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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

PROF(a).: Vanessa Eletherio


DISCIPLINA: Intervenção em crise
Discente: Ana Claudia Rodrigues da Silva
ATIVIDADE I:
Assista ao Filme “As Faces de Helen” e Faça um Resumo – abordando como a
depressão afeta a vida da personagem principal nos diferentes ciclos: pessoal, social
e profissional.

No filme “As faces de Helen” de Sandra NettelBeck, é possível perceber que


mesmo com uma vida boa e supostamente perfeita, a personagem principal
apresenta um distúrbio mental. O filme trata sobre o transtorno bipolar, as
dificuldades do tratamento, o desafio da família em lidar com a situação e o próprio
estado flutuante da personagem.

Por sua vez, o transtorno afetivo bipolar, para Castro (2013), é uma doença
crônica, de caráter recorrente, que compromete o bem-estar e o funcionamento da
pessoa afetada e de seus familiares. Marcado por fases de alternância de humor,
essa patologia afeta a energia e a habilidade da pessoa para a realização das
atividades do dia a dia.

O transtorno bipolar, conforme Dalgalarrondo (2019), tem como característica


principal o episódio e o caráter de fases. Esse tipo de transtorno apresenta episódios
depressivos alternados com fases de normalidade e fase maníaca bem acentuada.

Segundo Videbeck (2012), o transtorno afetivo bipolar pode ser diagnostica do


quando há oscilação de humor, de modo cíclico, entre extremos de depressão e
mania. Na mania, o humor fica expansivo ou irritável de maneira anormal e
persistente.

Na fase maníaca do transtorno bipolar, ocorrem fuga de ideias, taquilalia,


grandiosidade, distração e grande potencial para lesar a si e aos outros. Podem
ocorrer, ainda, delírios e alucinações. Em contrapartida, alternada à fase maníaca
ocorre a hipomania, com período de humor também anormal, persistente, com os
sintomas da fase maníaca; entretanto, a pessoa não perde sua capacidade produtiva
nem tem alucinações ou delírios.

O transtorno bipolar tem como etiologia: desequilíbrios químicos e biológicos,


além de fatores estressantes psicossociais e eventos que possam promover gatilhos
emocionais, alterando o equilíbrio de neurotransmissores.

Castro (2013) relata que os sintomas de depressão predominam, cerca de 3,5


vezes mais frequentes do que os sintomas de mania. Assim, o episódio depressivo é
o maior responsável pelo transtorno bipolar, com 80% dos indivíduos apresentando
tendência ao suicídio. E no filme “As faces de Helen” é possível ver a fase depressiva
predominante da personagem, com tendências suicidas. Onde no ciclo pessoal ela
não consegue lidar direito com seu marido, tendo uma postura de fuga, característica
da depressão.

Nesse sentido, a depressão consiste em uma extensão anormal ou em uma


exacerbação da tristeza ou do sentimento de perda, relata Castro (2013). Logo, a
pessoa que não vivenciou o processo natural de um luto pode apresentar uma reação
patológica à perda sofrida, causando a depressão ou a melancolia.

De acordo com Dalgalarrondo (2019), a depressão maior tem prevalência de 4,4 a


4,7% no mundo inteiro. Estima-se que, em 2010, 298 milhões de pessoas foram
acometidas pela depressão.

Assim, o filme aborda de um modo bem verídico o sofrimento mental de um


paciente e sua família, mostrando que a depressão afeta negativamente todos os
ciclos da vida social de uma pessoa.

ATIVIDADE II:

Disserte sobre suicídio, prevenção e importância do falar sobre.

Estima-se que mais de 700.000 pessoas morrem por suicídio, todos os anos, em
todo o mundo, é o que aponta a Organização Mundial da Saúde (2021). E no Brasil,
entre 2010 e 2019, foram atestados 112.230 óbitos por suicídio, representando um
aumento de 43% nesse período (BRASIL, 2021). Esses dados, mostram a
necessidade da incessante discussão acerca da depressão.

O transtorno depressivo ou depressão é considerado uma doença de grande


impacto na saúde física, mental e na qualidade de vida das pessoas. Pesquisas
epidemiológicas mostram que de 15-40% das pessoas com depressão já tentaram
alguma vez o suicídio.

O quadro depressivo, segundo Castro (2013), apresenta taxas de diagnóstico em


mulheres de 50% a 75% em comparação aos homens. Todavia, as causas dessas
diferenças não são conhecidas, levantando hipóteses vinculadas às influências
hormonais, à predisposição genética ligada ao cromossomo X, ao momento do parto,
aos modelos de comportamento de aprendizagem sobre impotência e fragilidade ou à
maior facilidade da mulher em expor suas emoções e em procurar atendimento
médico.

Os principais sintomas das síndromes depressivas são: desânimo, baixa


autoestima, tristeza, melancolia, choro fácil, apatia, falta de sentimento, tédio,
irritabilidade, anedonia, lentificação psicomotora, estupor, catatonia, ideação negativa,
pessimismo, arrependimento, culpa, fadiga, insônia, diminuição da libido e resposta
sexual, ideias de morte, desejo de desaparecer e ideação suicida.

Nesse contexto, o suicídio também constitui um grande problema de saúde


pública, sendo o resultado da depressão não tratada. De acordo com dados
epidemiológicos da Organização Mundial de Saúde, em 2019, 97.339 pessoas
morreram por suicídio nas Américas, estimando que cerca de vinte vezes esse
número foram as tentativas de autoextermínio. E ainda, em 2019, o suicídio
representou a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, ressaltando um
dado alarmante acerca do tema.

Ainda, sobre a epidemiologia do suicídio, dados da Organização de Saúde Pan


Americana - PAHO (2023) retratam que os principais meios de suicídio nas Américas,
são: 48% por enforcamento, estrangulamento e sufocamento; 30% por disparos de
arma de fogo e 7% por exposição a drogas e medicamentos. Esses dados reforçam a
necessidade de novas formas de abordagem terapêutica da depressão e outros
distúrbios mentais.

A tabela abaixo, disponível no Boletim Epidemiológico nº33 do Ministério da


Saúde (2021), mostra as taxas de mortalidade por suicídio por faixa etária e por
região geográfica do Brasil, em 2019.

Fonte: Ministério da Saúde (2021).

Através dessa tabela, é possível perceber que na Região Sul, as taxas de


suicídio foram maiores na faixa etária dos idosos, e na Região Norte, na faixa etária
dos adolescentes/jovens. Esse fato reforça a necessidade de políticas públicas de
saúde equalitárias, que atendam as necessidades de saúde mental conforme a
população afetada.

Desse modo, o Brasil não pode ofertar os serviços em saúde mental da mesma
maneira para todas as regiões, assim como as estratégias terapêuticas não
medicamentosas precisam ser diversificadas.
O mês de setembro é marcado como “setembro amarelo” para a divulgação da
prevenção do suicídio. Logo, é de suma importância que a discussão sobre a doença
mental seja levada a sério como qualquer outra doença sistêmica.

Sendo assim, é necessário que as discussões acerca da saúde mental se


multipliquem, divulgando os tipos de tratamento medicamentosos e não
medicamentos, através de terapias com especialistas e rodas de conversa com o
intuito de diminuir o sofrimento do paciente e o risco de suicídio e automutilação.

REFERÊNCIAS:
CASTRO, R. C. B. R. Enfermagem em saúde mental e psiquiátrica: desafios e
possibilidades do novo contexto do cuidar. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2013. E-book.
ISBN 9788595151833.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto
Alegre: Artmed, 2019.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Boletim
Epidemiológico n.33. Vol. 52. set. 2021. Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt-
br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico
_svs_33_final.pdf Acesso em 01. Out 2023.
OMS. Organização Mundial da Saúde. Matéria de website oficial. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/9-9-2021-apos-18-meses-pandemia-covid-19-opas-
pede-prioridade- para-prevencao-ao-suicidio Acesso em 01. Out 2023.
PAHO. Meios de Suicídio na Região das Américas. Portal de dados ENLACE.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), 2023.
[Internet] https://www.paho.org/en/enlace/means-suicide
VIDEBECK, S. L. Enfermagem em saúde mental e psiquiatria. Tradução Denise
Regina de Sales e Regina Machado Garcez. Revisão técnica Agnes Olschowsky. 5.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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