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1.

Introdução

A utilização de representações cartográficas, com o objetivo de se


localizar ou se orientar em um determinado espaço, sempre foi presente no dia
a dia da sociedade, sendo através do uso de mapas eletrônicos (GPS),
aplicativos de geotecnologia, jogos digitais ou como instrumento didático
utilizado nas salas de aula para se ensinar geografia. Mas antes de usufruir do
que essas representações têm para oferecer, é necessário aprender a lê-los
através do processo de alfabetização e leiturização cartográfica.

Pissinati e Archela (2007) afirmam que o processo de alfabetização


cartográfica tem seu pontapé inicial nos primeiros anos do Ensino Fundamental
I. Esse saber, deve ser desenvolvido no processo de escolarização, tendo a
própria escola e a disciplina de geografia como principais responsáveis pelo
desenvolvimento de habilidades cognitivas que possibilitem a leitura e utilização
de mapas.

Os mapas são uma representação gráfica de um espaço da


realidade, feito em uma superfície plana, como um papel, por exemplo. Eles não
só possibilitam a orientação no espaço, como também pode ser uma forma de
linguagem e comunicação de informação de inúmeros fenômenos
socioespaciais de grande valia para toda a humanidade, por conta disso as
representações gráficas são ferramentas extremamente importantes para o
estudo da geografia, pois através dela é possível que o leitor obtenha as
informações que os auxiliarão a se localizar, compreender dimensões, perceber
suas correlações com a realidade e os atributos de um determinado espaço.

Considerando a importância do conhecimento cartográfico pela


abrangência de conhecimentos que pode proporcionar, Almeida (2001, p.18)
assinala que a “formação do aluno fica incompleta, por não saber usar nem
dominar a linguagem cartográfica”. Nessa perspectiva, o desenvolvimento do
projeto visa a capacitação do aluno para ler, analisar, interpretar, e comparar as
informações contidas em mapas, gráficos e tabelas em diferentes contextos.

No âmbito da leitura cartográfica, o domínio do sistema semiótico


deve ser ensinado para que o aluno tenha possibilidade de entender o conteúdo
abordado. Para Almeida e Passini (1989, p.15), “ler mapas, significa dominar
esse sistema semiótico, essa linguagem cartográfica. E preparar o aluno para
essa leitura, deve passar por preocupações metodológicas tão sérias quanto a
de se ensinar a ler e escrever, contar e fazer cálculos matemáticos”.

As metodologias ativas, em especial a de rotação por estação, que


possibilita o contato do aluno com várias representações gráficas e cartográficas
e sua forma de leitura dentro uma só aula, através de sua dinâmica rotativa,
propõe-se a ser uma ferramenta auxiliadora no processo de alfabetização
cartográfica, pois estimula o aluno a ter uma postura ativa dentro de sala,
fazendo com que ele participe mais, desenvolvendo sua autonomia, e assim
tendo uma aprendizagem mais significativa e contínua.

Para Soares (2022, p.73) as metodologias ativas se tratam de uma


postura didática que põe os alunos como protagonistas, participantes, sujeitos
ativos do processo de aprendizagem, produtores de conhecimento,
pesquisadores, criativos, inventivos e autores de suas jornadas pedagógicas.
Nessa perspectiva, essas metodologias se tornam ferramentas importantes para
a construção do pensamento crítico-reflexivo nas aulas de geografia.

Portanto, as habilidades de interpretar e fazer mapas, que não são


simples, devem ser iniciadas através do processo de alfabetização cartográfica,
assim, conhecendo e dominando essas habilidades o estudante terá
desenvolvido as competências específicas, respeitando as normativas da BNCC
(Base Nacional Comum Curricular) e se tornará um mapeador ou um criador de
mapas, o que o torna ainda mais capaz de ler e interpretar essa importante
ferramenta da Cartografia.

A presente pesquisa busca responder algumas indagações


pertinentes ao ensino de geografia e ao processo de alfabetização cartográfica:
Como deve ser iniciado a alfabetização cartográfica no ensino do fundamental
II? É possível utilizar a metodologia ativa de rotação por estação para auxiliar na
construção do conhecimento cartográfico e na autonomia do aluno? As
intervenções dinâmicas contribuíram e contemplaram as inteligências múltiplas
de cada aluno?

Este tema surge a partir de um projeto de pesquisa desenvolvido


através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) do
curso de licenciatura em Geografia da universidade estadual do Ceará (UECE).
Programa que possibilitou-me ter acesso ao conhecimento sobre a linguagem
cartográfica e suas possibilidades enquanto instrumento da ciência geográfica e
sua importância para a leitura de mundo e do auxílio no desenvolvimento crítico-
reflexivo dos educandos, afetando diretamente a sua construção cidadã.

O objetivo geral da pesquisa é analisar as contribuições de


intervenções pedagógicas baseadas na metodologia ativa de rotação por
estação no processo de alfabetização cartográfica no sexto ano do ensino
fundamental. Os específicos são: 1. Propor diferentes práticas pedagógicas, a
fim de explorar as inteligências múltiplas de cada estudante; 2. Aplicar a
metodologia ativa de rotação por estações no processo de alfabetização
cartográfica; 3. Explorar o espaço vivido dos estudantes partindo da sala, escola
e comunidade para promover o raciocínio geográfico.

A pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal Odilon Gonzaga


Braveza, no Bairro Boa Vista, Fortaleza/CE, com os alunos do 6° ano do ensino
fundamental II, em três intervenções episódicas com referência nas noções
brasileiras da linguagem cartográfica.

O primeiro capítulo trata-se da história da cartografia culminando na


forma como a linguagem cartográfica é abordada nos dias de hoje nas aulas de
geografia e a formação do docente de geografia.

No segundo capítulo apresenta-se uma abordagem teórica sobre o


processo de alfabetização e leiturização cartográfica e a sua influência na
ciência geográfica escolar.

Já no terceiro capítulo é levantando uma discussão sobre a


importância da metodologia ativa de rotação por estação e sua proposta
inovadora para o processo de ensino-aprendizagem

O quarto capítulo apresenta o percurso metodológico, onde se deu


através de três intervenções episódicas com base na metodologia ativa de
rotação por estações, onde cada aula possui quatro ilhas pedagógicas que se
trabalham as noções basilares da alfabetização e do letramento cartográfico.

No quinto capítulo é exposto os resultados e as discussões da


pesquisa, realizando a análise das intervenções e de como elas contribuíram
para o alfabetização geográfica no educando

No Sexto capítulo é apresentado as considerações finais, momento


esse de apresentar conclusões em relação aos resultados, e se a metodologia
aplicada conseguiu suprir as necessidades da pesquisa na busca de alcançar os
objetivos.

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