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Discentes: Talita Gabriela de Oliveira Ribeiro, Juan Pedro de Oliveira da Silva, Ana Luisa Dulce
Condé, Cecília Torres Alves, Guilherme Salvino Signorini, Pedro Nascimento Costa de Souza,
Caio César Silva Machado
QUESTÕES
1- O que significa “compromisso social” ao qual Ana Bock (1999) se refere durante o texto
“A Psicologia a caminho do novo século: identidade profissional e compromisso social”, e
quais os principais pontos que o psicólogo deve tomar para seguir com tal princípio?
Resposta:
Compromisso social seria exatamente entender a Psicologia como uma ciência inserida
em um contexto político, cultural, econômico e social; ou seja, a aplicação do saber psicológico
deve estar envolta no pressuposto de que o indivíduo pertence a um coletivo que tem diferentes
impactos diretos em sua vida, a depender das características do cenário em que está inserido. É
ter um olhar transgressor acerca daquilo que foi estabelecido como natural nas sociedades e
reconhecer desigualdades sociais, preconceitos e demais problemas advindos do sistema em que
vivemos como comunidade. O compromisso social é absorver que a realidade social está, e deve
sempre estar, em constante mudança e, portanto, também as células que a compõem: os
indivíduos.
Resposta:
Segundo os autores, apesar do objeto central da psicologia ser o ser humano, há diversos
fatores que dificultam a definição única sobre qual é o objeto de estudo da psicologia. No
decorrer do primeiro capítulo, afirmam que um dos fatores para tal dificuldade é a psicologia não
ter tido tempo ainda para apresentar teorias acabadas e definitivas, justamente, por ser uma área
de conhecimento científico relativamente nova, tendo sido constituída no final do século 19
(1999). Outro fator que causa essa dificuldade, é o cientista/pesquisador em psicologia está
inserido na categoria estudada, desse modo sua visão sobre o que é o ser humano é contaminada
necessariamente por suas crenças (1999). Logo, devido a variada riqueza de valores sociais,
consequentemente, há grande variação na concepção sobre os seres humanos (1999).
Resposta:
Em certos sermões e outros documentos coloniais dos séculos XVII e XVIII, é possível
encontrar formas de descrição dos fenômenos emocionais – as paixões – e técnicas de controle.
Esse conhecimento tinha finalidade didática – ensinar as pessoas a identificar e a lidar
devidamente com as paixões próprias e alheias, visando a “educar o equilíbrio psicológico da
personalidade” (1986). As paixões são apresentadas como capazes de se manifestar por, e afetar,
diversas dimensões da pessoa – não são um fenômeno nada localizado. Tomando como ilustração
a descrição da tristeza feita por Viera (1986), a emoção afeta o físico – “ferem a língua e
emudecem a fala” –, o psíquico – o sujeito se torna “aborrecido de tudo, e muito mais de si
mesmo” – o moral – a pessoa se torna mais suscetível ao pecado, buscando formas de aliviar seu
sentimento – e, finalmente, o comportamental – a tristeza se expressa pelo choro, mas pode ser
internalizada no coração e afetar o semblante o sujeito.
4- Segundo Samuel Pfromm Netto (2004) a história da psicologia no Brasil tem vínculo com
a história da psicologia europeia, precisamente, à de Portugal. Além disso, os estudos
filosóficos e religiosos tinham caráter psicológico. Já Maria Helena Souza Patto (1999), em
seu artigo relata como a psicologia foi usada de uma forma higienista, com o objetivo de
limpar uma raça considerada por europeus como suja e inferior, para fazer com que o país
se torne digno de seu lema. Com base nos textos de Pfromm (2004) e de Patto (1999),
assinale a afirmativa errônea acerca da história da Psicologia brasileira:
b) Segundo Martins, S. Martinho de Durme, bispo de Braga, tinha em seus escritos temas como
paixões, virtudes, pecados e emendas. Criou um pequeno escrito sobre a ira, como ela surge e
o que pode causá-la. Além de estudar sobre o comportamento interior de um homem,
acreditando que a ira podia se esvair através de como se agia. No entanto, não se pode afirmar
que suas teorias e análises são semelhantes à de Willian Wundt, pai da psicologia, já que ele
não possuía os mesmos aparatos para uma teoria de tal relevância como a de Wundt, que
criou a teoria das emoções. Sendo assim, a teoria do pai da psicologia não foi vista antes, com
Durme, por não ter tido experiências em laboratório.
c) Com a prevenção, feita por psiquiatras que se reuniam na Liga Brasileira de Higiene Mental,
daqueles que eram considerados inferiores racialmente, durante a Primeira República, o
ensino escolar também foi afetado. Para muitos estudiosos parte principal da prevenção
deveria ocorrer durante a infância, já que podem usar da medicina preventiva para que ocorra
uma melhor higienização da população.
Resposta:
5- De acordo com Bock (2010), segundo expresso na entrevista, qual a relação entre o
período da Ditadura Militar (1964-1985) e o início do pensamento crítico dentro da
Psicologia no Brasil? O que corroborou para isso? E, ainda segundo a autora, até antes do
regime militar, a quem majoritariamente servia a profissão e por que esse modelo entrou
em crise? Relacione (as questões não precisam ser necessariamente respondidas nessa
ordem).
Resposta:
Segundo Bock, até meados da década de 1970, as abordagens psicológicas eram pensadas
para dar conta das questões da elite brasileira, a quem a Psicologia majoritariamente servia até
então, reforçando o elitismo da profissão à época. Nesse sentido, quando os psicólogos entravam
na saúde pública, levavam os modelos que estavam acostumados a utilizar na clínica para
atenderem às camadas populares e, consequentemente, encontravam grandes dificuldades, o que
culminou numa crise da profissão. A autora menciona que essa crise se acentuou a partir dos anos
1970, com o desenvolvimento de um pensamento crítico na sociedade, decorrente do aumento do
movimento social que surgiu contrário à Ditadura Militar.
Sobre isso, a autora elenca alguns fatores que contribuíram para a mudança de paradigma
da Psicologia: ingresso de intelectuais radicais de esquerda enquanto professores nas
universidades, o qual ajudou a ampliar o estudo de marcos teóricos críticos, como o marxismo; o
crescimento do movimento operário e de greves na década de 1970; ingresso das camadas médias
na universidade até então reservadas aos filhos da elite econômica. Bock finaliza dizendo que tais
fatores contribuíram para a mudança do perfil da universidade, da formação, e da profissão.
Referências bibliográficas: