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Introdução
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Metodologia
A linguagem cartográfica torna-se uma metodologia inovadora na medida em que permite relacionar
conteúdos, conceitos e fatos; permite a compreensão, pelos alunos, da parte e da totalidade do
território e está vinculada a valores de quem elabora ou lê o mapa (CASTELLAR, 2011, p. 122).
1 O curso foi aprovado e vinculado à Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho. Extensão (PROEX) UNESP/Rio Claro.
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1.049.826 habitantes em uma área de 248,7 km2, dividida em cinco distritos (São Gonçalo,
Ipiiba, Monjolos, Neves e Sete Pontes) que, juntos, integram noventa bairros, conforme
apresenta a Figura 1.
A estrutura do curso totalizou uma carga horária de 120 horas, sendo 40 horas
correspondentes a 10 encontros no CREFCON (parte presencial) e 80 horas a distância.
Sua proposta esteve relacionada às leituras complementares sugeridas no decorrer dos
módulos e à elaboração de uma atividade cartográfica com geotecnologias, aplicação em
sala de aula e posterior produção de um relato de experiência entre 3 a 5 laudas. O GEOPEES
foi desenvolvido em seis módulos, os quais proporcionaram o trabalho de noções básicas de
tecnologias de comunicação e informação, cartografia sensoriamento remoto e sistema de
informações geográficas (SIG), conforme mostra a Figura 2.
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[...] uma forma geográfica de pensar, que seja mais ampla, mais complexa e que
contribua para a formação dos sujeitos, para que estes realizem aprendizagens
significativas e para que a geografia seja mais do que a mera ilustração (CALLAI,
2013, p. 94).
Globo virtual: uma leitura sobre a utilização do Google Earth Pro na sala de aula
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Espera-se uma prática de ensino mais dinâmica, em que o aluno possa não só
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dar significado, mas compreender o que está sendo ensinado. Optando por uma
metodologia de ensino que envolva o aluno na construção do conhecimento, espera-
se que ele estude a partir de situações do cotidiano e relacione o conhecimento
aprendido para analisar a realidade, que pode ser a local ou a global (CASTELLAR;
MORAES, 2010, p. 6).
Turma do 7º ano formada por 21 alunos com idade média entre 12 e 13 anos. O professor
utilizou imagens orbitais obtidas do Google Earth Pro referentes ao recorte espacial do vulcão
extinto de Itaúna, estrutura geológica presente no município, como mostra a Figura 3. O
conteúdo trabalhado em aula foi “Vulcanismo”, trabalhado em conjunto com os conceitos
de espaço geográfico, lugar e paisagem, que integraram o tema da aula: “Estrutura geológica
da Terra – o caso do vulcão extinto de Itaúna”. Tema aplicado ao 6º ano em São Gonçalo
(SÃO GONÇALO, 2008, p. 112), em que um dos objetivos é “compreender a espacialidade e a
temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em suas dinâmicas e interações”.
A aula foi conduzida tendo por base um plano de aula previamente preparado, seguindo
as orientações de Libâneo (2013), com sequência didática que integrava texto, vídeo e,
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Nessa atividade, o professor não apresentou um plano de aula nos moldes de Libâneo
(2013), mas houve uma sequência didática coerente na prática da geotecnologia em sala, o
que exige um planejamento (conteúdo, objetivos e o desenvolvimento metodológico).
Como temática da aula, o professor tratou de “Atividades econômicas: o setor terciário
no bairro da Escola”, desenvolvida de acordo com a Matriz Curricular de Geografia da Rede
Municipal de São Gonçalo (2008). Os alunos foram orientados a elaborar uma legenda para
a construção de um mapa temático sobre setor terciário no bairro do escola utilizando
convenções cartográficas, elemento essencial para comunicar a mensagem.
Entende-se que o professor foi capaz de elaborar seu instrumento de ensino para realizar
uma atividade cartográfica a partir de conhecimentos construídos por ele no curso, em
especial aqueles referentes ao módulo IV, em que se trabalhou com a produção de mapas
por meio do QGIS.
Para o entendimento e a compreensão da aplicação de um mapa feito no QGIS pelo
professor C, a Figura 6 ilustra a prática em sala de aula com os estudantes, na qual foi
construída a legenda correspondente ao setor de serviços no bairro onde se localizada a
escola.
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O aluno elaborou a legenda de acordo com a proposta apresentada na lousa pelo professor.
Foram utilizados símbolos pictóricos (igreja, banco e loja de vestuário), símbolo pontual
(escola) e símbolos aleatórios (farmácia, produtos naturais e empresas multinacionais).
Na legenda, foram inseridos os elementos que pertencem ao setor terciário (igreja,
multinacional, escola, banco, farmácia, loja de vestuário e loja de produtos naturais), mas,
ao mesmo tempo, o aluno inseriu no mapa tanto o desenho do símbolo quanto a descrição
textual do local, incluindo outros elementos que estão no cotidiano.
Observou-se que os símbolos e as convenções cartográficas tornaram-se confusos, o
que dificultou a comunicação cartográfica dos objetos pertencentes ao setor terciário, pois
o aluno reproduziu no mapa tanto o símbolo quanto o texto identificador a ele relativo.
Embora aluno do 9º ano, tal situação revela que a real função da legenda de um mapa não
foi devidamente trabalhada no Ensino Fundamental I, pois a simbologia utilizada no mapa
deveria ter apresentado a relação entre o significante (mapa) e o significado (legenda),
permitindo a sua decodificação (PASSINI, 2012).
É preciso considerar que essa atividade foi conduzida por um professor com licenciatura
em Estudos Sociais. A proposta do professor foi possibilitar que o aluno identificasse o
setor terciário do bairro ao redor da escola e o percebesse como uma importante localidade
voltada para a prestação de serviço no município.
De acordo com Oliveira (1980), o trabalho com mapas nas escolas, uma vez conduzido
como forma de expressão e representação da nossa percepção espacial, auxilia na orientação
entre os lugares e na identificação de lugares distantes, mas semelhantes geograficamente.
Considera-se que o trabalho, em meio impresso, com geotecnologias em nada contribui
para ampliar um olhar geográfico dos alunos se não for acompanhado de uma proposta
para estimular a percepção geográfica dos objetos representados no mapa.
Em vista da proximidade (poucos metros da escola) do local proposto para o mapeamento,
uma possibilidade para enriquecer a atividade poderia ser um trabalho de campo em que os
alunos, com conhecimento prévio do lugar representado no mapa, pudessem determinar as
atividades do setor terciário. A partir dessa vivência local e específica, os educandos teriam
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Considerações Finais
Referências bibliográficas
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