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Acadêmica: Claudiana de Souza Carvalho, Pâmella Stefanini Gastaldi Nunes, Ana

Iracy Coelho dos Santos, Arthur Benetoli Gianotti, Laura Beatriz Alves Rocha.
Disciplina: Psicologia da Saude | Professora: Hareli Fernanda

1ª Web Atividade

TRANSTORNO DEPRESSIVO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS


REFERENCIAL TEÓRICO
A depressão é uma doença mental comum que afeta milhões de
pessoas em todo o mundo. O termo depressão é relativamente novo na
história, tendo sido usado pela primeira vez em 1960, para designar um estado
de desânimo ou perda de interesse pela vida. O desenvolvimento do conceito
de depressão emergiu com o declínio das crenças mágicas e supersticiosas
que fundamentavam o entendimento dos transtornos mentais até então
(QUEVEDO; GERALDO,2013). A depressão é uma doença psiquiátrica, crônica
e recorrente, um problema complexo cujas características principais são, por
um lado, um estado de ânimo irritável e, por outro, falta de motivação e
diminuição do comportamento instrumental adaptativo. É marcada também, por
alterações do apetite, do sono, da atividade motora, cansaço, especialmente
matutino, baixo conceito de si mesmo, baixa autoestima, sentimento de culpa,
dificuldades para pensar ou se concentrar, indecisão, ideias de morte e/ou de
suicídio e tentativas de suicídio (MÉNDEZ; OLIVARES; ROS, 2005).
No âmbito universitário entende-se que a depressão pode ser
desencadeada por estressores acadêmicos, como pressão por notas altas,
prazos apertados e excesso de trabalho, até excesso de medicamento para
forçar o seu organismo a se manter acordado prejudicando o seu estado
mental. Um indício do processo de medicalização - aqui entendido como o
conjunto de mecanismos que levam a tornar médicos certos eventos ou
problemas da vida cotidiana (Conrad, 2007) - é o aumento de cerca de 300%
do número de casos diagnosticados de depressão entre os anos de 1987 e
1997. Houve um incremento na prescrição de medicamentos antidepressivos,
com crescimento nos gastos com estes em 600% na década de 1990 nos
Estados Unidos (Horwitz, Wakefield, 2007); já, no Brasil, o aumento no
orçamento público, na mesma década, para a medicação psicotrópica foi de
0,1% para 15,5% (WHO, 2007).
Para Horwitz e Wakefield (2007), uma das formas de se visualizar a
ascensão da depressão é a atenção dada pelos meios de comunicação para o
tema. Consideramos que a produção e a circulação de formas simbólicas pela
mídia têm um papel decisivo na vida social e no cotidiano das pessoas
(Moreira, 2003).
Estudos mostram que os transtornos depressivos só aumentam. Os
transtornos depressivos situam-se em quarto lugar entre as principais causas
ônus entre todas as doenças (GRUBITS; GUIMARÃES, 2007). Segundo a APA
(1994) essa patologia atinge cerca de 17 milhões de adultos americanos por
ano e de acordo com o relatório sobre a Saúde no Mundo (2001), as
perspectivas para o futuro são de que até 2020 a doença mostrará uma
tendência ascendente, aumentando esse ônus (GRUBITS; GUIMARÃES,
2007). As síndromes depressivas são atualmente reconhecidas como um
problema prioritário de saúde pública. (DALGALLARONDO, 2000). O objetivo
do presente trabalho foi abordar as principais causas que afetam o âmbito
universitário, trazendo como foco a causa, sintomatologia e técnicas de
tratamento.
Atualmente ligados com um agravante primordial a COVID 19 e com os
novos desafios impostos pela pandemia de COVID-19, trazendo fortes
necessidades de adaptação ao novo ensino, o isolamento social e a incerteza
quanto ao futuro. Os sintomas da depressão incluem tristeza persistente, perda
de interesse em atividades que costumavam ser prazerosas, falta de energia e
fadiga, dificuldade de concentração, alterações no sono e no apetite,
sentimentos de inutilidade e desesperança, além de pensamentos recorrentes
sobre morte ou suicídio. Embora os sintomas da depressão possam variar em
intensidade e duração, é importante reconhecer os sinais de alerta para
identificar a doença precocemente. Em janeiro de 2020, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) declarou como emergência de saúde pública o surto do novo
coronavírus e, em março do mesmo ano, finalmente, classificou a Covid-19
como uma pandemia. Desde então, a OMS e organizações de saúde pública
de todo o mundo vêm buscando conter sua disseminação.
A fim de minimizar os impactos negativos da pandemia, intervenções
psicológicas devem ser disponibilizadas à as universidades e divulgada aos
acadêmicos, inclusive de forma on-line, para que possam assegurar apoio
psicológico.
Durante a pandemia de COVID-19, muitos estudantes universitários têm
enfrentado uma série de desafios em relação à sua saúde mental. É
reconhecido que o distanciamento social foi visto como uma medida efetiva
para a prevenção de contaminação por covid-19. Contudo, apesar de ser vista
como vantagem, essa ação também pode resultar na vivência de situações
desagradáveis e conflitantes. Neste sentido, Malta et al., (2020) apontam que
as medidas de isolamento social vieram a reforçar os sentimentos de tristeza,
ansiedade, isolamento e depressão. Werneck; Carvalho (2020), por sua vez,
acrescentam a este fato, a ocorrência de comportamentos insalubres,
referenciando os maus hábitos alimentares e sedentarismo como preditores
deste processo.
Desse modo ressaltamos a importância de técnicas de fácil
entendimento ao público universitário para lidar com esses desafios, onde eles
possam ser os seus próprios ‘terapeutas” em determinadas situações, existem
técnicas que podem ser úteis no tratamento da depressão, como o
mindfulness, que consiste em prestar atenção ao momento presente de forma
intencional e sem julgamentos, e pode ajudar a reduzir a ansiedade e o
estresse, além de melhorar o bem-estar emocional. Os estudantes podem
aprender a praticar mindfulness através de aplicativos, vídeos ou cursos online,
por exemplo.
A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir os sintomas
da depressão, além de melhorar a qualidade do sono, a autoestima e o humor.
Os estudantes podem buscar atividades que sejam prazerosas e que se
adaptem à sua rotina, como caminhadas, corridas, yoga, dança, entre outras
opções. Segundo as estimativas, utilizando a metodologia da Carga Global da
Doença, proposta pela Organização Mundial de Saúde, para o ano de 2020, a
doença isquêmica do coração e a depressão serão as duas maiores causas
não só de mortalidade, mas, de incapacidade sobre a população em geral. A
depressão é caracterizada por tristeza, baixa da autoestima, pessimismo,
pensamentos negativos recorrentes, desesperança e desespero. Seus
sintomas são, fadiga, irritabilidade, retraimento e ideação suicida. O humor
depressivo pode aparecer como uma resposta a situações reais, por meio de
uma reação vivencial depressiva, quando diante de fatos desagradáveis,
aborrecedores, frustrações e perdas. Trata-se, neste caso, de uma resposta a
conflitos íntimos e determinados por fatores vivenciais. A depressão está
associada a uma alta incapacidade e perda social. Muitos estudos apontam à
possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem
uma melhor saúde mental do que sedentários. Entre as hipóteses que tentam
explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais
aceita é a hipótese das Endorfinas. A teoria da endorfina sugere que a
atividade física desencadearia uma secreção de endorfinas capaz de provocar
um estado de euforia natural, por isso, aliviando os sintomas da depressão.
Por fim, é importante ressaltar a importância do diagnóstico precoce da
depressão, e causando ao estudante universitário a clareza que depressão é
doença e precisa ser tratada. Os estudantes devem estar atentos aos sinais e
sintomas da depressão, como tristeza persistente, perda de interesse em
atividades antes prazerosas, alterações no apetite e no sono, entre outros.
Caso identifiquem esses sintomas, devem buscar ajuda de profissionais de
saúde mental e seguir o tratamento recomendado. Em suma, o vídeo que
estamos elaborando pode ser uma importante ferramenta para conscientizar os
estudantes sobre a depressão e fornecer informações e recursos que os
ajudem a lidar com essa condição.

REFERÊNCIAS

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Acesso em: 17 mar. 2023.

Sueli Rufino, Ricardo Silveira Leite, Larissa Freschi, Vanessa Kitizo Venturelli,
Elizabeth Siqueira de Oliveira, Diogo Antonio Morato Mastrorocco Filho.
ASPECTOS GERAIS, SINTOMAS E DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO.
Disponível em:
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/11/095
_ASPECTOS-GERAIS-SINTOMAS-E-DIAGN%C3%93STICO-DA-DEPRESS
%C3%83O.pdf . Acesso em: 17 mar. 2023.

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