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RESENHA

Por
Kátia Gally Calabrez
Ferreira, Renildo; Cérebro, Música e Criatividade. Porto Alegre/RS: Evangraf, 1996.
CDU-159.947.
O autor FERREIRA, é pesquisador e psicólogo.
A publicação trata de trazer até o público os últimos avanços, descobertas e
aplicações com relação às pesquisas que envolvem o cérebro humano. Lembrara que o
cérebro controla nossas emoções e nosso corpo e habilidades diferentes,
independentemente de qualquer influência social. Reafirmar a existência dos dois
hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) com funções diferente e bem definidas.
A música não é um simples entretenimento, mas energia capaz de retardar, regular
ou desregular as batidas do coração; relaxar ou irritar os nervos, influir na pressão
sanguínea, na digestão e no ritmo de nossos pensamentos, na melodia de nossas
emoções e na harmonia de nossa saúde corporal. A ausência de música tem um efeito
retardador no desenvolvimento do cérebro, especialmente na ligação dos dois
hemisférios. Desprezamos o emprego consciente dos poderes objetivos da música. A
música tem o poder de ligar os dois hemisférios. Só haverá a explosão de nossa
criatividade, quando se estabelecer a harmonia e o equilíbrio entre os hemisférios
cerebrais.
O cérebro é responsável pelo pensamento, memória, emoções, linguagem,
imaginação, sensibilidade, equilíbrio, coordenação motora, sentimentos, sexualidade,
sono, sonhos, respiração.
As mulheres têm 11% a mais de neurônios do que os homens nas áreas
responsáveis pelo canto e entonação das palavras – habilidades do hemisfério direito. O
ato de compor é um exercício de matemática.
A capacidade musical relaciona-se com o hemisfério direito.
Só haverá a explosão de nossa criatividade quando soubermos usar
equilibradamente o cérebro em seus dois hemisférios. O objetivo é tornar o hemisfério
esquerdo do cérebro menos dominante, para que o direito possa se revelar.
Está comprovado que a música leva um estado alterado de consciência, favorável
ao aprendizado. Na atividade musical, o hemisfério esquerdo lê a partitura e mantém o
ritmo, já o direto cuida do tom, da melodia e da expressão. Partes do cérebro, tem papel
importante na percepção e produção da música. A mente controla o cérebro por meio de
pensamentos e imagens, que controla o corpo todo por meio de impulsos químicos e
elétricos.
A mente criará coisas e situações conforme o pensamento registrado. A esse
pensamento forte carregado de energia que provoca reações no mundo interno e externo,
chama-se de pensamentos padrões. Pensamos com a mente consciente e nossos
pensamentos são absorvidos pelo inconsciente que o transforma em imagens. A resposta
do subconsciente será de acordo com o pensamento da mente consciente. A mente
racional escolhe as ideias, o subconsciente aceita tudo, não especula, apenas executa. A
mente subconsciente é não-seletiva e aceita como verdade qualquer coisa que a mente
consciente acredite ser verdade. A mente consciente é conhecida como mente objetiva;
aprende através de observação, experiência, educação, dos cinco sentidos; comanda o
raciocínio. A mente subconsciente é conhecida como mente subjetiva; aprende pela
intuição e não pelos sentidos; é a sede das emoções e da memória.
A música é uma forma de expressão não-verbal e é percebida através do aparelho
auditivo e, depois, canalizada para o cérebro, para regiões de respostas emocionais,
algumas delas associadas ao sistema límbico. A música ajuda a estimular a imaginação,
a fantasia e a intuição e, assim, ajuda a integrar as funções dos hemisférios direito e
esquerdo do cérebro. As emoções existem por si mesmas, e podem ser desencadeadas
pela música. A música representa um canal direto para as emoções e estimula o lado
intuitivo do hemisfério direito do cérebro, mexendo com nosso potencial criativo. Pelo
efeito da música, podemos estimular funções do hemisfério direito do cérebro e assim
usar imagens e cores para tecer redes de fantasia que muitas vezes o levam ao
inconsciente superior – terreno da cultura de ideias novas e da criatividade. Logo é natural
presumir que a ausência de arte e da música tenham um efeito retardador no
desenvolvimento do cérebro, especialmente na ligação dos dois hemisférios. A música
como energia e não apenas como entretenimento acelera ou retarda, regula ou desregula
as batidas do coração; relaxa ou irrita os nervos; influi na pressão sanguínea, na digestão
e no ritmo de nossos pensamentos, na melodia de nossas emoções e na harmonia de
nossa saúde corporal. Desprezamos, até por desconhecimento, o emprego consciente
dos poderes da música. Alguns padrões rítmicos tem a capacidade de arrebatar-nos,
produzindo uma forma branda de êxtase ou uma sensação de liberdade, sensualidade e
expansividade. A música tem a capacidade de transformar a consciência. As vibrações
rápidas produzem fortes estímulos nervosos, e as vibrações lentas tendem a relaxar. A
música alta tem um considerável poder de arrebatamento; é dominadora e coerciva e
pode dar ao ouvinte a sensação de estar protegido.
A palavra criatividade sugere originalidade, novidade, progresso, novos caminhos,
audácia, alternativas, talento, capacidade, realização, resultados; capacidade de produzir
resultados novos ou valiosos, uma atitude diante da vida, o motor do desenvolvimento
pessoal, a base de todo o progresso e de toda a cultura, o caminho para uma vida plena
para conseguir a felicidade pessoal, a higiene social e o progresso em todos os campos.
Os fatores da criatividade são a competência, as habilidades mentais concentrando a
persistência, a flexibilidade e a capacidade de perceber novas possibilidades. A explosão
criativa só acontece partir da síntese dos dois hemisférios. As novas ideias dependem do
pensamento lateral, criativo e divergente.
O hábito é a repetição, o conhecido, a segurança, o fácil, a inercia. A criatividade é
mudança, o novo, o risco, o difícil, o movimento, o esforço. A nossa vida deve ser uma
mistura de hábitos e criatividade, pois suprimindo a criatividade, o que resta é a rotina,
conformismo, inércia, monotonia, mediocridade; e suprimindo o hábito vem a tensão, a
improvisação, o esforço esgotador, a insegurança. Para sermos criativos, temos que ter
uma rotina, uma organização, um método de trabalho, disciplina.

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