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ANÁLISE EPISTEMOLÓGICA DA PSICOLOGIA E CRÍTICAS À PSICOLOGIA

INDIVIDUALIZANTE
EPISTEMOLOGICAL ANALYSIS OF PSYCHOLOGY AND CRITICISM OF
INDIVIDUALIZING PSYCHOLOGY

Lucas Daniel Loures Veiga1


Pedro Caires de Souza1
Karla Cristina Rocha Ribeiro2

RESUMO
O estabelecimento da Psicologia como campo de conhecimento autônomo e o contexto
histórico no momento em que isso ocorreu influenciaram a maneira tradicional de fazer
psicológico, entendida no presente trabalho como modelo clínico de prática psicológica. Tal
prática, quando realizada sem um senso crítico adequado, reforça relações hegemônicas na
sociedade e coloca a Psicologia como um instrumento de perpetuação de poder. O presente
artigo pretende analisar a influência da prática psicológica clínica nos diversos campos de
atuação do psicólogo por meio de uma pesquisa teórica de abordagem qualitativa. Nós,
pesquisadores, acreditamos que tais discussões e visões críticas dos serviços em Psicologia
são importantes pois permitem atualizar o fazer com as mudanças que ocorrem no Brasil e no
mundo. Como primeiro momento, realizamos uma análise epistemológica da Psicologia como
ciência, e, em seguida, conversamos sobre o estabelecimento da profissão no contexto
brasileiro. No segundo momento, apresentamos as possíveis perspectivas individualizantes e
reforçadoras de hegemonias na prática psicológica, demonstrando a maneira que ela se
apresenta nas atuações. Por fim, relacionamos os dados apresentados para analisar a prática
clínica quanto aos seus desencaixes e cuidados, tanto em seu ambiente natural quanto quando
relacionada com outras áreas da Psicologia. Ao final da pesquisa, concluímos que nossos
profissionais, devido a diversos contextos históricos específicos, se estagnaram na prática e
formação clínica, fato que torna o fazer psicológico incompleto, especialmente em campos de
atuação que não sejam no atendimento psicoterápico clínico. Se faz necessário uma expansão
dos horizontes de atuação em Psicologia, para colocá-la em serviço daqueles que realmente
precisam.

Palavras chave: Epistemologia. Psicologia. Psicologia Social.

ABSTRACT

The establishment of Psychology as an autonomous field of knowledge and the historical


context at the time it occurred influenced the traditional way of doing psychology, understood
in the present work as a clinical model of psychology practice. Such practice, when carried

1
Acadêmico de Psicologia da Universidade de Marília
2
Orientadora Docente Doutora da Universidade de Marília
out without an adequate critical sense, reinforces hegemonic relations in society and places
Psychology as an instrument for the perpetuation of power. The present article intends to
analyze the influence of clinical psychological practice in the different fields of work of the
psychologist through a theoretical research with a qualitative approach. We, researchers,
believe that such discussions and critical views of Psychology services are important because
they allow us to update our work with the changes that occur in Brazil and in the world. As a
first step, we carried out an epistemological analysis of Psychology as a science, and then we
talked about the establishment of the profession in the Brazilian context. In the second
moment, we present the possible individualizing and reinforcing perspectives of hegemonies
in psychological practice, demonstrating the way it presents itself in performances. Finally,
we relate the data presented to analyze clinical practice in terms of its disengagement and
care, both in its natural environment and when related to other areas of Psychology. At the
end of the research, we concluded that our professionals, due to different specific historical
contexts, are stagnated in clinical practice and training, a fact that makes psychological work
incomplete, especially in fields of action that are not clinical psychotherapeutic care. It is
necessary to expand the horizons of action in Psychology, to put it at the service of those who
really need it.

Keywords: Epistemologia. Psicologia. Psicologia Social.

INTRODUÇÃO

O modelo clínico do fazer psicológico foi consolidado pelas influências de outras áreas de
estudo e de perdas de referenciais históricos que foram utilizadas para o estabelecimento da
Psicologia como campo de conhecimento autônomo na comunidade científica.
Tais influências moldaram a forma de atuação tradicional do psicólogo que, quando a realiza
desconsiderando as demandas da área aplicada e os fatores sociais que atravessam o indivíduo
alvo da psicoterapia, pode reforçar relações hegemônicas prejudiciais para nossa sociedade
como um todo, e, portanto, necessita de um cuidado e senso crítico do profissional.
O presente artigo busca analisar a influência da prática psicológica clínica nos diversos
campos de atuação do psicólogo, por meio de uma pesquisa teórica de abordagem qualitativa,
separados em três tópicos que serão detalhados a seguir.
No primeiro tópico foi realizada uma análise epistemológico do surgimento do objeto de
estudo e do estabelecimento da Psicologia como ciência consolidada, relacionando-o com o
contexto social da época. O primeiro tópico foi finalizado no estabelecimento da Psicologia
no contexto brasileiro. Como um segundo tópico, foi discutido sobre as perspectivas
individualizantes da prática psicológica, demonstrando o modo que ela se expressa em meio a
2
atuação do psicólogo. No último tópico, foi analisada a prática clínica e sua influência em
outras áreas da Psicologia, levantando um diálogo sobre as dificuldades e cuidados na prática
psicológica.
Nós pesquisadores, como psicólogos em formação, acreditamos que a Psicologia deve
trabalhar alinhada às necessidades da sociedade como um todo, tentando desempenhar a
melhor prática possível dentro dos ambientes em que se permite estar. Portanto, tais
discussões e visões críticas dos serviços em Psicologia são importantes, pois permitem
atualizar o fazer com as mudanças que ocorrem no Brasil e no mundo.

O SURGIMENTO DO SUJEITO SUBJETIVO: A EPISTEMOLOGIA DA


PSICOLOGIA

A experiência da subjetividade privada, ou seja, a experiência imediata do sujeito, nem


sempre foi reconhecida e, em algumas sociedades, sequer existe ou existiu tal concepção. O
caminho para se chegar a um consenso geral de que essa experiência existe foi inconsistente
devido às suas irrupções serem, geralmente, em momentos de crise social, quando os valores
culturais de uma sociedade já não fazem sentido e novas formas de vida necessitam aparecer
com urgência (FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
O Fenômeno Psicológico é aquele da experiência imediata individual, isto é, a experiência
daquilo que representa o íntimo do sujeito, manifestado em desejos, emoções, pensamentos e
todas as suas manifestações (FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
Foi apenas na transição da Idade Média para a Idade Moderna que a experiência da
subjetividade privada alcançou um status de existência incontestável e abriu caminho para a
construção da psicologia científica (FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
Para Bock, Furtado e Teixeira (2001), a Psicologia Científica possui como traço uma
diversidade de objetos de estudo. Isso quer dizer que, mesmo em tempos anteriores, a
discussão acerca do dito subjetivo ficava a cargo da Filosofia, Teologia ou mesmo
Cosmologia. Então, necessitou-se de um tempo histórico específico para que a ciência
psicológica fosse a área de concentração maior dos estudos relativos ao homem e sua
interioridade.
De uma maneira geral, a psicologia estuda o Homem, porém, apenas assim, não seria possível
diferenciá-la das Ciências Humanas. Essa diversidade se justifica ao pensarmos que, com
todas as expressões dos Fenômenos Psicológicos, é inviável usar padrões de observação,

3
mensuração e interpretação iguais para todas essas manifestações (BOCK; FURTADO,
TEIXEIRA, 2001).
A história da ciência humana passou por 3 grandes momentos históricos, de acordo com
Japiassu (1975). Nos termos utilizados pelo autor: “concepção clássica”; “concepção cristã” e
“concepção moderna”.
Na concepção clássica, caracterizada durante o período da filosofia grega até a morte de
Platão (347 a.C.), o esforço mental era voltado para a reflexão acerca da Razão, e como o
homem, abrigado de razão, relacionava-se com o mundo e consigo próprio. Nesse momento, o
mundo se expressava pela ordem, o curso harmônico e natural dos astros, a quem tanto deuses
como homens necessitam obedecer. Porém, o homem dotado de razão a todo instante sentia a
necessidade de interpretar e racionalizar o mundo, com a finalidade de ordenar o devir -
conceito que se refere às transformações das coisas, vir a ser - mundano (JAPIASSU, 1975).
Contudo, de acordo com a crença da época, a própria razão não advinha do homem, mas sim,
dos deuses para os homens, ou seja, o homem não passava de um subordinado que recebia dos
deuses, através da razão, a capacidade de ordenar o devir. Essa visão se manteve até a Idade
Média (JAPIASSU, 1975).
Em concordância com Japiassu (1975), quando a concepção cristã tomou forma, seu empenho
era de alinhar a concepção clássica helênica com as instâncias da antropologia bíblica-cristã,
retirando o universo - cosmos - do centro de compreensão humana, mas depositando-o em
um Deus, cujo o humano era um ser dependente:
[...] o pensamento medieval torna-se teocêntrico, a fonte explicativa de
tudo, inclusive do conhecimento, situando-se fora do homem, não
mais nas leis cósmicas, mas num Deus criador face ao qual o homem
se situa como criatura dependente. Ora, esta mudança de perspectiva -
de uma concepção cosmocêntrica a uma concepção teocêntrica -
modifica profundamente os elementos tomados de empréstimo aos
gregos pelos autores escolásticos (JAPIASSU, p. 32, 1975).

É no Renascimento, na passagem da concepção cristã para a concepção moderna, que a


humanidade passa por uma crise social de perda de referenciais. A experiência medieval da
concepção cristã colocava o homem em um papel passivo, regido por uma ordem superior,
que dava segurança e ao mesmo tempo o diminuía. A transição da Idade Média para a Idade
Moderna teve como característica a passagem de Deus como centro do universo para o
Homem como centro do universo, pois a ideia de que o Homem detinha o poder de dominar a
natureza ganhava força (FIGUEIREDO; SANTI, 2008):
A perda de referências coletivas, como a religião, a "raça", o "povo", a
família ou uma lei confiável obriga o homem a construir referências

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internas. Surge um espaço para a experiência da subjetividade
privatizada: quem sou eu, como sinto, o que desejo, o que considero
justo e adequado? (FIGUEIREDO; SANTI, p. 21, 2008)

Apesar da crença em Deus não ter sido extinta, ela foi aos poucos se distanciando da figura
humana. Ele foi o criador do mundo e cabe ao homem dominá-lo e admirá-lo, o que fez com
que, cada vez mais, esse mundo passasse de local sagrado para o status de objeto de utilização
(FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
Em conformidade com Figueiredo e Santi (2008), essa transição para a idade moderna foi
marcada pela teoria de Descartes, que preocupado em estabelecer um método seguro para o
descobrimento da verdade, isento de falhas e pela via da razão, colocou a sociedade em
contato com o que hoje chamamos por sujeito epistêmico. O método cartesiano foi produto de
uma época que aos poucos se desvencilhava das noções e condutas impostas pela religião -
que via os movimentos da natureza como obra de Deus - e se aproximava da ideia do Homem
como resposta para os mistérios e problemas do mundo:
Descartes é tomado como inaugurador da modernidade no sentido em
que ele marca o fim de todo um conjunto de crenças que
fundamentavam o conhecimento. O homem moderno não busca a
verdade num além, em algo transcendente; a verdade agora significa
adquirir uma representação correta do mundo (FIGUEIREDO;
SANTI, p. 32, 2008).

O saber construído na idade medieval possuía um comprometimento com o intelectualismo da


concepção clássica e a antropologia bíblica-cristã. O advento da era renascentista trouxe a
possibilidade para a ciência se comprometer a estudar o homem em sua totalidade, pois, nesse
momento, foi tido como verdade que ele é quem constrói a ciência. Logo, pode-se afirmar que
os objetivos que moviam a ciência nesse momento histórico eram: “ser uma ciência e visar à
totalidade do humano”. (JAPIASSU, p.33, 1975).
Para Japiassu (1975), até a metade do séc. XVII, o pensamento ocidental ainda caminhava a
passos infantis e, mesmo que importantes trabalhos como o de Copérnico, por exemplo, sejam
datados em 1543, só tiveram importantes repercussões na sociedade mais de um século
depois, devido a desintegração do “saber” acontecida no início da idade moderna e também ao
Iluminismo:
“No Iluminismo, as grandes conquistas do racionalismo cartesiano
eram articuladas com a valorização das experiências individuais tal
como promovidas pelos filósofos empiristas, que formavam a outra
grande corrente da Modernidade” (FIGUEIREDO E SANTI, p. 34,
2008).

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No Iluminismo, de acordo com Figueiredo e Santi (2008), a soberania do “eu” e o método
seguro foi criticada e colocada em xeque. Kant, um dos grandes filósofos iluministas do séc
XVIII, dizia que o homem só consegue verificar as coisas que chegam até a ele (o que o
filósofo se refere por fenômeno), e por isso, a única forma de se chegar em um conhecimento
real é se atentando para esses fenômenos. Para ele, a autonomia é uma difícil tarefa a ser
realizada, pois a razão não tem força para aquietar totalmente os desejos, as necessidades e
vontades. Mas na ideologia liberal iluminista, apresentada principalmente durante a
Revolução Francesa, o homem era igual em capacidades e, em direitos, não deveria ser
diferente.
Figueiredo e Santi (2008) acreditam que é importante compreender alguns elementos do
mercado socioeconômico e de trabalho da época em que a experiência da subjetividade
privada ganhava força, pois tais elementos foram fundamentais para o estopim da crise da
subjetividade privada e, com efeito, para o problema da individualização, intrínseca ao
sistema econômico liberal. Nós, pesquisadores, acreditamos também ser importante
contextualizar a sociedade pré regime assalariado. Ainda em conformidade com os autores,
observa-se na sociedade pré-capitalista, que os produtores e meios de produção eram
unificados, devido a perdas de condições de vida e produção anteriores. Isso também se
mostrava nas relações entre servos e senhores, onde os últimos ofereciam proteção e apoio
dos “fortes aos fracos”.
Para uma sociedade onde o trabalhador livre exista, é necessário dissolver essas dinâmicas.
Agora, esse trabalhador livre presta serviços para um produtor privado, seu apoio e proteção
dá lugar para desamparo e mais responsabilidades com a ascensão econômica desse
trabalhador. Ascensão esta que, em uma sociedade tradicional, é difícil e de mão dupla, já que
esse trabalhador livre pode acabar em miséria. Dessa maneira, uma das faces da crise da
subjetividade privada surge (FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
Até esse momento, a visão das ciências era considerada naturalista, pois o homem era
considerado o progresso natural de sua série evolutiva, pela sua capacidade de fala e de
estabelecer culturas. Desde Descartes, passando por Kant e até Hegel, ainda com suas
discordâncias, as interrogações filosóficas se reuniam ao redor da consciência, portanto,
segundo Japiassu (1975), consideravam-se filosofias da consciência.
Nos primeiros estudos antropológicos contemporâneos - evolucionismo, marxismo e
psicanálise - o sujeito epistêmico foi descentralizado de si. Ou seja, a verdade da consciência
era obtida estudando uma consciência atravessada e atingida pela natureza (JAPIASSU,
1975).
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O Romantismo (final do séc XVIII) criticou o racionalismo iluminista e o método cartesiano,
discordando que o homem era um ser racional, afirmando que o mesmo era, na verdade,
passional. Isso evidenciou a natureza e sua influência no homem e, paralelamente, trouxe
noções de que o homem possui camadas desconhecidas por si mesmo (FIGUEIREDO;
SANTI, 2008).
É necessário se atentar ao fato de que esse caminho para a subjetividade privatizada, que é
aqui discorrido, não foi algo linear, mas sim um processo complexo, segundo Figueiredo e
Santi (2008). A concepção de liberdade, potencialidade e autonomia que hoje é generalizada,
era exclusiva a poucos nos primórdios de nossa civilização.
De acordo com o breve panorama histórico das ciências humanas apresentado, o caminho
para o surgimento da concepção do fenômeno psicológico começa a mostrar seu rastro. A
experiência subjetiva, então, só ganha importância e se instaura como objeto de estudo
mediante à perda sucessiva de referenciais culturais, descritas nos parágrafos acima. Contudo,
o primeiro projeto de psicologia científica não considerava em seu método os fenômenos
psíquicos e sim os fenômenos orgânicos e cerebrais (JAPIASSU, 1975).
Um dos efeitos da perda dos referenciais culturais no começo da Idade Moderna é que o
homem passa a se ver com maior responsabilidade sobre sua própria existência. A qualidade
do existir foi alterada para uma experiência mais centrada no homem, recaindo um peso sobre
ele que, inevitavelmente, provocou mudanças na cultura da Idade Moderna (JAPIASSU,
1975). Sob tal efeito, uma nova demanda apareceu: quem somos nós? o que é o homem?
(FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
Para Figueiredo e Santi (2008), outros importantes efeitos se deram pelos movimentos do
século XIX, em destaque o Liberalismo e o Romantismo, que causaram importantes impactos
na sociedade ocidental à medida que colocavam a subjetividade privatizada em xeque.
Vemos, assim, que tanto na Ideologia Liberal como no Romantismo se
expressam os problemas da experiência subjetiva privatizada: segundo
a Ideologia Liberal, todos são iguais, mas têm interesses próprios
(individuais); segundo o Romantismo, cada um é diferente, mas sente
saudade do tempo em que todos viviam comunitariamente e espera
pelo retorno desse tempo. Enquanto isso não vem, os românticos
acreditam que os grandes e intensos sentimentos podem reunir os
homens, apesar de suas diferenças. Já os liberais apostam na utópica
fraternidade (FIGUEIREDO; SANTI, p. 47, 2008).

Foi nesse contexto de crises e movimentos sociais que a Psicologia, para se estabelecer como
um campo de conhecimento autônomo distinto do restante das ciências humanas, apossou-se
da noção do fenômeno psicológico como objeto de estudo em suas áreas. Agora, o homem e

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seu mundo interno são colocados no centro das preocupações da psicologia. No entanto, a
visão para estes objetos apoiava-se no mentalismo e no reducionismo, uma vez que não se
ventilava a noção do sujeito como um ser biopsicossocial (JAPIASSU, 1975).
Com isso, as tentativas de explicar as relações do indivíduo e sociedade, os atravessamentos
das condições entre os homens e até mesmo o adoecimento, partiam sempre da ideia do
sujeito subjetivo, ou seja, único e igual a si mesmo.
As contradições existentes nesses movimentos e o peso existencial que agora tinha o homem,
colocava-o numa posição de desamparo e de muita responsabilidade com tantas escolhas à
disposição, o que acabou por dar nascimento ao Regime Disciplinar. Os mecanismos deste
regime buscavam docilizar e domesticar os sujeitos no intuito de diminuir suas
individualidades, o que se mostrou problemático para a vida em sociedade. No trabalho, a
promessa do sujeito poder trabalhar com o que ele quer implica numa precarização do seu
trabalho, já que ele não tem o apoio de ninguém para manter sua fonte de renda, e a ideia de
que todos são iguais não parece mais tão verdade, visto que alguns detêm muito poder
aquisitivo e outros muito pouco. Contudo, por muito tempo imperou a ideia de que cada um
seria o responsável pela própria existência, afinal, essa era a pedra angular da psicologia: a
identidade.
No Brasil, a história da Psicologia se iniciou após 1900, sendo fundados os primeiros
laboratórios de Psicologia e defendidas as primeiras teses, como “Métodos em Psicologia” de
Maurício Campos Medeiros (1907) e “Associação de Idéias” de Plínio Olinto (1911). Em
1932, a Liga Brasileira de Higiene Mental propôs ao Ministério de Educação e Saúde a
fundação de um Gabinete de Psicologia (SOARES, 2010).
Na educação, nesse mesmo momento, a Psicologia criava forma com a fundação da
Associação Brasileira de Educação por Heitor Lyra da Silva, reunindo nomes como Lourenço
Filho e Anísio Teixeira, representantes da Psicologia brasileira naquele momento (SOARES,
2010).
Conforme Soares (2010), em 1954 foi criada a Associação Brasileira de Psicologia e, no
mesmo ano, o senador Marcondes Filho apresentou um projeto solicitando o ensino
obrigatório de Psicologia nas faculdades de Medicina do país. Foi no ano de 1962, no entanto,
que o Presidente João Goulart promulgou a lei nº 4.119. Se trata da primeira lei que detalha
sobre um diploma específico em Psicologia e também os objetivos da função do profissional
psicólogo no Brasil: a) o diagnóstico psicológico, b) a orientação e seleção
profissional/psicopedagógica e) solução de problemas de ajustamento (BRASIL, 1962). Em

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1972 foram criados os Conselhos Federais e Regionais de Psicologia. Estabelecendo,
profissionalmente e legalmente, a formação e atuação do psicólogo no Brasil.

A PRÁTICA PSICOLÓGICA INDIVIDUALIZANTE E SUAS MANIFESTAÇÕES

Desde o estabelecimento da Psicologia como ciência e campo autônomo, diversos autores


refletem acerca da influência que a Psicologia exerce atualmente, assim como exerceu na
formação do mundo moderno. Debates sobre o fenômeno psicológico e subjetividade se
tornam cada vez mais comuns na medida em que se percebeu que a forma como a prática
psicológica foi e é realizada está a serviço de um mantimento de ideologias hegemônicas,
como liberalismo e neoliberalismo, vide:
Por tecnologia queremos significar a aplicação da ciência psicológica
ao processo social, em resposta à necessidade de se "maximalizar" a
exploração e o controle do trabalho humano, bem como de
"racionalizar" sua produtividade. Em outras palavras, a "tecnologia"
psicológica é um conjunto de técnicas fornecidas pelo
desenvolvimento de estruturas especializadas na elaboração e na
utilização de um saber psicológico científico. Essas estruturas
especializadas dizem respeito, antes de tudo, aos conhecimentos
necessários à descoberta e ao aperfeiçoamento dos procedimentos
materiais da indústria, dos procedimentos "espirituais" da adaptação
social, da adaptação mental, da aprendizagem escolar, etc
(JAPIASSU, p. 138, 1975).
E:
O homem foi afastado da realidade social e o fenômeno psicológico
tornou-se uma entidade abstrata. O fenômeno psicológico é algo que o
homem já possui aprioristicamente, pois pertence à natureza humana.
É algo privado e íntimo. É a essência do homem. E no decorrer do
tempo histórico foi se desenvolvendo o sentimento de identidade
individual e conhecer-se a si mesmo tornou-se uma finalidade. A
psique passou a ser tratada como se tivesse uma vida interior própria,
devendo ser cuidada e conhecida. A Psicologia teve, então, um grande
desenvolvimento e importância na sociedade moderna (BOCK, p. 41,
1997).

O ponto de debate levantado por Bock (1997) é o de que, em diversos momentos das diversas
conceituações que já recebeu, o fenômeno psicológico é segregado do indivíduo, como uma
entidade abstrata, que age e gera o homem, deixando o lado social desse fenômeno como um
mero adorno na definição, sem aprofundamento claro, um movimento que isola do ser
humano suas condições de vida.

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Essa separação do homem com o seu social, colocando-o como hóspede em seu próprio
corpo, é de grande responsabilidade do movimento liberal, criado para sustentar o modo de
produção capitalista. Esse movimento que, afirmando que o homem deve ser livre para
produzir suas aptidões, gerou um conjunto de normas que assume, de modo geral e impessoal,
como o indivíduo deve gozar de sua liberdade, normatizando suas vontades e subjetividades.
Esse discurso é preocupante na medida em que engessa a ciência psicológica dentro de uma
concepção clínica e objetiva, retirando toda a dinamicidade de nossa profissão (BOCK, 1997).
Como afirma Bock (1997), dentro da Psicologia existe um lado carregado de conceitos
liberais que influenciam o restante da profissão. Conceitos que ignoram a parte política e
social do homem, diminuindo-o a um ser ímpar e só em relação à sociedade. Essa Psicologia
em questão corrobora com a ocultação de realidades sociais e diz ter o poder para ajudar o
homem na “descoberta de seu eu”, um que supostamente terá força para suportar a realidade,
dividindo esse indivíduo em duas faces, um que é estranho e necessita ser revelado, e a si.
Nas obras de Espinosa (1957 apud SAWAIA, 2009), os homens são movidos pelo desejo,
necessitando felicidade e liberdade tanto quanto necessitam de abrigo e alimentos. Diante
disso, a infelicidade pode causar tanto sofrimento quanto a ausência de alimentos ou moradia.
O teórico dizia também que o corpo e a psique são conectados, e, consequentemente, quando
um se limita, o outro também é limitado. Então, indivíduos em sofrimento por falta de
moradia ou alimentos possuem a sua capacidade de agir reduzida, restringindo sua
potencialidade de buscar liberdade e felicidade, afetando diretamente a qualidade ética de sua
existência (SAWAIA, 2009).
É inegável que o sujeito é dotado de uma interioridade e de livre arbítrio para decidir por si,
no entanto, ocultar ou negligenciar os fundamentos dos determinantes sociais sobre a saúde e
a subjetividade dos sujeitos é um desserviço a Psicologia (DIMENSTEIN, 2000).
Nota-se também que a própria lei nº 4.119 demonstra algumas das características criticadas no
presente artigo. A partir dos anos 50, no Brasil, a ciência ficou cada vez mais com influências
fora de seu campo e, em especial, sob controle do estado. Nos anos 60, esse processo se
desenvolveu, e a lei nº 4.119 é o marco definitivo da institucionalização da Psicologia. Dentro
de um contexto ditatorial, oficializado de 1964 a 1985 no Brasil, o governo necessitou de um
nível de controle ideológico, principalmente para legitimar tal regime. Portanto, podemos
observar que a lei não possui objetivos de apenas possibilitar a atuação do psicólogo, mas
também usá-la para controle social, como evidenciado no Art. 13 parágrafo 1: “d) solução de
problemas de ajustamento” (BOCK, 1999; ERBER, 1980 apud MAIA, 2011).

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De acordo com pesquisas feitas pelo CFP em 2004, percebe-se um acúmulo dos profissionais
em determinados campos de atuação, sendo eles: consultórios particulares (41%) e clínicas
particulares (12%) (CFP, 2004 apud BOCK, 2007).
Os tratamentos psicoterápicos tratarão da subjetividade do sujeito sob o prisma da teoria
psicológica utilizada. Tais teorias podem ajudar o sujeito a adquirir um bem-estar
biopsicossocial (visão de saúde para o SUS) ou mesmo a alcançar outros objetivos que saem
do escopo da visão de saúde do SUS (o que dependerá muito da teoria utilizada), contudo, se
o psicólogo (a) negligencia a influência dos determinantes sociais na saúde mental do
paciente, sua prática irá colaborar para o mantimento da ideologia individualizante e
fracassará enquanto tratamento em saúde mental.
A predominância da prática clínica como campo da psicologia em que mais se encontram
profissionais da área indica uma falha da psicologia enquanto saber que pode contribuir com
a transformação da realidade social, dado o difícil acesso que as psicoterapias têm, por conta
do fator financeiro, além do restrito repertório teórico que pouco engloba as diversas visões de
saúde nas mais diversas culturas, cujos fatores inviabilizam um oferecimento de maior
amplitude da prática psicológica.
A psicologia pode acabar por servir como instrumento de perpetuação do poder e, portanto,
realizar uma prática individualizante, à medida que busca enquadrar, podar e formatar sujeitos
em moldes ideológicos e quando torna ditame os seus modelos de saúde, ou seja, os seus
modelos de subjetividade, como única via possível de libertação do sofrimento. O
ajustamento e a propagação do imperativo "faça psicoterapia" são manifestações de uma
psicologia individualizante, que isola, culpabiliza, segrega e despolitiza o coletivo, fatores
fundamentais para a perpetuação do poder neoliberal.

POR UMA PRÁTICA EM PSICOLOGIA A SERVIÇO DA SOCIEDADE

É perceptível, analisando as informações apresentadas, que a Psicologia foi estruturada pela


demanda da sociedade, em especial, a elite brasileira. Tal fato é percebido quando se leva em
consideração que, no estabelecimento da lei 4.119, não existia um grupo de profissionais
psicólogos que lutavam pelos direitos da classe trabalhista no Brasil. Logo, a Psicologia foi
estruturada com uma função estabelecida exteriormente a seus profissionais: o mantimento de
práticas e ideologias hegemônicas, por meio da psicotécnica (BOCK, 2007). Porém, como
argumentado por Figueiredo (2008), essa movimentação não foi natural, e muito menos é
necessária para que a prática e o estudo psicológico sejam realizados. Vide:
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E aqui, voltemos mais diretamente à questão. Surgimos como
profissão por nossa íntima relação com a elite brasileira e surgimos
com uma determinada função social, que estava relacionada à
promessa e possibilidade de previsão do comportamento por meio da
nossa tecnologia especial: os testes psicológicos. [BOCK, p. 23, 2007]

Os Conselhos, formados posteriormente à regulamentação da profissão, tiveram um papel de


democratizar e traçar o planejamento inicial do projeto para a Psicologia no Brasil. Bock
(2007) afirma que o que se faz necessário é ampliar os horizontes da atuação do psicólogo no
país e, ao mesmo tempo, alinhar tal ampliação com o objetivo de levar a Psicologia para os
locais onde ela se faz necessária e trabalhar a serviço da nossa sociedade (BOCK, 2007).
Observa-se que a forma tradicional clínica de fazer psicológico nem sempre é a mais
adequada em todos os contextos onde a Psicologia se apresenta hoje. Na atenção básica, onde
por conta do tempo de contato limitado (por muitas vezes, de oportunidade única) é inviável
a atenção psicoterápica, então, os psicólogos costumam focar seus esforços na prevenção e
promoção em saúde (SIMON, 2009 apud ZURBA, 2011).
Em conformidade com Dimenstein (2000), diferentes visões sobre saúde e doença vão existir
de acordo com o contexto cultural, o que significa que nem sempre o modelo psicoterapêutico
típico de tratamento será compartilhado por todos que buscam amenizar seu sofrimento,
limitando a Psicologia enquanto saber de cura e ferramenta de transformação da realidade
social. Dimenstein (2000) nos mostra alguns efeitos de uma prática estritamente clínica na
saúde pública:
[..]ocorre uma seleção e hierarquização da clientela nos serviços
públicos de saúde: aqueles que possuem um modo de expressão do
sofrimento e uma subjetividade próprios ao modelo da escuta
terapêutica, isto é, têm uma demanda subjetiva, são os clientes mais
valorizados pelos psicólogos; ao passo que aqueles se expressam pela
via do nervoso e não compartilham das mesmas idéias de causa e cura
do seu sofrimento, nem o modelo de subjetividade, ou seja, têm uma
demanda mais objetiva, são desqualificados, como se houvesse um
desinteresse ou incompetência por parte deles para realizar um
tratamento psicoterápico nos moldes tradicionais. (DIMENSTEIN, p.
112, 2000).

Ainda a respeito da atuação do psicólogo na área da saúde, é interessante o distanciamento da


visão hegemônica de ser o único responsável pelo bem estar psíquico dos usuários das redes
de atendimento. O que se espera com essa movimentação é que profissionais de diferentes
áreas percebam que a promoção em saúde e de autonomia é de responsabilidade de todos os
envolvidos na atenção básica, e nem sempre se faz necessária a figura do psicólogo para todas

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as intervenções psicossociais. O apoio de outras áreas nesse aspecto pode ser importante para
a valorização do atendimento integral do usuário das redes de atendimento em saúde
(IGLESIAS; AVELLAR, 2016).
É também na saúde em que se utiliza a noção de Território (por Milton Santos). Para ele, o
território é mais que um espaço físico, é um espaço dinâmico, de vivências, desejos, amor e
relações. Ou seja, para que a prática em saúde seja adequada, é preciso que seja levado em
consideração o recorte social e histórico do país, cidade e bairro do indivíduo atendido
(LIMA; YASUI, 2014).
Na Escola, muitos profissionais afirmam que se sentem insuficientes em relação às demandas
escolares, por conta da complexidade destas. Esse é um dos fatores pelo qual professores
olham para o psicólogo escolar como detentor do saber, responsável pela solução de
dificuldades e questões por pais e alunos, de acordo com Machado (1997) apud Borges
(2016). Logo, torna-se obrigatoriedade ética do profissional, ao orientar pessoas nesse
contexto, levar em consideração os atravessamentos relacionais, sociais e históricos do ser
orientado (BORGES, 2016).
Checcia e Souza (2003, apud BORGES, 2016) acreditam que a discrepância entre as
demandas da sociedade e a formação acadêmica em Psicologia devem ser discutidas, pois,
devido o domínio do atendimento clínico, os graduandos concentram seus estudos no “sujeito
psicológico”, deixando de lado os atravessamentos políticos, históricos e ideológicos na
formação, fato que torna carente os esquemas referenciais para a atuação profissional em
diversas áreas.
A Psicologia clínica terá maior sentido e mais eficácia para aqueles que habitam camadas
privilegiadas da sociedade, pois trata-se de uma prática que trabalhará a subjetividade do
sujeito restrita a ela mesma, isto é, o enfoque da prática clínica será no sujeito psicológico,
aquele dotado de uma interioridade independente do social (DIMENSTEIN, 2000):
[...] quando tomamos a clínica como eminentemente política, ou seja,
como problematização de valores, sentidos fixos, universais e como
possibilidades de conexão com as práticas de “invenção de si”, é que
podemos afirmar o que produzimos no campo da formação “Psi”, bem
como no campo da intervenção em instituições, estabelecimentos,
como clínica. Ou seja, a clínica como clínica (NEVES; JOSEPHSON,
p. 105, 2001 apud DETTMANN et al, 2016)

A transposição do modelo clínico-médico tradicional psicológico para outros espaços como


escolas, hospitais, unidades de atenção básica, centros de atenção psicossocial, prisões e
asilos, demonstra seu desfalque na atenção em saúde, que se dá para aquilo que o sintoma

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pode comunicar observando o processo de adoecer inseparável do contexto sócio-histórico,
bem como a psicologização de problemas sociais na empobrecida oferta de saúde psicológica
privada e individual da clínica (ZURBA, 2011).
Se a clínica for considerada como social, além de individual, ambos os conceitos serão apenas
um, em constante fluxo, um nascendo do outro. A prática clínica que parte daí não nega e nem
completa o social, já que os dois conceitos são manifestações de como a vida é diversa
(BARROS, 2002 apud DETTMANN et al, 2016).
Assim, pensa-se numa prática clínica que, para além da concepção estrita na etimologia grega
klinike, que denota o leito, o recostamento, o adoecimento, pensamos também e com urgência
em sua origem latina, clinicus, que invoca a figura do médico que anda, que se mexe,
movimenta e que exerce o cuidado para além da verticalidade individualizante, ainda tão cara
à ciência psicológica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se, então, que a Psicologia foi consolidada cientificamente por meio de movimentos
históricos, como o Liberalismo e o Iluminismo. Tais movimentos não eram necessários para
essa consolidação, porém, aproximaram a prática psicológica de influências positivistas e do
sistema de produção capitalista. Consequentemente, a Psicologia em seu trajeto perpetuou
relações hegemônicas na sociedade, como higienismo e eugenismo.
Tais fatores culminaram para que os profissionais se estagnassem na prática e formação
clínica, muitas vezes sem perceberem a relevância dos fatores sociais em seu atendimento.
Fato que torna o exercício da função psicólogo incompleto em locais como atenção em saúde,
escolas, e, em determinados contextos, na própria clínica psicológica.
Faz-se necessário, em nossa perspectiva, uma expansão dos horizontes da Psicologia, para que
ela consiga atingir o seu potencial completo em todas as áreas da sociedade, e para todos os
indivíduos em que nela habitam. Mais do que nunca, os psicólogos precisam mostrar para os
brasileiros que têm escutado suas demandas e que a Psicologia se encontra a serviço da
sociedade como um todo, e não apenas de classes dominantes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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FIGUEIREDO, Luís Claudio M.; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro de. Psicologia, uma (nova)
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