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Embora não se tenha um cálculo exato .segundo OMS, organização mundial de saúde, estima
– se que atualmente cerca de 350 milhões de pessoas sofram de algum transtorno mental,
sendo que a taxa de prevalência na maioria dos países varia entre 8% e 12% e é a principal
causa de incapacitação dos indivíduos no mundo quando se considera o total de anos perdidos
(8,3% dos anos para homens e 13,4% para mulheres) e a terceira principal causa da carga
global de doenças em 2004. A previsão é de que subirá ao primeiro lugar até 2030.
Nas últimas décadas, os cuidados médicos avançaram significativamente, inclusive no que diz
respeito à psiquiatria. Infelizmente, uma maior quantidade de informações a respeito dos
transtornos mentais não foi suficiente para estimular e facilitar a inclusão daqueles que sofrem
com problemas de saúde mental .
Na depressão por exemplo, não é só o humor depressivo que fica alterado .As alteração
ocorrem no sistema nervoso como um todo, e é acompanhada de outros sintomas corporais
ainda mais incapacitantes: dificuldade em levantar da cama, alterações no sono e no apetite,
incapacidade de sentir prazer em atividades que antes eram agradáveis etc.
A diferença entre uma pessoa que não tem depressão e outra que sofre com a doença está
relacionada à forma como o cérebro modula as emoções negativas.
Um dia chuvoso ou uma briga com o namorado, por exemplo, pode deixar a primeira
desanimada. Ainda assim, ela provavelmente será capaz de ir trabalhar ou de ter uma
conversa agradável com amigos.
Já a pessoa com depressão provavelmente terá mais dificuldades para modular essas
emoções. Como a rede de neurônios do cérebro não está funcionando como deveria, o
indivíduo não consegue desengajar o humor de aspectos negativos, sentindo-se triste,
melancólico, apático e sem vontade de fazer as coisas, por exemplo.
Quando uma pessoa está deprimida, é porque o cérebro está sofrendo alterações químicas
que desencadeiam todos esses sentimentos negativos, e ele vai precisar de ajuda para voltar
ao seu funcionamento normal.
A COMPLEXIDADE DO CÉREBRO
O cérebro é um órgão complexo e muitas pesquisas ainda estão sendo feitas para entender o
que acontece dentro dele quando alguém tem depressão.
Existem bilhões de reações químicas que compõem o sistema dinâmico responsável pelo
nosso humor, nossas percepções e forma de encarar a vida.
Existem diferentes ideias sobre as causas da depressão. Sabe-se que elas variam muito de
pessoa para pessoa e que, em geral, uma combinação de fatores é responsável. A depressão
pode surgir de uma hora para a outra, sem motivo aparente, ou ser a consequência de um
gatilho, como divórcio ou morte de uma pessoa próxima.
Em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença incapacitante entre os
adolescentes e o suicídio é a terceira causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Adolescer hoje é muito mais difícil do que foi em épocas passadas, ainda que aparentemente
as coisas estejam mais facéis para os jovens.
Mesmo os pais sendo mais próximos, mais compreensivos e tolerantes; mesmo existindo
maior liberdade sexual, maior liberdade de expressão e de escolhas para os jovens tudo é
vivido com mais cobrança e sofrimento.
Os jovens e adolescentes das gerações Z,Y e A já nasceram e cresceram na era digital em que
apresentam novos comportamentos pois são mais tecnológicos, fazem diversas atividades ao
mesmo tempo, têm voz ativa e principalmente são pessoas muito imediatistas, onde a
perspectiva de um adolescente é que seus interesses tem a urgência de uma tragédia grega,
onde tudo é vivido com muita intensidade - quero jantar agora, vem me buscar agora.
conclusão
eferências:
Washington University School Of Medicine. "Depression May Shrink Key Brain Structure."
ScienceDaily. ScienceDaily, 16 June 1999. Disponível em:
<www.sciencedaily.com/releases/1999/06/990616063411.htm>.
Marije aan het Rot, Sanjay J. Mathew, Dennis S. Charney. Neurobiological mechanisms in
major depressive disorder. CMAJ.JAMC. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2630359/
Referências
Marije aan het Rot, Sanjay J. Mathew, Dennis S. Charney. Neurobiological mechanisms in
major depressive disorder. CMAJ.JAMC. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2630359/
Transtorno Boderline
É o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao
inferno" em horas.
Uma alegria contagiante pode se transformar em
tristeza profunda em um piscar de olhos porque
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio
profundo, porque a atitude foi interpretada como
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em
gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma
culpa enorme e o medo de ser abandonado, como
sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de
morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo
são insuportáveis. As emoções e comportamentos
exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém
com transtorno de personalidade borderline (ou
"limítrofe").
Conhecido como um dos transtornos mais lesivos,
leva a episódios de automutilação, abuso de
substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de
10% dos pacientes cometem suicídio. Além da
montanha-russa emocional e da dificuldade em
controlar os impulsos, o borderline tende a
enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo
ou nada", o que torna as relações familiares,
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico
ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido
usado pelos especialistas) lembram os de um jovem
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto
um adolescente problemático pode melhorar com o
tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com
o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não
amadurece nunca. Ainda que seja inteligente,
talentoso e brilhante no que faz, reage como uma
criança ao se relacionar com os outros e com as
próprias emoções --o que os psicanalistas chamam
de "ego imaturo".
De forma resumida, um transtorno de
personalidade pode ser descrito como um jeito de
ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os
outros que foge do padrão considerado "normal"
ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a
própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um
indivíduo em uma categoria não é fácil --cada
pessoa é um universo, com características próprias.
Os transtornos de personalidade costumam ser
divididos em três principais grupos, ou espectros.
Segundo essa classificação, o borderline está no
espectro B, que reúne aqueles sujeitos que
costumam ser chamados de "complicados",
"difíceis", "dramáticos" ou "imprevisíveis". Nesse
grupo B estão, ainda, os narcisistas, os histriônicos e
os antissociais. No grupo A estão os esquizoides, os
esquizotípicos e os paranoides, muitas vezes
taxados de "frios", "esquisitões" ou "com mania de
perseguição". E no C estão os evitativos, os
dependentes e os obsessivo-compulsivos (não
confundir com o transtorno psiquiátrico), também
vistos como "medrosos ou ansiosos", "frágeis" ou
"certinhos demais", respectivamente.
O termo "borderline", que em inglês significa
"fronteiriço", teve origem na psicanálise: esses
pacientes não podiam ser classificados como
neuróticos (ansiosos e exagerados),nem como
psicóticos (que enxergam a realidade de forma
distorcida), mas estariam em um estado
intermediário entre esses dois espectros. O
primeiro autor a usar o termo foi o psicanalista
norte-americano Adolph Stern, em 1938, que
descreveu o transtorno como um tipo de
"hemorragia psíquica" diante das frustrações.
Não há estatísticas sobre a prevalência do
transtorno no Brasil. Na população mundial, é
estimada em 2%, embora estudos mostrem que a
proporção pode chegar a 5,9% —é que boa parte
dos casos deve ficar sem diagnóstico adequado. Nos
ambulatórios de psiquiatria, representa em torno
de 20% dos pacientes. De 8 a 10% dos indivíduos
com esse tipo de transtorno cometem suicídio,
segundo a ABP (Associação Brasileira de
Psiquiatria).
O diagnóstico é bem mais frequente entre as
mulheres, mas estudos sugerem que a incidência
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que
elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os
homens são mais propensos a se meter em
encrencas, ir para a cadeia ou até morrer mais
precocemente por causa de comportamentos de
risco. Quase sempre o transtorno é identificado em
adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar
atenuados com o passar da idade
Os principais sintomas e características do
transtorno boderline , também consideradas
critérios de diagnóstico para o transtorno, e como
eles se traduzem no dia a dia de um borderline são:
- Esforços desesperados para evitar o abandono
(real ou imaginado): não é preciso dizer que o fim
de um namoro ou casamento pode deflagrar uma
crise. Mas mesmo situações corriqueiras, como o
atraso do terapeuta ou o cancelamento de um
encontro, podem ser interpretadas como sinal de
rejeição
. Padrão de relacionamentos instáveis e intensos,
caracterizados pela alternância entre extremos de
idealização e desvalorização: é o típico "tudo ou
nada", "amo ou odeio". O outro tem que ser
perfeito e se errar, passa a ser depreciado. Assim,
ao desmarcar uma consulta, o "melhor psiquiatra
do mundo" se transforma em "lixo" e a mãe, que foi
sempre um porto seguro, deixa de ser procurada,
porque não atendeu a um capricho, só para citar
alguns exemplos. Também é comum o "border"
ficar íntimo rapidamente de alguém, alimentar um
monte de expectativas e, logo depois, cair em
frustração
- Perturbação da identidade ou instabilidade
acentuada e persistente da autoimagem ou da
percepção de si mesmo: a interpretação dos atos
dos outros modela a imagem que o borderline
constrói para si. "Ele não quis transar, porque devo
ser feia"; "Tenho 'dedo podre' para
relacionamentos"; "As pessoas se afastam de mim
porque eu sou mau"... É frequente a pessoa se
sentir um estrangeiro sem lugar no mundo. E a
saída pode ser virar camaleão para tentar se
adaptar a alguém ou à turma idealizada naquele
momento: o borderline pode trocar de crenças,
valores, carreira e até visual em curtos espaços de
tempo
-Impulsividade em pelo menos duas áreas
potencialmente autodestrutivas: para aplacar as
sensações de vazio ou de rejeição, é comum
recorrer a comportamentos que trazem alívio
imediato. Eles podem se traduzir em compras
compulsivas, abuso de álcool ou drogas,
comportamentos sexuais de risco, direção perigosa,
compulsão alimentar ou dietas restritivas demais.
Os próprios relacionamentos (ou a sensação de ser
amado e aceito que eles proporcionam) podem ser
um vício, aliás. Recorrência de comportamento,
gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento
automutilante: uma maneira de extravasar esse
turbilhão emocional é se machucar, cortar, furar ou
queimar o próprio corpo. Ameaças de suicí
-Instabilidade afetiva devida a uma acentuada
reatividade do humor: em português claro, o
borderline é como uma montanha-russa e a pessoa
pode ir do céu ao inferno em algumas horas.
Momentos de prazer e alegria podem dar lugar a
sintomas depressivos ou ansiosos num mesmo dia.
E a paixão intensa pode virar indiferença ou
desprezo em uma semana
-Sentimentos crônicos de vazio: é comum estar
sempre em busca de "algo diferente" para fazer na
tentativa de aliviar o tédio e isso pode ser perigoso.
O vazio existencial também pode ser manifestado
como desinteresse ou falta de propósito e não é
incomum a pessoa largar cursos, empregos e
relacionamentos
-Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em
controlá-la: a pessoa se irrita com muita facilidade,
com reações desproporcionais ao estímulo, por isso
é bem comum se envolver em agressões físicas com
o parceiro amoroso, a mãe, o filho ou até um
desconhecido. Depois, em geral, vem a culpa
esmagadora, que só reforça a autoimagem negativa
-Ideação paranoide ou sintomas dissociativos
transitórios: em situações de estresse intenso, pode
acontecer de a pessoa achar que é alvo de
conspirações (paranoia), ou então sair de si,
perdendo contato com a realidade (distúrbio
dissociativo). Mas esses sintomas são transitórios,
diferente do observado em transtornos como a
esquizofrenia, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico? Não existem exames de
sangue ou de imagem que permitam o diagnóstico.
O indivíduo deve ser avaliado por um profissional
de saúde mental qualificado, que irá analisar seu
histórico e sintomas. É importante saber diferenciar
o borderline de outras condições, como transtornos
mentais, efeitos de drogas ou mesmo problemas de
identidade, comuns na adolescência. Nos pacientes
mais jovens, a recomendação é que o diagnóstico
só seja fechado após um ano com sintomas
estáveis.
Tratamento
Se uma pessoa com transtorno bipolar está num
episódio de depressão ou de hipomania (alteração
de humor), ela vai voltar ao estado normal com o
tratamento adequado. Já em um transtorno de
personalidade, os sintomas estão mais arraigados,
digamos assim. A personalidade envolve não só
aspectos herdados, mas também aprendidos, por
isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de
acreditar no início. Se a psicoterapia é importante
para ajudar o bipolar a identificar uma virada e
evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é
o carro-chefe do tratamento. Medicamentos
ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a
agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são
ainda mais importantes quando existe um
transtorno mental associado. Os fármacos mais
utilizados são os antidepressivos (flluoxetina,
escitalopram, venlafaxina etc), os estabilizadores de
humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc), os
antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina
etc) e, em situações pontuais, sedativos ou
remédios para dormir (clonazepan, diazepan,
alprazolan etc). Esses últimos costumam ser até
solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados
ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos
impulsos, assim como o álcool, além de causarem
dependência. Nas crises, o paciente deve contar
com uma equipe multidisciplinar, montada de
acordo com cada caso eventuais comorbidades. Ela
pode incluir, além do terapeuta individual e/ou do
psiquiatra, profissionais como acompanhante
terapêutico, enfermeiro e até nutricionista