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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Psicologia
PSI02013- Psicologia Social I –B
Paula Sandrine Machado

Depressão: mal-estar contemporâneo

Caroline Caetano dos Santos


Cristina Pereira de Souza
Fábio Luiz Viegas
Guilherme Lannig de Souza
Jéssica Schimitt
Mariana Cristina Moraes Corso
Raissa Saikóski
Resumo

Este trabalho tem como tema central a depressão. Descreve a doença em termos de
indivíduo e sua interação com fenômenos sociais. Faz uma breve contextualização e
conceituação da doença. Indica e exemplifica, com filmes e textos específicos, algumas
possíveis causas de desencadeamento desta patologia.

Introdução

História
A história da depressão no Ocidente remonta a tempos antigos. Hipócrates,
considerado por muitos como o “pai da medicina”, já reconhecia a existência desta
patologia, e a classificava como uma doença essencialmente cerebral a qual deveria ser
tratada com remédios orais. Na Idade Média a depressão era considerada como uma
espécie de pecado, era um indicador de que o sofredor estava excluído da salvação
divina. Já o Renascimento romantizou a depressão e nos trouxe o gênio melancólico. Na
era da ciência, entre o século XVII e XIX, buscavam-se experimentos que
desvendassem os mistérios do cérebro, para elaboração de estratégias que pudessem ser
utilizadas no tratamento de mentes desajustadas. Na era moderna, no início no século
XX, temos, no cenário de estudos da mente humana, a importante presença de Sigmund
Freud, cujas idéias e termos psicanalíticos ainda são hoje utilizados para descrever a
depressão. Segundo Solomon, nossa pós-modernidade, onde consumimos Prozac feito
pipoca, é apenas um estágio na contínua compreensão e controle do humor e da
personalidade.
Conceito
É freqüente o uso da palavra depressão para exprimir a sensação de estar “para
baixo”, a qual acontece invariavelmente a todas as pessoas, em algum momento de suas
vidas. A diferença entre estar “para baixo” e estar patologicamente deprimido é que,
no segundo caso, esta sensação é muito mais intensa e duradoura.
A depressão está entre as patologias catalogadas no CID-10 e no DSM-IV. Segundo a
descrição contida no DSM-IV, a característica essencial de um Episódio Depressivo
Maior seria a presença de um humor deprimido, ou perda de interesse ou prazer por
quase todas as atividades, por um período mínimo de duas semanas. O indivíduo deve
também apresentar pelo menos quatro sintomas adicionais de uma lista que inclui:
alterações no apetite ou no peso, no sono e na atividade psicomotora; diminuição da energia;
sentimentos de desvalia ou culpa; dificuldades para pensar, conc entrar-se ou tomar decisões,
pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio.
Outros sintomas que podem vir associados a esses, incluem o pessimismo, dificuldade
de tomar decisões e para começar a fazer suas tarefas, chorar à toa ou dificuldade para
chorar, sentimento de pena de si mesmo, e perda do desejo sexual. Ao invés de
sentimentos de tristeza, algumas pessoas salientam queixas somáticas, cujos sintomas
corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação,
dores de cabeça e dificuldades digestivas. Crianças e adolescentes frequentemente
substituem a tristeza pela irritabilidade. Além disso, apesar de suas características
essenciais, a depressão apresenta particularidades referentes à cultura, ao gênero e à
idade do indivíduo.
Causas
Ainda não sabemos definir a causa exata da depressão. Alguns indícios, como a
eficácia dos medicamentos antidepressivos, apontam para uma possível desordem
bioquímica dos neurônios responsáveis pelos estados de humor. Eventos estressantes
são possíveis desencadeadores de episódios depressivos, em algumas pessoas.
Exemplos de tais eventos são a perda de pessoas queridas, doenças graves, estresse no
ambiente de trabalho ou perda do emprego, fim de relacionamentos amorosos, mudança
de moradia contra vontade.
Tratamento
Segundo Solomon, “Se você tem câncer, tenta um tratamento exótico e acha que está
melhorando, pode estar errado. Se tem depressão, tenta um tratamento exótico e acha
que está melhorando, você está melhorando. A depressão é uma doença dos processos
de pensamento e das emoções, e se algo muda esses processos na direção correta, isso é
como uma recuperação.”
O tratamento antidepressivo deve ser realizado considerando os aspectos biológicos,
psicológicos e sociais do paciente (Souza, 1999). É baseado principalmente na
psicoterapia e nos medicamentos antidepressivos. A prática de exercícios físicos pode
ser também considerada como forma de tratamento auxiliar, uma vez que proporciona a
liberação de endorfina ajudando a promover uma sensação de bem-estar. Em alguns
casos é também importante planejar algumas mudanças no estilo de vida, para que se
possa obter uma melhor qualidade de vida.
Representações sociais e a depressão seguida de suicídio

A teoria das representações sociais foi, primeiramente, desenvolvida pelo psicólogo


social Serge Moscovici e foi a público mediante a obra “A psicanálise, sua imagem e
seu público”. Esse conceito nasceu na antropologia e na sociologia e tem como objetivo
dar uma dimensão social aos fenômenos psicológicos sem perder de vista a
individualidade. Confere, pois, racionalidade às crenças coletivas.
Essa teoria está relacionada, principalmente, com os estudos das trocas simbólicas
nos diferentes ambientes sociais e as relações interpessoais que se estabelecem a partir
delas. Analisa de que maneira essas trocas influenciam na construção do conhecimento
compartilhado e, consequentemente, da cultura.
No entanto, só foi posteriormente ao surgimento da teoria das representações sociais
que a dicotomia social/indivíduo começou a perder a sua validade no campo da
psicologia e essa dimensão social começou a ser concedida aos fenômenos psicológicos.
Existiam dois níveis de classificação: o individual e o coletivo. As leis que explicavam
os fenômenos coletivos se contrapunham, radicalmente, às leis que explicavam os
fenômenos individuais.
Todavia, Émile Durkhein (um dos pais da sociologia) afirmou que os indícios de
suicídio, por exemplo, não poderia ser explicado em termos de decisões individuais,
pois são fatos sociais. Embora, seja um exemplo que envolva apenas uma pessoa no
evento. A partir dessa colocação do sociólogo, as representações coletivas foram
inseridas no campo da sociologia e as representações individuais no campo da
psicologia. Portanto, em um primeiro momento, as representações sociais foram
classificadas como uma forma sociológica.
Logo, Lebon (psicólogo social) contrastou a racionalidade do indivíduo com a
irracionalidade das massas (pressuposto da irracionalidade) e preconizou a
individualização da psicologia social. Considerava a massa uma multidão de indivíduos,
ou seja, os fenômenos sociais justificados mediante a soma dos fenômenos individuais.
As considerações de Lebon acerca da individualização da psicologia social implicaram
conseqüências importantes tanto anteriormente e posteriormente à segunda Guerra
Mundial.
Um exemplo, que demonstra com clareza um fenômeno social, é o fascismo,
podendo ser considerado, portanto, uma representação social da época. Essa doutrina
autoritária, nos mostra com clareza a questão sugerida por Lebon da irracionalidade das
massas. Porquanto, foi um movimento que justificou as maiores atrocidades da história
que vitimaram milhares de seres humanos.
O filme “A onda” ilustra essa questão da irracionalidade das massas mediante uma
das leituras contemporâneas acerca do fascismo e concede uma dimensão social aos
fenômenos individuais dos personagens. O filme relata uma semana de aula sobre
autocracia e a tentativa do professor em explicar como Hitler chegou ao poder na
Alemanha. No entanto, as aulas tomam proporções maiores do que o esperado e
resultam no surgimento do movimento A onda. O movimento cresce, no meio dos
alunos, alimentado pelas normas de conduta, disciplina e a busca de um bem maior.
O personagem mais simbólico do filme é Tim Stoltefuss, um garoto reprimido e com
o anseio de fazer parte de um grupo. A depressão pode, sem dúvidas, ser presenciada no
contexto das representações sociais. Um dos viesses que pode ser abordado é a
necessidade dos indivíduos de se tornar parte de um grupo e, portanto, ter uma
representação social. A onda, no filme, é considerada uma representação social, ou seja,
a interação de um determinado grupo justificada pelos interesses em comum. Tim
Stoltefuss está inserido em um contexto familiar indiferente a ele, assim, nutri o desejo
de fazer parte de algo que valorize a sua existência.
O movimento A onda concede isso a ele e, portanto, não consegue lidar com o fim
inevitável do grupo, que acabou tornando a razão da sua vida. O fim trágico é marcado
pelo suicídio do garoto, com fortes indícios de depressão causada pelo término do
movimento.
A depressão, precursora do suicídio, pode ser compreendida como conseqüência da
frustração da expectativa colocada sobre o movimento, no caso do personagem Tim
Stoltefuss. E conceder a esse evento psicológico uma dimensão social fundamentada na
individualização da psicologia de Lebon. O suicídio do personagem é justificado pela
depressão advinda das relações interpessoais e crenças coletivas frustradas. Por
exemplo, na pressão que a sociedade exerce para que todos os indivíduos façam parte de
algum grupo que os identifiquem. Essa identificação sem sucesso, por conseguinte,
levou Tim Stoltefuss ao suicídio.
Depressão e Trabalho

Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde, subordinada à ONU),


a depressão (distúrbio depressivo ou transtorno depressivo) é a doença psiquiátrica mais
diagnosticada atualmente no Ocidente e a quarta entre todos os problemas de saúde.
Para uma análise mais profunda do que esses dados representam, convém estabelecer o
limite entre uma tristeza profunda provocada por um acontecimento traumático e um
quadro clínico que necessita cuidados específicos.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua
quarta edição (DSM-IV, na sigla em inglês), o transtorno depressivo maior é
caracterizado pela combinação de cinco ou mais sintomas manifestados todos os dias
durante duas semanas. Esses sintomas incluem: humor deprimido na maior parte do dia;
diminuição do interesse ou do prazer em relação à maioria das atividades diárias;
acentuado aumento ou diminuição do apetite; insônia ou sono excessivo; agitação
(evidenciada pela torção de mãos) ou lentidão de movimentos; fadiga ou falta de
energia e sentimentos autodepreciativos e culpa excessiva.
Como se pode observar, trata-se de uma doença com significativo prejuízo para o
estado psíquico do sujeito, comprometendo suas atividades pessoais e interpessoais,
subjugando o indivíduo a um estado de angústia e desespero diante das exigências da
vida em sociedade.
Diversos trabalhos na área de psicologia, sociologia entre outras tentam elucidar as
causas para esse alarmante quadro de saúde mental. Alguns resultados apontam para o
estresse da vida cotidiana, a contínua concorrência do mercado de trabalho e a intensa
rotina de cobranças como uma possível causa para a proliferação de transtornos afetivos
e emocionais.
Segundo a psicoterapeuta Margarita Baxauli Moscardo, “é muito comum a depressão
causada pelo estresse crônico, principalmente por conta do trabalho”. Clarice Barbosa,
também psicoterapeuta, acrescenta que “no trabalho, é onde mais precisamos trabalhar
nossa auto-imagem”. O diagnóstico de uma doença psíquica requer muita habilidade na
superação de certos paradigmas estabelecidos pela sociedade, principalmente no que
tange ao ambiente de trabalho.
Maria da Graça Jacques confere ao trabalho um pré-requisito de valor e dignidade ao
indivíduo. Requisito que, na ausência de trabalho, corre-se o risco de marginalização e
estereótipos de invalidade social.
A divisão técnica do trabalho, aponta a autora, representa risco à saúde psíquica do
trabalhador. Questões como hierarquia, ritmo e controle de qualidade despontam na lista
de profundos impactos no intelecto do indivíduo ao mesmo tempo em que o estigmatiza
e escraviza-o ao modelo de produção adotado sob pena de exclusão da chamada classe
produtiva. A “doença dos nervos” representa um válido álibi para o afastamento
temporário das atividades laborais. Tal doença apresenta respaldo no DSM-IV,
identificando, inclusive, sintomas semelhantes àqueles verificados na depressão maior.
Devemos, portanto, estabelecer íntima relação entre a rotina dos trabalhadores, a
cobrança social que o status de trabalhador representa em nossa cultura e as
consequências que essas exigências trazem para o indivíduo, desde a doença dos nervos
até casos mais graves de depressão decorrentes do ambiente de trabalho.

A depressão na modernidade líquida

O sociólogo Zigmunt Bauman em seu texto Modernidade Líquida tece um panorama


sobre instituições consideradas sólidas, como a família e o governo, que vão desfazendo-
se até o estado de fluidez. Construindo uma definição para os conceitos de liquidez e
fluidez, Bauman demonstra sua visão a respeito da sociedade moderna. Com o advento da
globalização e das ferramentas tecnológicas a sociedade atual é vista por ele como uma
sociedade líquida, onde tudo é fluido, mutável e acelerado. Toda essa nova estruturação
do meio social reflete na condição humana e, por conseguinte, nas relações interpessoais.
Na era da modernidade líquida em que vivemos a integração entre os seres humanos
ocorre de forma rápida e superficial, sendo cada vez mais rara a existência de relações
sólidas. O homem moderno, seja por um medo de decepcionar-se ou pela falta de tempo,
não constrói laços afetivos fortes, apenas busca incessantemente por satisfações
instantâneas. Essas satisfações instantâneas possuem relação direta com o meio em que o
indivíduo está inserido, pois é uma época onde tudo acontece de maneira acelerada, por
exemplo, situações cotidianas como esperar em uma fila pela compra de um produto e
preparar com calma um almoço para a família são práticas consideradas penosas por
diversas pessoas, que de forma impaciente preferem o atendimento imediato e consumir
um “fast-food” e essa falta de paciência do ser humano contemporâneo de esperar e de
construir algo a longo prazo é vista em sua relação com outros indivíduos. É nesse
contexto, exposto por Zigmunt Bauman, no qual os laços humanos estão cada vez mais
frágeis e artificiais, que leva o indivíduo a esse paradoxo de estar o tempo todo conectado
com o mundo, por meio das redes sociais, e ao mesmo tempo não estar relacionando-se
com ninguém, pois na vida diária não desenvolve e cultiva vínculos familiares ou
amorosos de maneira sólida. Essa maneira superficial de relacionar-se traz uma
insegurança para o indivíduo, provocando nele uma tristeza profunda e levando-o a uma
das doenças que mais afeta o homem contemporâneo: a depressão.
A depressão pode ser ocasionada por inúmeras razões e a individualidade que torna o
homem um solitário é uma delas. Bauman não defende que não há mais interação entre os
indivíduos, pelo contrário, há em demasia, o principal problema está na qualidade dessa
relação, pois embora haja a interação das pessoas através da conversação, do
cumprimento com educação, elas distanciam-se cada vez mais de um maior contato. O
homem, muitas vezes, não querendo sofrer decepções, humilhações ou ser abandonado se
insere em uma “zona de conforto” na qual não há apego e amor pelas pessoas, tentando
manter uma frieza em relação ao outro.  Esse tipo de relacionamento volátil (liquido) traz
uma sensação de leveza e descompromisso, sendo associada a uma liberdade individual.
Não obstante, esse desapego pode-se desenvolver uma sensação de vazio, de falta, de
solidão que se transforma em uma depressão.
Considerações Finais

A depressão muitas vezes é, equivocadamente, pensada como um fenômeno


exclusivamente biológico, cujas causas se resumem restritamente a problemas nas
sinapses celulares e a baixos níveis cerebrais de serotonina. A eficácia, em alguns casos,
dos medicamentos antidepressivos servem para legitimar tal pensamento, entretanto, é
preciso que o entendimento desta patologia seja ampliado, no sentido de incluir os
fenômenos sociais como potenciais desencadeadores desta doença.
O modo de vida da sociedade contemporânea nos pressiona e nos ensina que
devemos ser perfeitos, e fazer o que for necessário para nos enquadrarmos em
determinados padrões – de beleza, de sucesso, de comportamento, de felicidade.
Somos levados a buscar os modelos de felicidade que nos são ditados, mesmo que
tais modelos não nos tragam bem-estar algum. Neste contexto, de busca pelo
enquadramento, no que é atualmente considerado uma vida ideal, estamos
permanentemente vulneráveis às frustrações, ao estresse, e aos sentimentos de fracasso.
Deste modo, criamos e fortalecemos potenciais fatores para o aparecimento da
depressão.
Viver neste mundo que nos impõe velocidade, respostas imediatas, contato contínuo,
desempenho brilhante, necessidade de sucesso e felicidade parece ser um desafio diário
(Dantas, 2011). Assim, a depressão pode ser entendida como conseqüência do nosso
viver contemporâneo, como um fenômeno que expressa os dilemas e as inquietações da
vida moderna. Mesmo com o atual progresso científico e tecnológico, a quantidade de
pessoas com doenças mentais aumenta a cada ano, e a depressão segue se constituindo
em uma experiência cada vez mais presente nos modos de ser da atualidade.
Referências Bibliográficas

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Janeiro: J. Zahar, 2001.

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GUARESCHI, P.; JOVCHELOVITCH, S. (orgs). Textos em Representações Sociais.
Petrópolis: Vozes, 1995

SOUZA, F. G. M.; Tratamento da depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria


vol.21  s.1 São Paulo May 1999
SOLOMON, A.; O demônio do meio-dia: uma anatomia da depressão. Tradução:
Myriam Campello. Rio de Janeiro. Objetiva, 2010.

Link: http://virtualpsy.locaweb.com.br acessado no dia 17/11/2011.

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