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Resumo dos textos Weber, Max. 1991. Economia e sociedade. Vol 1. Brasília: Editora
da UnB (cap. IV, “Relações Comunitárias Étnicas”, p. 267-277) e Gellner, Ernest. O
advento do nacionalismo e sua interpretação: 107 os mitos da nação e da classe.
(Cap. 4) In: Balakrishna, Gopal org. 2006. Um mapa da questão nacional. Rio de
Janeiro: Contraponto
Embora não seja possível saber o ano em que o texto foi escrito, nem os autores
com os quais o autor dialoga, pela falta de citações, podemos afirmar que ele se
alinha com uma vertente antiessencialista das concepções de raça, etnia e nação.
Seguramente, dialoga com Ernest Renan, em especial com sua palestra “O que é
uma nação", de 1887, e com as ideias posteriores de Vacher de Lapouge, que
introduz a noção de etnia como relevante no campo das ciências sociais.
(POUTIGNAT & STREIFF-FENART, 2011, p. 33-36)
A análise de Weber é impulsionada por essa questão, porém é coerente com sua
agenda específica de consolidação da Sociologia como ciência. Logo de início,
percebe-se que o autor é contrário a adoção de “comunidade étnica” como um
conceito sociologicamente relevante, assim como “nação”. Não porque não fossem
fenômenos existentes, porque não podiam ser analisados com objetividade. (Weber,
1991, p. 275).
Em nenhuma parte do texto o autor contesta o conceito de raça, mas defende que
ele não é útil para compreender as relações sociais comunitárias denominadas de
étnicas e nacionais. A raça, em particular, é um conjunto de traços “exteriores” que
são transmitidos pela hereditariedade, portanto sem fundamento na ação social,
conceito para o autor. (POUTIGNAT & STREIFF-FENART, 2011, p. 37)
Na sociedade agrária, a cultura mais separa do que unifica. Vez por outra, há
tendências à homogeneização cultural. Estas podem decorrer da ação de uma
burocracia imperial eficaz ou de uma religião mundial soteriológico-universalista
(que insiste em salvar as almas humanas como tais, em vez de pregar para
posições ou segmentos sociais), ou de uma combinação das duas. Mas a
centralização burocrática e a universalização e institucionalismo religiosos,
sobretudo na forma acentuada que se conhece como Reforma, estão entre as
características sociais que prepararam ou induziram à passagem para um
mundo industrial, propenso ao nacionalismo. (GELLNER, 2006, n.p.)
precisam acionar determinados elementos dos grupos étnicos para criar seus mitos
de origem comum. Posteriormente, Gellner foi criticado pelo caráter puramente
instrumental da sua teoria da relação do nacionalismo com a etnicidade, porém a
contribuição de sua teoria está em não sobrepor um termo ao outro, tal qual os
discursos nacionalistas.