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uso de remédios, medicação e exercício devem caminhar juntos. A
pessoa não deve, em hipótese alguma, suspender o uso dos
medicamentos por conta própria.
Aproximadamente 10
milhões de brasileiros
sofrem de depressão.
Embora a doença possa
afetar as pessoas em
qualquer fase da vida,
alguns estudos indicam que
os sintomas são altamente
prevalentes nas fases
tardias da vida, no Brasil e
no mundo. Um artigo
publicado em abril de 2002
na Revista Brasileira de
Psiquiatria concluiu que
cerca de 10% da população
mundial de idosos
apresentam quadros
depressivos que necessitam
de atenção médica.
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O estudo, elaborado pelo médico John Snowdon, do
Departamento de Psicologia Médica da Universidade de Sidney
e do Rozelle Hospital, na Austrália, teve parte de seus
trabalhos feitos no Rio de Janeiro. Na capital brasileira com o
maior número de pessoas com mais de 60 anos (10,71% da
população - IBGE/PNAD 2000), a incidência de idosos com
depressão é ainda maior, de 15,8%.
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depressão e que "é errado atribuir depressão, sentimento de
tristeza e perda de entusiasmo à idade. É preciso reconhecer
que a depressão está presente nos velhos e tratar". Guimarães
explica que na maioria das vezes o tratamento requer o uso de
antidepressivos, mas que em alguns casos o uso de remédio é
desnecessário.
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Uma das mais avaliadas e conhecidas é a Terapia de Orientação da
Realidade (ROT), utilizada amplamente na Inglaterra e Estados
Unidos (Drumond & cols.1978, Holden & Woods, 1988). Essa terapia
se baseia em algumas estratégias de repetição continuada de dados
reais, da presença continuada de informações atuais e muitas
atitudes de ressocialização.
TÉCNICA
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modelismo, painéis de noticias, etc.
4.- Exercícios continuados de reabilitação de memória e cognitiva,
através da orientação sobre a situação e circunstância atual, como
citado acima.
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desobstrução de passagens, remoção de degraus, relógios e
calendários de tamanho satisfatório, etc, tudo deve ser planejado
para maior autonomia do idoso.
Além do ambiente, também objetos como as roupas, calçados,
objetos de higiene pessoal e toucador devem ser idealizados no
sentido do mais fácil manuseio.
As dificuldades para vestir-se decorrem, muitas vezes, da
indumentária inadequada e difícil; calças justas, vestidos de colocar
pelo pescoço, sapato de amarrar, etc. O programa personalizado
estudará quais são as alterações a serem corrigidas nas roupas e
calçados. O cuidador deve, também preparar as roupas, deixar sobre
a cama numa seqüência lógica a ser seguida. Os reforços ou
gratificações positivas devem sempre estar presentes.
2.- Modificação das interações sociais
Trata-se da postura das pessoas para com o idoso. Deve-se
favorecer sempre a autonomia, condutas treinadas e orientadas,
evitar o paternalismo sem deixar de estar atento às dificuldades.
3.- Estimulação e ativação
Manter um nível continuado e satisfatório de estimulação; músicas,
notícias, jornais, revistas, solicitações, tarefas, afazeres, etc. Tudo no
sentido de não acentuar a deterioração cognitiva e desorientação por
desinteresse, apatia e conformismo.
Estimular a memória é uma dessas atividades. Na estimulação da
memória devemos enfocar, prioritariamente, a memória recente ou
de curto prazo e a memória autobiográfica. Na deterioração cognitiva
a memória imediata se apresenta de forma anárquica, mesclando-se
desordenadamente todos os fatos. Essa memória só melhora com
exercício e um dos melhores consiste em contar alguma estória pré-
ensaiada e pedir para o paciente repetí-la ou recontá-la a alguém.
Corrigir a estória prontamente, caso haja necessidade, é de
fundamental importância mas, antes disso, é indispensável que a
informação recebida seja muito bem compreendida pelo idoso.
Estimular a memória autobiográfica é essencial para manter a
identidade, auto-respeito e auto-estima do paciente. Faz parte
também da memória autobiográfica os fatos diretamente
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relacionados ao pacientes e que devem ser estimulados à lembrança.
Deve-se procurar falar sobre fatos, sobre viagens, fotos, aquisição de
roupas, relembrar visitas recentes, etc.
Nada se consegue em termos de estimulação se, antes de qualquer
coisa, o paciente não for motivado. Essa regra se aplica,
principalmente, à prática de exercícios físicos, caminhadas, atividade
intelectual, etc.
4.- Outras estratégias para facilitar a autonomia.
Estimular a atenção a si próprio é uma das metas para preservar a
cognição. Esta atenção a si próprio engloba as atividades para
alimentação, higiene pessoal, vestir-se, urinar e defecar sozinho
sempre que possível, banho, barba, pentear-se.
Muitas vezes a deterioração cognitiva impede o controle dos
esfíncteres e o paciente passa a apresentar incontinências (fecal e
urinária). Isso é uma ocorrência que compromete significativamente
sua autonomia. Havendo condições é preferível um programa de
exercícios perineais para fortalecer a musculatura envolvida na
continência fecal e urinária mas, como ocorre na maioria dos casos,
não há condições neurológicas e cognitivas para tais exercícios.
Nesse caso, para a reeducação intestinal e vesical exige-se um bom
conhecimento, por parte do ajudador, das características fisiológicas
do paciente, da hora, freqüência, quantidade, das excreções. Pode
ser usado o programa de estimulação regular da micção e defecação
com posterior gratificação positiva. Esse treinamento costuma dar
bons resultados.
ATENÇÃO FARMACOLÓGICA - atualidade
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precoce na Doença de Alzheimer ocorre, predominantemente, nos
núcleos basais ricos em neurônios colinérgicos.
Com a progressão da doença, mais de 90% dos neurônios
colinérgicos dos núcleos basais são perdidos. Em experimentos
animais relaciona-se esse grupo de enrônios colinérgicos com a
capacidade de aprendizagem e de memória.
A medicação ideal para o tratamento da Doença de Alzheimer deveria
ser aquela que conseguisse aumentar sobremaneira os níveis de
acetilcolina no cérebro para compensar a perda da função colinérgica.
Algumas dessas drogas incluem precursores da acetilcolina, agonistas
muscarínicos, agonistas nicotínicos e inibidores da colinesterase, a
enzima que degrada a acetilcolina. Os medicamentos mais bem
estudados para esse propósito são os inibidores da colinesterase.
A primeira droga aprovada para terapêutica da Doença de Alzheimer
foi a Tacrina (Tacrinal®, Cognex®), Mais recentemente a
Rivastigmina tem sido usada em muitos países, embora não tenha
ainda sido aprovada pelo FDA para tratamento de Alzheimer. Outros
inibidores da colinesterase estão também em estudo, como é o caso
do Metrifonate e Galantamina.
Eficácia do Tratamento na Doença de Alzheimer
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para Depressão de Cornell (Cornell – 1988), para outras alterações
pode-se utilizar a Escala de Comportamento, Patologia e doença de
Alzheimer (Reisberg – 1987). Também tem sido usado um Inventário
Neuropsiquiátrico (NPI, Cummings – 1997).
Os ensaios terapêuticos mais comuns envolvem drogas
anticolinesterásicas, antioxidantes como, por exemplo, a Vitamina E,
reposição hormonal (estrogênio) e drogas antiinflamatórias. As duas
drogas anticolinesterásicas mais avaliadas são a Tacrina e o
Donepezil, prevendo-se uma etapa de avaliação para a Rivastigmina
a partir do ano 2000.
Summers e colaboradores (1987) mostraram uma melhora
significativa dos sintomas demenciais em pacientes tratados com a
Tacrina na década de 80. Esses estudos, entretanto, não são
consensuais. Estudos duplo-cego com Tacrina, durante 30 semanas
de tratamento com dose de 160 mg/dia, demonstraram melhora da
demência de mais de 4 pontos na escala ADAS-Cog. Em torno de
27% dos pacientes acabam abandonando o tratamento devido aos
efeitos colaterais da droga.
Donepezil foi a Segunda droga aprovada nos EUA para o tratamento
da Doença de Alzheimer. Trata-se de um inibidor seletivo da
acetilcolinesterase de meia vida longa. Os estudos mostraram
resultados modestos mas estatisticamente significativos com doses
de 10 mg/dia. Houve aumento de 3 pontos na escala ADAS-Cog.
Apesar dos efeitos serem eventualmente menores que os efeitos da
Tacrina, o Donepezil foi muito mais bem tolerado. Esse fato fez com
que a preferência de tratamento recaísse sobre esta droga.
A Rivastigmina é outra droga inibidora da colinesterase e já foi
testada em mais de 50 países. A novidade dessa droga é sua
especificidade para inibir a forma G1 da acetilcolinesterase, mais
encontrada em cérebros de pacientes com Alzheimer (Enz – 1993).
Na dose de 6 a 12,5 mg de Rivastigmina por dia e durante 26
semanas, houve aumento de 4 pontos na ADAS-Cog (Anand – 1996).
Em resumo, parece não ter havido nenhuma vantagem de uma
dessas três drogas sobre as demais para o tratamento da Doença de
Alzheimer. De fato, o tratamento que objetiva uma melhora dos
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sintomas da demência, ainda que discreta, contribui muito para a
maior independência e autonomia do paciente.
De qualquer forma, em todos estudos qualquer uma dessas três
drogas se mostrou mais eficiente do que o placebo. Ainda há a
vantagem de se conseguir, com essas drogas, também uma melhora
dos sintomas comportamentais e psiquiátricos, embora para isso
possam ser associadas outras medicações.
Segundo testes em tratamento de longa duração com essas três
drogas, principalmente com a Rivastigmina, os maiores benefícios no
ADAS-Cog foram em tratamentos por 52 semanas (1 ano) e,
melhores ainda, quanto mais precoce for o início do tratamento
(Corey-1999, Winblad-1999) .
BIBLIOGRAFIA
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Uma, em cada 10 pessoas maiores de 80 anos será portadora da
Doença de Alzheimer a cada ano que passa. A mesma probabilidade
vale para 1 a cada 100 pessoas maiores de 70 e 1 a cada 1000
pessoas maiores de 60 anos. Esta é a avaliação de 1999, feita pela
Federação Espanhola de Associações de Familiares de Enfermos de
Alzheimer (AFAF) A Doença de Alzheimer acomete de 8 a 15% da
população com mais de 65 anos (Ritchie & Kildea, 1995).
Existem atualmente em todo o mundo entre 17 e 25 milhões de
pessoas com a Doença de Alzheimer, o que representa 70% do
conjunto das doenças que afetam a população geriátrica. Assim, a
Doença de Alzheimer é a terceira causa de morte nos países
desenvolvidos, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e
para o câncer. Os pacientes de Alzheimer já são quatro milhões, nos
Estados Unidos. No Brasil, não há dados precisos, mas estima-se que
a confusão mental atinge por volta de meio milhão de idosos.
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Até hoje, a Doença de Alzheimer continua sendo uma síndrome de
causa desconhecida e incurável. Mas, nos últimos anos as
perspectivas em relação à Doença de Alzheimer têm sido abordadas
com um certo otimismo realista, tendo em vista as possibilidades da
ciência retardar os sintomas da enfermidade. A medicina está
começando a detectar os sinais da doença décadas antes dela surgir.
Estamos muito próximos de começar ensaios clínicos dirigidos a
evitar que se produzam as primeiras lesões cerebrais da doença, as
quais têm início em torno dos 40 anos.
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como por exemplo os movimentos, não costumam ser afetadas até
que a doença esteja bem adiantada.
Entendendo a doença de Alzheimer
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acidentes vasculares cerebrais (AVC), nos hematomas subdurais e
nas hidrocefalias de pressão normal.
As dificuldades para o diagnóstico, quando este é baseado apenas no
quadro clínico e que, como vimos, não é exclusivo dessa doença,
resultam numa confirmação da Doença de Alzheimer apenas por
necropsia na maioria dos casos (85 a 90% dos casos). A
característica anátomo-patológica de Alzheimer no material da
necropsia diz respeito à presença de cicatrizes neurofibrilares dentro
de neurônios, bem como de placas neuríticas de proteína amilóide no
espaço extracelular.
Além do método em avaliar-se o quadro clínico e do método do
exame anátomo-patológico para o diagnóstico da Doença de
Alzheimer, restariam as provas genéticas e a neuroimagem cerebral.
As provas genéticas estudam a possibilidade do gene defeituoso Apo-
E, mas ainda não estão totalmente disponíveis e nem solidamente
estabelecidas. Já, em relação à neuroimagem da Doença de
Alzheimer, obtida pelo SPECT e pelo PET, algumas alterações típicas
da doença estão relativamente bem estabelecidas, como por exemplo
uma acentuada redução do lobo temporal médio e do hipocampo que
pode ser bem avaliadas até por meio da Ressonância Magnética
Nuclear.
Quanto à neuroimagem funcional, há um padrão de baixo
funcionamento (hipometabolismo) na região temporoparietal
característico dessa doença. Portanto, atualmente, o PET ou SPECT
são os exames mais confiáveis para embasar uma suspeita clínica da
doença.
À Tomografia Computadorizada as características de imagem dessa
doença consistem num aumento do volume dos ventrículos laterais,
terceiro ventrículo com tamanho de até 2 vezes o tamanho normal,
associado ao alargamento dos sulcos corticais. Mas essas alterações
também não são exclusivas da Doença de Alzheimer, podendo ser
encontradas em outros estados demenciais ou mesmo no
envelhecimento normal.
Há inúmeras descrições de alargamento significativo da fissura
hipocampal nos pacientes com Doença de Alzheimer, correlacionando
os achados de neuroimagem aos aspectos de perda da massa
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neuronal nas regiões têmporo-hipocampais, que são as principais
estruturas responsáveis para os processos de memória. Os trabalhos
de George et al. (1990), conseguiram distinguiu corretamente 80%
dos pacientes com Doença de Alzheimer baseado na atrofia da região
hipocampal e identificaram mais de 95%de indivíduos normais onde a
ausência de atrofia temporal praticamente afastou o diagnóstico de
Doença de Alzheimer. (Veja Neuro-Imagem na Doença de Alzheimer)
Desde o início do século é sabido que a Doença de Alzheimer está
ligada a duas categorias de lesões cerebrais: Uma delas, são grandes
placas (Placas Senis) de uma proteína chamada beta-amilóide
intracelulares, que tem efeitos tóxicos sobre os neurônios. Outra
categoria de danos, são os microtúbulos, verdadeiros nós em
estrutura essenciais dos neurônios. Estes ficam retorcidos e
emaranhados, prejudicando seu funcionamento.
Durante muito tempo isso era tudo o que se sabia sobre o assunto, e
ninguém podia dizer que entendia realmente o que estava
acontecendo. Por que o cérebro se enchia dessas placas tóxicas e de
neurônios deficientes?
Apesar de não ter nada a ver com o cérebro, o Apo-E tem uma
ligação inegável - e até contraditória - com a Doença de Alzheimer.
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Basta ver que existem três versões desse gene, denominadas Apo-
E2, Apo-E3 e Apo-E4. A versão E2 protege contra a Doença de
Alzheimer. A E4 aumenta bastante o risco da doença e faz os
sintomas aparecerem bem antes da idade em que normalmente se
manifestam (Demência Pré-senil). A E3, finalmente, fica num estágio
intermediário. Ou seja, os pacientes que têm essa versão do gene às
vezes ficam protegidos e às vezes, prejudicados.
A pessoa pode ter qualquer uma das três versões do Apo-E, cada
uma numa quantidade diferente. Além disso, ele herda uma cópia da
mãe e outra do pai, e elas nem sempre são idênticas. Com isso, dá
um certo trabalho saber qual é a quantidade exata de cada versão do
Apo-E e, a partir daí, descobrir o risco de desenvolver a Doença de
Alzheimer. A análise é feita por meio de um exame de sangue.
Agora já se sabe que se alguém tem duas cópias da versão Apo-E4
sua chance de adoecer é muito alta, de 50%. Isso quer dizer que
metade das pessoas com dois E4 apresentam sintomas antes dos 70
anos.
No início de 1996, Karen Hsiao criou um rato que por sua própria
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natureza, terá a Doença de Alzheimer desde o nascimento.
Conseguiu isso implantando genes humanos nos embriões do roedor
e esses genes o obrigam a apresentar as mesmas lesões cerebrais
que um ser humano. Foi a primeira vez que alguém conseguiu
reproduzir no laboratório as alterações químicas que a doença causa
no cérebro.
E não são só as lesões químicas. O rato geneticamente produzido
tem também a falta de memória típica da doença. Assim sendo, o
rato servirá para testar drogas com possibilidade de dar mais
conforto aos doentes.
Quadro Clínico
Os sintomas da doença de Alzheimer para profissionais da
área
O déficit de memória costuma ser o sintoma mais evidente da
Doença de Alzheimer, entretanto, não é o único nem, talvez, o mais
incômodo. Outros sintomas que comprometem a capacidade
cognitiva (de consciência), tais como as dificuldades na comunicação
verbal, no reconhecimento de pessoas e objetos e na execussão de
atividades comprometem severamente o nível de vida desses
pacientes.
Por outro lado, o declínio progressivo da função cognitiva não é
monopólio da Doença de Alzheimer e pode acontecer, inclusive, no
processo de envelhecimento normal. Recentemente tem-se dito que
na Doença de Alzheimer haveria, não um simples declínio da função
cognitiva, cuja expressão sugere um processo fisiológico e normal do
envelhecimento, mas sim, um prejuízo na função cognitiva
incompatível com a idade do paciente.
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Esse prejuízo cognitivo, característico da doença de Alzheimer, pode
ser apenas num grau muito leve, com ligeiras confusões, até graus
severos, onde o paciente perde a noção de orientação, de sua
identidade... Esse grau mais severo, felizmente, costuma estar
presente depois de 6-8 anos de evolução, calculando-se,
grosseiramente, uma perda de cerca de 5 a 15% da cognição por
ano, dependendo do caso.
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tipo de delírio. Entretanto, é sempre difícil caracterizar o delírio do
paciente com Alzheimer porque, na maioria das vezes o que existe é
uma desorientação tão grande em relação ao local, à data e às
pessoas que podemos pensar tratar-se de delírio (mas não é, é
desorientação). Delírio seria uma crença de natureza mais absurda e
bastante irremovível. De 10 a 25% deles têm alucinações e a
maioria, de 40 a 60% tem sintomas depressivos.
Pacientes com transtornos psicóticos prévios, e que começam a
apresentar prejuízo progressivo da cognição (integração da
consciência), evoluem muito mais rapidamente para a demência.
Havendo alguma doença mental anterior à Doença de Alzheimer,
principalmente doenças do tipo psicose, fará com que o paciente
apresente muito maiores alterações comportamentais, tais como
delírios, alucinações, agressividade, agitação, furor, mudanças de
personalidade, alterações sexuais e perda das noções de higiene.
As Confusões
O paciente com Doença de Alzheimer confunde facilmente a
realidade e, para ele, não é claro a diferença entre o presente do
passado, assim como não é claro a diferença entre esse ou aquele
filho ou parente. Essa alteração da consciência é que chamamos de
alteração cognitiva.
A confusão que ele faz entre as pessoas da família pode ser muito
frustrante, acostumados que estamos a sermos bem identificados por
todos. Cada situação merece ser tratada diferentemente. Devemos
decidir se o assunto em questão é importante, se é importante que o
paciente saiba realmente quem é essa pessoa ou não. Às vezes
podemos deixar as coisas como estão, outras vezes devemos lembrar
a identidade da pessoa confundida.
De vez em quando a personalidade do paciente com Doença de
Alzheimer sofre mudanças. As mudanças mais comuns são a
depressão, a regressão, apatia, irritabilidade, desconfiança e
impaciência. Também podem ocorrer alucinações (ver coisas que não
existem) e ilusões (crenças irracionais), mais freqüentemente no
início da noite. Diante de tais problemas é bom consultar o médico
para orientação.
Quem pode ter a doença de Alzheimer?
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A doença de Alzheimer geralmente afeta as pessoas acima de 65
anos. Quanto mais velha a pessoa, maior a probabilidade de
desenvolver a doença. Entretanto, algumas vezes as pessoas mais
jovens, por volta dos 40 anos, podem também ser afetadas.
Portanto, em tese, todas as pessoas estão sujeitas a esta doença.
Nenhuma profissão, nível de escolaridade, raça ou nível sócio-
econômico está imune.
Em certo número de casos a doença de Alzheimer pode ter uma
natureza familiar, enquanto em outros, apenas uma pessoa da
família pode ser afetada. De qualquer forma, as pesquisas genéticas
sobre a doença têm evoluído bastante e, até agora, parece haver
uma certa predisposição constitucional para desenvolver esse mal
(veja acima as pesquisas sobre o gene defeituoso, chamado Apo-E)
Tratando a Doença de Alzheimer
Os objetivos do tratamento são, infelizmente, apenas no sentido de
controlar os sintomas mais incômodos e estimular o treinamento
familiar para se aprender a lidar com pessoa doente. Os
medicamentos podem melhorar os sintomas em alguns casos,
principalmente os sintomas de irritabilidade, depressão, inquietação,
alteraçães do ritmo sono-vigília, etc.
É essencial traçar um plano de atenção ao paciente com Doença de
Alzheimer que inclua cuidados gerais, cuidados médicos e supervisão
sócio-familiar. Visitas regulares ao médico ajudarão a monitorar as
condições do paciente, verificando se existem outros problemas de
saúde que devam ser tratados.
Organizando a vida do paciente com Alzheimer
Avaliar os perigos em potenciais da casa onde vive o paciente é de
fundamental importância. Degraus, maçanetas, quinas e cantos de
móveis, iluminação de corredores e cômodos (manter luzes acesas à
noite), enfim, deve ser realizada uma verdadeira perícia de
segurança no habitat do paciente. Observe cada cômodo e verifiqüe
se existe algum perigo para alguém que está esquecido e confuso.
Por outro lado, decidindo por mudanças, não devemos esquecer que
uma pessoa com a doença de Alzheimer tem sérias dificuldades para
ajustar-se às mudanças.
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Fogão e outros eletrodomésticos podem ser esquecidos ligados ou
usados de maneira errada pelos pacientes, portanto, uma checada
rotineira é importante. Havendo prejuízo mais severo da memória e
da atenção, os botões devem ser cobertos, o registro do gás deve ser
desligado quando o fogão estiver sem uso, da mesma forma que os
aquecedores e fornos microondas devem ser desligados da tomada
quando não estiverem sendo usados. Esse mesmo raciocínio de
dificultar o uso indevido deve ser aplicado em relação aos ferros
elétricos, torradeiras, liquidificadores, ferramentas e outros
equipamentos elétricos.
Nas casas com aquecimento de água central, é importante que a
temperatura seja regulada abaixo dos 39 graus. O paciente pode se
queimar no momento de misturar água quente e fria para o banho.
Trancas e chaves pelo lado de dentro das portas devem ser
removidos para facilitar o acesso dos familiares à esses cômodos. O
acesso à banheira e à piscina devem ser fechadas.
Dirigir é perigoso para pessoas com a Doença de Alzheimer, mesmo
no início do quadro. Ter uma programação diária e regular para as
atividades do paciente com a Doença de Alzheimer é de grande
ajuda, pois ele se sente muito mais seguro e orientado com uma
rotina familiar. Exercícios regulares também ajudam a diminuir a
impaciência, além de ajudar dormir melhor. Caminhar é uma boa
maneira do paciente com Doença de Alzheimer se exercitar.
Em relação às atividades, é bom ter em mente que as pessoas com
doença de Alzheimer freqüentemente se aborrecem por querer
executar atividades e não conseguir.Por causa dessa dificuldade
pragmática (para fazer as coisas), faça as tarefas junto com o
paciente, permita que ele faça o máximo que puder por conta
própria, mas esteja pronto para ajudar. Para fazer um bolo, por
exemplo, escolha para ele as atividades que envolvam várias tarefas
simples, fazendo você mesmo as tarefas mais difíceis, como por
exemplo, medir os ingredientes como.
Algumas famílias costumam deixar o paciente tomar suas refeições
em separado do restante da família, mas essa não é uma boa tática.
As refeições são ótimos momentos para a socialização e permite que
se tenha algum controle sobre a quantidade e qualidade do alimento
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que o paciente Quando o paciente se veste sozinho, escolher o que
vestir pode ser difícil demais para ele e pode também não conseguir
escolher as roupas que combinam. Procure deixar as roupas que ele
usará sobre a cama diariamente e, se for o caso, entregue uma peça
de cada vez, explicando como vesti-la. O estímulo para que o
paciente continue a se vestir sozinho ou o máximo que consegue é
muito importante para evitar uma apatia por acomodação.
Assim como as refeições podem se transformar num excelente
exercício de ressocialização, também os cuidados higiênicos com
barba e cabelo podem ser melhor aproveitados. Havendo condições,
a ida a barbeiros e cabeleireiros é sempre desejável.
Os Medicamentos
Muitas vezes a informação do paciente de que ele já tomou
determinado medicamento ou que não tomou ainda não são
perfeitamente confiáveis. Ele esquece fácil e tende a fazer confusão.
Portanto, controlar os medicamentos, separando diariamente o tanto
de comprimidos que serão consumidos ao longo do dia pode facilitar
as coisas. Através dessa separação da medicação diária será mais
fácil verificar se estão sendo tomados nas horas e quantidade certas.
Muitos familiares tendem a se indispor com o paciente nessa questão
da confusão com remédios. Lembre que a Doença de Alzheimer torna
difícil para o paciente compreender e ser compreendido, mas estes
problemas são causados pela doença e não são propositais.
As pessoas com Doença de Alzheimer têm dificuldade para entender
o significado do que é dito mas, por outro lado, elas são muito
sensíveis a como as palavras são ditas. Um tom ríspido, agressivo ou
intempestivo pode perturbá-las, ao contrário, um tom calmo pode
dar-lhes segurança. Mantenha um tom positivo na voz sempre que
puder.
Tipo de Assistência
Escolher o tipo mais apropriado de assistência a que o paciente com
Doença de Alzheimer terá é um dos itens mais importante.
Dependendo do estágio da doença e do comportamento da pessoa
doente, a assistência pode variar de visitas diárias a cuidados
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ininterruptos. Primeiro determine o grau necessário de assistência, e
então decida qual a melhor maneira de obtê-las.
Normalmente as famílias desses pacientes têm algumas opções:
contratar uma enfermeira ou alguém para cuidar da pessoa,
encaminhá-lo para tratamento em hospitais-dia ou abrigar o paciente
em casas de repouso. Seja qual for a opção escolhida,
periodicamente temos que verificar se ela continua sendo a melhor
escolha. Questões legais e financeiras devem ser levadas em
consideração. Chegará o momento em que a pessoa com Doença de
Alzheimer não estará mais apta para tomar decisões. É bom
estarmos preparados para isto. Converse com ela a respeito destas
questões o mais cedo possível, enquanto ela ainda pode entender
seus objetivos e concordar em fazer mudanças. Se puder contate um
advogado especializado, ele poderá ajudá-lo no planejamento legal e
financeiro.
Ballone GJ - Doença de Alzheimer - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral,
Internet, disponível em
<http://www.psiqweb.med.br/geriat/alzh.html> atualizado em 2002
DOENÇA DE ALZHEIMER
IMAGENS DA DOENÇA DE ALZHEIMER
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As duas imagens justapostas ao lado representam um corte do
cérebro. O corte da esquerda representa o cérebro de uma pessoa
normal e o da direita representa um cérebro de portador da Doença
de Alzheimer. Na Doença de Alzheimer há um encolhimento total do
tecido cerebral.
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proprocionando expressivas mudanças do comportamento,
tais como vaguear sem rumo e agitação.
Aconselhamento de Idosos 2
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Introdução
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1994). Assim, embora os medicamentos contribuam de forma
significativa para o tratamento de doenças prevalentes nos idosos, as
reações adversas também ocorrem mais comumente e estão
implicadas na ordem de 10 a 31% das admissões agudas em geriatria
(Atkin & Shenfield, 1995; Lamy, 1990; Nolan & O'Malley, 1988). A
não adesão ao tratamento que, segundo Morrow et al. (1988) e
Kessler (1992), foi da ordem de 40 a 55% nos Estados Unidos, nessa
faixa etária, expõe o paciente a um maior risco de hospitalizações e
morbidade.
Estudo realizado naquele país apontou que uma média de 5,3% das
admissões hospitalares, na população geral, estava relacionada ao
não cumprimento da medicação prescrita, a um custo hospitalar
direto, em 1986, de mais de US$ 8 bilhões. Quando os custos
indiretos foram incluídos, a estimativa total de gastos atingiu US$ 25
bilhões (Sullivan et al., 1990).
Materiais e métodos
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subheadings and Aged/all subheadings and Prescriptions, Drug/all
subheadings or Professional-Patient Relations/all subheadings or
Physician-Patient Relations/all subheadings); (2) International
Pharmaceutical Abstracts (IPA) (termo livre - Pharmacists and elderly
or aged and Prescription Drugs or Prescribing Drugs); (3) Sociological
Abstracts (descritores - Pharmacists in DE, Elderly in DE e
Medications in DE); (4) PsycLIT (descritores - Pharmacists in DE,
Aged in DE e Prescribing-Drugs in DE) e (5) Lilacs (descritores -
farmacêutico, idoso e medicamento). Para a base Lilacs, em virtude
do período de sua existência, o limite de tempo compreendido foi de
1981 a maio de 1999.
Resultados
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problemas com a prescrição. Todas as ações resultar
no regime terapêutico ou no uso de medicamentos.
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Como mostra a Tabela 3, três estudos referiam-se a intervenções
exclusivamente nos médicos. As ações nos farmacêuticos, alocados
em farmácias públicas, foram estudadas em um único trabalho.
Discussão
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publicações analisadas. Por outro lado, surpreende o reduzido
número de estudos encontrados, dada a relevância do tema. É
possível, porém, que as condições impostas para seleção dos
trabalhos localizados tenham sido muito restritivas. Mesmo assim, o
crescimento a partir da década de 90 foi expressivo. Nas décadas
anteriores, os poucos trabalhos publicados tinham sua ênfase voltada
para o conhecimento das particularidades do paciente idoso, bem
como dos fatores que influenciam o uso de medicamentos nessa faixa
etária. Foram apontados, entre outros, a falta de interação entre
farmacêutico e paciente idoso, seus problemas cognitivos,
psicológicos e as farmacoterapias complexas.
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justificar outras propostas, como a ação educativa continuada de
Hammarlund et al. (1985), cujo "êxito" em reduzir significativamente
o número de medicamentos usados foi atribuído a esse gênero de
intervenção.
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parte do mesmo projeto ou da mesma equipe de saúde. Dessa forma,
os médicos podem avaliar a ação do farmacêutico como uma
ingerência menos invasiva em sua atividade profissional. Isso faz com
que a proposta de uso de bancos de dados on-line, com geração de
alertas sobre problemas na prescrição, venha a constituir uma
interface mais produtiva entre médico-farmacêutico, dado os custos
de manutenção de uma equipe multiprofissional.
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muito conveniente aos profissionais de saúde, conforme relatado por
Grymonpre et al. (1991). Como lembram Caprara & Franco (1999),
ao discutir a humanização da relação médico-paciente, os
profissionais de saúde devem ter sensibilidade para conhecer a
realidade do paciente e ouvir suas queixas. E nesses termos, também
cabe questionar o quanto dessas experiências apresentadas é
conveniente à condição brasileira.
Tal como observado por Galizia & Sauce (1982) nos Estados Unidos,
também no Brasil pode-se esperar problemas relativos à linguagem,
à alfabetização deficiente ou mesmo às formas de entendimento, os
quais podem ser resolvidos com medidas específicas, como propõem
esses autores. A solução desses e de outros problemas implica num
esforço imaginativo por parte do profissional de saúde, assim como
da implementação de tecnologias atuais. Já há no Brasil, por
exemplo, programas de computador para serem utilizados em
farmácias públicas (PAC System, 2002), bem como em hospitais, com
capacidade de gerar alertas sobre a medicação e permitir
acompanhamento do paciente. Além disso, o emprego de telefone
para seguimento de pacientes, como usado por Ranelli & Coward
(1997), não deve ser descartado. Em nosso meio, a expansão da
telefonia, fixa e móvel, foi expressiva nos últimos anos, podendo ser
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uma alternativa de acompanhamento, especialmente nas áreas
urbanas.
Conclusão
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Aconselhamento de Idosos 3
Página 42 de 59
"Engana-se quem imagina que pessoas mais velhas são assexuadas.
Em homens acima dos 40 anos, é bastante comum que a ereção seja
mais lenta, mas isso é fisiológico, não necessitando o uso das
medicações para disfunção erétil; algo muito comum é que a
ansiedade causada por isso dificulte o processo normal da ereção. O
período refratário (tempo que se leva para uma nova ereção) pode
durar dias, e não mais horas, como na juventude. É normal também
a diminuição da sensibilidade peniana, por alterações das
terminações nervosas locais; há também uma diminuição na
quantidade de esperma”.
Não se deve confundir orgasmo com ejaculação. A ejaculação é a
eliminação do líquidos das glândulas sexuais masculinas, enquanto
orgasmo é a emoção sexual mais prazeirosa que se pode atingir. É
normal uma diminuição da sensação de orgasmo, e isso deve ser
informado como algo comum. Porém, o desejo sexual e a fertilidade
não diminuem.
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pessoas de idade avançada também possam manter relações sexuais
não é culturalmente muito aceita, preferindo-se ignorar e fazer
desaparecer do imaginário coletivo a sexualidade da pessoa idosa.
Apesar desses tópicos culturais, a velhice conserva a necessidade
psicológica de uma atividade sexual continuada, não havendo pois,
idade na qual a atividade sexual, os pensamentos sobre sexo ou o
desejo acabem.
Devido ao desconhecimento e à pressão cultural, numerosas pessoas
de idade avançada, nas quais ainda é intenso o desejo sexual,
experimentam um sentimento de culpa e de vergonha, chegando a
crer-se anormais pelo simples ato de se perceberem com vontade do
prazer. Os idosos se distanciam e esquecem de seu próprio corpo e,
tanto quanto ou mais que na infância, a sociedade impõe que a
sexualidade deva ser totalmente ignorada na velhice (Limentani,
1995). Ainda existe o problema da literatura médica, repleta de
estudos sobre atividade sexual, considerar a sexualidade
exclusivamente calcada no coito, não compreendendo ou concebendo
outras atitudes, condutas e práticas igualmente prazerosas.
A atividade sexual nos idosos tem sido considerada inapropriada por
largos segmentos de nossa sociedade, desde a família até a mídia.
Alguns entendem a atividade sexual nos idosos até mesmo como
imoral ou bizarra. Nossa cultura aceita mal a existência de
sexualidade nos idosos, e quando eles apresentam qualquer
manifestação de interesse sexual, são freqüentemente discriminados.
De modo geral, não se considera correto falar disso, nem pleitear a
existência de problemas relacionados com a sexualidade do idoso.
Mas, na última década, alguma mudança com respeito à sexualidade
tem permitido um aumento do número de idosos que buscam
conselho e tratamento para suas eventuais disfunções sexuais
(Schiavi, 1995). Nos idosos a função sexual está comprometida, em
primeiro lugar, pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do
organismo produzidas pelo envelhecimento. São mudanças
fisiológicas que devemos distinguir das alterações patológicas na
atividade sexual causadas pelas diferentes doenças e/ou por seus
tratamentos. Os estudos médicos demonstram que a maior parte das
pessoas de idade avançada é perfeitamente capaz de ter relações
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Pr. Flávio Nunes.
Instituto Teológico Gamaliel
instgamaliel@gmail.com
www.institutogamaliel.com
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Entre as eventuais causas que concorrem para a diminuição da
sexualidade na idade madura, vários autores têm tido opiniões
divergentes, embora todos esses estudos tenham inegável
importância para um conhecimento mais global do problema.
Elaine Steinke, por exemplo, encontrou como um dos principais
fatores a influir negativamente na sexualidade do idoso, o importante
desconhecimento acerca da sexualidade na velhice, assim como
aspectos culturalmente proibitivos com respeito às relações sexuais
entre os idosos (Steinke, 1997).
Persom apurou que as variáveis mais importantes associadas com a
atividade sexual era o estado de saúde mental, seguido por uma
atitude positiva para com as relações sexuais e uma história de
relações mais freqüentes durante a juventude. Schiavi e Rehmam
mostram que a idade se correlaciona significativamente e de forma
negativa com o desejo sexual e com a atividade sexual, mas não com
o grau de satisfação obtido nas relações sexuais. Também realça a
importância do aumento das Disfunções Sexuais, fundamentalmente
alteração da ereção e da ejaculação, nas pessoas de idade avançada
em comparação com indivíduos mais jovens (Schiavi, 1995).
Delo (1998) extraiu importantes conclusões de seus estudos, entre
elas o fato da diminuição, tanto do interesse sexual como da
atividade sexual, com a idade ser maior nas mulheres que nos
homens (Schiavi, 1995). Em resumo, a literatura sugere, de modo
geral, haver uma diminuição na freqüência das atividades sexuais
com o avançar da idade, a qual afeta também o interesse sexual.
Sugere ainda que esse decréscimo sexual é mais contundente em
mulheres que em homens.
De qualquer modo, o mais importante é saber que existem
diferenças individuais significativas quanto à sexualidade, e entre tais
diferenças parecem influir alguns fatores, tais como as características
das relações sexuais na juventude, o estado de saúde, os
medicamentos administrados, a existência de alterações
psicopatológicas, assim como variáveis psicossociais, a existência de
parceiro(a) estável, a qualidade da relação, o funcionamento social e
o nível educacional. (Veja Consumo de Medicamentos em Idosos –
PsiqWeb)
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Mudanças biológicas com o envelhecimento
O envelhecimento fisiológico é uma chave importante para entender,
em parte, a diminuição da atividade sexual que se produz nesta
etapa da vida, mesmo que não seja possível explicar todas as
mudanças que ocorrem. Um erro freqüente é a confusão entre
envelhecimento e doença. Mesmo que o processo de envelhecimento
inclua a suscetibilidade às doenças, as mudanças fisiológicas
produzidas pelo envelhecer são universais, afetando a todos
indivíduos de todas as espécies animais, enquanto as doenças só
afetam um determinado grupo de indivíduos (Cruz, 1996).
É sempre importante sublinhar as grandes diferenças individuais aos
efeitos da idade na capacidade sexual. De um modo geral, é bom ter
em mente que, na ausência de doenças, apesar das mudanças
fisiológicas e anatômicas produzidas na idade avançada, tanto os
homens como as mulheres podem continuar desfrutando das relações
sexuais (Schiavi, 1995 - Richardsom, 1995).
Em geral, nas mulheres há menor preocupação pela função sexual e
mais pela perda estética do aspecto juvenil. Não é totalmente assim
nos homens, onde a preocupação excessiva pelas mudanças
fisiológicas da sexualidade do envelhecimento pode levar à aparição
de ansiedade. Nos homens idosos, o interesse ou desejo sexual se
mantém mais presentes que a própria atividade sexual, enquanto nas
mulheres existe um declive em ambos aspectos da sexualidade,
desejo e desempenho.
Mudanças na Mulher
Nos séculos passados, a medicina estimava que depois da
menopausa as mulheres experimentavam um declínio físico e
psicológico e, em 9 a cada 10 menopausadas, se diagnosticava a
existência de "irritabilidade nervosa". Os estudos atuais, entretanto,
não têm encontrado indícios sólidos de que a menopausa produza
diretamente alguma doença depressiva ou outros transtornos
psiquiátricos graves. (Veja Depressão na Menopausa em PsiqWeb)
Na prática, a menopausa pode ser um episódio de adaptação na vida
da mulher, e inclusive, para algumas delas, este é um período de
liberação, serenidade e estabilidade, desfrutando perfeitamente de
suas relações sexuais.
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Por outro lado, por si só, o envelhecimento não é um fator que
origine obrigatoriamente a diminuição de interesse sexual da mulher,
nem sua capacidade de resposta sexual. A mulher de idade avançada
pode manter seus padrões sexuais anteriores, até o final da vida ou
até que aparece uma doença suficientemente deteriorante que a
impeça.
Não obstante, o ciclo da resposta sexual da mulher pós-menopausa
leva consigo uma série de mudanças fisiológicas e anatômicas ao
nível do aparelho genital e de todo o organismo. Essas mudanças não
acontecem de forma súbita, nem se apresentam do mesmo modo em
todas as mulheres. Depois da menopausa, há uma diminuição severa
da produção de Estrógenos e Progestágenos causadores das
mudanças que se produzem no aparelho genital feminino:
Alterações do envelhecimento no aparelho genital feminino
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É importante ressaltar sempre que as mudanças anatômicas e
fisiológicas do envelhecimento ocorrem de forma universal mas, isso
não significa que terão a mesma relevância em todas as mulheres.
Existem variações individuais muito importantes.
Mudanças no Homem
A tipologia normal da deterioração das funções reprodutivas do
homem é muito diferente da que ocorre nas mulheres, já que não
existe um término claro e definido da fecundidade masculina. Embora
a produção de esperma vai decrescendo a partir dos 40 anos, esta
continua ativa até mais de 80 ou 90 anos. A produção de
testosterona também declina gradualmente dos 55 ou 60 anos.
As mudanças na fisiologia sexual masculina, portanto, não se
apresentam de forma súbita nem da mesma forma em todos os
indivíduos, mas, não ser conscientes desse processo fisiológico
poderá levar o idoso a apresentar sintomas de angustia antecipatória
sobre seu desempeno sexual. (Veja Depressão no Idoso – PsiqWeb).
Dentro das mudanças fisiológicas no homem senil se encontra:
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envelhecimento, como com as influências de atitudes e expectativas
impostas pelo modelo social, assim como com fatores psicológicos
próprios do idoso.
Muitos fatores psicossociais que influem no aparecimento de
problemas sexuais nos jovens também podem intervir nos idosos
(Schiavi, 1995). Existem numerosos problemas que impedem que o
idoso mantenha uma atividade sexual continuada.
O primeiro fator é a própria atitude do idoso diante das mudanças
fisiológicas normais do envelhecimento. Diz um ditado que
“envelhece-se como se viveu” e, de fato, o idoso terá tão maiores
problemas de adaptação à sua condição de vida, quanto mais
dificuldades de adaptação teve em tempos anteriores.
O progressivo aumento do período entre as ereções e a maior
dificuldade para consegui-las, pode produzir uma ansiedade
crescente no homem, e esta ansiedade prejudicará ainda mais sua
capacidade de resposta sexual. Completa-se um círculo vicioso
mantido pela ansiedade. O mesmo sucede com a dispareunia de
introdução nas mulheres devida à diminuição de estrógenos pós-
menopáusica. A dor na relação (dispareunia) provoca ansiedade
antecipatória com conseguinte aumento da dor, também formando
um círculo vicioso difícil de romper (Serna, 1996).
Nossa sociedade costuma medir a atividade sexual segundo o coito e,
como a freqüência com que este ocorre é menor na velhice, muitos
idosos optam, progressivamente, pela abstinência. Mas o coito não
esgota as possibilidades sexuais. O que ocorre é que grande número
de idosos se nega a modificar seus costumes e não aceitam variar a
atividade sexual. Além disso, muitas mulheres receberam um tipo de
educação, na qual se rejeitava a necessidade do prazer feminino,
resultando no acanhamento e escassez com que elas tomassem a
iniciativa da atividade sexual.
Diante de alguma doença crônica, mesmo que esta não afete
diretamente à capacidade sexual, o medo e a atitude negativa ante
os problemas da idade limitam mais ainda a atividade sexual tanto
dos homens como das mulheres. Outra limitação importante da
sexualidade, é a disponibilidade do(a) parceiro(a) e sua capacidade
para manter relações sexuais (Delo, 1998). Entre os idosos existe um
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desequilíbrio numérico a favor das mulheres, que representam dois
terços da população de sua idade com menor disponibilidade de
homens. Nesse caso, a ausência de atividade sexual se relaciona,
diretamente, com a não existência de um parceiro estável.
A sociedade, por sua vez, não contribui para que as pessoas idosas
possam manifestar livremente sua sexualidade, seja pelo
contundente negativismo cultural no que diz respeito ao sexo na
velhice, seja no reflexo de uma simples atitude de rejeição do
indivíduo pelo fato de ser idoso. Como a sexualidade no idoso não
pode ser associada à procriação, muitas vezes, até por questão
religiosa, há uma tendência a negá-la ou, ao menos, torna-la um
tema tabu. Com essas e mais aquelas, algumas pessoas de idade
avançada têm tomado para si o estereotipo cultural negativo da
pessoa anciã como um inválido assexuado.
Muitas vezes esse peso da cultura se faz sentir no próprio idoso, que
pode se negar a relacionar-se com outros companheiros de idade,
inibindo assim qualquer manifestação sexual. Outro feito que pode
ocorrer devido à pressão social, são os sentimentos de culpa no
indivíduo de idade avançada por experimentar desejos sexuais, o que
inibirá totalmente todos os aspectos de qualquer expressão sexual.
A prevalência elevada de transtornos psicopatológicos nos idosos,
como são a Depressão ou os Transtornos de Ansiedade (Veja
Depressão no Idoso – PsiqWeb) e a existência de estressores
freqüentes na velhice, como por exemplo a perda do cônjuge, o
prejuízo e deterioração do espaço social e do nível socioeconômico ou
a presença de problemas de saúde na família, contribuem também
para diversas dificuldades na atividade e interesse sexual (Kaiser,
1996). Uma fonte freqüente de dificuldades nas relações sexuais são
os problemas com o(a) parceiro(a), incluindo conflitos conjugais que
podem ser de longa duração, onde se destacam problemas de
comunicação mais antigos.
Disfunção sexual de causa orgânica no idoso
Como vimos, com a idade há uma diminuição progressiva da
atividade sexual no indivíduo são, causada pela intervenção das
mudanças fisiológicas normais devidas ao envelhecimento em inter-
relação com os fatores psicossociais. Por outro lado, também se
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produz um aumento da prevalência de disfunções sexuais devidas a
causas médicas, psicológicas e/ou como efeito secundário da
medicação administrada. Nessa situação pode ser difícil diferenciar as
mudanças normais relacionados com a idade dos sintomas devidos a
alguma patologia. Mas vejamos as alterações principais da
sexualidade masculina.
Disfunção Erétil
Qualquer sinal de impotência provoca grande preocupação nos
homens em geral e no idoso, em particular. Se esta alteração for
erroneamente tida como um caminho inexorável da senilidade, fará
com que o idoso não consulte os especialistas. Entretanto, depois dos
importantes avanços médicos com respeito à sexualidade na última
década, tem aumentado consideravelmente o número de idosos que
buscam ajuda especializada para o tratamento das disfunções
eréteis. (Veja Disfunção Erétil – PsiqWeb)
Mas, apesar das otimistas perspectivas e opções da medicina na área
da sexualidade, grande parte da população geral e, inclusive para
muitos profissionais da saúde, a sexualidade no idoso continua sendo
um tabu e uma atividade continuamente esmaecente. Na maioria dos
casos, os Transtornos da Ereção se devem a múltiplos fatores, sendo
o transtorno vascular o fator mais freqüente na velhice. As causas
orgânicas de Transtornos da Ereção incluem:
1. Transtornos vasculares: É a causa mais freqüente de
impotência e pode ser devido a alterações do sistema arterial,
Síndrome de Insuficiência Venosa e Síndrome de Raynaud, com
comprometimento sistêmico ou só localizado a nível genital.
2. Medicação: O processo do envelhecimento influi na distribuição
dos fármacos no organismo, em seu metabolismo e em sua excreção.
Este fato, juntamente com a possibilidade dos idosos estarem quase
sempre usando vários medicamentos, é o responsável por 25% das
Disfunções Eréteis nesta idade.
3. Medicamentos como os anti-hipertensivos, psicotrópicos como
ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos, diuréticos, digoxina,
estrógenos, andrógenos ou anticonvulsivantes, são utilizados muito
freqüentemente e podem produzir impotência.
4. Tóxicos: O álcool e o fumo podem ser causa, junto a outros
fatores, de Disfunções Eréteis.
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5. Transtornos Metabólicos e Endócrinos: As alterações
endócrinas, tais como Transtornos Tireóideos, Síndrome de Cushing,
etc. são raros nos idosos. Entretanto, as doenças metabólicas como a
Diabetes são freqüentes, e tanto nos homens como nas mulheres
pode produzir disfunções sexuais. No homem é freqüente que
produza não só alteração na ereção, mas também na libido.
6. Transtornos Neurológicos: Neuropatias, Acidente Cérebro-
vascular, Epilepsia Temporal, Esclerose Múltipla, são algumas
doenças neurológicas que podem cursar com alterações da ereção no
homem.
7. Enfermidades Sistêmicas: Qualquer doença que produza
debilidade, febre ou dor, produzirá alterações inespecíficas na função
sexual. A Insuficiência Renal, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC), Insuficiência Cardíaca, Cirrose, Câncer, são patologias
bastante freqüentes nos idosos e capazes de afetar todo organismo,
conseqüentemente também resultarão em alterações sexuais. Outras
doenças, como a Artrose ou a Artrite Reumatóide podem afetar a
atividade sexual porque provocam dificuldades de posturas ou
movimentos (Kaiser, 1996).
Disfunção Sexual na Mulher
Tem sido raro que as mulheres de idade avançada, principalmente
quando são influenciadas pela educação recebida, que consultem
especialistas neste tipo de problemas. É necessário que os
profissionais da saúde tenham presente a possível existência dessas
alterações e interroguem suas pacientes a respeito porque,
freqüentemente, são questões que passam inadvertidas na entrevista
médica. Nenhum clínico, ginecologista ou geriatra deve ignorar que a
sexualidade é parte importante da existência humana e que seja
capaz de melhorar consideravelmente a qualidade de vida.
A Dispareunia, ou coito doloroso, é o sintoma mais freqüente nas
disfunções sexuais da mulher. Mesmo que a causa mais freqüente
desse quadro seja a diminuição fisiológica da produção de Estrógenos
devido à menopausa, há outros transtornos sistêmicos que podem
ser origem desta alteração (Kaiser, 1996). A atrofia vaginal pós-
menopáusica, com diminuição da lubrificação da mucosa, converte à
vagina num órgão mais susceptível às lesões e infecções (Kaiser,
1996).
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Qualquer doença sistêmica, como ocorre no homem, que produza
debilidade, repercutirá na atividade sexual de maneira inespecífica.
Outra queixa feminina importante é a diminuição ou perda do desejo
sexual, a qual parece estar associada à diminuição da produção de
andrógenos que ocorre depois da menopausa.
A presença de incontinência urinária, que é um transtorno muito
freqüente em mulheres idosas, inibe o desejo e a resposta sexual.
Em 46% das mulheres que apresentam incontinência urinária este
problema pode alterar a atividade sexual (Kaiser, 1996).
A histerectomia, que é a intervenção cirúrgica mais freqüente na
mulher com mais de 50 anos, pode supor o surgimento de problemas
nas relações sexuais. Nesse caso trata-se de uma representação
psicológica de perda da feminilidade ou de um Transtorno Depressivo
concomitante.
Disfunção sexual de origem psíquica no idoso
A causa mais freqüente de disfunção sexual de origem psíquica é a
depressão. Esta pode ser responsável por 10% dos casos de
impotência no idoso (Kaiser, 1996). Como se tem visto, os
medicamentos que se utilizam no tratamento desses transtornos
podem contribuir para piorar a disfunção sexual, sobretudo aquelas
substâncias que têm efeitos anticolinérgicos, responsáveis pela
Disfunção Erétil no homem e diminuição da libido na mulher. (Veja
Depressão no Idoso – PsiqWeb)
Outra patologia psíquica que pode resultar em alterações na função
sexual é o Transtorno de Ansiedade, em qualquer de suas formas
(Generalizada, Pânico, Fobia...). É também muito freqüente, no
homem, a ansiedade antecipatória a respeito de sua possível
resposta sexual insuficiente para satisfazer sua companheira. Esse
tipo de sentimento o leva a apresentar problemas de potência sexual
de caráter psíquico com uma freqüência assustadora.
Em algumas circunstâncias são outros transtornos orgânicos que
provocam a disfunção sexual, mas não por efeito direto desses
transtornos sobre o aparelho sexual. Trata-se da diminuição ou
anulação da atividade sexual por medo do agravamento das doenças
orgânicas, como por exemplo, da angina, do infarto, da falta de ar,
etc.
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Nos homens observamos ainda a ocorrência de impotência depois da
cirurgia da próstata em 4 a 12 % dos pacientes. Fora dessa
porcentagem, os homens submetidos a esta intervenção, podem
desenvolver uma causa psíquica para sua impotência.
Homossexualismo no idoso
Essa situação é complicada por sua própria natureza, tendo em vista
que:
• A sexualidade dos idosos heterossexuais já não é bem aceita
pela sociedade,
• A sexualidade dos homossexuais também não é bem aceita
pela sociedade,
• Pior situação é a que se apresenta para os idosos
homossexuais.
Os escassos estudos realizados nesta população mostram que o
processo de envelhecimento produz as mesmas mudanças sexuais
nos homossexuais que no idoso heterossexual. Suas relações e
problemas físicos não diferem muito dos que se encontram nos
heterossexuais de idade avançada (Lewis, 1998).
As relações de longa duração são freqüentes, mesmo que muitos dos
homossexuais idosos não revelem publicamente sua preferência
sexual. Entretanto, os estudos mostram que nos idosos
homossexuais se atenua o medo a serem descobertos. Uma possível
explicação seria que o medo anterior estivesse ligado à perda da
segurança ocupacional e social, temores que tendem a desaparecer
com a aposentadoria ou estabilidade econômica.
Conclusões
A crença de que a idade e o declinar da atividade sexual estão
inexoravelmente unidos tem feito com que não se preste atenção
suficiente a uma das atividades que mais contribuem para a
qualidade de vida nos idosos, como é a sexualidade. Entretanto, os
estudos médicos demonstram que a maioria das pessoas de idade
avançada é capaz de ter relações e de sentir prazer em toda a gama
das atividades a que se entregam as pessoas mais jovens.
Uma revisão da literatura sugere que há uma diminuição gradual na
freqüência das condutas sexuais, com diminuição do interesse sexual
e um aumento das Disfunções Sexuais com a idade.
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Nos idosos, a função sexual é comprometida, em primeiro lugar,
pelas mudanças fisiológicas e anatômicas que o envelhecimento
produz no organismo são. Mas é um erro grosseiro e freqüente a
confusão que se faz entre envelhecimento e doença.
As características psicológicas, sociais e culturais influem de maneira
decisiva na função sexual. Na velhice, o interesse ou desejo sexual
nos homens se mantém melhor que a atividade sexual, enquanto nas
mulheres, existe um declínio em ambos aspectos da sexualidade.
Existem importantes variações individuais na sexualidade durante o
envelhecimento, o que indica que as mudanças da atividade sexual
no idoso são fruto de múltiplos fatores. O aumento das Disfunções
Sexuais no idoso também se reconhece nos diversos estudos sobre o
tema. A Disfunção Sexual pode ser devida a causas médicas,
psicológicas e/ou, como efeito secundário da medicação
administrada, onde os fatores psicológicos desempenham um papel
muito importante.
Na última década tem se verificado uma importante mudança com
respeito à sexualidade, o que tem permitido um aumenta
considerável no número de idosos que buscam ajuda para o
tratamento das Disfunções Eréteis. Apesar disso, todavia, para
grande parte da população e para muitos profissionais da saúde, a
sexualidade no idoso continua sendo um tema bizarro e esquecido.
É necessário que os profissionais médicos tenham presente a
possível existência de alterações sexuais e interroguem efetivamente
seus pacientes a respeito disso, porque freqüentemente são questões
que passam inadvertidas. A sexualidade é uma parte importante da
existência humana, em qualquer etapa da vida.
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En: Serna I. Psicogeriatría. Madrid: Jarpyo Editores; 1996.
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específicos para ajudar numa conscientização da necessidade de
exercícios pelos idosos?
6.- Qual é aproximadamente a incidência de idosos com depressão
entre os brasileiros? – Como a Igreja poderia ajudar a diminuir estes
índices?
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21.- Descreva as mudanças biológicas que acontecem com a idade e
que muitas vezes não são bem vindas pelo próprio idoso.
23.- Como conselheiro (a) qual seria a orientação a ser dad a quem
está com “pânico da aposentadoria”.
24.- Todo idoso (ou pelo menos a maioria deles) é conhecido por ser
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