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INTELIGÊNCIA

Profª Msc. Jordanna Parreira


Inteligência
A inteligência no mundo da psicologia, é a capacidade de compreender o
mundo, pensar racionalmente e usar os recursos de maneira eficaz diante das
dificuldades.

Essa definição não encerra uma questão-chave formulada pelos psicólogos:

 A inteligência é um atributo unitário ou existem diferentes tipos de


inteligência?

Feldman, Robert S.. Introdução à psicologia (p. 267). Edição do Kindle.

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O que sabemos
sobre esses
temas?

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Profª Msc. Jordanna Parreira https://www.youtube.com/watch?v=j5vUOkdurCA&t=40s
A inteligência pode ser definida de uma forma
muito geral como a capacidade que, através
diversas competências, nos permite uma
adaptação bem sucedida ao meio.

A"Inteligência"implica"várias"competências:"
• Resolver problemas práticos e abstratos;
• Aprender com a experiência;
• Adaptação a novas situações;
• Entre outras.
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A inteligência é uma única habilidade geral ou é
multifacetada e relacionada a habilidades
específicas?

Os primeiros psicólogos interessados em


inteligência supuseram que havia um único fator
geral para a capacidade mental, que chamaram de
g ou fator-g.

Feldman, Robert S.. Introdução à psicologia (p. 267). Edição do Kindle.

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Perspectiva de Spearman (1863 – 1945)

A inteligência como
capacidade Geral (o
Fator G)

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Perspectiva de Spearman (1863 – 1945)
Spearman recorreu a testes de inteligência e a cálculos matemáticos de correlação
(análise estatística que ele próprio criou) para fundamentar a sua teoria.

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Perspectiva de Thurstone
Concepção Multifatorial da Inteligência

Aplicando o método fatorial com uma maior variedade de subtestes, Thurstone


detectou diferenças de desempenho que o levaram a desvalorizar o fator G e a
destacar a existência de 7 capacidades ou aptidões mentais básicas. Segundo esta
teoria, seria possível uma pessoa obter resultados elevados numa área e obter baixo
rendimento em outras.

Thurstone criticou os testes de inteligência destinados a apurar o QI (quociente de


inteligência). A escala do QI depende excessivamente da sobrevalorização do fator G.
Propôs a substituição da escala de QI por um perfil das capacidades intelectuais que
mostrasse os níveis atingidos pelos sujeitos em cada uma das sete capacidades
básicas.
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Perspectiva de Thurstone

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Conceituando Inteligência
TEORIAS:
1- Psicométricas
2- Desenvolvimentistas
3- Socioculturais
4- Cognitivista

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Psicométricas
• Inteligência única, inata e logicamente mensurável.
Autores: Galton, Simon e Binet

• Inteligência inclui múltiplos fatores que também podem ser


avaliados com instrumentos de mensuração.
Autores: Spearman, Guilford e Trurstone

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Abordagem psicométrica da inteligência
Foi exposto anteriormente a compreensão da inteligência ao longo
da história e desenvolvimento científico se dividiu em duas
grandes abordagens na psicologia:
• Psicologia Diferencial (Psicométrica) e a
• Abordagem dinâmica (Cognitiva).

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Histórico da abordagem da psicométrica da inteligência:
psicologia diferencial e precursores da abordagem
psicométrica
A psicologia diferencial tem como sua base a tradição positivista. Segundo Bock
(1999) a visão positivista tem como objetivo estudar os fatos observáveis e
mensuráveis, ou seja, essa visão torna a inteligência mensurável, ou melhor, torna a
inteligência visível por meio dos comportamentos humanos, que são a manifestação
da capacidade cognitiva da pessoa. Portanto, nessa abordagem, a inteligência é um
conjunto de habilidades e, assim, capaz de ser medida por meio dos testes
psicológicos de inteligência.

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Sobre a origem da psicometria, há alguns fatores que influenciaram na construção
dos testes psicológicos. Segundo Anastasi (apud VIANA; NACIMENTO, 1999) os
testes, portanto, são resultado da necessidade em saber o diagnóstico dos pacientes
atendidos tendo como objetivo escolher o melhor tratamento para a pessoa atendida.

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Nesse período, os psicólogos buscavam a uniformidade, as descrições generalizadas
do comportamento humano; contudo, nesse momento os psicólogos experimentais
em seus laboratórios com os estudos sobre os “[...] estímulos sensoriais, dentro do
rigor do método científico, influenciaram a natureza dos primeiros testes
psicológicos, que são caracterizados por testes sensoriais. A preocupação com
condições padronizadas de observação, como a instrução e o ambiente, é mantida
pelos testes até hoje”. (VIANA; NASCIMENTO, 1999, p. 96-97)

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A origem dos testes psicológicos aconteceu no século XIX, no qual os psicólogos se
preocupavam em obter informações corretas a respeito dos quadros apresentados
pelos seus pacientes e, consequentemente, escolher o melhor tratamento. No
laboratório de psicologia, eram feitas pesquisas que culminaram na elaboração dos
testes psicológicos sensoriais.

Nesse período, alguns nomes ficaram marcados na história da psicologia, pela


construção dos testes psicológicos e contribuição à elaboração dos testes e pelo
conceito de inteligência na qual trabalhavam.

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Desenvolvimentista:
• Processo de adaptação na busca do equilíbrio e se
desenvolve em estágios.
Autor: Jean Piaget

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Socioculturais
• Contribuições sobre a formação e desenvolvimento dos
processos psíquicos superiores e o conceito de Zona de
Desenvolvimento Real e Proximal.
Autor:Vigotisky

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Cognitivistas
Abrange diversas inteligências, ou diversos
componentes. Assim como a teoria
desenvolvimentista, a cognitivista, tem o foco na
compreensão das capacidades humanas,
considerando os mecanismos mentais básicos e
subjacentes do comportamento inteligente.

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Autores

Interpretações
Inteligência
Culturas

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Período Histórico
UNIDIMENSIONAL
• Avaliações Psicométricas ( QI )
• Aptidões cognitivas
• Características internas e abstratas da mente
• Hereditária

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MULTIDIMENSIONA
L Conceito mais abrangente e flexível da inteligência
somada as características do meio social.

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INTELIGÊNCIA FLUIDA E CRISTALIZADA
A inteligência fluida é a capacidade de raciocinar de maneira abstrata. Ela reflete capacidades
de processamento de informação e raciocínio. Se nos pedissem para resolver uma analogia ou
agrupar uma série de letras de acordo com algum princípio, estaríamos usando a inteligência
fluida. Nós a utilizamos quando estamos tentando resolver rapidamente um quebra-cabeças
(Kane & Engle, 2002; Saggino, Perfetti, & Spitoni, 2006; Di Fabio & Palazzeschi, 2009).

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INTELIGÊNCIA FLUIDA E CRISTALIZADA
A inteligência cristalizada é o acúmulo de informações, habilidades e estratégias que
as pessoas adquiriram por meio da experiência. Ela reflete nossa capacidade de evocar
informações da memória de longo prazo. Em contraste com a inteligência fluida, que
reflete um tipo mais geral de inteligência, a inteligência cristalizada é mais um reflexo
da cultura em que uma pessoa é criada.

As diferenças entre inteligência fluida e inteligência cristalizada torna-se


especialmente evidente ao final da idade adulta, quando as pessoas apresentam
declínios na inteligência fluida, mas não na inteligência cristalizada (Buehner, Krumm,
& Ziegler, 2006; Tranter & Koutstaal, 2008; Ackerman, 2011).

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Para Gardner a inteligência é um potencial biológico e
psicológico que se realiza, de acordo com os estímulos,
oportunidades e motivações que o meio ambiente proporciona.

Para Gama (2006) habilidade para resolver problemas ou criar


produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes
culturais.

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Capacidade que permite aos indivíduos um desenvolvimento (maior
ou menor) em qualquer área da atuação humana.

Desempenho precoce em uma área, esta na média em outra ou


mesmo abaixo da média em outra área.

Muitas capacidades desenvolvem porque são valorizadas pela


cultura.

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INTELIGÊNCIAS MULTIPLA DE
GARDNER
Os estudos de Gardner não se baseiam em testes de inteligência. Pelo contrário,
Gardner estuda sujeitos com características especiais: por exemplo, crianças
talentosas em raciocínio matemático, mas com dificuldades de aprendizagem da
linguagem.

A diferença relativamente a Thurstone tem a ver com o fato de não se basear na


análise fatorial (o que implicaria a utilização de testes psicométricos) e
sobretudo com o facto de defender que as inteligências múltiplas são tipos de
intelecto separados.

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INTELIGÊNCIA PRÁTICA E
Robert Sternberg
EMOCIONAL
Segundo Sternberg, trata-se da inteligência relacionada
ao sucesso geral no viver.

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TEORIA TRIÁRQUICA DA INTELIGÊNCIA
Robert Sternberg

Sternberg caracteriza a inteligência


como uma capacidade composta por
habilidades analítico-abstratas,
práticas e criativas que nos ajudam a
resolver vários problemas.

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TEORIA
Robert Sternberg
TRIÁRQUICA DA
INTELIGÊNCIA
 Inteligência componencial
Sternberg caracteriza a inteligência como uma capacidade composta por habilidades analítico-
abstratas, práticas e criativas que nos ajudam a resolver vários problemas.

É uma inteligência de tipo analítico.


Os elementos integrantes da inteligência componencial incluem a capacidade de adquirir, reter,
recuperar e transferir informações, de planear ações e tomar decisões, de resolver problemas
abstratos e concretos, baseando-se no
raciocínio lógico e analítico e de transformar ideias em desempenhos.

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TEORIA
Robert Sternberg
TRIÁRQUICA DA
INTELIGÊNCIA
Inteligência Experimental
Designa a nossa capacidade para resolver novos problemas rapidamente. Refere-se aquilo a que
também se chama perícia.
As pessoas que são capazes de reconhecer os aspectos centrais de um problema com o qual se
confrontam pela primeira vez têm intuição.

Se encontram soluções originais e apropriadas revelam criatividade.

Encontrar soluções para problemas novos – pensamento divergente;

Resolver problemas de modo rápido e eficiente – pensamento convergente.

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TEORIA
Robert Sternberg
TRIÁRQUICA DA
INTELIGÊNCIA
Inteligência Contextual
Designa a capacidade de adaptação ao contexto sociocultural, às circunstâncias em que os
indivíduos vivem.

É o tipo de inteligência próprio das pessoas com uma assinalável dose de senso comum e que
sabem funcionar adequadamente no interior do seu meio habitual.

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TEORIA
Robert Sternberg
TRIÁRQUICA DA
INTELIGÊNCIA
Interação das Dimensões
Para Sternberg, uma compreensão adequada da inteligência implica a interação destas três
dimensões.

Sternberg não partilha da ideia de Gardner segundo a qual há várias inteligências separadas umas
das outras.

Para Sternberg, algumas das inteligências de Gardner são meramente talentos que as
pessoas possuem de forma diferenciada.

Considera que se deve dar importância aos tipos de inteligência que não variam ou variam pouco
em diferentes culturas
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TEORIA TRIÁRQUICA DA
Robert Sternberg
INTELIGÊNCIA
Além da inteligência prática, Sternberg argumenta que existem dois outros tipos inter-relacionados
de inteligência associados ao sucesso na vida: analítica e criativa.

A inteligência analítica concentra-se nos tipos abstratos, mas tradicionais, de problemas medidos
em testes de QI, ao passo que a inteligência criativa envolve a geração de novos produtos e ideias
(Benderly, 2004; Sternberg, Kaufman, & Pretz, 2004; Sternberg, Grigorenko, & Kidd, 2005).

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Além da inteligência prática, Sternberg argumenta que existem dois outros tipos inter-
relacionados de inteligência associados ao sucesso na vida: analítica e criativa.

A inteligência analítica concentra-se nos tipos abstratos, mas tradicionais, de problemas


medidos em testes de QI, ao passo que a inteligência criativa envolve a geração de
novos produtos e ideias (Benderly, 2004; Sternberg, Kaufman, & Pretz, 2004; Sternberg,
Grigorenko, & Kidd, 2005).

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Alguns psicólogos ampliam o conceito de inteligência ainda mais além do domínio
intelectual para incluir as emoções. Inteligência emocional é um conjunto de habilidades
subjacentes a precisas estimativa, avaliação, expressão e regulação das emoções (Mayer,
Salovey, & Caruso, 2004; Humphrey, Curran, & Morris, 2007; Mayer, Salovey, & Caruso,
2008).

Inteligência emocional é a base da empatia pelos outros, da autoconsciência e das


habilidades sociais. Ela abrange a capacidade de se relacionar bem com os demais. Ela nos
fornece uma compreensão do que outras pessoas estão sentindo e experimentando, o que
nos possibilita responder adequadamente às necessidades dos outros. Essas habilidades
podem ajudar a explicar por que as pessoas com pontuações apenas modestas em testes de
inteligência tradicionais são bem-sucedidas: a base de seu sucesso pode ser uma inteligência
emocional elevada, o que lhes garante responder apropriada e rapidamente aos sentimentos
dos outros.

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NOVAS PERSPECTIVAS TEÓRICAS:
INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE

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Atualmente, temos visto mudanças significativas no entendimento da inteligência e de um
dos aspectos que a compõe a criatividade. O aumento nos estudos da
inteligência/criatividade deve-se às transformações na sociedade do conhecimento e, no
perfil dos profissionais de todas as áreas do saber.

“O futuro será caracterizado cada vez mais pela mudança, rapidez e imprevisibilidade.
Resolver problemas de forma apenas lógica será então insuficiente face aos novos desafios,
sendo as competências criativas de resolução de problemas necessárias à inovação exigida.
Estas competências são mesmo encaradas como necessidade de quase sobrevivência futura.
(STARKO, 2010 apud MORAIS,2020, p. 3)”

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No futuro, serão solicitadas cada vez mais a inteligência e a criatividade, com relação à
capacidade de resolver problemas. Isso porque, para alguns teóricos, a criatividade faz parte
da inteligência, e, portanto, está relacionada com inteligência-resolução de problemas-
criatividade. Entretanto, não é conclusivo nos estudos a respeito da relação entre
inteligência e criatividade.

Tais habilidades são consideradas as “habilidades do século XXI”, devido às demandas para
as resoluções dos problemas que surgem na vida das pessoas, seja profissional ou pessoal.
Analisaremos, agora, algumas maneiras de compreender a relação entre inteligência e a
criatividade, porém, frisamos novamente, algumas abordagens ainda estão sendo
construídas.

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PERSPECTIVA DA INTELIGÊNCIA E DA
Hoje há uma grande variedade de estudos que promovem a atualização no entendimento da
CRIATIVIDADE
inteligência e da criatividade nas diferentes abordagens que estudam tais construtos. A base
de entendimento está nas pesquisas realizadas nas abordagens psicométrica e cognitiva, pois
elas permitiram que houvesse o surgimento de discussões sobre o que é inteligência e, a
criatividade.

Os temais tornam-se urgentes para que se tenha uma nova forma de entender a inteligência e
se existe relação com a criatividade. Essa compreensão tornará o desenvolvimento de
instrumentos psicológicos que permitam avaliar com maior validade e fidedignidade tais
construtos, bem como criar estratégias que conduzam os alunos desde o ensino básico até a
pós-graduação desenvolverem a criatividade na resolução de problemas na área profissional,
pessoal e lazer.

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Inteligência e a criatividade: novos desafios na ciência e na educação
o final do século XX, observaram-se grandes transformações que reorganizaram o modo de
produção e, por conseguinte, mudaram o funcionamento da sociedade e promoveram novas
demandas nas capacidades e habilidades das pessoas sejam no aspecto pessoal, profissional
ou de lazer. Nesse contexto, as pessoas tiveram de desenvolver a capacidade de se
adaptarem às novas realidades.

As novas capacidades estão relacionadas com a inteligência e a criatividade, esses dois


construtos já vinham sendo estudados pelos teóricos das abordagens da psicometria e
cognitiva. Porém, ocorreu a intensificação do contexto de mudança, e os psicólogos
buscaram ampliar os conhecimentos dessas duas capacidades que são tão necessárias para a
adaptação do homem à sua realidade. Isso, portanto, envolve conhecer a si mesmo e ao seu
meio ambiente, para ter respostas inéditas para problemas já existentes e os que surgem nas
mudanças.

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As mudanças sempre foram desafiadoras para a espécie humana, pois, para sobreviver às
intempéries da natureza, foi necessário criar ferramentas que conduzissem o homem à
resolução dos problemas que surgissem no seu caminho. Entretanto, a partir do século XX a
velocidade e frequência das solicitações para se responder de forma criativa trouxeram o
fortalecimento de pesquisas que produzissem novos conhecimentos sobre a inteligência e a
criatividade.

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