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CENTRO UNIVERSITARIO CIDADE VERDE

ANA CAROLIA 74296-2021, EDEVALDO DA SILVA 71815-2021, FERNANDO DOS


SANTOS RODRIGUES 75101-2021, SUZANY DE SOUZA 73921-2021, TANIA
BARBARA 72341-2021, VICTORIA ALEXANDRINO 78423-2021

DEPRESSÃO GERIÁTRICA

MARINGÁ

2023
ANA CAROLIA 74296-2021, EDEVALDO DA SILVA 71815-2021, FERNANDO DOS
SANTOS RODRIGUES 75101-2021, SUZANY DE SOUZA 73921-2021, TANIA
BARBARA 72341-2021, VICTORIA ALEXANDRINO 78423-2021

DEPRESSÃO GERIÁTRICA

Trabalho apresentado como parte do


processo Avaliativo para disciplina: Psicologia
do desenvolvimento: Adulto e velhice
Aplicada por: Profº Francielle Pinelli Sabatine.

MARINGÁ

2023
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1. INTRODUCÃO

O envelhecimento populacional é uma realidade incontestável e, consequentemente,


as dinâmicas relacionadas à saúde mental ganham uma relevância ímpar. Se antes alguns
transtornos eram exclusivamente associados aos mais jovens, a pesquisa mais recente do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um cenário que demanda atenção
a prevalência de transtornos mentais, especificamente a depressão, na população idosa.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, aproximadamente 13% dos indivíduos entre
60 e 64 anos enfrentam a realidade da depressão. Diante desse novo cenário, é essencial que as
abordagens para diagnostico, tratamento e prevenção busquem atualizações para proporcionar
um atendimento e cuidado adequado para essa população. Nesse presente trabalho, iremos
abordar sobre a depressão em idosos, diagnóstico, tratamento e prevenção. visando o
enriquecimento tanto dos nossos conhecimentos quanto do leitor. Olhar pra essa população e
compreender suas demandas é essencial para que o seu processo de envelhecimento seja
saudável e respeitoso para o mesmo
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2. DEPRESSAO GERIÁTRICA.

O transtorno Depressivo Maior (TDM) pode ser caracterizado como perda da


qualidade de vida e funcionalidade, distúrbios de humor, sintomas heterogêneos como ganho
ou perca de peso, excesso ou falta de sono, agitação ou lentificação, fadiga, sentimento de
culpa, ideação suicida entre outros. Nos idosos acima de 60 anos o TDM pode ser denominado
como Depressão Geriátrica ou Depressão tardia, ambos sinônimos derivados do TDM. Nesse
grupo TDM é considerado o segundo transtorno mental mais frequente e o que possui maior
tendencia a evoluir para demência, no entanto existe uma dificuldade no diagnostico, causado
pelas características típicas desse grupo como fragilidade físicas, perdas e lutos constantes,
como consequência alguns sintomas podem ser erroneamente considerados normais, como
tristeza excessiva, lentificação, desanimo entre outros correlacionados como característicos a
pessoa idosa. (Alves et al. 2019; Silva et al. 2023).
As causas da Depressão Tardia estão relacionadas a fatores multidimensionais que
embarcam questões típicas da velhice, ambientais, doenças clínicas e comorbidades, até
alterações epigenéticas construídas ao longo da vida. O surgimento de episódios depressivos
está muitas vezes correlacionado a fatores estressantes externos como perda de um ente
querido, divorcio, perda do emprego, bem como doenças físicas, e até mesmo questões
financeiras como aposentadoria, entre outros. O declínio da saúde física também é um fator
agravante no aparecimento de sintomas depressivos, comorbidades cardiovasculares, diabetes,
artrite, fraturas, por si só contribuem para fragilidade da saúde do idoso e o aparecimento dos
sintomas depressivos, assim como alguns medicamentos utilizados para tratar essas doenças
podem contribuir para a priora dos sintomas, além disso a saúde debilitada favorece o
isolamento social e o sentimento de inutilidade no idoso. Se comparado ao individuo jovem
um idoso tem uma maior perca funcional que incluem isolamento social, desistir de atividades,
negativismo extremo, permanecer na cama por muito tempo, maior sensação desamparo e
dependência para realizar atividades cotidianas. (Alves et al. 2019; Silva et al. 2023)
Um outro ponto importante a ser tratado na Depressão Tardia é o suicídio. A taxa de
suicídio é maior na população idosa se comparada a população jovem segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), os idosos também possuem maior taxa de letalidade na primeira
tentativa o que impede um potencial intervenção, sendo os homens mais decisivos em uma
intenção suicida se comparado as mulheres. O pico de incidências suicidas a partir dos 50 anos
pode estar relacionada a perca do emprego, divórcios, falecimento de familiares, e isolamento
social, outros fatores como sentimento de desesperança, distúrbio do sono, sintomas
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depressivos crônicos são os prognósticos mais constantes em casos de suicídio, outros


agravantes são incapacidades físicas e dor crônica. (Alves et al. 2019)
Existe uma evidente dificuldade em identificar e diagnosticar o quadro de Depressão
Tardia. Nessa faixa etária é comum a perdas e os lutos onde a tristeza, desanimo, isolamento
social, são vistos como consequências e até mesmo comuns e esperado. Segundo Alves et al.
(2019) “o critério de luto foi excluído da quinta edição do Manual diagnostico e estatístico de
transtornos mentais (DSM-5), em vista da associação frequente entre a perda de um ente
querido e a evolução para quadros depressivos clínicos”. Outo ponto reside no fato da
interpretação de sintomas depressivos como originários de outras comorbidades clínicas típicas
da velhice, e na dificuldade do idoso em relatar de forma clara seus sentimentos e aspectos
emocionais, traduzindo-os como sintomas clínicos como fadiga, constipação, dores
abdominais, sensações físicas, até mesmo relatando como uma “sensação ruim” um sintoma
de tristeza. (Alves et al. 2019)

2.1 DIAGNÓSTICO

A depressão não é diagnosticada com facilidade em idosos, pois muitos dos sinais são
frequentemente relacionados a problemas típicos da idade, como energia baixa e a fadiga. Em
alguns casos, os sintomas depressivos estão associados e, por vezes, mascarados por doenças
como a demência
Para se realizar um diagnóstico da depressão no idoso perpassa por várias fases, sendo:
anamnese com os familiares e com o próprio paciente ou cuidadores, exame psiquiátrico,
exame clínico geral, muito importante uma avaliação neurológica, identificação de efeitos
adversos de medicamentos, exames laboratoriais e de neuroimagem. Estes são procedimentos
preciosos para o diagnóstico da depressão, intervenção psicofarmacológica e prognóstico,
especialmente em função da maior prevalência de comorbidades e do maior risco de morte.
Nos idosos, além dos sintomas comuns, a depressão é acompanhada por queixas
somáticas, hipocondria, baixa auto-estima, sentimentos de inutilidade, humor disfórico,
tendência autodepreciativa, alteração do sono e do apetite, ideação paranoide e pensamento
recorrente de suicídio. Cabe lembrar que nos pacientes idosos deprimidos o risco de suicídio é
duas vezes maior do que nós não deprimidos. (Pearson&Brown, 2000)
A EDG (Escala de Depressão Geriátrica) é reconhecida como um dos instrumentos
mais utilizados no rastreio de depressão em idosos. Vários estudos mostram que ela oferece
medidas válidas e confiáveis. Uma escala original com 30 itens foi desenvolvida para o
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rastreamento dos transtornos de humor nessa etapa da vida, com perguntas que evitam a esfera
das queixas somáticas. Entre as suas vantagens, destacam-se: ser composto por perguntas
simples de serem entendidas; ter pequena variação nas possibilidades de resposta; ser
autoaplicado ou aplicado por um entrevistador treinado. (Batistoni 2007)
Outro método promissor que ainda precisa de validação como diagnóstico é a escala
de depressão para idosos (EDI), composta por dois fatores principais: fator cognitivo-afetivo
(n = 27 itens) e fator somático-motor (n = 11 itens), resultando no total de 38 itens. São
componentes cognitivo-afetivos: pessimismo recorrente, baixa motivação, baixa autoestima,
atribuição interna de causalidade (p. ex., culpa, fracasso), autoatitude negativa, generalização
de eventos negativos, ampliação da série de problemas, perda de memória e/ou concentração,
tristeza, melancolia, apatia, sentimentos de separação, abandono, medo, irritabilidade e
ansiedade, entre outros. Os componentes somático-motores estão relacionados ao aspecto
físico/motor, como: retardo ou aprimoramento psicomotores (p. ex., lentidão motora ou da fala,
aperfeiçoamento, intranquilidade), alterações no sono e no apetite, perda da libido e
imunossupressão. A escala fornece, ainda, um fator de segunda ordem, denominado nível geral
de depressão, que reúne em si os itens dos dois fatores principais. (Associação Psiquiátrica
Americana, 2002).

2.2 TRATAMENTO E PREVENÇÃO

Quando falamos em pessoas idosas precisamos ressaltar que em 2022, o total de


pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente
a 2010. Já a população idosa com 60 anos ou mais de idade chegou a 32.113.490 (15,6%), um
aumento de 56,0% em relação a 2010 (IBGE,2022).
Como em muitos outros países, o rápido crescimento da população idosa no Brasil
cria desafios em diversas áreas, incluindo saúde, seguridade social, cuidados de longo prazo,
economia e participação social. Alguns dos principais desafios e riscos associados ao
envelhecimento da população incluem: saúde mental e doenças cônicas.
Tendo em vista isso, podemos analisar que os familiares devem ficar atentos com os
idosos, a forma que a depressão atinge os idosos é diferente da forma em que atingem os mais
jovens. Na fase geriátrica além do fato de muitos idosos com a idade avançada obterem muitos
tipos de doenças crônicas cabe se atentar que eles passam mitos muitos tipos de lutos como, o
fato de ficar dependente de uma outra pessoa, de não podem mais trabalhar, e muitas das vezes
passam pela situação de abandono, e sentimento de inutilidade entre outros lutos.
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Com tantas perdas os idosos tendem a ficar mais depressivos e o papel da família se
torna essencial para o começo de um tratamento e garantindo uma qualidade de vida melhor.
Quando falamos em depressão na fase geriátrica além da família ter o pilar disso, fazer
acompanhamento com neurologistas e terapia são extremamente necessários, assim como
manter o idoso em constante atividade física, o que tende a ser uma das melhores coisa para
manter eles ativos e bem. O tratamento de depressão nos idosos não muda muito para os jovens,
ele precisam se manter ativos na cabeça como no corpo e a medicação dependendo da indicação
medica.
Em forma de prevenção na fase geriátrica é indicado manter o idoso sempre ativo a
atividades físicas que faz com que reduza drasticamente a depressão, manter o celebro ativo
com jogos aprender novas coisas, a vida social manter sempre conexões, uma alimentação
saudável e acompanhamento medico regular, entre outras coisa que podem ser feitos para
promover uma qualidade de vida melhor.

3. CONCLUSÃO

Através dos estudos que tivemos em sala de aula, das apresentações dos grupos
pudemos observar que a depressão no idoso gera muitos questionamentos sociais, por em
determinados momentos a sociedade estigmatizar este idoso e consequentemente criando, ou
agravando o estado de depressão, até chegando ao ponto deste idoso se sentir culpado pela
situação que está ocorrendo.
Olhando todo este cenário, entendemos que a psicologia tem muito a apoiar, ajudar e
realizar neste campo, desmistificando a visão acerca da velhice, criando pontes com a
sociedade no sentido de orientar, instrumentalizar as pessoas a como se relacionarem de forma
saudável e que valorize o idoso na sua forma de ser, e compreenderem esta fase no seu contexto
por completo.
Analisando métodos de identificando de depressão no idoso, percebemos que muito
de tem de novo para a esta fase, mas precisamos entender que o idoso não é somente um número
nestas escalas e estudos, mas um ser em sua subjetividade e que precisa estar inserido de forma
plena, como acesso a oportunidades e socialização.
Segunda a Organização mundial da saúde (OMS) a saúde mental é um estado de bem-
estar emocional, e é neste sentido que os psicólogos e a sociedade precisam desenvolver formas
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para que isto seja uma realidade no viver e conviver do idoso, para que as limitações normais
da idade, sejam elas físicas ou cognitivas não os tire da dignidade como ser humano.

4 ANEXOS

Anexo A – Questão grupo 01

No filme “Um senhor estagiário” é possível identificar a transformação na rotina de


Bem, na medida em que é reinserido no mercado de trabalho e como sua capacidade é
subestimada devido a sua idade. Explique como as experiências e interações de bem ao longo
do filme refletem sua busca por integridade, aceitação e sentido de realização pessoal na fase
da velhice e aponte qual o papel da psicologia nesse processo.

R: O filme traz um histórico que mostra a importância da experiência de uma pessoa


idosa no contexto organizacional e social, ao mesmo tempo que o personagem procura se
realizar pessoalmente. Ao longo do filme o personagem busca a integridade pessoal se
desafiando para uma vaga de estágio a fim de se tornar novamente produtivo e se desafiar com
novos aprendizados tanto sociais como profissionais. Apesar da diferença de idade clara entre
o personagem e seus colegas de trabalho e mesmo sendo subestimado por isso ele consegue ser
aceito, compreendido e respeitado ao longo do filme se mostra capaz de aprender e capas de
contribuir com sua equipe e chefe, de construir novos relacionamentos alcançando o sentimento
de realização.

A Psicologia tem o papel de ouvir e auxiliar o idoso nos processos da velhice,


construindo com ele um propósito para sua vida ajudando-o a lidar com seus aspectos
emocionais, perdas, lutas rejeições, criando estratégias que permita a continuação da vida de
forma saudável nessa nova fase.

Anexo B – Questão grupo 02

Considerando o contexto da psicoterapia e do aconselhamento de luto para idosos que


enfrentam a morte e a perda, à luz das teorias de Erik Erikson sobre o desenvolvimento
psicossocial na terceira idade, como essas abordagens são adaptadas para atender às
necessidades específicas dos idosos? Além disso, quais são as melhores práticas, com base na
pesquisa de autores renomados, como Elisabeth Kübler-Ross e suas fases de enfrentamento do
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luto? Essas adaptações e práticas promovem um processo de luto mais eficaz e uma melhor
qualidade de vida para os idosos?

R: A psicoterapia no aconselhamento de luto é uma abordagem importante eficaz para


auxili6o idoso no enfrentamento da morte e das perdas comuns nessa etapa da vida, no entanto
é importante considerar a necessidade de adaptar as técnicas a necessidade espere cada
indivíduo. A teorias de Erik Erikson sobre o desenvolvimento psicossocial é útil para
compreender as necessidades específicas do idoso que esteja lidando com aspectos de luto e
perdas, esses aspectos podem vir a confortar a integridade do ego e gerar no idoso o um
sentimento de desespero como abordado por Erikson em sua oitava fase de desenvolvimento.
Com relação às fases de enfrentamento do luto de Kübler-Ross é importante considerar que
cada idoso pode vir a enfrentar o lito à sua maneira e, portanto, as teorias precisam ser
adaptadas a prática a fim de facilitar o enfrentamento do luto e das perdas e fornecer qualidade
de vida ao idoso.
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4. REFERENCIAS

ALVES, G. S.; GERMAN, B. R.; MARINHO, V. Depressão geriátrica. In:


QUEVEDO, J.; NARDI, A. E.; SILVA, A. G. D. (Org.). Depressão: teoria e clínica. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2019. p. 204-216.

Associação Psiquiátrica Americana. DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais. 4.ed. Porto Alegre: Artmed; 2002.

Batistoni SST, Neri AL, Cupertino A. Validade da escala de depressão do Centro de


Estudos Epidemiológicos entre idosos brasileiros. Rev Saúde Pública. 2007;41(4):598-605

DEPRESSÃO EM IDOSOS: VEJA 5 DICAS PARA EVITÁ-LA! DOCTOR SHOES,


2021. Disponível em: https://doctorshoes.com.br/blog/saude/depressao-em-idosos/. Acesso
em: 24/11/2023.

Depressão em idosos (depressão geriátrica): sintomas e como tratar. Disponível


em: <https://institutodepsiquiatriapr.com.br/blog/depressao-em-idosos-depressao-geriatrica-
sintomas-e-como-tratar/>. Acesso em: 24 nov. 23
Depressão no idoso: do diagnóstico ao tratamento - Sanar Medicina. Disponível
em: <https://www.sanarmed.com/depressao-noidoso-pgtr>. Acesso em: 24 nov. 23

IBGE. Censo 2022: número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4%
em 12 anos | Agência de Notícias. Disponível em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/38186-censo-2022-numero-de-pessoas-com-65-anos-ou-mais-de-idade-
cresceu-57-4-em-12-
anos#:~:text=A%20idade%20mediana%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em:
24 nov. 2023.

LOUREIRO, J, C.; PAIS, M, V.; SILVA, J, F. Depressão geriátrica. In: Forlenza,


O, V.; Loureiro, J, C.; Vasconcelos, M. (Org). Transtornos mentais no idoso: guia prático.
1. ed. Parnaiba: Manole, 2023. P. 25-45

LOURENÇO, T. Pesquisa do IBGE aponta que idosos são os mais afetados pela
depressão. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/pesquisa-do-ibge-aponta-que-
idosos-sao-os-mais-afetados-pela-depressao/>. Acesso em: 24 nov. 23
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Pearson, J. L.; Brown, G.K. (2000). Suicide prevention in late life: directions of
suicide for science and practice. Clinical and Psychological Review, v. 20 (6), p. 685-705.

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