Você está na página 1de 5

Tipos de inteligência

Um conceito usado atualmente sobre a inteligência é o do psicólogo norte-americano


Howard Gardner, que classifica a inteligência como a habilidade de resolver problemas
ou criar produtos de valor nos ambientes culturais nos quais se está inserido. Pessoas
“mais inteligentes” tendem a resolver problemas em menos tempo e com menos esforço
mental, sendo mais eficientes.

Com base nesse conceito de inteligência, pode se dizer que ela não é apenas uma
questão de QI, mas um conjunto de habilidades. Então, dizer que Pelé, o rei do futebol,
é tão inteligente quanto foi o físico Albert Einstein não é errado. A explicação disso
veio nos anos 1990, quando Gardner apresentou sua teoria sobre inteligências múltiplas,
com sete tipos diferentes de intelecto: linguístico, lógico-matemático, espacial,
intrapessoal, corporal-sinestésico, interpessoal e musical (veja no texto “Tipos de
inteligência”, ao final da reportagem). Segundo ele, essa classificação pode ser de
grande ajuda para potencializar o aprendizado.

Howard Gardner identificou sete tipos de inteligência e elaborou requisitos para


identificar outros tipos de talentos.

Linguística – Relacionada a leitura, escrita e fala. Pessoas que têm seu ponto forte na
linguagem, como poetas e escritores, possuem facilidade em lidar com a expressão
escrita e oral. Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade são exemplos dessa
inteligência.

Musical – Associada àqueles que têm facilidade em compreender o som, captar sua
expressão e transmitir sentimento através dele, como Mozart, Jimi Hendrix e Gilberto
Gil.

Lógico-matemática – É a inteligência que remete ao universo lógico, repleto de


números e fórmulas. A maioria dos testes de QI acaba medindo esse tipo de intelecto,
exemplificado nos físicos Albert Einstein e Niels Bohr.

Espacial – Está relacionada a pessoas que têm facilidade em trabalhar com coordenadas
espaciais e em pensar em imagens, como o arquiteto Oscar Niemeyer ou o pintor Pablo
Picasso.

Corporal-cinestésica – A facilidade em se locomover pelo espaço, conhecer bem o


potencial físico do seu corpo e ter boa coordenação motora é típica de grandes nomes do
esporte, como Pelé e Michael Jordan.

Interpessoal – Está ligada à habilidade de lidar com outras pessoas e a trabalhar em


grupo. Frequentemente é vinculada a professores e políticos, como Barack Obama.

Intrapessoal – É a inteligência relacionada ao autoconhecimento e ao equilíbrio interior,


inclusive quando a pessoa se encontra em situações difíceis. O ex-presidente sul-
africano Nelson Mandela é um de seus melhores exemplos.
Naturalista – Essa inteligência, proposta após a divulgação das ideias de Gardner, está
associada àqueles que têm grande facilidade em transitar pela natureza, como os índios.

O cérebro dos gênios

Logo após a morte de Einstein, em 1955, o órgão cerebral dele passou por
diversas avaliações – contudo, as conclusões foram controversas. O que se sabe é que
seu cérebro não era maior nem tinha mais neurônios, porém, apresentava uma maior
quantidade de células da glia, que são representantes da área de raciocínio lógico-
matemático.

Isso proporcionava uma rapidez de pensamento e estratégias maiores do que


uma pessoa com um cérebro dentro da normalidade. Em seu cérebro, também havia
maior número de dendritos, terminais nervosos que atuam na recepção de estímulos do
ambiente ou de outros neurônios. Há ainda indícios de diferenças, principalmente, em
relação aos processamentos numérico e espacial.

No entanto, é preciso ter em mente que o cérebro de uma pessoa nunca é igual
ao de outra. “Todos nós temos a mesma capacidade, até porque existem muitos mitos
em relação ao cérebro que ainda precisam ser desvendados”, destaca a psicóloga Zora
Viana.

Além disso, o órgão possui uma capacidade incrível de desenvolvimento, o que


impede a classificação da genialidade somente por meio da análise de aspectos físicos.
“Sabemos que ele possui capacidade plástica em todas as idades, proporcionadas
mudanças no número de células assim como na rede de conexões entre elas a partir de
variáveis como hereditariedade e hábitos de vida”, explica o neurologista Fabricio
Hampshire.

Como o conceito de genialidade evoluiu ao longo da história

2200 a.C.: Imperadores chineses já realizavam testes de inteligência antes de contratar


seus servos

1100 a.C.: Poetas e filósofos gregos realizam os primeiros estudos sobre o que leva uma
pessoa comum à grandeza. Romanos dão continuidade ao debate, usando como exemplo
figuras como o imperador Júlio César
1790: Crítica do Juízo, de Immanuel Kant, define gênio como alguém que aborda e
compreende um conceito de forma autônoma. Para o filósofo, a genialidade é nata

1869: Influenciado por Darwin, o antropologista Francis Galton estuda a árvore


genealógica de gênios e defende que esse dom é passado ao longo da família

1983: O psicólogo cognitivo Howard Gardner lança a teoria de que há oito tipos de
inteligência, ampliando o que pode ser definido como gênio

1989: É proposta a “regra dos dez anos”: para o psicólogo John Hayes, é necessária uma
década de muito empenho numa única área para realizar uma descoberta genial

2006: O economista David Galenson divide artistas geniais em “conceitualistas” (cujas


obras-primas são feitas cedo na vida) e “experimentalistas” (que realizam seus maiores
feitos depois de anos de aperfeiçoamento)

Pablo Picasso: a genialidade inesgotável e indiscutível

Pablo Picasso concentra em si a evolução da arte e o simbolismo que impregna o


século XX. É o nome por excelência do cubismo, mas também do expressionismo, da
expressão clássica, da revolução estilística e temática marcada por uma trajetória na
qual se destaca a multiplicidade de explorações, as infinitas possibilidades que a
linguagem pictórica oferece para retratar a vida, a sociedade, a história e o homem.
Tudo aquilo que criou tornou-se atemporal. Projetou novos caminhos para a arte, fez
com que esta não voltasse, a partir dele, a ser o que era anteriormente à sua obra.
Figura excepcional, Pablo Picasso protagonizou e fundou correntes revolucionárias
no universo da arte, desde as formas cubistas até a neofiguração, desde a escultura ou da
água-forte até a cerâmica artesanal ou a cenografia para balé.

As Fases de Picasso

Nas obras de Picasso podemos notar as diferenças de um período e outro, sendo que as
fases de produção mais conhecidas são as fases azul e rosa.

Além disso, alguns estudiosos ainda dividem as obras em fase africana, fase do cubismo
analítico e fase do cubismo sintético.

Fase azul (1901-1905):


Durante a fase azul, as obras de Picasso abordaram temáticas como a solidão, a morte, o
abandono, a cegueira, a pobreza, a alienação, o desespero. Esse período esteve marcado
pela melancolia.

Por outro lado, devemos frisar que o nome desta fase se deve ao predomínio da cor azul.
Estas obras foram realizadas em Barcelona e Paris, período de intensa dificuldade
financeira para Pablo.

É evidente também as representações de ladrões, meninas de rua, velhos, doentes,


prostitutas e mães com crianças.

Será neste período que Picasso se afastará da pintura acadêmica e sofrerá influência da
literatura catalã, com forte critica social.

Fase rosa (1904-1906):

Ao se apaixonar por Fernande Olivier, suas pinturas irão mudar de azul para rosa, dando
início a esta nova fase, caracterizada pela alegria.

Fase africana (1907-1909):

Nessa fase, é notória a influência africana nas obras de Picasso. Ainda que ela seja
curta, o artista produziu muitas obras. Foi nesse momento que ele fez uma de suas obras
mais emblemáticas: Les Demoiselles d'Avignon (1907).

Aqui, é possível notar características do cubismo como uma maior geometrização das
formas. Importante notar que a produção de Picasso nesse momento foi essencial para o
surgimento do movimento cubista.

Fase do cubismo analítico (1909-1912):

O cubismo é uma vanguarda artística europeia que teve início em 1907 com a tela de
Picasso: Les Demoiselles d'Avignon (1907). Nesse primeiro momento, a influência
africana foi notória. Posteriormente, Picasso passa para o que ficou conhecido como a
"fase do cubismo analítico".

Ela teve como principais características a sobreposição de planos, geometrização das


formas e o uso de cores moderadas.
Na fase do cubismo sintético, Picasso utiliza outras técnicas como a colagem, onde ele
fixa alguns objetos na tela. Ainda com características cubistas de geometrização das
formas, as cores usadas nesse momento são mais fortes.

Além disso, se compararmos com a fase anterior é possível notar o retorno ao


figurativo. Isso porque o artista passa a produzir obras em que as figuras são mais claras
e reconhecíveis.

A personalidade de Pablo Picasso dominou a evolução das artes visuais durante


todo o século XX e sua obra conserva intacta sua genialidade, intensidade e capacidade
de comunicação. Afinal, se há algo que possa se aproximar da complexa personalidade
de Picasso é sua curiosidade, seu imenso desejo de conhecer e de experimentar. Sua
complexidade tinha muitas faces: era machista, cético, zeloso, possessivo, tirano, e sua
força anulava todos os que o rodeavam. Esse caráter repercutiu na vida amorosa, em
uma sucessão de mulheres que, praticamente, se conectavam umas com as outras. No
fundo, Picasso se revela uma figura com forte carência afetiva, um temperamento que
necessitava constantemente amar e ser amado.

Se é fato que a personalidade de Pablo Picasso pode não ter sido exemplar, o
que se ressalta é que, como homem, foi singular e, como artista, um gênio grandioso. É
esta, precisamente, a personalidade que influenciou a arte e continua a fazer de Picasso
senão a mais importante, uma das mais produtivas contribuições que poderia ser dada à
arte que se produziu depois dele.

Foi um visionário, inquieto, irreverente, corajoso, características que quase


sempre definem um gênio, um artista tecnicamente perfeito, do qual uma das faculdades
mais notáveis era a capacidade de ver o mundo de todos os ângulos possíveis, formais,
psicológicos ou intelectuais.

Você também pode gostar