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Quase todos os indivíduos experimentam ou experimentaram, breves

períodos de tristeza, sentindo-se “em baixo”, com falta de energia, ou pelo


contrário, momentos enérgicos e otimistas, em diferentes momentos da sua
vida. No entanto, há uma parcela significativa da população que tem distúrbios
no seu estado mental considerados patológicos. A depressão é uma condição
clínica caracterizada por alteração significativa do humor que deve ser
identificada e tratada de forma adequada e que não esta relacionada ao caráter
do indivíduo ou com a própria vontade deste (CORDÁS E SASSI-JUNIOR,
1998).
Segundo dados da OMS relativos ao ano de 2015 aproximadamente 4,4
% da população mundial apresentavam transtorno depressivo, um dos
transtornos mentais com maior prevalência na população, sendo considerado,
atualmente, como um importante problema de saúde pública em razão do seu
significativo impacto na atividade laboral e social do indivíduo. A depressão é
uma condição clínica que afeta o humor e os sentimentos do indivíduo de tal
forma que pode comprometer de forma significativa a sua capacidade de ver o
mundo, a realidade, a sua capacidade de enfrentar as situações do cotidiano e
o seu modo de vida em geral, o que acaba tornando a doença como uma das
principais causas de incapacitação no mundo.
Cerca de 800 mil pessoas vão a óbito por suicídio a cada ano, sendo
essa uma das principais causas de morte entre indivíduos jovens, visto que
mais 300 milhões de pessoas sofrem com o transtorno no mundo. No Brasil
11,5 milhões de pessoas são atingidas pela doença sendo caracterizado como
o país mais ansioso e estressado do Continente Latino Americano, enfatizando
sua maior prevalência em pessoas do sexo feminino (OPAS/OMS, 2018).
De acordo com o estudo ECA, a idade média de começo da depressão
maior é em torno de 27 anos. A duração média do transtorno seria de 9 anos.
Esses achados são consistentes com outras investigações, que colocam a
depressão como uma doença de caráter crônico e de início na terceira década
de vida. (LIMA, 2000)
O humor é o estado basal do indivíduo, o seu estado de espírito, sendo
uma característica mais ou menos estável no tempo. Por ser um estado basal,
um set point, o humor de uma pessoa vai influenciar a forma de encarar o
mundo, o seu comportamento e a sua maneira de se relacionar com os outros
(CORREIA, 2013). Deste modo, uma pessoa com estado de humor depressivo
irá apresentar uma opinião pessimista sobre o mundo, enquanto que um
indivíduo com um estado de humor eufórico tem uma posição, em geral,
positiva sobre a realidade. O humor, influencia, mas também é influenciado,
pelas experiências, sentimentos e sensações (CORREIA, 2013).
Muitos fatores hormonais podem contribuir para a taxa aumentada de
depressão em mulheres – particularmente fatores como mudanças do ciclo
menstrual, gravidez, aborto, período pós-parto, pré-menopausa, e menopausa.
Além disso, muitas mulheres também enfrentam estresses adicionais como
responsabilidades no trabalho e em casa, maternidade solteira, e cuidado com
crianças e pais idosos (NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH, 2004).
A depressão no homem é geralmente mascarada por álcool ou drogas,
ou pelo hábito socialmente aceitável de trabalhar horas excessivamente
longas. A depressão tipicamente aparece em homens não como desamparo ou
desesperança, mas como irritação, raiva e desencorajamento; portanto, a
depressão pode ser difícil de reconhecer como tal em homens. Mesmo se um
homem percebe que está deprimido, ele pode estar menos disposto do que
uma mulher a procurar ajuda (WINOKUR Apud CORRÊA,1995).
Os fatores causais da depressão incluem causas genéticas, ambientais
e psicológicas, porém o risco de tornar-se deprimido é aumentado pela
pobreza, desemprego, eventos de vida, como morte de alguém querido,
rompimento de relacionamentos, doença física e uso de álcool e drogas (WHO,
2017).

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