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Instituto de Psicologia
PSI02013- Psicologia Social I –B
Paula Sandrine Machado
Este trabalho tem como tema central a depressão. Descreve a doença em termos de
indivíduo e sua interação com fenômenos sociais. Faz uma breve contextualização e
conceituação da doença. Indica e exemplifica, com filmes e textos específicos, algumas
possíveis causas de desencadeamento desta patologia.
Introdução
História
A história da depressão no Ocidente remonta a tempos antigos. Hipócrates,
considerado por muitos como o “pai da medicina”, já reconhecia a existência desta
patologia, e a classificava como uma doença essencialmente cerebral a qual deveria ser
tratada com remédios orais. Na Idade Média a depressão era considerada como uma
espécie de pecado, era um indicador de que o sofredor estava excluído da salvação
divina. Já o Renascimento romantizou a depressão e nos trouxe o gênio melancólico. Na
era da ciência, entre o século XVII e XIX, buscavam-se experimentos que
desvendassem os mistérios do cérebro, para elaboração de estratégias que pudessem ser
utilizadas no tratamento de mentes desajustadas. Na era moderna, no início no século
XX, temos, no cenário de estudos da mente humana, a importante presença de Sigmund
Freud, cujas idéias e termos psicanalíticos ainda são hoje utilizados para descrever a
depressão. Segundo Solomon, nossa pós-modernidade, onde consumimos Prozac feito
pipoca, é apenas um estágio na contínua compreensão e controle do humor e da
personalidade.
Conceito
É freqüente o uso da palavra depressão para exprimir a sensação de estar “para
baixo”, a qual acontece invariavelmente a todas as pessoas, em algum momento de suas
vidas. A diferença entre estar “para baixo” e estar patologicamente deprimido é que,
no segundo caso, esta sensação é muito mais intensa e duradoura.
A depressão está entre as patologias catalogadas no CID-10 e no DSM-IV. Segundo a
descrição contida no DSM-IV, a característica essencial de um Episódio Depressivo
Maior seria a presença de um humor deprimido, ou perda de interesse ou prazer por
quase todas as atividades, por um período mínimo de duas semanas. O indivíduo deve
também apresentar pelo menos quatro sintomas adicionais de uma lista que inclui:
alterações no apetite ou no peso, no sono e na atividade psicomotora; diminuição da energia;
sentimentos de desvalia ou culpa; dificuldades para pensar, conc entrar-se ou tomar decisões,
pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio.
Outros sintomas que podem vir associados a esses, incluem o pessimismo, dificuldade
de tomar decisões e para começar a fazer suas tarefas, chorar à toa ou dificuldade para
chorar, sentimento de pena de si mesmo, e perda do desejo sexual. Ao invés de
sentimentos de tristeza, algumas pessoas salientam queixas somáticas, cujos sintomas
corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação,
dores de cabeça e dificuldades digestivas. Crianças e adolescentes frequentemente
substituem a tristeza pela irritabilidade. Além disso, apesar de suas características
essenciais, a depressão apresenta particularidades referentes à cultura, ao gênero e à
idade do indivíduo.
Causas
Ainda não sabemos definir a causa exata da depressão. Alguns indícios, como a
eficácia dos medicamentos antidepressivos, apontam para uma possível desordem
bioquímica dos neurônios responsáveis pelos estados de humor. Eventos estressantes
são possíveis desencadeadores de episódios depressivos, em algumas pessoas.
Exemplos de tais eventos são a perda de pessoas queridas, doenças graves, estresse no
ambiente de trabalho ou perda do emprego, fim de relacionamentos amorosos, mudança
de moradia contra vontade.
Tratamento
Segundo Solomon, “Se você tem câncer, tenta um tratamento exótico e acha que está
melhorando, pode estar errado. Se tem depressão, tenta um tratamento exótico e acha
que está melhorando, você está melhorando. A depressão é uma doença dos processos
de pensamento e das emoções, e se algo muda esses processos na direção correta, isso é
como uma recuperação.”
O tratamento antidepressivo deve ser realizado considerando os aspectos biológicos,
psicológicos e sociais do paciente (Souza, 1999). É baseado principalmente na
psicoterapia e nos medicamentos antidepressivos. A prática de exercícios físicos pode
ser também considerada como forma de tratamento auxiliar, uma vez que proporciona a
liberação de endorfina ajudando a promover uma sensação de bem-estar. Em alguns
casos é também importante planejar algumas mudanças no estilo de vida, para que se
possa obter uma melhor qualidade de vida.
Representações sociais e a depressão seguida de suicídio