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ARTIGO ORIGINAL
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
RC: 67510
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/sem-categoria/psicanalise
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Essa situação deixa evidente o risco de uma disseminação dessa patologia, o que
provocaria o surgimento de uma verdadeira legião de deprimidos, uma espécie de
“zumbis pós-modernos”, vivendo a base de tratamento constante e incapacitados
física e mentalmente para realizar suas atividades diárias, ou seja, impossibilitados
de exercer sua própria cidadania.
O cenário atual apresenta um ser humano cada veza mais conectado e atrelado aos
bens de consumo imediato. O progresso tecnológico promoveu a interação virtual,
porém, provocou o isolamento social. O bem-estar parece sempre distante de nossa
realidade, algo fora do alcance da sociedade que vive numa realidade imagética,
numa constante ilusão.
Podemos dizer que, a depressão está atrelada a essa configuração social e está se
tornando um dos mais importantes transtornos contemporâneos. Portanto, a
ansiedade é um fenômeno psicossocial, resultado de uma sociedade cada vez mais
imediatista, narcisista e consumista.
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A humanidade não caminha sem sua própria tristeza, associada à sua condição
efêmera de ser vivo. Podemos dizer que, a depressão acompanha a existência do
ser humano por toda sua vida. Dessa maneira, a depressão é um fenômeno
psicossocial que peregrina com o homem desde os tempos mais remotos e não se
tratar de uma exclusividade da sociedade contemporânea.
Carvalho e Assis (2016), afirmam que, a tristeza é a própria dor do ser, sem motivo
ou acepção e sem probabilidade de compreensão. Um dor que vem do nada,
simplesmente pelo fato de existir. Dor da vida em si. Muitos especialistas já tentaram
descrever e até mesmo amenizar sua forma de ação no sujeito, dando-lhe outras
definições, como por exemplo: sombras sem fim, aperto no peito, tempestade e etc.
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Desse modo, o sujeito se queixa cada vez mais do vazio e sua existência parece
que não faz sentido. Diante do vazio existencial, o sujeito pode desenvolver
patologias psiquiátricas, por isso, a depressão se tornou um dos maiores males da
sociedade atual.
Atualmente, “não há mais tempo para refletir, relembrar, rememorar, assim como
também não há mais espaço para a dor, o sofrimento e a angústia. O indivíduo é
convidado o tempo todo a reagir rapidamente às experiências de perda [...]”
(MENDES; VIANA; BARA, 2014, p. 427).
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Podemos dizer que a psicanálise tem uma abordagem direta na condição patológica
através de seu método, com o intuito de compreender o objeto por meio de uma
perspectiva existencial e humanista.
Neste sentido:
Campos (2016, p. 34) corrobora que, “é só no texto Luto e Melancolia, que Freud
dará um tratamento específico ao tema da depressão/melancolia”, o que podemos
perceber é que desde o início de seus trabalhos Freud distingue a melancolia da
depressão (MENDES; VIANA; BARA, 2014, p. 427).
Desse modo, “em oposição à psiquiatria, a depressão não deve ser caracterizada
enquanto estrutura psíquica, mas, sim, como um estado próprio à constituição do
aparelho psíquico, que caracteriza o humano” (FERREIRA; GONÇALVES;
MENDES, 2014, p. 05). É importante destacar que a depressão pode se manifestar
em qualquer estrutura.
Mendes; Viana e Bara (2014, p. 428) relatam que, o termo melancolia “desapareceu
do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 4a edição, da
Associação psiquiátrica americana e da Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-10, da Organização Mundial de Saúde”.
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Desse modo, se torna necessário fazer uma breve análise teórica sobre os termos
separadamente, com o intuito de elucidar os aspectos mais relevante de cada um,
proporcionando uma compreensão mais detalhada sobre o assunto discutido nesta
pesquisa.
Dessa maneira:
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Além disso, os autores citam que, “a outra definição está relacionada a um estado
de sofrimento psíquico. A psicanálise pós-freudiana, por outro lado, utiliza bastante
este termo, mas nem sempre com o rigor necessário” (FERREIRA; GONÇALVES;
MENDES, 2014, p. 06).
De acordo com Campos (2016), Lacan definiu a depressão como uma covardia
moral. Desse modo, o fenômeno depressivo não passaria de um sintoma que pode
se encontrar em diversas estruturas, como identificado por Freud e citado
anteriormente por Mendes; Viana e Bara (2014). Nessa perspectiva, o fenômeno
depressivo seria um movimento de recusa ao desejo.
Num sentido mais amplo, Mendes; Viana e Bara (2014, p. 428) relatam que, “para
Freud a depressão está vinculada a um afeto, sintoma ou estado que envolve
tristeza, desgosto, inibição e angústia. Já a melancolia está associada a um estado
inconsciente de impossibilidade de elaboração do luto, uma neurose narcísica”.
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natureza humana diante de sua condição efêmera de ser vivo. Esse conflito
acontece devido aos elementos diferenciadores entre os fenômenos. Desse modo, a
discussão deve ser ampliada.
Portanto, com base em estudos psicanalíticos, a depressão pode ser vista como um
sintoma de representação deformada de conteúdos psíquicos, diante da
impossibilidade de simbolizá-los. Dessa maneira, o sujeito readapta a expressão
desses sintomas e os reconfigura simbolicamente, forjando uma satisfação.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Grécia antiga, a melancolia era vista como algo positivo, pois era uma
característica de pessoas inteligentes que se afogavam em sentimentos triste devido
a consciência da realidade tenebrosa da sociedade. Entretanto, na Idade Média,
qualquer sentimento de tristeza era condenado pela Igreja, pois os crentes deveriam
ser alegres devido a esperança de salvação.
Na primeira metade do século XX, o termo melancolia passa a ser mais empregada
do que depressão, por conta da obra de Freud, “Luto de melancolia”. Atualmente, a
melancolia cedeu espaço para a depressão, que entra em cena no panorama da
sociedade atual e passa ser considerada um mal-estar contemporâneo.
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Portanto, a pesquisa atingiu seus objetivos, pois trouxe uma discussão a respeito
dos aspectos históricos da depressão, relacionando as transformações da sociedade
contemporânea ao surgimento dos fenômenos psicossociais. Assim como, discutiu
os pressupostos teóricos da psicanálise em relação a depressão.
REFERÊNCIAS
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TILVITZ, Aline Inêz; SILVA, Jerto Cardoso da. Melancolia, depressão e amor: um
ensaio em psicanálise. Boletim Entre SIS, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 1, p. 22-34,
jan./jun. 2018.
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