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BLOQUEIOS E DISTORÇÕES

No tópico 6.2 é abordado o assunto de auxílios e barreiras a comunicação, sendo logo no


início introduzido a afirmação de Crutchfield, segundo ele a comunicação só se realiza
adequadamente quando a mensagem for interpretada da mesma forma pelo comunicador e
o recebedor da informação. Ao contrário, quando a comunicação é mal estabelecida há
bloqueios e filtragens.
O bloqueio ocorre quando a comunicação entre os envolvidos é totalmente interrompida.
Estes bloqueios podem ser provisórios, sendo possível que essa interrupção da
comunicação faça com que os envolvidos se questionem sobre a razão disso ter acontecido
e, dessa forma, possam reestabelecer a comunicação de forma mais aberta e
compreensiva. Já a filtragem, que é quando os interlocutores informam apenas parte do que
sabem aos recebedores, assim a comunicação subsiste, mas com a confiança de ambas as
partes abalada, degradando-se pouco a pouco com mensagens cada vez mais ambíguas,
especialmente na filtragem provisória, sendo esse um tipo que compromete muito mais a
evolução da comunicação, tornando-a superficial. Quando esses bloqueios e filtragens se
tornam permanentes há entre os interlocutores barreiras psicológicas que dificultam a
comunicação. Estes problemas de comunicação são negativos para todos os envolvidos,
pois, independente da duração, tornam as atitudes e os comportamentos interpessoais
falsos.
Essas dificuldades de comunicação têm diferentes fontes que causam diferentes impactos
na relação. Uma das fontes é o emissor, de forma que a que as filtragens ocorrem porque a
mensagem que o interlocutor tenta transmitir pode evocar lembranças traumáticas que não
foram assimiladas pelo indivíduo. Outra forma é a o bloqueio e filtragens por razões
extrínsecas como tabus exteriores, por conta disso o emissor por tornar-se constrangido e
ficar em silêncio. Também pode ocorrer um bloqueio por conta dos códigos utilizados na
comunicação, o que pode ser causado por diferenças culturais e ocorre porque os
interlocutores supõem que usam o mesmo código quando, na verdade, alguns símbolos
podem significados contrários em diferentes contextos e culturas. O receptor também pode
ser uma fonte de dificuldades quando ele não capta ou capta mal as mensagens que lhe são
endereçadas. Isso se dá por percepção seletiva, quando o receptor só capta as mensagens
que tem pra ele ressonâncias afetivas ou implicações pessoais, também pode se dá pelos
estados de alienação, onde o receptor se aliena de cargas emotivas muito fortes como
alegria ou uma forte angústia e, nesse caso, ele se torna incapaz de compreender as
mensagens que lhe são dirigidas, e, por fim, também se dá pela sensibilização
exclusivamente verbal, que é quando o receptor pode ter dificuldades em captar, ou mesmo
não captar, as mensagens não verbais emitidas.
O livro apresenta ainda mais um tópico acerca das causas de bloqueios e filtragens,
abordando o fato do poder, quando concentrado em um único indivíduo sobre outros, pode
tornar a relação deste com os outros ao seu redor problemática. É abordado sobre a
hostilidade autista, que ocorre no autocrata que regride em suas relações ao ponto de se
tornar inconsciente da existência dos outros, seu egocentrismo degenerado faz com que
apenas seus interesses sejam lei para si. Outro ponto que causam filtragens é a
transmissão seletiva, essa que pode ser realizada pelo autocrata quando ele toma todo o
controle para si e desencoraja a liberdade de expressão entre os outros que convivem com
ele. Porém, a transmissão seletiva também pode ser realizada pelos que estão ao redor do
autocrata quando estes se veem diante de questionamentos e recusam-se a responder,
omitem o que sabem, ou então transmitem apenas parte ou o contrário do que sabem, desta
forma eles tentam alimentar as ilusões do autocrata pra poder sobreviver no ambiente em
que estão inseridos.

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