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Eixo 1: Introdução

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Bairro Serra Verde - Belo Horizonte / MG

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https://www2.educacao.mg.gov.br/

Conteudista:
Valeria Moreira Garcia Vilar Veiga

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

1.1. PALAVRAS INICIAIS 4

1.2. ARTE E EDUCAÇÃO 10

1.3. ARTE E EXPRESSÃO 17

1.4. LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES NO ENSINO DE ARTE 21

1.5. COMPONENTES CURRICULARES EM ARTE 32

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1. INTRODUÇÃO

1.1. PALAVRAS INICIAIS

Olá docentes do Curso “O componente Curricular


Arte no Currículo Referência de Minas Gerais - CRMG,
sejam bem-vindos à nossa formação de desenvolvi-
mento profissional de educadores!

Para iníco de conversa vou me apresentar: sou a pro-


fessora Marília, arte-educadora, maestrina e pianista
clássica, pesquisadora das questões indígenas e apai-
xonada pela arte do meio ambiente. Trabalhei como
guia de museus por um bom tempo e leciono desde
2002 nas escolas.

Para falar da expressão artística, da Arte e seus signi-


ficados, temos que comparar diferentes épocas e cul-
turas, mas o ideal, na Arte, é poder partir de diversos
pontos de conhecimentos, “vivências”. Por isso, a arte
é colocada no total contexto de sua vida.

Estamos iniciando uma etapa de compartilhamentos


e aprendizados sobre o processo educacional, enten-
dendo o Componente Curricular de Arte do Currículo
Referência de Minas Gerais – CRMG, no qual a meta é
capacitar 100% dos professores que atuam na disci-
plina de Artes nos Anos Finais do Ensino Fundamental
da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais
(EFP/SEEMG).
A formação continuada para professores
é uma das principais ações para melhorar
a prática docente. Os educadores são res-
ponsáveis por conduzir o processo de en-
sino-aprendizagem e são fundamentais na
formação dos estudantes. Ela acontece de
diferentes formas, com cursos de especia-
lização, simpósios, congressos, reuniões e
outras práticas de formação coletiva ou in-
dividual. É importante ressaltar que a for-
mação continuada também é um processo,
construído no dia a dia do ambiente escolar.

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Como você pode ver, são diferentes opções para manter
os conhecimentos atualizados. Os cursos de capacitação,
por exemplo, são uma ótima oportunidade, para você, pro-
fessor, ampliar o seu campo de educação, conhecer novas
metodologias, técnicas e estratégias do componente Curri-
cular Arte no Currículo Referência de Minas Gerais – CRMG

Não perca esta oportunidade, pois...

Nesta formação, abordaremos os princípios, os percursos e as fun-


ções teóricos e práticos da Arte na Educação, tomando como re-
ferência condições históricas e contemporâneas. Legislação e Di-
retrizes no Ensino de Arte, contemplando a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação), uma lei consolidada a favor da arte-educação.

Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que apontam as


metas de qualidade que ajudam o estudante a enfrentar o mundo
atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhe-
cedor de seus direitos e deveres;

As interpretações da BNCC (Base Nacional Comum Curricular),


que propõe a abordagem das linguagens articulando seis dimen-
sões do conhecimento que, de forma indissociável e simultânea,
caracterizam a singularidade da experiência artística.

Entenderemos, a arte e sua expressão, assegurada pela Consti-


tuição. Contudo, no final deste material abordaremos os Com-
ponentes Curriculares em Artes, mostrando um resumo dos
componentes curriculares básicos que se correlacionam no pla-
nejamento e desenvolvimento do processo educativo.

Entretanto, para Martins & Picosque (1998, p.63)


“Cada linguagem tem seu modo peculiar de criar
e produzir formas artísticas, poetizar o mundo”.
Tudo isso está contido em nosso cotidiano, rico
em detalhes, para aprimorar nossa percepção e
lógica. Temos que observar e deixar nosso olhar
sentir e penetrar em nossa sensibilidade, para
fluir o gosto para o belo.

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?
Então, será que estamos trabalhando em nos-
sas escolas a Arte de forma a alcançar a exce-
lência na educação?

Para falar da Arte, seus signos, códigos e sig-


nificados é muito fácil, não é mesmo?

Todos nós temos contato com a Arte no nosso


dia a dia. Quem já não ouviu uma música, foi
ao cinema, dançou ou viu uma pintura de um
artista?

Tudo isso é digestivo para uma ideia ou imagem diferente para


cada pessoa, por isso, a Arte tem diversas definições, a seguir:

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QUER SABER MAIS SOBRE OS ARTISTAS ACIMA, VEJA OS
LINKS A SEGUIR:
Paul Klee, 1920.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Klee
Vassily Kandinsky, 1910.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wassily_Kandinsky
Paul Cézanne, 1903.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_C%C3%A9zanne
Pablo Picasso, 1925.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Picasso
Andy Warhol.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
Leonardo da Vinci.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci

Portanto, a arte, serve para o homem compreender a si mesmo,


além de distrair!

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Segundo o dicionário Aurélio (1993), a arte é a “Capacidade que
tem o homem de, dominando a matéria, pôr em prática uma ideia
(grifos nossos).” Desta definição, podemos extrair duas ideias
principais, que estão no artigo “Arte-educação: a arte como me-
todologia educativa” da autora Iara de Carvalho Villaça.

Link de acesso ao artigo:


https://www.cairu.br/revista/arquivos/ar-
tigos/2014_2/05_ARTE_EDUCACAO_ME-
TODOLOGIA_EDUCATIVA.pdf

Questão para reflexão!

Você acredita que as suas aulas de Arte


acrescentaram algo de positivo no seu per-
curso escolar?

Pare um pouco, pegue o seu bloco de anotação e respoda a per-


gunta acima. Aliás, uma dica que dou sempre é ir anotando suas
ideias, delas podem sugir publicações e planejamentos inovado-
res.

Anotou? Agora vamos avançando em nosso conteúdo, depois


desta breve introdução sobre o conteúdo de arte, vamos falar
de Arte e Educação.

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1.2 ARTE E EDUCAÇÃO

Caros,para conhecer a base que vai sustentar o Currículo de Re-


ferência do Estado de Minas Gerais, entenderemos um pouquinho
sobre a História do Ensino de Arte no Brasil, as metodologias e
novas concepções sobre o Ensino de Arte na contemporaneidade
que é a essência deste tópico “Arte e Educação”, para que você,
professor das séries finais do ensino fudamental esteja ciente da
importância da Arte no decorrer da História da Humanidade.

Vamos começar?

Para evidenciar a História do Ensino da Arte no Brasil, siga a or-


dem cronológica da tabela abaixo:

1549 A arte foi entendida como apropriada para a educa-


ção, pois de acordo com os jesuítas, ela estava aces-
sível a todos. A arquitetura e a escultura serviram
como estratégia, assim como o uso das linguagens
artísticas: música, dança e teatro, facilitando o sin-
cretismo cultural e a adaptação do índio ao sistema
civilizado europeu cristão;
O envolvimento dos jesuítas na cultura indígena, de
modo a conhecer suas lendas, crenças e histórias
nativas, forneceu subsídio para a utilização deste
material na realização de festas, montagem de pe-
ças teatrais no intuito de convencer os indígenas da
existência de um Deus e de um Demônio, do céu e do
inferno;
A arte dramática brasileira se deve principalmen-
te ao padre José de Anchieta. A música e as danças
nativas, por atraírem os jesuítas, se fundiram com a
música europeia. Foram produzidas grandes quanti-
dades de artesanato, como tapetes, luminárias, mó-
veis, utensílios de cozinha, moringas e outros arte-
fatos. A arquitetura das igrejas, seu estilo e imagens
presentes tinham destaque, coloridas, deram origem
à pintura brasileira.

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Século Inicia-se um considerável público, que tinha posses e
XVII era voltado às produções artísticas, isto porque con-
figurou-se uma nova classe social. Houve um cresci-
mento dos povoados, uma larga produção de ouro,
com isto surgiu um grande número de comerciantes,
artesãos, pequenos empresários. Estes faziam sa-
raus, usavam instrumentos musicais e tinham resi-
dências ricas. Neste período, a arte vinda da Europa
era a Barroca, cuja função no Brasil foi para fins re-
ligiosos, ou seja, conversão à fé católica dos negros,
índios e, com o passar do tempo, dos artesãos popu-
lares;
As primeiras peças barrocas vieram com os missio-
nários, mas a partir do século XVII começaram a
se formar escolas conventuais locais de escultura,
compostas principalmente por religiosos francisca-
nos e beneditinos, mas com alguns artesãos laicos,
que trabalhavam principalmente o barro. Já os jesu-
ítas esculpiam na madeira. Os índios das Reduções,
também esculpiram santos, apresentando muitas
vezes traços étnicos indígenas no rosto das imagens;
Presença de uma comitiva de arquitetos, artistas e
intelectuais, dentre eles Albert Eckhout, que em ce-
nas do cotidiano retratou negros e índios, inclusive
com os corpos nus. Com isto estabelece-se uma
cultura local diferente da dos jesuítas, favorecendo
a abertura e descentralização da produção artística,
até então focada no sagrado.

Séculos Surgiram grandes obras primas da arte religiosa bra-


XVII e sileira. Dentre os artistas desta época destacou-se
XVIII Manuel Dias de Oliveira Brasiliense, conhecido como
“o Romano”, pintor retratista da família real;
Marquês de Pombal deixou um trabalho de grande re-
levância artística, um legado cultural que permanece
até os dias de hoje. Por outro lado, é evidente que toda
esta construção foi a responsável pela extinção de uma
cultura originalmente brasileira e anterior a esta, sendo
assim, podemos dizer que a origem de nossa arte rece-
beu influência de outros povos, influência europeia, e,
em contrapartida, talvez outros povos receberam in-
fluência da arte indígena brasileira.

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A partir Vivem-se movimentos culturais para além da moder-
da déca- nidade e as vanguardas, se concretizando na Semana
da de 20 de Arte Moderna.

Em 1816 Um grupo de artistas franceses participaram da Mis-


são Artística Francesa, e eles vieram com o objetivo de
fundar a Academia Imperial de Belas Artes, uma escola
de ensino superior de Arte, onde os estudantes apren-
deriam as artes e os ofícios artísticos, onde eles seriam
os professores. Sendo assim, em 26 de março de 1816
aportam no Rio de Janeiro, liderados por Joachim Le-
breton, o pintor histórico Debret, o paisagista Nicolas
Taunay e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay, o
arquiteto Grandjean de Montigny e o gravador de me-
dalhas Charles-Simon Pradier, dentre outros.

Em 1922 Surge então os Museus de Arte Moderna e Contempo-


rânea. Nelson Rodriguez abre as portas para o teatro
brasileiro moderno, com a peça Vestido de Noiva (1943);
Na Música, há um progresso da música erudta e popu-
lar, na era popular temos Pixinguinha e Noel Rosa, per-
passando até a Bossa Nova.

Década Houve uma tendência escolanovista, sustentada pela


de 20 a estética modernista, na qual as práticas pedagógicas
70 apoiam o estudante e sua criação, auto-expressão,
onde há uma prática espontaneísta, sem compromisso
com o conhecimento científico, na qual o professor es-
timulava a livre expressão, ou seja, auto-expressão dos
estudantes.

Década Vigorou a Educação Musical, criada pela LDB, que subs-


de 60 tituiu o Canto Orfeônico;
Os conteúdos artísticos foram organizados, quando
também iniciaram-se os cursos de licenciatura em ar-
tes.

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Fins da Época dos festivais das canções e experiências teatrais,
década havia pouca formação de professores, os artistas podiam
de 60 e assumir as Disciplinas de Desenho, Desenho Geométrico,
70 Artes Plásticas e Música. Na década de 70 e 80, os pro-
fessores recém-formados em Educação Artística são res-
ponsabilizados por educar estudantes, em escolas de en-
sino médio, onde, neste caso, o professor é polivalente em
Arte, diminuindo a qualificação dos saberes específicos
em Arte, com ênfase na atividade reprodutiva e fazer ex-
pressivo dos estudantes.

Em 1971 Com a Lei 5.692/71, a Arte é incluída no currículo escolar


com o título Educação Artística, essa lei determinou que
se contemplassem conteúdos de Música, Teatro, Dança e
Artes Plásticas, nos cursos de 1º e 2º graus, onde, um úni-
co professor, deveria dominar todas essas linguagens, ao
qual eram formados em cursos de curta duração (2 anos),
trabalhando na concepção tecnicista, onde a arte era con-
centrada em habilidades e técnicas, onde o estudante do-
minava vários materiais.

Década Os professores recém-formados em Educação Artística


de 60 e são responsabilizados por educar estudantes, em escolas
80 de ensino médio, onde, neste caso, o professor é polivalen-
te em Arte, diminuindo a qualificação dos saberes especí-
ficos em Arte, com ênfase na atividade reprodutiva e fazer
expressivo dos estudantes.

Década Surge o movimento Arte-Educação, permitindo que se am-


de 80 pliassem as discussões sobre a valorização e aprimoramen-
to do professor. Com o intuito de rever novos andamentos
à ação educativa em Arte, multiplicam-se no país diversos
encontros e eventos promovidos pela universidade, associa-
ções de arte-educadores, entidades públicas e particulares;
Ana Mae Barbosa renovou o ensino da arte, com sua pro-
posta triangular, segundo a qual deve-se levar em conta as
seguintes dimensões: apreciação, produção e contextuali-
zação. Esta proposta parte do princípio de que por meio da
produção de arte a criança pensa inteligentemente acerca
da criação de imagens visuais; a História da Arte ajuda às
crianças a entenderem o lugar e o tempo nos quais as obras
são situadas; e a análise ou a leitura da obra de arte familiariza
a criança com a gramática visual, as imagens fixas e móveis

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Com a Constituição iniciam-se discussões sobre a Nova
Em 1988
LDB, sancionada em 20 de Dezembro 1996, havendo
manifestações e protestos de educadores contrários a
uma das versões da lei, que retirava a obrigatoriedade
da arte.

Final da Pensando no terceiro milênio e em novas tendências sur-


década gem reivindicações de identificar a área por Arte, incluindo
de 90 na estrutura curricular como área e não apenas como ati-
vidade, com conteúdos próprios ligados à cultura artística.

Primeira As escolas primárias e secundárias transmitiram padrões


metade e modelos de culturas predominantes, com as Disciplinas:
do Sécu- Desenho, Trabalhos Manuais, Música e Canto Orfeônico.
lo XX Na escola tradicional valorizava-se o dom artístico, mos-
trando visão utilitarista e imediatista da arte. As atividades
de teatro e dança somente faziam parte nas festividades
escolares, em datas comemorativas. Na música, a tendên-
cia seguiu para o Canto Orfeônico, com o projeto Villa Lo-
bos, que difundiu ideias de coletividade e civismo, condi-
zente com a situção política da época, que transformou as
aulas de música em teoria musical.

Século Abrangem-se ações que interferem no ensino-aprendizagem


XXI em Arte, ou seja, estudos sobre educação estética, estética
do cotidiano, complementando a formação estética do estu-
dante, destacando-se também a integração do fazer artísti-
co, apreciação da obra de arte e contextualização histórica.

Atual- Considera-se que não se separe arte da educação no pro-


mente cesso transformador do indivíduo, cunhou-se a expressão
arteducação, que considera que o processo educativo não é
separado por espaço formal de educação, podendo aconte-
cer em assentamentos, aldeias, sindicatos etc.

Questão para reflexão!


Leia a citação a seguir e reflita sobre ela.

De acordo com Bosi (2001).


O trabalho de arte passa pela mente, pelo coração, pelos
olhos, pela garganta, pelas mãos; e pensa e recorda e sente
e observa e escuta e fala e experimenta e não recusa ne-
nhum momento essencial do processo poético (pg.71)

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?
E assim, após ler e passear pela tabe-
la acima, que nos conta um pouquinho
da História da Arte no Brasil, conse-
guindo viajar através do tempo, não é
mesmo? Que tal, agora, aprofundar-
mos um pouquinho mais sobre essa
história lendo o artigo abaixo?

Contribuições do ensino da arte no pro-


cesso de Desenvolvimento educacional no
ensino fundamental dos autores Jenifer
Andressa de Sant’ ana e Valdinei José Ar-
boleya.

Link: https://www.fasul.edu.br/projetos/
app/webroot/files/controle_eventos/ce_
producao/20161024-171844_arquivo.pdf

Fórum 1: Desafio de enriquecimento

A fim de viabilizar as discussões vigentes sobre as legislações do


Ensino de Arte, bem como entender as leis que regem este en-
sino para uma reflexão pedagógica específica, imaginando que
você esteja em um bate-papo neste Fórum.

A Missão - Projeções de Fé Você professor deverá assistir ao


filme “A Missão, de 1986, sob a direção de Roland Joffe e tendo
em seu elenco Robert de Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson, que
retrata um importante período de nossa história e promove um
resgate cultural fabuloso.

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Link do filme: que segue no link:

https://www.youtube.com/watch?v=cTT-
6mRiINYE

Após assistir ao filme responda a seguinte


pergunta: Qual o principal objetivo da Missão
Artística Francesa em relação à Educação?

Vamos aos meus exemplos sobre o filme:

Exemplo 1: A formação da escola Superior de Belas Artes que


em seus primeiros anos pouco produziu, porém deixou um lega-
do incrível que foi a Academia Imperial de Belas Artes.

Exemplo 2: Estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no


Brasil, influenciando o cenário artístico brasileiro, além de esta-
belecer um ensino acadêmico inexistente até então.

Agora estou curiosa para saber qual a sua resposta, não econo-
mize nas palavras e na criatividade para responder ao questio-
namento.

Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual.

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1.3. ARTE E EXPRESSÃO

?
Vamos refletir um pouco? Então ten-
te responder as perguntas que se se-
guem. Uma dica antes de ler minhas
colocações: faça uma pequena pausa
e tente imaginar você abordando este
conteúdo com seus alunos.

O QUE É LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA ARTE?


Quando Michelangelo pintou a Capela Sistina, suas concep-
ções foram consideradas heresias (pela nudez dos persona-
gens, e outros fatores), o artista foi convidado a cobri-las,
se recusou (pois queria manter os propósitos que o mo-
viam), mas um discípulo, depois, atendeu aos reclamos de
censura.
Realize uma visita virtual à Capela Sistina no Museu do Va-
ticano, por meio do link: http://www.vatican.va/various/
cappelle/sistina_vr/

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Séculos depois, em 2012, na China, a emissora estatal
de televisão fez cobrir a genitália do Davi de Michelan-
gelo quando o apresentou em uma reportagem sobre a
exposição.

Então, reflita, se a nudez pode continuar ferindo sensi-


bilidades de alguns, o que não dizer de cenas de sexo,
atos de violência, apropriação de imagens religiosas,
ou outras situações que cruzam os caminhos da moral,
ética, opções sexuais, políticas, ideológicas ou outras?
A Liberdade de expressão possui lugar na Declaração
Universal dos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) – documento que norteia e ga-
rante os direitos e liberdades para todos. Em seu Ar-
tigo 19º, o texto afirma: “Todo o indivíduo tem direito
à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o
de procurar, receber e difundir, sem consideração de
fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de
expressão. ”

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?
Qual é o limite da Arte?

Segundo o Ministério Público Federal há


uma imposição à liberdade de expressão
nos seguintes limites:

■ proibição do anonimato,

■ vedação de ofensa à honra ou imagem


de terceiros;

■ direitos de crianças e adolescentes à


diversões e espetáculos públicos ade-
quados à sua faixa etária, vedada a cen-
sura de natureza política, ideológica e
artística;

■ direito das pessoas e das famílias de se


defenderem de programas e progra-
mações de rádio e televisão contrários
a valores éticos e sociais da pessoa, da
família e da publicidade de produtos, práticas e serviços que
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente;

■ e manifestações de caráter racista ou dirigidas à propragação


do ódio; a expressão artística é livre, e, legalmente, eventuais
abusos só devem ser reprimidos a posterire.

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Deve haver sensura na Arte?

Entre nós, a liberdade artística está


assegurada na Constituição Federal
de 1988 em seu artigo 5º, IX, que pres-
creve ser “livre a expressão da ativida-
de intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de
censura ou licença”.

No Art 5º, Inciso IX de nossa Cons-


tituição Federal, em um brilhantismo
democrático, nos traz que não deve
existir censura ou licença contra a li-
berdade artística, que é livre a expres-
são do autor em por, seja em quadros,
esculturas, filmes, teatro, livros ou
onde ele achar por bem, o que ele en-
tende por arte.

IX - é livre a expressão da atividade


intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de
censura ou licença.

Mesmo a Arte sendo protegida pela Constituição, isso não impe-


de que haja limites para a liberdade de expressão, não é mesmo?
No entanto, não há nenhum tipo de censura, que, caso se alguém
se senta ofendido por algo, a justiça não lhe conceda o direito de
questionar, mas, contudo, porém, todavia, nunca de censurar,
entendido?

E sobre a Legislação e Diretrizes no Ensino de Arte do Brasil?


Vamos estudar? Vamos começar?

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1.4. LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES NO ENSINO DE ARTE

Há muitas discussões sobre as legis-


lações vigentes do Ensino de Arte,
cabe ao professor de Arte ter um
mínimo de experiências teórico-prá-
ticas, interpretando, criando, con-
textualizando e apreciando a arte, e,
para desenvolver uma reflexão peda-
gógica específica para o ensino das
linguagens artísticas, é necessário o
entendimento das leis que regem o
ensino de Arte.

No Brasil, [...] nem a mera obrigatoriedade, nem o


reconhecimento da necessidade são suficientes
para garantir a existência da Arte no currículo. Leis
tão pouco garantem um ensino/aprendizagem que
tornem os estudantes aptos para entender a Arte
ou a imagem na condição pós-moderna contem-
porânea. [...] Somente a ação inteligente e empá-
tica do professor pode tornar a Arte ingrediente
essencial para favorecer o crescimento individual
e o comportamento de cidadão fruidor de cultura
e conhecedor da construção de sua própria nação.
(BARBOSA, 2003, p. 14).

Mas, vamos entender um pouquinho sobre estas leis que regem


a disciplina de Arte, usando um joguinho de perguntas e respos-
tas? Que tal?

Então... vamos falar sobre LDB? Leia a HQs abaixo:

••• 21 •••
LDB em Quadrinhos: O Direito à Educação

••• 22 •••
Fonte: Meugibi.com

https://meugibi.com/gibi.php?id=121779&pagina=1

••• 23 •••
A legislação já prevê que o ensino da arte, especialmente em suas
expressões regionais, seja componente curricular obrigatório na
educação básica, “de forma a promover o desenvolvimento cul-
tural dos estudantes”.

O que a LDB no parágrafo 2 do art 26 apresenta sobre o ensino


de Arte?

Ah, que interessante! No parágrafo 2, estabelece-se que “o en-


sino da arte constituirá componente obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvi-
mento cultural dos estudantes”; a lei garante um espaço para as
artes na escola, como já era estabelecido em 1971 com a inclusão
da Educação Artística.

A Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971 (Brasil, 1971), que reformou,


juntamente com a Lei nº 5.540/68, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB) nº 4.024/61 (Brasil, 1961), a primeira
LDB brasileira, criou a disciplina de Arte, na época, denominada
Educação Artística (Rosa, 2005) e produziu modificações.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte para o ensino fun-


damental inserem no processo ensino e aprendizagem de arte,
após sua versão em 1996, que os estudantes devem ser capazes
de dominar, com mais propriedade, as linguagens da Arte, os tra-
balhos pessoais ou grupais com autonomia.

QUER SABER MAIS?


Acesse o link com o artigo “Um olhar sobre os Parâme-
tros Curriculares Nacionais de Arte: visões, expectativas
e diálogos” de autoria de Marcilio de Souza Vieira, publi-
cado na Revista Educação em Questão, (Natal, v. 26, n. 12,
p. 185-197, maio/ago. 2006).
Link: https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/ar-
ticle/view/8060/5802

••• 24 •••
Qual a importância dos PCNs no ensino de Artes?

Segundo Ferraz e Fusari(pág. 57), os Parâmetros Curriculares


Nacionais são diretrizes pedagógicas consideradas um referen-
cial importante para educação escolar no país, por seu compro-
misso de assegurar a democratização e um ensino de qualidade
para todos os estudantes. Tem como direcionamento os conhe-
cimentos próprios das áreas componentes do currículo, como
os saberes considerados fundamentais para o fortalecimento da
identidade e formação do cidadão.

A Base Nacional Comum Curricular é


um documento criado com o intui-
to de estabelecer os conteúdos
mínimos que devem ser traba-
lhados ao longo da educação
básica. Ela também busca
promover a qualidade do
ensino, pois define níveis
de desenvolvimento que
os estudantes têm direi-
to em sua formação.
A primeira versão da
BNCC foi publicada em
2015. Em 2017 ocorreu a homologação da BNCC da Educação
Infantil e Ensino Fundamental e no ano de 2018 foi aprovada a
BNCC do ensino médio.

Para apofundar sobre o assunto, indico a leitura do artigo


“Base Nacional Comum Curricular (BNCC): o que é e qual
a sua importância: conheça a história e os objetivos da
BNCC”

Link:
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noti-
cias/base-nacional-comum-curricular-bncc-o-que-e-e-
-qual-a-sua-importancia

••• 25 •••
O que diz a BNCC sobre o ensino de Arte?

A BNCC de Arte propõe que a abordagem das linguagens articule


seis dimensões do conhecimento que, de forma indissociável e
simultânea, caracterizam a singularidade da experiência artísti-
ca. As dimensões são:

Criação
Crítica
Estesia

Expressão

Fruição

Reflexão

Quais as habilidades de Arte na BNCC?

A Arte na BNCC está centrada nas seguintes linguagens: artes


visuais, dança, música e teatro. As linguagens artísticas são con-
sideradas nas suas especificidades, mas entende-se, que as ex-
periências e vivências dos sujeitos em sua relação com a Arte
não acontecem de forma estanque ou compartimentada.

Assim, é importante levar em conta o diálogo entre essas lingua-


gens, o diálogo com a literatura, além de possibilitar o contato
e a reflexão sobre formas estéticas híbridas, tais como as artes
circenses, o cinema e a performance.

••• 26 •••
Quais são as Unidades Temáticas de Arte na BNCC?

A introdução do componente Arte na BNCC apresenta:

■ Os pressupostos pedagógicos do componente


■ As competências específicas do componente
■ As linguagens e dimensões do conhecimento do componente:
A Arte na BNCC que propõem cinco UNIDADES TEMÁTICAS.

Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender do


ano de escolarização:

Artes visuais – conhecer e explo-


rar múltiplas culturas visuais em
diversos tempos históricos junto
com o diálogo acerca das dife-
renças entre elas, para ampliar
os limites escolares e criar novas
formas de interação artística e
produção cultural.

Dança – articular os processos


cognitivos e as experiências sen-
síveis no movimento dançado,
discutindo o significado das re-
lações entre corporeidade e pro-
dução estética para repensar e
transformar percepções acerca
do corpo e da dança.

••• 27 •••
Música – ampliar a produção dos
conhecimentos musicais para vi-
venciar a música inter-relacio-
nada à diversidade e desenvolver
saberes musicais fundamentais
para sua inserção e participação
crítica e ativa na sociedade.

Teatro – desenvolver uma expe-


riência artística multissensorial
para criar diferentes tempos, es-
paços e sujeitos envolvendo a si
próprio e o coletivo, em encon-
tros com o outro em performan-
ce.

Artes integradas – explo-


rar a relação e articulação
entre as diferentes lingua-
gens e suas práticas.

••• 28 •••
Quais são as 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum
Curricular?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece 10 com-


petências gerais que deverão ser trabalhadas da educação in-
fantil ao ensino médio.
Dessa forma, professor, o objetivo é que as escolas deixem de ser
apenas transmissoras de conteúdos, mas auxiliem o estudante a
lidar com questões do âmbito emocional, cultural, tecnológica,
socioambiental, responsabilidade, criatividade, entre outros.

Competências gerais de forma resumida:


1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Repertório cultural
4. Comunicação
5. Cultura digital
6. Trabalho e projeto de vida
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania

Segue o link da BNCC completa em pdf, para aprecia-


ção das competências gerais de forma ampla e, poste-
riormente, explicação das dimensões do conhecimento,
conforme texto da BNCC.
Link.:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_
EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

••• 29 •••
O que mudou no ensino de Arte com a BNCC no ensino funda-
mental – anos finais?

A Arte na BNCC tem como pressuposto que a sensibilidade, a


intuição, o pensamento e as subjetividades se manifestem como
formas de expressão no processo de aprendizagem em arte e
que os processos de criação são tão relevantes quanto os even-
tuais produtos.
Assim, a Arte na BNCC propõe o desenvolvimento de habilida-
des e competências importantes para as práticas investigativas
e para o percurso do fazer artístico, para perceber o mundo em
sua complexidade, contextualizar saberes e a interação com a
arte e a cultura, além de favorecer o respeito às diferenças e o
diálogo intercultural.

Fórum 2: Questões norteadoras

Durante séculos e séculos a Arte sofreu muitas mudanças. Al-


gumas em consequência da própria evolução do homem, que,
tentava, cada vez mais, o aperfeiçoamento. Outras provenientes
de guerras, que, além de influírem nos conteúdos, provocaram,
ainda, sua paralisação por pouco e, às vezes, por muito tempo.
Há muitas discussões sobre as legislações vigentes do Ensino
de Arte, cabe ao professor, de Arte, ter um mínimo de experiên-
cias teórico-práticas, interpretando, criando, contextualizando e
apreciando a arte, e, para isso, para desenvolver uma reflexão
pedagógica específica para o ensino das linguagens artísticas, é
necessário o entendimento das leis que regem o ensino de Arte.

Produza um comentário reflexivo sobre as Legislações ou Dire-


trizes no Ensino de Arte, apresentando as consonâncias e dis-
sonâncias de conceitos e sentidos existentes entre elas, a partir
do texto “Questões atuais do Ensino de Arte no Brasil: O lugar
da Arte na Base Nacional Comum Curricular” de autoria de José
Roberto Pereira Peres.
Link do artigo: https://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/revistad-
dav/article/view/1163/859

••• 30 •••
Exemplo 1: A base não é um documento elaborado isoladamente,
e sua concepção segue alinhada com outras definições impor-
tantes para o direcionamento nacional de mudanças e metas da
educação brasileira, na qual, percebe-se que, em Arte, esse com-
ponente curricular perde sua dimensão de área de conhecimen-
to específico, tornando-se subordinada à Área de Linguagens.

Exemplo 2: A primeira lei que garante a obrigatoriedade do en-


sino de Arte, em suas diversas linguagens, foi a LDB, conhecida
como a lei educacional da Ditadura Militar. Apesar do avanço de
ter garantido em lei a obrigatoriedade do ensino de Arte no cur-
rículo escolar, percebe-se que não houve a obrigatoriedade na
formação de professores, deixando brechas para que qualquer
profissional lecionasse a disciplina.

Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual.

••• 31 •••
1.5. COMPONENTES CURRICULARES EM ARTE

Prezado professor, para organizar o


trabalho de educação escolar de arte,
mostraremos um resumo dos com-
ponentes curriculares básicos que
se corrrelacionam no planejamento
e desenvolvimento do processo edu-
cativo, contribuindo para as nossas
reflexões sobre a extensão conside-
rável metodológica e a organização
do trabalho.

Entendemos que avaliar as práticas e teorias educacionais esco-


lares de arte será elemento de tranformações qualitativas em
Componentes Curriculares Básicos que se Articulam nas aulas
de Arte. Segundo Andrea Filatro, pg. 26 (2018), “o currículo não
aponta apenas quais os conteúdos devem ser ensinados, mas
também em que ordem eles devem ser aprendidos, em que me-
didas eles se relacionam entre si e como essas relações aconte-
cem em determinados espaços e tempos”.

Perceba abaixo o quadro síntese elaborado em 1989 com base


em vários estudos:

Professores de Arte

São os profissionais situados em um contexto sociocultural


e sujeitos responsáveis pelo processo prático e teórico da
educação escolar em arte. Incorporam uma história indivi-
dual e social tanto em saber arte quanto em saber educação
escolar em arte. Apresentam compromissos, necessidades e
possibilidades de melhoria – e de avaliação – de suas práticas
e teorias sobre arte e também sobre educação escolar em
Arte junto aos estudantes.

••• 32 •••
Objetivos Educacionais
em Arte

São metas (ou pontos de chegada) a serem atingidas na es-


colarização em arte a curto, médio e longo prazos. Explici-
tam as ações culturais mais essenciais e abrangentes que
os estudantes devem ser capazes de praticar à medida que
dominem os saberes, habilidades, hábitos, atitudes e convic-
ções artísticas e estéticas aprendidos no curso. Indicam as
possibilidades que os ajudem a formarem-se como cidadãos
culturais no mundo contemporâneo. Os objetivos devem ser
sempre avaliados com relação à sua significação sociocultu-
ral e à finalidade educativa escolar em arte.

Ajudar a compreender, interpretar e melhorar a cultura de


seu país.

Conteúdos Escolares
em Arte

São os assuntos substantivos em arte a serem trabalhados


nos cursos. São aspectos essenciais selecionados pelos pro-
fessores dentre os conhecimentos artísticos e estéticos pro-
duzidos historicamente e em produção pela humanidade nas
diversas modalidades artísticas (música, artes visuais, tea-
tro, dança, artes audiovisuais, dentre outras). Referem-se ao
“o que” deve ser objeto de estudo no fazer artístico pessoal (a
concretizar-se em produtos artísticos) e nas análises sobre
artistas, obras de arte, modos de comunicação, públicos e
suas histórias. Articulam-se aos objetos e finalidades educa-
cionais escolares propostos em arte e demais componentes
curriculares. A relevância e sentido cultural dos conteúdos
selecionados devem ser objeto de avaliação.

••• 33 •••
Métodos de Ensino e
Aprendizagem em Arte

São caminhos educativos a serem percorridos durante o curso


com os estudantes. Organizam-se por meio de etapas sequen-
ciadas (início, meio e fim de uma ou mais aulas) e de diversas
técnicas pedagógicas (observação, pesquisa, problematizações
artísticas e estéticas, jogos individuais ou em grupos de estu-
dantes) selecionadas para o desenvolvimento das atividades
em que os estudantes assimilem novos saberes, habilidades,
hábitos, atitudes, convicções em arte. Caracterizam-se pelos
“modos pedagógicos de fazer” os cursos e aulas de tal manei-
ra que os estudantes vivenciem processos de produção e de
entendimento sensíveis-cognitivos da arte que ainda devam
aperfeiçoar e conhecer. Esses “modos pedagógicos de fazer”
são avaliáveis e articulam-se com os conteúdos e objetivos es-
colares selecionados para o curso de arte, bem como com os
demais componentes curriculares.

Meios de Comunicação
Escolares em Arte

São os diversos materiais didáticos e “mídias” já produzidos,


contendo as informações e possibilitando comunicações em
arte (livros, textos, gráficos, quadros, recortes, fotografias,
exposições e reproduções de obras de arte, objetos, áudios,
discos, filmes, vídeos, multimídias). São selecionados para
uso comunicacional durante a relação educativa (presencial
ou a distância) entre professores e estudantes; articulam-se
aos objetivos, conteúdos e métodos propostos as aulas de
arte e aos demais componentes da trama curricular. O uso
pedagógico de combinações entre essas “mídias” nas ativi-
dades educativas escolares em arte é sempre avaliável.

••• 34 •••
Estudantes de Arte

Encontram-se situados em um contexto sociocultural e são


sujeitos co-responsáveis pelo processo de educação escolar
em arte; incorporam um história individual e social de produção
artística e de entendimento estético nas várias modalidades
de arte; apresentam potencialidades, objetivos e necessidades
para diversificar e melhorar – avaliar e ser avaliados – em seu
“fazer e entender” sensível-cognitivo em arte.

Adaptado de : Maria F. De R. E Fusari, e Maria Heloísa C. De T. Ferraz (1988); Libâneo, J. C.


(1985); Luckesi, C. C. (1986); Saviani, D. (1980); Veiga, I. P. (1988).

••• 35 •••
Para concluir o estudo da Unidade...
Prezado professor! Chegamos ao final de nossa lei-
tura nesta unidade, que bom! Você conheceu um
pouco de nossa história sobre o ensino de Arte no
Brasil, Liberdade de Expressão em Arte, conheceu
as Legislações e Diretrizes que regem a nossa Edu-
cação em Arte e, os Componentes Curriculares em
Arte, sendo assim, imagino que seus conhecimen-
tos acerca do Ensino de Arte se consolidaram e es-
pero que eles tenham lhe provocado no sentido de
querer aprender mais, nos próximos capítulos.

Nesse cenário, você – como professor – deve esta-


belecer com os estudantes uma comunicação di-
dática realmente significativa, focando no que re-
almente é importante. Espero que este material o
ajude a desempenhar esse papel com muito mais
segurança, praticidade e, que contribua para seu
aperfeiçoamento profissional e pessoal, utilizando
de novos sftwares, suportes e formatos de mídias e
tecnologias, conseguindo estudar e ensinar de for-
ma atualizada neste mundo contemporâneo.

Obrigada! Até mais...

Att, Profª. Marília

Ouça o podcast com o


resumo da Introdução na
plataforma.

Faça o questionário final na


plataforma.

••• 36 •••
REFERÊNCIAS
AURELIO, O mini dicionário da língua portuguesa. 4ª edição revista e ampliada do mini dicionário
Aurélio. 7ª impressão – Rio de Janeiro, 2002.

BARBOSA, Ana Mãe (Org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2003.

BOSI, História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Ed. Cultrix, 1970. 50ª. Edição, 2015. Edição
em língua espanhola: História Concisa de la Literatura Brasileña. México: Ed. Fondo de Cultura
Económica, 1983; 2.ª edição, 2001.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/


constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acessado em: 15/09/2021.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília,
DF, 2018. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_
versaofinal_site.pdf >. Acessado em: 10/09/2021.

_______ . Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9394/96.
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_______ . Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 4024, de 20
de dezembro de 1961. (1961). Portal do MEC.

_______ . Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus. Lei nº 5692,
de 11 de agosto de 1971. (1971). Portal do MEC.

_______ . Ministério da Educação. Conselho Nacional de Justiça. Resolução Nº. 23, de outubro
de 1973. Fixa normas de estruturação ao curso de Licenciatura em Educação Artística. In: Livro de
Resoluções e Portaria do Conselho Federal de Educação nos anos de 1962 a 1978. Brasília: MEC/CFE,
1979, p. 90-93.

________. Ministério da Educação. Lei nº 13278/2016. Altera o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394, de 20


de dezembro de 1996, fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte.
Brasília, Distrito Federal: MEC, 1996. Publicado no D.O.U. em 03/05/2016. Disponível em: . Acesso em
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________. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI).


Brasília: MEC/SEF, 1998.

________. Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/


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________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos


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________. Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/


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BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 12287/2010. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, no tocante ao ensino da arte. Brasília,
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FERRAZ, Maria Heloísa C. De T. Metodologia do ensino de arte: fundamentos e proposições / Maria


Heloísa C. De T. Ferraz, Maria F. de Rezende e Fusari. – 2. ed. rev. E ampl. – São Paulo: Cortez, 2009

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17/09/2021.

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