uma tia, enfim e abra o jogo, conte o que
sente e o que tem levado você a se
autolesionar, e peça ajuda. Ao se autolesionar
você pode se machucar e sem intenção,
cometer algo mais grave, por favor, não fique
sozinha, e converse com um adulto, ok? Fique
bem.

RESPONDER

edu
30 de junho de 2022 às 01:12

ola, sou diagnosticada com depressão e


ansiedade, arranco a pele dos meus dedos até
eles sangrarem ou ficarem em carne viva, me
impossibilitando de tocar as coisas, isso seria
considerado auto multilação?

RESPONDER

Mônica
30 de junho de 2022 às 14:19

Olá Edu, não isso se chama tricotilomania,


acesse o vídeo para entender mais sobre o
Transtorno de Impulso –
https://hospitalsantamonica.com.br/serie-
transtornos-do-impulso-tricotilomania/

RESPONDER

Jéssica
5 de julho de 2022 às 07:36

Descobrimos a poucos dias que minha enteada


se automutila, está sendo muito difícil lidar com
tal situação, pois pegou à todos de surpresa. Ela
perdeu a mãe a pouco mais de um ano, devido a
uma terrível doença. Creio que isso, deve ser o
principal motivo dela está fazendo isso. Gostaria
de saber o que devemos fazer para ajudá-la?

RESPONDER

Mônica
5 de julho de 2022 às 15:03

Olá Jéssica, o primeiro passo vocês já deram


que é observar que ela está se
autolesionando e que provavelmente esteja
em sofrimento, seria importante abrir uma
frente de diálogo para que ela possa se abrir.
Não sabemos a idade, mas vocês deveriam
levar em um psiquiatra infantojuvenil se for

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