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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIENCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO


REGIONAL

LUANA ROGÉRIO DA SILVA

ESTUDO DIRIGIDO SOBREO VÍDEO “A HISTÓRIA DA PSICOPATOLOGIA


NO BRASIL”.

CAMPOS DOS GOYTACAZES

2020
Quais os aspectos históricos que o autor destaca?

Ele destaca a histórica da psicopatologia brasileira trazendo datas


acerca das alterações do DSM, bem como datas de acontecimentos dentro do
campo da psiquiatria, como sua crise e surgimento de psicofarmos, e
contextualiza também alguns diagnósticos que surgiram ou que caíram em
desuso. Inicialmente, aborda que a Psicopatologia vem sofrendo alterações
nos últimos 200 anos. Ele traz como exemplo, alguns diagnósticos que se
alteraram ao longo da história e dos contextos. Um desses era a ideia de
parafilias que são práticas sexuais que não estão de acordo com a norma, não
são socialmente aceitas como por exemplo o sadomasoquismo, que há muitos
anos era visto como um transtorno, hoje já é visto como uma prática normal,
desde que não afete de forma grave o sujeito ou outrem. Ele também cita a
dreptomania que era o impulso dos escravos a fugirem. Ele cita também a
homossexualidade que deixou de ser visto como uma patologia, sendo antes
visto como transtorno/doença, a histeria que foi bem recorrente no período em
que Freud se debruçou sobre esse estudo, a depressão nos anos 50, o
transtorno bipolar que antes era chamado de psicose-maníaco-depressiva.
Logo em seguida, Bezerra traz as datas das alterações do DSM. Em 1980,
deu-se a primeira alteração no DSM, em 1987 uma revisão do DSM 3, e uma
revisão que resultou no DSM 4 em 2000 e em 2013 a última revisão, resultando
no DSM 5. Depois de trazer as datas de alterações do DSM, Bezerra faz
algumas considerações sobre os sintomas. Até o final da Segunda Guerra o
sintoma era visto como um conflito, um signo a ser desvendado, devido à
influência de Freud, da Fenomenologia e ausência de terapias biológicas. Em
1950, ocorre o primeiro surgimento de medicamento psiquiátrico e, em 1952, o
surgimento da psicofarmacologia com o uso do medicamento clorpromazina
que causou um grande impacto na Psicopatologia. Após este acontecimento,
na década de 60/70 ocorre a crise da Psiquiatria, haja vista que os diagnósticos
da psiquiatria não possuíam confiabilidade. Cada escola tinha um sistema de
classificação, escolas francesas, alemãs e anglófonas. Diante dessa crise, a
Psiquiatria visa a criação de um sistema classificatório mais apropriado,
baseado sobretudo na ideia de que sintomas são sinais. Além disso, nesse
período outros profissionais começavam a se destacar que não eram da área
da Psiquiatria, mas que trabalhavam com o manejo psicológico, gerando na
Psiquiatria, uma necessidade de se firmar. Além disso, outras áreas como a
psicologia e o Serviço Social estavam em discordância da Psiquiatria, havia um
clima de “disputa” e dentro desse contexto houve uma ruptura da Psiquiatria
com as influências da Fenomenologia e da Psicanálise. Nesse contexto com a
intenção de definirem melhor o seu território é que cria-se um Sistema de
Classificação baseado na ideia de que sintomas eram sinais, nasce o DSM, o
que o autor chama de conjunto de rótulos e como consequência ocorre a
expansão da Farmacologia.

O que Benilton Bezerra nos ensina sobre a normalidade?

Ele diz que existem duas formas de se discutir sobre normalidade. A


primeira é por um olhar científico, a gente precisa saber o que é uma pessoa
normal, pra saber o que é a normalidade. Você mede a regularidade na
normalidade estatística e na ideia de função, medindo os comportamentos, as
experiências de uma determinada parte da população, tendo assim aquelas
que são mais recorrentes, que mais prevalecem, obtendo assim o parâmetro
de normalidade. Ele diz também que esse parâmetro não é o mesmo para
crianças, adolescentes e adultos, mas ainda assim, dentro de uma classe o
que desvia pra fora da média, do que é considerado padrão, é considerado fora
do campo da normalidade. A segunda perspectiva seria a normativista, que ele
começa explicando que ela vem de um corpo subjetivo e esse corpo subjetivo
entra em relação com outros corpos e essas relações causam frustrações, por
que muitas das vezes os indivíduos criam expectativas que dizem mais deles
do que do outro numa relação de um modo geral, não só romântica, nesse
contexto de decepção/frustração vem a infelicidade. Ele também diz que sofrer
é inerente à condição humana então aqui, ser saudável e normativo é
conseguir passar por esses sofrimentos e superá-los, assim a doença deixa de
ser uma condição inalterada, e passa a ser um estágio que tende a ser
superado, assim ele responde o questionamento que ele mesmo cria
justificando que nem todo sofrimento é patológico. Na explicação normativista
os desviantes desse modelo ideal estão ligados a valores diferentes, valores
diferentes não necessariamente são patologizados mesmo não estando dentro
do visto como padrão.

Quais as contribuições que Benilton Bezerra nos traz sobre a


psicopatologia contemporânea?

Benilton Bezerra nos faz repensar a psicopatologia, nos levando a


compreender a necessidade de olhar para o sujeito enquanto indivíduo único e
particular, entendendo e respeitando as suas vivencias/experiências
particulares para uma melhor condição de vida, ou seja, o médico nos incita a
considerar os contextos em que as pessoas estão inseridas e como isso
impacta em seus modos de viver e seus posicionamentos perante o mundo.
Ele propõe a criação de condições para que a vida seja a mais organizada
possível, sem nos deparar com os limites que nos impedem, olhando para o
sujeito não apenas como um cérebro, mas também como um ser humano que
vivencia o tempo todo interferência do mundo em que ele vive, interferindo
assim também na sua qualidade de vida e ser a causa de muitos fatores
estressores. E nesse contexto o autor friza a necessidade de pensar a
Psicopatologia, e o sofrimento psíquico não só em cima de uma classificação e
um diagnóstico, é olhar para esse meio que o sujeito está inserido, na sua
relação com o mundo e no que isso influencia.

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