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Introdução

Através deste guia você irá explorar as contribuições de


renomados autores, navegando por conceitos fundamentais,
teorias intrigantes e reflexões clínicas para que tenha uma
compreensão introdutória sobre a depressão.
Desde as obras pioneiras de Sigmund Freud até as abordagens
de psicanalistas como Jacques Lacan, Melanie Klein, Sandor
Ferenczi e Maria Rita Kehl, este guia trará luz às ideias de
autores fundamentais sobre esta psicopatologia (nem sempre
considerada assim) para que você tenha uma visão abrangente
e contextualizada desse fenômeno tão atual e complexo.
Comece agora a entender mais sobre a depressão por meio
das lentes de grandes pensadores que moldaram o campo
da psicanálise.
Sigmund
Freud
TEORIA

Psicanalítica:
Freud, o fundador da psicanálise, estabelece Ao criar a categoria das psiconeuroses narcísi-
premissas para a compreensãocontemporânea cas para explicar a melancolia, Freud se dá
da depressão através de conceitos fundamen- conta da insuficiência do modelo neurótico
tais como o luto e a melancolia. para a análise dos quadros melancólicos e dá
o primeiro passo para a compreensão das
Em "Luto e Melancolia" (1917), Freud descre- patologias contemporâneas, denominadas
ve o luto como sendo a reação à perda de psicopatologias do vazio, narcísicas.
umapessoa querida ou de uma abstração que
esteja no lugar dela, como pátria, liberdade, Em "Além do Princípio do Prazer" (1920),
ideal etc. Freud introduz o conceito de pulsão de morte
(Thanatos), sugerindo que há uma tendência
Sob as mesmas influências, em muitas pessoas inata para o retorno ao estado inorgânico e
se observa em lugar do luto uma melancolia, explorando como essa pulsão pode contribuir
o que nos leva a suspeitar nelas uma disposi- para a autodestruição e influenciar a experiên-
ção patológica. A melancolia se caracteriza por cia depressiva.
um desânimo profundamente doloroso, uma
suspensão do interesse pelo mundo externo, A obra de Sigmund Freud continua a ser uma
a perda da capacidade de amar, a inibição de referência de base para a compreensão das
toda atividade e um rebaixamento do senti- dinâmicas psíquicas associadas à depressão.
mento de autoestima, que se expressa em Por sua vez, a interpretação contemporânea
autorrecriminações e auto insultos, chegando muitas vezes integra abordagens psicanalíticas
até a expectativa delirante de punição. Esse de outras perspectivas teóricas.
quadro se aproximará mais de nossa compre-
ensão se considerarmos que o luto revela os
mesmos traços, exceto um: falta nele a pertur-
bação do sentimento de autoestima.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Cursos da Casa do Saber +
para se aprofundar:
Os fundamentos da psicanálise,
mais atuais do que nunca

Onipotentes, Deprimidos e Excitados

Onipotência, depressão, excitação, sensacionalismo: o que está em jogo


na nossa formação e existência como sujeitos hoje? Quais desafios,
angústias e dramas internos surgem a partir de nossas relações com os
outros e o ambiente no contexto contemporâneo? O curso apresenta
interpretações possíveis sobre os desafios da subjetividade contemporâ-
nea a partir das pistas deixadas por Freud em seu clássico “O Mal-Estar
na Civilização” (1930) - mais especificamente a ideia de um “supereu da
cultura”.

Psicanálise e Mitologia: Uma Introdução

A relação entre a mitologia greco-romana e a psicanálise é assunto


conhecido, mas vão muito além de Narciso ou Édipo, dois dos nomes
mais presentes no imaginário popular (e talvez um tanto mal compreendi-
dos). O curso apresenta as origens dessa relação e por que ela é tão
significativa para a constituição da psicanálise como um saber que ultra-
passa as questões singulares de um paciente, trazendo algumas das
histórias mais conhecidas e que diálogos elas propõem com as realida-
des vividas ontem e hoje.

Freud Fundamental: As Ideias e as Obras

É possível dividir a história do pensamento ocidental em antes e depois


de Freud. Os conceitos e as ideias que desenvolveu e aplicou na clínica
transformaram para sempre a forma como buscamos entender os dese-
jos, angústias e dilemas que pautam nossas relações com os outros e
com o mundo.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Jacques
Lacan
PSICANÁLISE
Lacaniana:
Lacan trouxe contribuições significativas à psicanálise, reformulando conceitos freudianos.
O psicanalista francês introduz a ideia do "Estádio do Espelho" e destaca a importância da
linguagem na formação da subjetividade. Em relação à depressão, Lacan explora como os
padrões linguísticos e simbólicos podem influenciar os estados emocionais.

Depressão
Neurótica
Na visão de Lacan, a depressão neurótica está mais associada à estrutura clássica da neurose.
A depressão neurótica pode surgir de conflitos não resolvidos entre desejos inconscientes e as
demandas da realidade. Os estados depressivos podem ser tomados a partir da lógica pulsional,
tratando-se da posição do sujeito em relação ao seu desejo. Esta designação de depressão poderia
então ser mais firmemente relacionada à uma recusa ao próprio desejo, já que este necessariamente
comporta a falta. Estando o sujeito colado à uma ideia da perfeição, na condição depressiva não se
consegue sair desse lugar.

Depressão
Psicótica
A depressão psicótica, segundo Lacan, está associada a perturbações mais profundas na estrutura
psíquica. Ela está relacionada à quebra da função simbólica, destaca-se então a falha no processo
de simbolização como um aspecto central na depressão psicótica. Isso significa que o sujeito tem
dificuldades em atribuir significado simbólico aos seus sentimentos e experiências. A perda de con-
tato com a realidade, a desorganização do pensamento e a falta de ancoragem simbólica são
características frequentemente associadas à depressão psicótica; o que faz com que o sujeito se

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


aloje neste lugar referente à morte. Esta denominação pode ser associada às depressões profundas
ou à bipolaridade.

Na obra Teoria Psicanalítica das Neuroses, Otto Fenichel pontua que as depressões neuróticas são
tentativas desesperadas de forçar um objeto a que dê provisões vitalmente necessárias. Por outro
lado, as depressões psicóticas mostram que se produziu, de fato, perda completa verdadeira, em
que as tentativas regulatórias visam penas o superego.

Para começar a entender a teoria


de Lacan de forma descomplicada:

Para Entender Lacan

O curso apresenta uma breve introdução às ideias e ao legado do pensa-


dor francês Jacques Lacan (1901-1981), quando o mundo recorda os 120
anos de seu nascimento e os 40 anos de sua morte. Para além de o
grande nome da psicanálise depois de Freud, Lacan se lançou para a
eternidade por meio da originalidade de seu pensamento, que reúne
filosofia, linguística, política e matemática, entre outros saberes.

Lacan e as (des)conexões humanas

O curso é uma apresentação dos fundamentos e desdobramentos de


uma das contribuições mais relevantes da psicanálise: a ideia de simbóli-
co, como proposta por Jacques Lacan. Para além da apresentação, as
aulas propõem reflexões sobre como essa ideia pode ajudar a compreen-
der dilemas e carências do presente: as oscilações entre amor e ódio à
alteridade, os desafios da escuta e empatia, e a dificuldade de reconhe-
cer, nomear e expressar sentimentos. Para além de identificarmos as
distâncias que nos separam a todos, inclusive de nós mesmos, de que
forma podemos (r)estabelecer pontes que nos aproximem?

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Donald W.
Winnicott
Objetos
Transicionais e
Ambiente Facilitador
Winnicott concentrou-se na importância do dependência, na qual o potencial herda-
ambiente no desenvolvimento emocional. do de um bebê só pode transformar uma
Suas contribuições à teoria do objeto transi- criança se a mesma estiver emparelhada
cional e à ideia de um ambiente facilitador nos cuidados maternos. Desta forma, a
são relevantes para entender as raízes maneira pela qual a mãe e o ambiente
psicológicas da depressão. A falta de um apresentam o mundo à criança determi-
ambiente emocionalmente sustentador nam a relação de objeto. Assim, a atitude
pode levar a dificuldades emocionais, da mãe é fator determinante para a
incluindo a depressão. evolução do filho no momento em que a
criança vivencia a posição depressiva.
Winnicott argumenta sobre o papel da

A depressão saudável e a
depressão patológica
Winnicott apresenta uma compreensão sobre o valor da depressão, ou seja, o aspecto
saudável da depressão, a partir de um paradoxo - por um lado, as pessoas deprimidas
podem se suicidar, sofrer transtornos psiquiátricos, enfim, viver toda uma série de riscos
característicos; a capacidade para deprimir, por outro lado, encontra-se intimamente ligada
ao conceito de força do ego, ao estabelecimento do self e à descoberta de uma identidade
pessoal, ou seja, encontra-se próxima dos estados de saúde. Assim, Winnicott já nos remete
à necessidade de aprofundar nossa compreensão sobre a depressão a partir da importância
do significado de suas impurezas, que nos conduzirão ao terreno da psicopatologia, ou seja,
que farão da depressão uma entidade mórbida.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Conheça o legado das ideias
de Winnicott:

Para Entender Winnicott

O curso pretende apresentar uma leitura introdutória ao legado das


ideias de Donald Woods Winnicott (1896-1971) que contemple seus
principais conceitos e contribuições para a teoria e clínica psicanalítica,
mas que não deixe de se atentar de maneira crítica para o contexto
histórico, político e geográfico que tanto ajudam em sua compreensão
como lhes servem também de limitações.

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Melanie
Klein

TEORIA DAS Klein expandiu a teoria psicanalítica focando nas


relações com objetos internos e externos. Ela

RELAÇÕES
explorou as dinâmicas das relações mãe-bebê e
como experiências precoces moldam a psique.
Klein também abordou as ansiedades depressivas,
OBJETAIS destacando a importância de integrar aspectos
positivos e negativos da experiência emocional.

A posição
depressiva
Em 1934 Klein contribuiu para o estudo da psicogênese dos estados depressivos, quando
referenciou a “posição depressiva”. Esta posição situa-se no primeiro semestre de vida da
criança e posteriormente corresponde, no segundo ano de vida, ao estágio da percepção
do objeto total. Até lá a criança está protegida do sofrimento depressivo graças aos
mecanismos de clivagem, de projeção e de introjeção: os objetos maus (seio mau, mãe má
e parte má do eu) são separados dos bons e projetados sobre o espaço que cerca o bebê,
ao passo que os objetos bons são incorporados ao seu eu.

Acerca da posição depressiva, o autor Willy Baranger refere que ela produz-se como
consequência da percepção da mãe como pessoa total - pelos 4 a 5 meses de idade - , em
que a criança unifica o amor e o ódio que haviam sido mantidos à parte na relação anterior
com objetos parciais, sendo o surgimento desta posição correlato ao da angústia depressiva,
que se manifesta essencialmente pelo medo de perder o objeto bom pelos ataques dos
objetos maus e do id, ao mesmo tempo que aparecem sentimentos de culpa.A progressiva
maturação força o bebê a perceber a globalidade do objeto, surgindo o sofrimento, a
inquietude e, finalmente, “a depressão” devido as suas tendências agressivas, as quais
demonstra diante de seus “objetos bons” o medo concomitante de perdê-los.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


A criança pode defender-se deste sofrimento que resulta de sua ambivalência acentuando
de modo patológico a clivagem e negando, com a ajuda de todos os mecanismos suscitados,
em particular os da série maníaca, a suadependência ou seu temor dos objetos maus.

Na posição depressiva os objetos internos e externos tornam-se moribundos ou morrem;


o superego incipiente é inflexível, relacionando-se com o desmame e constituindo uma
posição central no desenvolvimento psíquico; elabora-se mediante processos destinados
a reparar o objeto. Na eventualidade positiva, a do desenvolvimento normal, a criança
enfrenta seu sofrimento e tenta, graças ao processo de reparação, restaurar e depois
preservar o objeto bom de seus ataques.

Para começar a estudar


sobre a teoria de Melanie Klein:

Melanie Klein: Psicanálise, Infância e Formação Humana

O curso faz uma introdução ao pensamento da Melanie Klein (1882-1960),


psicanalista austríaca e uma das principais autoras e pensadoras da história
da psicanálise e da cultura ocidental do último século. Suas ideias e sua
atuação clínica se tornaram fundamentais para todos o desenvolvimento da
psicanálise que veio depois e permanece até hoje.

Melanie Klein e a Refundação do Eu: Desenvolvimento Psíquico e a


Teoria das Posições

O curso é um mergulho mais aprofundado em uma das principais contri-


buições de Melanie Klein às teorias da psicanálise: sua teoria das posi-
ções. Em seu trabalho clínico e intelectual a respeito da infância e os
primórdios da vida, Klein foi capaz de estabelecer conexões entre nossas
primeiras vivências e seus efeitos sobre o desenvolvimento e amadureci-
mento do indivíduo.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Sandor
Ferenczi
Ferenczi foi um dos pioneiros na aborda-
“A IMPORTÂNCIA DAS gem relacional na psicanálise. Ele enfati-
zou a importância das relações interpes-
RELAÇÕES INTERPESSOAIS soaisna formação da psique. Suas ideias
sobre a importância do ambiente relacio-
NA FORMAÇÃO DA PSIQUE” nal e da empatia têm implicações para o
entendimento da depressão como uma
condição influenciada pelas interações
sociais.

Psicanálise
Relacional e Interpessoal
Sandor Ferenczi, um psicanalista húngaro contemporâneo de Sigmund Freud,
contribuiu significativamente para a compreensão das interações sociais e suas
influências nas condições psicológicas, incluindo a depressão. Embora Ferenczi não
tenha uma obra específica dedicada exclusivamente à depressão, suas ideias foram
articuladas em vários escritos. Uma das principais obras onde se pode encontrar suas
ideias sobre a influência das interações sociais é "Confusão de Língua entre os
Adultos e a Criança" (1933).

Teoria das
Relações Objetais
Ferenczi foi um dos responsáveis pela construção da Teoria das Relações Objetais,
que se concentra nas relações interpessoais e na influência do ambiente nas
experiências emocionais. Ele argumentava que a qualidade dessas relações molda
a psique do indivíduo desde a infância, neste sentido introduziu o conceito de
"trauma relacional", sugerindo que experiências traumáticas nas relações interpessoais
podem ter um impacto duradouro na saúde mental. O autor enfatizava a importância da
empatia e de uma resposta materna adequada para o bem-estar psicológico da criança,
falhas nesse aspecto poderiam levar a desdobramentos negativos, incluindo a depressão.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Reparação e
Atividade Terapêutica
O autor propôs a ideia de "reparação" como uma parte fundamental do processo
terapêutico, acreditando que o terapeuta deveria desempenhar um papel ativo na
reparação de falhas nas interações sociais passadas do paciente. As ideias de Ferenczi
foram inovadoras e, em alguns aspectos, divergentes da psicanálise ortodoxa da época,
pois preocupava-se em integrar aspectos mais relacionais e sociais na teoria psicanalítica,
reconhecendo que as interações sociais desempenham um papel crucial na formação
da saúde mental. No entanto, muitas de suas contribuições foram redescobertas e
valorizadas mais tarde na história da psicanálise.

Para se aprofundar nas


ideias de Sandor Ferenczi:

Introdução ao pensamento de Ferenczi: Autocuidado,


Escuta e Empatia

O curso é uma apresentação panorâmica das ideias de Sándor Ferenczi


(1873-1933), psicanalista húngaro que foi um dos principais discípulos de
Freud (1856-1939). Os três termos presentes no título - autocuidado,
escuta e empatia - permeiam toda a trajetória de Ferenczi, que se dedi-
cou a tornar mais acessíveis a clínica e os métodos psicanalíticos e a
transformar a compreensão sobre nossas próprias fragilidades.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Maria Rita
Kehl

RENOMADA tem desempenhado um papel fundamental no


entendimento contemporâneo da depressão.

PSICANALISTA
Kehl amplia as discussões sobre a depressão,
explorando nuances e dinâmicas específicas que
não apenas dialogam com a teoria de Lacan, mas
BRASILEIRA também acrescentam novas camadas ao seu
entendimento.

A importância psicótica. Ela propõe uma análise mais


ampla dos processos psíquicos envolvi-
do contexto dos na depressão, explorando as relações
entre indivíduos e suas experiências
sociopolítico subjetivas.

Kehl destaca como as questões sociais,


A autora contextualiza a depressão à luz políticas e culturais podem se entrelaçar
do cenário sociopolítico, considerando com os aspectos mais íntimos da psique,
fatores externos que impactam a subjetivi- influenciando a manifestação e a intensi-
dade. Na obra "O Tempo e o Cão", a dade dos estados depressivos. Ao consi-
psicanalista aborda como eventos históri- derar as contribuições de Kehl, observa-
cos e sociais podem influenciar diretamen- mos uma expansão do entendimento da
te os quadros depressivos, destacando a depressão para além das estruturas clássi-
relevância de considerar não apenas os cas delineadas por Lacan, com um olhar
aspectos intrapsíquicos, mas também os abrangente e numa sensibilidade clínica
contextos externos na compreensão da para conectar a teoria psicanalítica às
patologia. complexidades do mundo moderno.

A contribuição de Maria Rita Kehl vai além


da dicotomia entre depressão neurótica e

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Para se situar no mundo de hoje:
Múltiplas nuances do sofrimento psíquico
explicadas por grandes psicanalistas

Freud e as Relações Humanas:


Os indivíduos e a sociedade

O curso parte de duas diferentes provocações: de um lado, uma feita


pelo próprio Freud em seu clássico Psicologia de Massas e Análise do Eu
(1921): “toda psicologia individual é também, ao mesmo tempo, uma
psicologia social”; de outro, o repetido adágio que ainda questiona a
atualidade e relevância das ideias de Freud.

Freud e as Relações Humanas:


Os indivíduos e a sociedade

O curso parte de duas diferentes provocações: de um lado, uma feita


pelo próprio Freud em seu clássico Psicologia de Massas e Análise do Eu
(1921): “toda psicologia individual é também, ao mesmo tempo, uma
psicologia social”; de outro, o repetido adágio que ainda questiona a
atualidade e relevância das ideias de Freud.

Onipotentes, Deprimidos e Excitados

Onipotência, depressão, excitação, sensacionalismo: o que está em jogo


na nossa formação e existência como sujeitos hoje? Quais desafios,
angústias e dramas internos surgem a partir de nossas relações com os
outros e o ambiente no contexto contemporâneo? O curso apresenta
interpretações possíveis sobre os desafios da subjetividade contemporâ-
nea a partir das pistas deixadas por Freud em seu clássico “O Mal-Estar
na Civilização” (1930) - mais especificamente a ideia de um “supereu da
cultura”.

Excitados, Desatentos e Cansados:


Notas Sobre a Subjetividade Atual

O curso reúne filosofia e psicanálise propondo reflexões a respeito da


existência vertiginosa e acelerada no mundo contemporâneo. A partir de
conceitos como “sociedade excitada” e “cultura do déficit de atenção”,
do alemão Christoph Türcke, bem como das ideias revolucionárias de
Freud, as aulas tratam dos efeitos que os constantes e intensos estímulos
da vida têm sobre a formação da subjetividade atual.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Robert
Stoller
Robert Stoller foi um psicanalista pioneiro que
“Stoller explora a relação ampliou a compreensão das dinâmicas sexuais
e seus vínculos com a psique. Em "Sexual
entre sexualidade e Excitement: Dynamics of Erotic Life," Stoller
explora a relação entre sexualidade e defesas
defesas psíquicas...” psíquicas, delineando implicações relevantes
para o estudo da depressão, particularmente
na histeria e na perversão.

Depressão e sexualidade,
histeria e perversão
Stoller argumenta que a sexualização pode operar como um mecanismo de defesa contra a
depressão, manifestando-se de maneiras distintas na histeria e na perversão.
Em "Perversion: The Erotic Form of Hatred," o autor examina como a sexualidade pode ser
mobilizada como uma forma de lidar com conflitos internos e emoções depressivas. Para
Stoller, a transformação de sentimentos de desamparo e tristeza em excitação sexual repre-
senta uma estratégia psíquica para enfrentar a dor emocional subjacente. Contextualizando
essa visão na histeria, Stoller destaca como a expressão sexual pode servir como uma tentati-
va de controlar a angústia decorrente de conflitos não resolvidos. Neste sentido, explora
como a histeria pode ser uma resposta à dificuldade de lidar com o desejo e as complexida-
des emocionais, utilizando a sexualidade como uma forma de subverter a depressão latente.

Em relação à perversão, Stoller examina como a erotização do ódio pode representar uma
tentativa de defesa contra o desamparo. Ao canalizar o ódio por meio da sexualidade, o
indivíduo poderia então encontrar uma saída para emoções depressivas, transformando-as
em uma expressão erótica peculiar. Objetivamente, as obras de Stoller oferecem recursos
para entendermos as complexas interações entre a sexualidade e o sofrimento psíquico.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Para entender
sobre a loucura:
Conteúdos de grandes psicanalistas
que você precisa conhecer

Existe alguém normal?


A Ideia de Loucura na Psicanálise

O que a ideia de “normalidade” realmente significa? A psicanálise, desde


seu início, desafia a ideia de “normalidade” como uma condição vista
como “natural” do ser humano, e apresenta uma concepção mais nuança-
da dessa ideia. A proposta do curso é mostrar a percepção psicanalítica da
loucura, que difere do modo como classicamente a psiquiatria aborda.

As Relações Humanas Hoje:


Bem-estar em um Mundo Contraditório

O psicanalista e escritor Contardo Calligaris (1948-2021) debate as possibili-


dades do bem-estar em um mundo contraditório, de fragmentação e hosti-
lidades aparentes. Os papéis do amor, do prazer e dos estímulos imediatos
são discutidos, assim como os valores cristãos e os universalistas.

Uma Psicanálise da Existência

Conceitos abordados por Freud (1856-1939) e Lacan (1901-1981), mal-


-estar, sofrimento e sintoma são maneiras de designar nossa posição no
mundo e permitem rever a maneira como lemos boa parte de nossos
sentimentos de desajuste, imperfeição e impotência no mundo atual.
Psicanalista e professor da USP, Christian Dunker aborda neste curso
como fazer uma leitura da angústia sentida por todos nós em diferentes
momentos da vida.

O Coringa: Insatisfação, Violência e Desprezo

Uma sociedade apática acentua desigualdades sociais e molda compor-


tamentos. Nesta série, entenda como a dita loucura muitas vezes é refle-
xo das insatisfações pessoais reprimidas transformadas em violência e
desprezo pelas regras morais.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


William
Styron
Em sua obra seminal "Visível Escuridão: Memó-
Escritor e psicanalista, rias de Loucura", Styron não apenas comparti-
deixou uma marca indelével lha suas experiências pessoais com a depres-
são, mas também oferece uma perspectiva
no campo do estudo da única por transcender fronteiras da literatura e
da psicanálise explorando a interseção entre a
depressão contemporânea. linguagem, a subjetividade e a depressão em
diálogo profundo com as ideias de Lacan.

A relação entre desejo,


recusa e depressão
Styron ilumina a compreensão da depressão neurótica ao apresentar, em detalhes,
os conflitos não resolvidos entre desejos inconscientes e as exigências da realidade.
Sua narrativa não apenas reflete a lógica pulsional explorada por Lacan, mas também
destaca a recusa ao próprio desejo como uma característica intrínseca à condição
depressiva. Ao abordar a perfeição inatingível, Styron oferece uma perspectiva clínica
enraizada em sua própria experiência, proporcionando outra compreensão para a
complexidade desse estado mental.

No que se refere à depressão psicótica, Styron oferece uma reflexão profunda sobre
a quebra da função simbólica. Ao narrar os momentos de desorganização do pensamen-
to e a perda de ancoragem simbólica, Styron proporciona uma visão visceral das caracte-
rísticas associadas à depressão psicótica, aproximando-se das ideias de Lacan sobre a
dificuldade em atribuir significado simbólico aos sentimentos e experiências. A obra de
Styron, permeada pela sensibilidade artística e pela análise clínica, oferece uma compre-
ensão rica e multifacetada da depressão.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Para compreender
o lugar do desejo:
Os nossos cursos recomendados
na Casa do Saber +

As Questões do Desejo

Entenda nesta série como se formam nossos desejos, necessidades


genuínas de um indivíduo para que ele obtenha satisfação pessoal,
e saiba como as influências sociais participam do processo.

Desejo e Subjetividade no Tempo Presente

O curso propõe uma revisão da ideia de “saúde mental” a partir de duas


perspectivas. A primeira, que considera uma série de reduções produzidas
ao restringir saúde mental aos campos biológico e médico; a segunda, que
busca expandir essa noção para além do mero bem-estar. Neste sentido,
“saúde mental” envolve a humanização do indivíduo ao colocá-lo como
sujeito que reconhece seu desejo e, com isso, é capaz de elaborar sua subje-
tividade e se tornar agente condutor da própria existência de maneira mais
consciente.

Você é o que deseja: ética e psicanálise

Conhecer nossos desejos é fundamental para uma existência mais autên-


tica e, segundo Lacan, está no centro de como viver bem. Esta série traça
um panorama sobre a ética em confronto com o desejo e as formas
como este dilema afeta nossa individualidade.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Antonio
Quinet
O autor propõe um olhar para as defini-
Antonio Quinet, psiquiatra ções de Lacan e explica que na polaridade
e psicanalista brasileiro, tem neurose x psicose, o primeiro sujeito é
representado por um significante para
contribuído significativamen- outro significante; enquanto o sujeito da
psicose é aquele que se correlaciona ao
te no estudo da depressão gozo, a um "Outro que dele goza".
através de novas perspecti- Quinet explora as complexas interações
entre a psicose e o tecido social, propon-
vas às contribuições do uma análise que se estende ao enten-
lacanianas. dimento da depressão.

Depressão neurótica e
depressão psicótica
Ao dialogar com os conceitos de Lacan, Quinet aprofunda a compreensão da
depressão neurótica, revelando as nuances dos conflitos entre desejos inconscientes
e as demandas da realidade. Sua abordagem, ancorada na lógica pulsional, expande
a discussão sobre a recusa ao próprio desejo, enriquecendo o entendimento da condição
depressiva. A obra de Quinet oferece uma leitura crítica e atualizada da perspectiva
lacaniana, refletindo sobre a impossibilidade de alcançar a perfeição e as consequências
dessa busca na manifestação da depressão.

Na análise da depressão psicótica, Quinet destaca-se ao explorar a falha no processo de


simbolização como um elemento central. Sua abordagem vai além das estruturas clássicas,
abrangendo as dificuldades do sujeito em atribuir significado simbólico aos sentimentos e
experiências. Ao discutir a perda de contato com a realidade, a desorganização do pensa-
mento e a falta de ancoragem simbólica, Quinet oferece uma visão contemporânea que
enriquece o entendimento da depressão psicótica e suas complexidades, abrindo espaço
para uma compreensão mais ampla das depressões profundas e da bipolaridade.

A depressão pela psicanálise: um guia com grandes autores e suas abordagens


Nota da Casa:

Este material não substitui o conhecimento adquirido a partir dos cursos da


Casa do Saber + e tampouco a fala dos especialistas no assunto, tendo uma
função de complemento aos estudos e indicação de referências para os
interessados na área.

Referências:

Baranger, Willy. Posição e objeto na obra de Melanie Klein. Editora Artes Médicas, 1981.

Kehl, M. R. (2009). O Tempo e o Cão: A Atualidade das Depressões. Boitempo Editorial.

Kehl, M. R. (2013). Função da angústia. Zagodoni Editora.

Kehl, M. R. (2014). Deslocamentos do Feminino. Companhia das Letras.

Lacan, J. (2008). Escritos. Zahar.

Quinet, A. (1990). Clínica da Psicose. Fator

Quinet, A. (2006). Psicose e Laço Social: Esquizofrenia, Paranóia e Melancolia. Zahar.

Stoller, R. J. (1979). Sexual Excitement: Dynamics of Erotic Life.

Stoller, R. J. (1985). Perversion: The Erotic Form of Hatred.

Vidal, Manola, & Lowenkron, Theodor. (2008). Sobre a depressão pura.


Revista Brasileira de Psicanálise, 42(1), 52-59. Recuperado em 23 de janeiro de 2024, de
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X200800
100006&lng=pt&tlng=pt.

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CONTEÚDO
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Analista de conteúdo

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