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Keith Swanwick, formado pela Royal Academy of Music e professor emérito do Instituto de educação da
Universidade de Londres, dedicou boa parte de sua vida à pedagogia musical, tendo publicado até então
diversas pesquisas e livros sobre o tema, incluindo importantes obras como Música, mente e Educação
(1998), Musical Knowledge (1994 - ainda sem tradução para o português) e Ensinando Música
Musicalmente (1999), traduzido para o português em 2003. Ao longo da sua vida profissional, foi editor
do British Journal of Music Education (junto com John Paynter), presidente da British National
Association for Education in the Arts, chefe do Music Education Council, professor visitante na
Universidade de Washington e professor conselheiro no Instituto de Educação de Hong Kong.
Swanwick, motivado pela obra de Piaget, procurou nos seus artigos debater a educação musical de
crianças e adolescentes, investigando diferentes formas de se ensinar música. Para Swanwick (1994),
tocar um instrumento não é apenas estruturar uma sequência de movimentos, mas também ter o “prazer
estético” de tocar, poder tomar decisões “musicais” conscientes que resultarão no que ele chama de
“discurso musical”. Para que os alunos tenham um ensino musical de instrumentos, Swanwick (1994) faz
diversas propostas, entre elas:
utilizar de diferentes meios para aprender – como o solfejo, a apreciação de outros instrumentistas,
apresentações, improvisação – , não apenas um único método;
criar esquemas, planos de ação, imagens mentais que auxiliem na execução da técnica;
tocar em grupo;
Assim sendo, Swanwick propõe dois modelos de ação para o ensino de música: a “Teoria Espiral do
Desenvolvimento Musical” e o “Modelo Compreensivo da Experiência Musical”, denominado
C(L)A(S)P.
O Modelo Espiral de Desenvolvimento Musical de Swanwick e Tillman (1986) surgiu do estudo das
composições de crianças. Foram estudadas 745 composições de 48 crianças entre 3 e 11 anos, ao longo de
4 anos. Após uma profunda análise qualitativa, padrões analíticos começaram a emergir revelando um
fluxo de mudanças qualitativas correspondentes a uma progressiva consciência em relação aos elementos
do discurso musical: materiais, caráter expressivo, forma e valor.
C = Composition (composição);
A = Appreciation (apreciação);
P = Performance (execução).
O modelo recomenda que o professor deve trabalhar os parâmetros de forma controlada e adaptada No
entanto, as atividades de Composition, Appreciation e Performance (CAP) desempenham um papel
fundamental na educação musical, pois constituem as possibilidades fundamentais de envolvimento direto
com a música, enquanto que os outros dois, Literature e Skill, desempenham um papel de suporte. Dessa
maneira, o modelo procura dar enfase ao que é essencial e o que é periférico, propondo uma hierarquia de
valores e objetivos.
Segundo França e Swanwick (2002), atividades que contemplem os cinco parâmetros do modelo
C(L)A(S)P devem estar presentes no processo de educação musical, mas não necessariamente todos eles
precisam fazer parte de todas as aulas. Cabe ao professor propor atividades que possibilitem equilíbrio e
interligação entre as propostas do CLASP, lembrando que uma educação musical abrangente propicia um
maior entroncamento com a música.