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GT8 – EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA

A CARTOGRAFIA BÁSICA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: RELATOS DE


ALGUMAS EXPERIÊNCIAS NO PIBID

Cinddinesya da Silva Nogueira


Discente da Licenciatura em Geografia – 8º Período
Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
cinddynogueira@hotmail.com

Walquíria Almeida de Lima


Discente da Licenciatura em Geografia – 8º Período
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
almeida_walquiria@hotmail.com

RESUMO

Ao refletir sobre o ensino de geografia observam-se as diversas possibilidades de como esta ciência
pode ser trabalhada em sala de aula, e a cartografia assume posição central, à medida que se
configura como importante ferramenta para a representação e análise do espaço geográfico. Nessa
perspectiva buscamos, através de diversos autores, discutir um pouco sobre a importância,
dificuldades e possíveis soluções para a cartografia escolar. Objetivamos também destacar o PIBID-
Geografia que possibilita aos seus bolsistas contato com a sala de aula da rede básica de ensino e
oferece o suporte teórico-prático para que estes se preparem para exercer a docência. Serão
relatadas algumas experiências vividas pelos bolsistas nas oficinas de cartografia oferecidas pelo
subprojeto PIBID-Geografia, assim como na aplicação de atividades para a turma do 6º ano “1” na
Escola Estadual Mascarenhas Homem.

Palavras chave: Cartografia escolar, PIBID-Geografia, Ensino.


Introdução

A Geografia escolar trabalha o espaço em que vivemos, procurando explicar a


realidade dos fatos que ocorrem na sociedade. Sendo esta uma ferramenta
importante na criação de cidadãos críticos e com uma capacidade de leitura do
mundo, se faz necessário obter o conhecimento de conceitos básicos e
fundamentais ao estudo geográfico, e nesta perspectiva “os conteúdos relacionados
à cartografia são fundamentais desde as primeiras etapas de ensino, uma vez que
esta prioriza as diversas formas de representação do espaço geográfico” (PANDIM,
2006).
Ensinar cartografia não é tarefa fácil, poismuitos relatos são dados por
professores quanto à dificuldade de se trabalhar esse conteúdo em sala de aula e,
muitas vezes, acabam, negligenciados, ou são abordados de forma superficial o que
compromete o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de geografia.
O presente trabalho discute sobre a importância, dificuldades e possíveis
soluções para a cartografia escolar, ressaltando a necessidade da preparação do
futuro professor, ainda na graduação, visto que um dos maiores problemas em se
trabalhar cartografia se deve a uma má formação acadêmicapara a prática
profissional.
No decorrer do trabalho serão relatadas algumas experiências vividas no
subprojeto PIBID-Geografia, tanto no âmbito da preparação dos bolsistas através de
oficinas, quanto da aplicação do projeto desenvolvido por estes sobre cartografia
básica para os alunos do 6º ano 1, da E. E. Mascarenhas Homem.
Neste sentido, o subprojeto de Geografia/UFRN teve como objetivo central
contribuir na formação inicial de professores, a partir do Desenvolvimento de
reflexões teóricas e práticas que assegurassem uma base sólida para a construção
da prática docente, sintonizada com as necessidades do ensino de geografia nas
escolas públicas. Diante disso, as oficinas de cartografia foram desenvolvidas nas
reuniões do PIBID com o objetivo de proporcionar aos bolsistas uma melhor
formação e compreensão de como ensinar geografia, tomando como base a
cartografia, e o desenvolvimento de materiais didáticos a serem coinstruídos pelo
professor e também pelos próprios alunos do ensino básico.
Em relação às atividades desenvolvidas na Escola Estadual Mascarenhas
Homem, compreendendo a importância da Cartografia para o ensino de Geografia,
buscamos desenvolver atividades práticas, utilizando recursos didáticos que
auxiliassem a compreensão dessa linguagem. As atividades foram desenvolvidas na
turma do 6º ano 1, abrangendo os temas: escala, orientação e localização espacial,
e leitura e interpretação de mapas temáticos. As atividades foram desenvolvidas
buscando proporcionar aos alunos uma base cartográfica afim de melhor
compreenderemos conteúdos abordados na disciplina de geografia.

A importância da cartografia nas aulas de geografia do ensino básico

A Cartografia está presente no decorrer da história da humanidade; na pré-


história, antigas técnicas eram utilizadas pelos povos para orientação, localização,
registro de lugares e atividades, e delimitação de territórios de caça e pesca. Nos
dias atuais ela assume grande importância, estando intimamente relacionada ao
ensino de diversas ciências, em especial ao de geografia, considerando que

A cartografia é a ciência ou método de fazer mapas. E o mapa é a


representação da superfície da terra, mediante certa escala, e esta
superfície da terra é o campo de estudo da geografia. Assim, a cartografia
representa o que a geografia estuda. (ALEGRE,1969) apud SOUZA E
KATUTA. 2001,p.55)

O ensino de geografia busca formar cidadãos que saibam fazer a leitura do


espaço geográfico, em suas diversas escalas e configurações, e que compreendam
o sistema e as estruturas que produzem a sua organizaçãoespacial. Nesse
processo, a Cartografia é uma importante ferramenta para a representação e a
leitura dos fenômenos espaciais “[...] possibilitando sintetizar informações, expressar
conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas, sempre envolvendo a ideia
da produção do espaço: sua organização e distribuição.” (BRASIL, 1998, p. 33).
Diante disso, observa-se que a Cartografia apresenta-se como uma linguagem
indispensável ao ensino de Geografia, cabendo a ela a localização dos fatos e
acontecimentos no espaço geográfico, como relataCavalcanti (1999, p.136)

A cartografia é um importante conteúdo do ensino por ser uma linguagem


peculiar da Geografia, por ser uma forma de representar análises e sínteses
geográficas, por permitir a leitura de acontecimentos, fatos e fenômenos
geográficos pela sua localização e pela explicação dessa localização,
permitindo assim sua espacialização. Sabe-se que os alunos têm um
interesse diferenciado pelos mapas (CAVALCANTI. 1999, p. 136)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia reafirmam a importância
da Cartografia, ao coloca-la como um dos objetivos do estudo no Ensino
Fundamental.

A cartografia torna-se recurso fundamental para o ensino e a pesquisa. Ela


possibilita ter em mãos representações dos diferentes recortes desse
espaço e na escala que interessa para o ensino e pesquisa. Para a
Geografia, além das informações e análises que se podem obter por meio
dos textos em que se usa a linguagem verbal, escrita ou oral, torna-se
necessário, também, que essas informações se apresentem especializadas,
com localizações e extensões precisas, e que possam ser feitas por meio
da linguagem gráfica/cartográfica. É fundamental, sob o prisma
metodológico, que se estabeleçam as relações entre os fenômenos, sejam
eles naturais ou sociais, com suas espacialidades definidas (PCN, 1998, p.
76).

Diante disso, é importante que o ensino da geografia, e aqui mais


especificamente da cartografia, se inicie logo nas séries iniciais, oferecendo assim o
meio propício para que os alunos compreendam o espaço geográfico, através de
representações espaciais de diversos temas e territórios, utilizando-se de conceitos
básicos como a escala, a orientação espacial e o sistema de localização. E é
responsabilidade da escola o desenvolvimento dessas habilidades cartográficas,
como destaca Almeida (2004, p.17):

[...] o ensino de mapas e de outras representações da informação espacial é


importante tarefa da escola. É função da escola preparar o aluno para
compreender a organização espacial da sociedade, o que exige o
conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à representação
gráfica dessa organização.

Ao aprender a analisar a representação do espaço através de mapas o aluno atingi


uma nova organização estrutural de sua atividade prática e da concepção do
espaço. Deste modo observamos que, a leitura dos mapas e a construção dos
mesmos, assim como a aprendizagem do uso da bússola, GPS e outros
instrumentos de orientação e localização são extremamente importantes no que diz
respeito ao processo de aprendizagem da geografia.

O uso da cartografia nas aulas de geografia: dificuldades e possibilidades

O processo de ensino/aprendizagem cartográfica não é uma tarefa fácil.


Observa-se que, dentro das escolas, existe certa resistência em se trabalhar com os
conteúdos de cartografia, devido às grandes dificuldades, tanto por parte dos
professores como dos alunos. A esses problemas podem ser associados alguns
fatorescomo, por exemplo, as dificuldades de alguns docentes por possuírem
deficiências em relação à cartografia, devido a sua má formação durante a
graduação. Como afirma Melo et al. (2005, p. 13),

se existe dificuldade quando se aprende Cartografia na faculdade,


logicamente ela existirá quando, aquele que se formou professor, for
ministrara matéria Geografia e os assuntos da mesma, com tópicos de
Cartografia, para os alunos do ensino fundamental e médio.

Segundo ORTEGA (2011, p.19), “Ao professor de geografia cabe a tarefa de


fazer com que a comunicação que se pretende estabelecer com a linguagem
cartográfica seja de fato compreendida.” Porém, ao se depararem com certas
dificuldades, muitas vezes os professores acabam negligenciando esse assunto,
abordando-o de forma superficial ou até mesmo não trabalhando com seus alunos.
Essas atitudes prejudicam os alunos do ensino básico, que chegam as demais
séries sem uma base sólida sobre os conhecimentos da cartografia. Desta forma, é
fundamental que se busquem soluções para resolver o problema da dificuldade dos
professores em trabalhar a linguagem cartográfica, o que consequentemente reflete
em seus alunos.
Outro problema que dificulta o processo de ensino-aprendizagem dos alunos
do ensino fundamental refere-se à falta de material específico para se trabalhar
questões que envolvam a cartografia, e a forma como esse tema é abordado pelo
professor de geografia. Ao trabalhar a cartografia, sobretudo com os alunos das
séries do ensino fundamental, onde os alunos ainda não tem maturação suficiente
para compreender seu lugar no espaço. É importante que o professor busque
aproximar as questões referentes ao tema com a realidade do aluno, buscando
inserir as discussões dentro do contexto vivenciado por ele (A escola, o bairro, a
cidade). Portanto, as primeiras noções de cartografia são principiadas pelas relações
mais próximas, sendo essas já fundamentadas. Para que isto ocorra, necessita-se
de que o professor pesquise maneiras das quais fundamentalize suas ações na
escola a partir do cotidiano dos alunos, procurando ferramentas pedagógicas que
facilitem o ensino-aprendizagem.

A ação mediadora é possibilitada pelo aprendizado que se tem da leitura e


capacidade de compreensão da representação e que é disponibilizada
inicialmente e no decorrer da escolaridade. Portanto, é o professor o
principal agente mediador do conhecimento. (FRANCISCHETT, 2008, p.4 -
5).

É necessário o desenvolvimento de atividades que envolvam os alunos,


ocasionando uma maior interação entre esses e os professores. Nas aulas
especificas onde a cartografia é trabalhada é importante que a práxis seja pensada
como processo de conhecimento e partindo de atividades teórico-práticas que
envolvam os alunos, utilizando de recursos didáticos construtivos onde, de
preferência, os próprios alunos possam confeccioná-los, como por exemplo, a
elaboração de mapas temáticos. Como afirmam Damasceno e Caetano (2013, p.
06),
A criança, quando aprende por suas próprias ações ao participar ativamente
na construção do mapa, atribui um sentido maior neste processo de
aprendizagem cartográfica. Vale ressaltar que os produtos dessa
aprendizagem são utilizados, não só dentro da sala de aula, mas também
no cotidiano, dentro de suas vivências sociais.

Dessa forma,o uso das noções cartográficas nas aulas de geografiapode


fornecer os meios pelos quais o indivíduo consegue ler/representar e interpretar o
espaço em que se encontra.

Oficinas de cartografia aplicadas com os bolsistas do PIBID – Geografia

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID é um


programa concebido pelo Ministério da Educação e financiado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que tem como objetivo
principal auxiliar na formação de novos professores que atuarão na educação
básica, incentivando-os na busca de novas alternativas metodológicas que facilite o
processo de ensino-aprendizagem. Ao analisarmos a trajetória do PIBID,
observamos um significativo crescimento quantitativo e qualitativo. Ao longo de sua
existência, o PIBID tem se destacado como uma importante ferramenta de
transformação da realidade escolar dos alunos assistidos, e dos bolsistas
participantes do projeto. Uma série de resultados importantes tem ocorrido nas
instituições que abrigam o PIBID, apontando para a valorização do docente nas
escolas de ensino básico e nas universidades, e a possibilidade de uma
transformação significativa na qualidade do ensino nas escolas conveniadas. Como
afirma Martins (2012, p.8)

O enorme déficit de professores da Educação Básica pública, no Brasil,


acrescida da desvalorização da profissão de professor, torna o PIBID uma
das mais importantes iniciativas no campo das políticas públicas destinadas
à melhoria da qualidade da escola e da formação de profissionais
qualificados para nela atuarem. (MARTINS, 2012, pág. 8)

Ao analisarmos a trajetória do PIBID-UFRN, observamos um significativo


crescimento quantitativo e qualitativo. Atualmente a Universidade apresenta um total
de 809 bolsas, distribuídas em 25 licenciaturas no campus central e demais campus
no RN.
O subprojeto PIBID – Geografia/UFRN (Campus central) participa do
programa desde o ano de 2009, e atualmente conta com um total de 45 bolsistas,
cinco supervisores e quatro coordenadores, atuando em quatro escolas, sendo
estas: E.E. Floriano Cavalcanti; E.E Jerônimo Gueiros; E.E. Mascarenhas Homem e
E.E. Imperial Marinheiro. Entre os objetivos do subprojeto estão o desenvolvimento
de atividades na perspectiva sócioconstrutivista e a realização de oficinas de
cartografia e leitura e produção de textos, que buscam sanar as dificuldades
relatadas pelos bolsistas.
Como foi retratado no tópico anterior, a cartografia é uma importante
ferramenta nos estudos de geografia, porém existe uma certa dificuldade em se
trabalhá-la.Dessa forma, “construir conceitos relacionados à Cartografia e
desenvolver habilidades de reflexão sobre os processos vivenciados na
cotidianidade, passa a ser um grande desafio ao professor” (PANDIM, 2006). Diante
dessa realidade , o PIBID – Geografia desenvolveu oficinas de cartografia para
serem aplicadas com os bolsistas, tendo como principal objetivo, propor uma
diferente forma de aprendizado dos conceitos cartográficos. Estas atividades têm
como proposição uma nova didática de ensino, desvinculando o bolsista dos
métodos tradicionais, através do desenvolvimento de atividades práticas e
construção de recursos didáticos. As oficinas foram ministradas pelo professor
Edilson Alves de Carvalho, coordenador do subprojeto PIBID-Geografia (Figura 01)
Figura 01: Oficina de cartografia – Elaboração de painéis sobre as diferentes formas
derepresentação cartográfica
Fonte: Débora Leyse (2014)

No primeiro semestre de 2014 as oficinas ocorreram nos meses de março a


junho, onde foram ministradas atividades que abordavam os temas: História da
cartografia, escala cartográfica, orientação, localização espacial, e leitura e
interpretação de mapas. Em cada oficina foram produzidos materiais para serem
trabalhados em sala de aula.
Na primeira semana, foi realizada a oficina sobre a história dos mapas, onde
foram confeccionados painéis retratando cronologicamente mapas destacando as
suas funções em cada época. Posteriormente também foram realizadas atividades
sobre escala, onde foram desenvolvidas atividades de redução de objetos da sala de
aula utilizando a escala informal, sem uso de cálculos, utilizando um barbante para
reduzir proporcionalmente o tamanho dos objetos. Também foi realizado o estudo
sobre diferentes tamanhos de escala utilizando como recurso didático fotografias
dos próprios alunos para que eles observassem os níveis de detalhamento. Nas
atividades referentes à orientação e localização espacial foram desenvolvidas
atividades de manuseio de bússolas, e produção de globos com o sistema de
coordenadas geográficas. Também foi realizada uma oficina sobre os diferentes
tipos de representação cartográfica, onde foram construídos painéis informativos.
As oficinas de cartografia, oferecidas pelo PIBID – Geografia proporcionaram
aos bolsistas e futuros docentes condições para um melhor aprendizado,
proporcionando oportunidades de realizar experiências, que serão posteriormente
aplicadas para os alunos do ensino básico, nas aulas de geografia.

Aplicação do projeto sobre cartografia básica na E.E. Mascarenhas Homem

Compreendendo a importância da cartografia nas aulas de geografia, e as


dificuldades que alunos e professores sentem em utilizá-la, o presente projeto aqui
apresentado foi elaborado pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID), participantes do subprojeto de geografia, e aplicados
no sexto ano do Ensino Fundamental II da E. E. Mascarenhas Homem. Buscamos
elaborar um projeto com atividades teórico-práticas, que permitissem que a
cartografia fosse trabalhada de maneira simples e lúdica, buscando tornar as aulas
mais dinâmicas. Foram desenvolvidas aulas sobre Escala, orientação e localização
espacial, e leitura e interpretação de mapas temáticos, nas quais foram utilizamos
diferentes metodologias como: uso de fotografias, elaboração de planta da sala de
aula, construção de bússolas artesanais, utilização de ferramentas como o Google
maps, atividades de pesquisa, uso do site do IBGE, elaboração de mapas temáticos,
oficina de orientação com bússolas, e construção e aplicação de pista de orientação
espacial. O projeto foi aplicado durante o período de 8 semanas.
Nas duas primeiras semanas de aula trabalhamos com o conceito de escala
cartográfica, explanando sobre os diferentes tipos existentes. Realizamos uma
atividade utilizando fotografias dos alunos, uma de corpo e outra de rosto, para
desenvolver a noção de redução de imagens e níveis de detalhamento, para que
compreendessem o que é a escala grande e a escala pequena. Também foi
realizada a confecção de uma planta da sala de aula, utilizando um barbante para
medir o tamanho dela e dos objetos presentes.
Na terceira semana de atuação trabalhamos o tema Orientação Espacial.
Inicialmente realizamos um diálogo buscando despertar a necessidade de
orientação no espaço, partindo da localização do próprio aluno e de sua
necessidade de deslocamento, foram levantas questões referentes ao dia-dia dos
alunos nos quais eles precisam utilizar a orientação espacial. Para esta aula
utilizamos como recurso didático o projetor multimídia, para a projeção de imagens
mostrando situações cotidianas em que se utiliza a orientação espacial, as
diferentes formas de se orientar, e os instrumentos que auxiliam na orientação
espacial. Nesta aula realizamos atividades como a orientação espacial pelo sol,
utilizando a regra da mão direita. E Oficinas de bússolas artesanais foram
ministradas pelos bolsistas, onde cada aluno pode produzir sua própria bússola.

Figura 02: Bússola Artesanal


confeccionada pela aluna Maria
Eduarda do 6º ano 1

Fonte: arquivo pessoal

Na quarta e quinta semana de aula, realizamos atividades sobre localização


espacial,utilizamos a ferramenta Google maps para localizar diversos pontos da
cidade. Também utilizamos o jogo batalha naval para discutir o conceito de
coordenadas geográficas.
Na sexta e sétima semanas de aula foram realizadas atividades sobre os
mapas temáticos. Os alunos foram divididos em grupos e levados ao laboratório de
informática, onde realizaram pesquisas sobre os diferentes tipos de mapas
temáticos, utilizando como referência o site do IBGE, foram coletadas informações e
escolhidas algumas imagens de mapas. Posteriormente levamos as imagens
impressas e eles confeccionaram painéis informativos.

Figura 03:Bolsista auxiliando alunos


na construção dos painéis sobre os
mapas temáticos

Fonte: Arquivo pessoal (2014)


Além da atividade de pesquisa e produção dos painéis, também proposto aos
alunos a construção de mapas temáticos espacializando as regiões administrativas
da cidade de Natal e identificando a localização aproximada da escola.

Figura 05: Mapa elaborado pela


Figura 04: Alunos do 6º ano 1 aluna Ana Carolina
elaborando mapas temáticos de
Natal/RN

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Na 8º semana de aula foi realizada uma oficina de orientação espacial com


bússola, ministrada pelos bolsistas do PIBID. E a aplicação de uma pista de
orientação espacial montada dentro da escola Mascarenhas Homem e executada
pelos alunos do 6º ano.

Resultados Alcançados

Durante a aplicação do projeto de Cartografia Básica aplicada no 6º ano da


E.E. Mascarenhas Homem, percebemos a dificuldade que a maioria dos alunos
possuem para compreender a cartografia; enfrentamos alguns obstáculos para
iniciar as atividades, pois nas duas primeiras semanas a maioria dos alunos se
demonstravam inquietos e dispersos; porém, no decorrer das aulas, principalmente
nas aplicação das atividades práticas, os alunos passaram a ter uma maior
participação e interação com os bolsistas. Realizando uma análise geral,
observamos que a maioria dos alunos obteve um bom desempenho nas atividades
desenvolvidas. Alguns alunos demonstraram uma maior afinidade com os assuntos
tratados, e apresentaram melhores resultados nas atividades aplicadas.
A experiência com essas atividade mostrou o entusiasmo de colocar em
prática um conhecimento que poderia ter se limitado somente a uma aula teórica
dentro da sala de aula. Isso prova que, atividades que provoquem os alunos,
também se mostram como um desafio a ser superado. De um modo geral, todos
demonstraram grande motivação em sua realização, bem como, grande
comprometimento.

Considerações Finais

A Cartografia Escolar é importante no desenvolvimento das aulas de


geografia, possibilitando ao aluno uma melhor compreensão do mundo. Assim, é
necessário que as escolas e os professores deem maior atenção a ela,
principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental II, compreendendo as
dificuldades que os alunos possuem para entendê-la.
A realização do Projeto de iniciação à Cartografia básica possibilitou uma
contribuição na formação dos alunos, uma vez que os conteúdos trabalhados são a
base para um conhecimento cartográfico efetivo, pois se o que se pretende é formar
cidadãos que saibam pensar criticamente o espaço em estão inseridos, a escola se
apresenta como o elemento capaz de proporcionar essa formação.
As oficinas realizadas nas reuniões do PIBID – Geografia possibilitaram que
tivéssemos uma visão diferenciada de como trabalhar a cartografia de forma prática
e lúdica, utilizando materiais simples e de fácil acesso.

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