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RESENHA

Por
Kátia Gally Calabrez

SWANWICK, Keith; Ensinando Musica Musicalmente – São Paulo/SP: Editora Moderna


LTDA, 2003. ISBN 85-16-03907-2.
O autor, Swanwick, é professor emérito do Instituto de Educação as Universidade
de Londres. Foi o primeiro professor titular de educação musical e Diretor de Pesquisa da
Europa. Formado com honras no Royal Academy of Music, onde estudou trombone,
piano, órgão, composição e regência. Passou a dedicar-se à docência em escolas de
ensino médio, cursos de especialização e universidades. Vasta experiência em regência,
atuou em orquestras e igrejas. Foi editor do British Journal of Music Education, o primeiro
presidente da British National Assoiation of Education in the Arts, chefe do Music Council
(Inglaterra), professor visitante na Universidade de Washington e professor conselheiro no
Instituto de Educação (Hong Kong).
A obra destina-se a educadores musicais, podendo ser aproveitado por pessoas
que criam e executam música, como também por aqueles que tem curiosidade pelas
formas as quais respondemos à música; e também aos interessados no valor e na função
da música e a profissionais no desenvolvimento do campo da psicologia e sociologia da
música. Trabalha o tema da música em si mesma com o seu valor e o significado
metafórico e com o contexto social da compreensão musical. Focaliza na educação
musical por meio de exemplos práticos. Levando a adaptar a educação musical formal em
escolas e faculdades a um mundo envolvido em mudanças.
Devemos substituir o termo cognição musical por compreensão musical,
substituindo o ensino intuitivo e a avaliação informal.
As diferenças culturais e pessoais influem nas grandes variações dos tipos de
música, assim como a função social. A música aumenta a qualidade de vida humana;
enriquece nossa compreensão sobre nós mesmos e sobre o mudo. A música persiste em
todas as culturas e encontra um papel em vários sistemas educacionais. A música pode
acentuar o perfil de uma escola, faculdade, ou qualquer outra organização, pode
engrandecer eventos sociais e interferir no cotidiano das pessoas; porém por si só essas
razões não são suficientes para justifica-la no sistema educacional; e não oferecem um
embasamento filosófico, não sabem como articular o fazer musical tão válido. A música é
uma forma de discurso; se manifestando por uma variedade de caminhos e não somente
por palavras; e esse discurso musical pode ser socialmente reforçado ou culturalmente
aborrecido, provocativo ou estimulante. A educação estética musical não deve ser uma
predileção para uma minoria social privilegiada, mas deve ser uma atividade muito mais
inclusiva. O significado musical e nossa resposta a música são relacionados com as
relações estruturais internas.
O estético é só mais um elemento da atividade artística. Alguns aspectos a
atividade musical são únicos, faz parte integral do nosso processo cognitivo, um caminho
de conhecimento, sentimento e pensamento. Devemos assimilar um novo contexto e
recolocar a música. O centro da ação criativa para nos capacitar a se abrir para novas
fronteiras. A música tem vida própria, informa vida no sentimento.
Uma comunidade vem adaptada a uma interação flexível. Formas expressivas
parecem sofrer mudanças por justa posição, realinhamento e transformação, carregando
com eles sua sugestividade afetivas, os gestos musicais são trazidos em novas relações.
A exposição a outras culturas ajuda a entender um pouco da nossa. A música é uma
forma de pensamento e de conhecimento, vários insights se tornam possíveis. A
educação musical deve ser uma tentativa de indicar os alunos em trabalhos musicais que
expressassem valores eternos. O significado e o valor da música jamais podem ser
intrínsecos e universais, mas estão ligados ao que é socialmente situado e culturalmente
mediado. As culturas não estão solidificadas para sempre. Toda música é culturalmente
enraizada ou situada, mas não é unicamente refletidora e expressiva de uma cultura.
Através da música podemos vislumbrar um mundo diferente. Toda música tem um
contexto musical! Somos interpretes culturais.
Temos que ter a concepção da educação musical como uma forma de todos
culturais ou reforço social, transmissão de cultura. Temos uma voz musical e ouvimos
outras vozes musicais. O contexto social e cultural das ações musicais são integrantes do
significado musical e não pode ser ignorado ou minimizado na educação musical.
Promover a adequação fundamental para o fazer musical ou para o ensino musical. A
educação musical deve se responsabilizar pela contextualização da música e do fazer
musical. Decidir que música é boa para o que. A educação musical formalizada tende a
criar sua própria subcultura, que pode não ser culturalmente autentica nem rica
musicalmente. A educação musical não é problema até que se torne formal e
institucionalizada, tornando a música uma subcultura. Os processos musicais devem ser
usados da forma mais rica possível. Quando a atividade é vista como autentica e
significativa, se tornam musicalmente engajadas. A expressão musical não pode ser
colocada com reflexão posterior; o caráter expressivo está implícito em muitos tipos de
decisões de performance. E não deve ser confundida com auto expressão; não está em
nosso senso sobre nós mesmos, mas na percepção do caráter da música. Podemos
encontrar similaridades entre o movimento da música e a emoção humana. A
expressividade da música é imitativa e também abstrata, captando semelhanças da
experiência de vida sugestivamente em vez de realizar uma cópia exata. Os processos
dinâmicos não podem ser reduzidos à formulas. Cada aluno traz consigo um domínio de
compreensão musical. Não deve haver imposição quanto ao que ouvir nem
sobrecarregando de informações sobre a vida dos músicos e informações sociais. Deve
haver espaço para a exploração pessoal, para a escolha e tomada de decisões, tendo
suas próprias interpretações, se apropriando da música por si mesmos. Ter disponível
para os alunos bons modelos. Integrar as experiências musicais para respeitar o discurso
musical e as diferenças individuais dos alunos.
A capacidade de ler e escrever não é o objetivo final da educação musical, na
verdade é um meio para um fim. Desenvolver um currículo musical integrado, aonde o
aluno compõe, canta e responde como apreciador. Ajudar a vivenciar a música no agora.
A avaliação musical genuína é a chave para uma educação musical efetiva. Existem
caminhos para ensinar e avaliar musicalmente e necessitamos de critérios confiáveis para
explicitar padrões, para uma linguagem compartilhada de crítica musical. Os professores
devem ser críticos, sensíveis e articulados na compreensão da complexidade da
experiência musical. Em uma educação musical integrada e coerente na qual se canta,
compõe e escuta, as fronteiras dentro do processo musical desaparecem. Existe uma
riqueza de recursos além dos portões da escola, se soubermos como encontrá-los e
utiliza-los. A música não é uma entidade única, facilmente reduzível, para o trabalho em
aulas convencionais, mas uma multiplicidade de atividades, cada uma requerendo algum
conhecimento especial variando em tamanhos de grupos e em níveis e tipos de
equipamentos.
Se a música da escola é uma subcultura separada da música que estará fora dela
no mundo, não haverá experiências autenticamente musicais. Considerar o envolvimento
dos Músicos de várias espécies como parte de uma rede de educação musical, mais do
que vê-los como novidades exóticas. Olhar criticamente para a estrutura e função das
escolas, recorrer a recursos em agencias fora. A pluralidade contemporânea das músicas
requer uma definição das relações entre o fazer musical na comunidade e a educação
musical formal no estúdio e na sala de aula. Vivenciar todos os tipos de música, uma
supercultura. A pluralidade musical é crucial. Ignorar rótulos musicais por reconhecermos
as raízes sociais. Apesar da aparente diversidade musical mundial, existem elementos
que são comuns, mesmo em contextos diferenciados. Ir além da replicação cultural, rumo
a renovação cultural.

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