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Psic12 (Cad_Aluno2)_Apresentação 1 10/03/15 09:59 Página 57

Temas Opcionais
A INTELIGÊNCIA

Marilyn Mach foi a pessoa que, até hoje, obteve o resultado mais alto no teste de
inteligência de Stanford-Binet. Aos 10 anos obteve um QI de 230. Cerca de 30 pontos
mais do que o rival mais próximo. Note-se que uma pessoa com um QI de 116 pertence
à classe dos 16% mais dotados de toda uma população. Descende do filósofo e físico
austríaco Ernst Mach. Frequentou alguns cursos superiores, mas não tem nenhum
título académico. É uma escritora criativa, publicou cerca de 12 livros e 3 peças. Vive
com o seu marido em Nova Iorque, onde escreve uma coluna num jornal, dá confe-
rências sobre a inteligência e interessa-se muito por outras atividades.
Consideremos agora o Dr. Robert Jarvick, o famoso inventor do coração artificial
Jarvick. Combinando conhecimento médico e génio mecânico, produziu o primeiro
coração artificial eficaz. Mas o seu percurso não foi fácil. Nos testes de inteligência e de
admissão às escolas de Medicina dos Estados Unidos, obteve baixas pontuações. For-
mou-se em Itália. Regressou aos Estados Unidos para a prática médica e construiu o
mecanismo que mantém vivos muitos doentes do coração, enquanto aguardam que
um transplante possa ser feito. O Dr. Jarvick, se o quiser, poderá aprender a pontuar
mais nos testes de inteligência. A sua mulher, Marilyn Mach, pode muito bem ensiná-lo.

Esta história fala-nos de duas pessoas bem dotadas de inteligência. A execução, por Jarvick, de
um coração artificial exigiu habilidade mecânica, mas não podemos reduzir o seu ato a uma manifes-
tação de inteligência prática: não há dúvida de que a elevada complexidade de tal engenho exige o uso
eficaz de muitas noções científicas, abstratas, e elaboração de cálculos próprios de uma inteligência
concetual bem dotada. No entanto, é evidente que as capacidades de realização da inteligência con-
cetual de Jarvick e da esposa se concretizam de maneira muito diferente, sugerindo que outras dis-
tinções devem ser feitas.
A inteligência é um processo de adaptação às situações do meio. A definição que apresentamos
é bastante geral – a inteligência como processo de adaptação às situações do meio – e, embora ampla-
mente aceite, deve ser especificada. O que subjaz a este processo, ou melhor, o que implica ele?
Várias capacidades tais como: resolver problemas práticos e abstratos (em ambos os casos, em maior
ou menor grau, é solicitada a capacidade de raciocínio abstrato); aprender com a experiência; adap-
tação a situações relativamente novas.
Podemos agora tentar uma definição mais concreta: a inteligência será a capacidade que, mediante
a resolução de problemas práticos e abstratos, nos permite aprender com a experiência e efetuar uma
adaptação bem-sucedida ao meio, enfrentando de modo eficaz os desafios que este apresenta.
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Temos uma inteligência ou várias inteligências?

A inteligência é uma capacidade global? Ou há múltiplas espécies de inteligência que não se


deixam reduzir a uma capacidade comum? Há várias inteligências separadas umas das outras de
modo que a fraca competência nas áreas linguística e matemática não impede que possamos ser
considerados inteligentes?

Charles Spearman: a inteligência como capacidade geral (o fator G)


É habitual citar Spearman (1863-1945) como tendo sido o primeiro a procurar responder
àquelas questões por meios científicos. Apresentou uma resposta baseada em testes, desencadeando
assim a investigação propriamente científica do problema da composição da inteligência.
Há duas ideias centrais no pensamento de Spearman:
• A inteligência é uma capacidade unitária subjacente a todas as nossas capacidades in-
telectuais;
• Uma pessoa tende a manifestar o mesmo grau de inteligência em diferentes áreas.

Esta teoria não diz, claro, que as pessoas manifestam o mesmo grau de sucesso em todas as
áreas ou em todas as suas atividades. Não podemos esquecer que outros importantes fatores –
treino, motivação… – explicarão os diferentes graus de sucesso obtidos, na mesma tarefa, por pessoas
que supostamente tenham o mesmo grau de inteligência. Os testes deverão ser capazes de abstrair
desses outros fatores.
A inteligência, de acordo com Spearman é uma capacidade global semelhante em todas as
pessoas e que, de pessoa para pessoa, só difere em grau. Essa capacidade unitária é o fator G (de
geral). Na sua teoria da inteligência, Spearman também incluiu a existência de fatores S (fatores
mais específicos), mas deu-lhes pouca relevância.

Como defendeu Spearman a sua teoria? Mediante uma abordagem psicométrica.


Considerou que um teste de inteligência deveria ser composto por vários subtestes, incidindo
em áreas ou competências diferentes. Desse modo, o teste seria capaz de detetar o desempenho da
inteligência em atos que reclamassem operações distintas. Para o estudo dos resultados dos testes,
Spearman recorreu à análise fatorial, uma técnica estatística que permite detetar correlações entre
os resultados de diferentes testes.
Spearman verificou que as pessoas mais bem-sucedidas num subteste obtinham, em regra,
bons resultados em outros subtestes. Nesta base, Spearman concluiu que os subtestes dariam conta
de algo comum: a capacidade geral (o fator G) que estaria envolvida em todas as diferentes operações
requeridas por todos os subtestes.
No entanto, a correlação entre os subtestes não era perfeita. Spearman explicou as ilações
pela intervenção de fatores S (fatores específicos), os quais, porém, seriam muito menos influentes
nos resultados finais.

L. L.Thurstone: a teoria ou conceção multifatorial da inteligência


Dez anos depois de Spearman ter publicado os seus resultados, Thurstone (1887-1955)
desvalorizou amplamente a hipótese de um fator G.
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Aplicando o método fatorial com uma maior variedade de subtestes, Thurstone detetou dife-
renças de desempenho que o levaram a desvalorizar o fator G e a destacar a existência de sete capa-
cidades ou aptidões mentais básicas. À luz desta teoria, pode defender-se que a pessoa pode atingir
resultados elevados numa área que exija um maior desempenho de uma das aptidões mentais básicas
(como a aptidão numérica) e obter baixo rendimento noutras (como a rapidez de perceção).
De acordo com a sua teoria, Thurstone criticou os testes de inteligência destinados a apurar o
QI (quociente de inteligência). A escala do QI em uso, critica Thurstone, depende da sobrevalorização
do fator G. Propôs a substituição da escala de QI por um perfil das capacidades intelectuais que
mostrasse os níveis atingidos pelos sujeitos em cada uma das sete capacidades básicas.

Aptidões mentais primárias Exemplos

Identifica sinónimos;
Compreensão verbal
compreende, pelo contexto, o significado de palavras desconhecidas.

Fala e escreve de forma clara e bem articulada;


Fluência verbal
domina a linguagem oral e escrita.

Aptidão numérica Capacidade para efetuar cálculos numéricos.

Identifica figuras geométricas de diferentes perspetivas;


Relações espaciais
calcula intuitivamente dimensões e distâncias.

Memória Recorda nomes em contextos apropriados.

Raciocínio Deduz, induz e estabelece analogias apropriadas.

Rapidez de perceção Identifica semelhanças e diferenças entre objetos.

Howard Gardner: a teoria das inteligências múltiplas


Howard Gardner sugeriu que a inteligência era mais vasta do que as aptidões verbais e mate-
máticas medidas pelos testes de inteligência tradicionais (testes psicométricos). Preferiu o estudo
de casos de indivíduos especiais à abordagem psicométrica da inteligência. Um grupo de indivíduos
raros que atraiu a sua atenção foi o dos denominados «idiotas sábios». Estes indivíduos nascem com
uma condição que retarda o seu desenvolvimento em muitos campos intelectuais, mas – sem treino
especial – manifestam aptidões superiores numa área como o cálculo mental ou a aptidão artística.
São casos importantes porque uma aptidão excecional numa dada área coexiste com um QI baixo.
Têm uma baixa inteligência geral, mas uma elevada competência numa particular atividade intelec-
tual. Tais casos deitam por terra o fator G enquanto capacidade geral que subjaz a todas as nossas
capacidades intelectuais específicas.
Baseado em evidências como estas e em casos de crianças talentosas em raciocínio lógico, mas
com dificuldades de aprendizagem da linguagem, por exemplo, o psicólogo americano construiu a sua
teoria das inteligências múltiplas, cada uma das quais independente da outra. Esta teoria parece uma
reedição da conceção de Thurstone, mas, além de não se basear na análise fatorial (que suporia a
utilização de testes psicométricos), sustenta que as inteligências múltiplas são tipos de intelecto
separados. Segundo alguns intérpretes da teoria das inteligências múltiplas, esta sugere que cada inteli-
gência separada pode eventualmente ser encontrada em áreas distintas (módulos) do cérebro. Este teria
evoluído formando tais módulos neuronais para se adaptar a um meio complexo e multifacetado.
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Embora já tenha enumerado nove tipos de inteligência, habitualmente são apresentadas os


sete seguintes:

As inteligências múltiplas segundo Gardner

1 1 Inteligência lógico-matemática – Competência em matérias de natureza lógico-abstrata, em estabe-


lecer relações entre objetos e abstrações, dominando os princípios nos quais elas se baseiam. Matemá-
ticos, filósofos e cientistas em geral ilustram este tipo de inteligência: Albert Einstein, Galileu, Newton, Carl
Fredrich Gauss, Stephen Hawking, Leibniz, Descartes, Platão, etc.
2 2 Inteligência espacial – Aptidão para a perceção precisa do mundo visível, para modificar e transformar
as perceções, recriando as experiências visuais mesmo sem o apoio de estímulos físicos. Utiliza-se cor-
rentemente quando decidimos mover-nos ou mover algo de um lugar para outro. Arquitetos, escultores, pin-
tores, cartógrafos, jogadores de xadrez, navegadores, representam este tipo de inteligência: Miguel Ângelo,
Picasso, Siza Vieira, Bobby Fischer, Gary Kasparov, Gustave Eiffel.
3 3 Inteligência musical – Competência em matéria de frequência, ritmo e timbre, na composição e execu-
ção de obras musicais, assim como também na sua audição. Estabelece ligações com a inteligência lin-
guística e espacial. Compositores, maestros, intérpretes, representam este tipo de inteligência: Beethoven,
Mozart, Wagner, Verdi, Pierre Boulez, Paul MacCartney, Placido Domingo, Jacques Brel, Carlos Paredes,
Leonard Bernstein, Herbert Von Karajan, Pedro Abrunhosa, MadreDeus.
4 4 Inteligência corporal-cinestésica – Competência no controlo e harmonização dos movimentos do corpo
e capacidade de orientação e manipulação de objetos. Bailarinos, atores, atletas, representam este tipo
de inteligência: Rudolf Nureyev, Michael Jordan, Maradona, Johann Cruyff, Sergey Bubka, Marcel Mar-
ceau, Al Pacino, Bette Davis, Cristiano Ronaldo, Messi.
5 5 Inteligência linguística – Domínio da linguagem e das palavras, capacidade de exploração das suas
múltiplas potencialidades. Leem e escrevem bem e também de forma criativa. Poetas, escritores e lin-
guistas são os seus representantes ilustres: Camões, Pessoa, Camilo Pessanha, Eça de Queiroz, Garrett,
Chomsky, Saramago, Miguel Sousa Tavares, Fernand Braudel.
6 6 Inteligência intrapessoal – Aptidão para se compreender a si mesmo, para se observar e analisar a si
próprio, descrevendo os seus estados de alma, determinando com precisão sentimentos e outras situa-
ções mentais. Psiquiatras e homens de religião. Freud é um bom exemplo deste tipo de inteligência.
7 Inteligência interpessoal – Capacidade de compreender, de se identificar com os outros e de comunicar
com eles. Inteligência presente nos políticos em geral e em pessoas pertencentes a diversas profissões.
7 Gandhi é um bom representante deste tipo de inteligência.

Além destas formas de inteligência, Gardner refere ainda a inteligência naturalista (reconhe-
cimento e classificação dos objetos naturais) e a existencial (compreensão das questões fun-
damentais da vida).

Sternberg e a teoria triárquica da inteligência


Imaginemos três pessoas. Joana obtém excelentes resultados em testes de inteligência, em
Matemática e em Física. João não tem bom desempenho nesses desafios, mas tem grande capacidade
criativa e artística. Miguel é um rapaz que só fez a escolaridade básica, mas tem uma grande capa-
cidade para lidar com situações problemáticas da vida corrente, como, por exemplo, organizar uma
festa bem-sucedida. Joana, dada a sua capacidade analítica e o poder do seu raciocínio abstrato,
representa aquilo a que Sternberg chama inteligência componencial. João, dada a sua criatividade,
intuição e talento artístico, representa a inteligência experiencial. Miguel, dada a sua esperteza, por
assim dizer, representa a inteligência contextual.

A inteligência componencial designa a nossa capacidade de, através da lógica e do raciocínio,


resolver problemas e avaliar estratégias para resolver problemas. É uma inteligência de tipo analítico.
Os elementos integrantes da inteligência componencial incluem a capacidade de adquirir, reter, recu-
perar e transferir informações, de planear ações e tomar decisões, de resolver problemas abstratos e
concretos baseando-se no raciocínio lógico e analítico e de transformar ideias em desempenhos.
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A inteligência experiencial designa a capacidade de resolver novos problemas


rapidamente, mas também é própria das pessoas dotadas neste aspeto de resolverem pro-
blemas familiares – é a chamada perícia – de uma forma automática de modo a libertar
a criatividade e a intuição para desafios que as exigem. As pessoas que são capazes de
reconhecer os aspetos centrais de um problema com o qual se confrontam pela primeira
vez têm intuição. Se tem soluções originais e apropriadas para resolver esses problemas,
revela criatividade. Sternberg, que, ao contrário de Gardner, não é frontalmente contra
os testes de QI, estima que estes deviam levar em conta a capacidade de encontrar Howard Gardner.
soluções para problemas novos – pensamento divergente – , mas também a de resolver
de modo rápido e automático – pensamento convergente – tarefas bem conhecidas.

A inteligência contextual designa a capacidade de adaptação ao contexto so-


ciocultural, às circunstâncias em que os indivíduos vivem. Sternberg afirma que é o tipo
de inteligência própria das pessoas com uma assinalável dose de senso comum e que
sabem funcionar adequadamente no interior do seu meio habitual. Um agricultor pode
prever o tempo mediante a perceção de mudanças no seu ambiente ou uma mulher que
vive em Londres é capaz de encontrar uma forma rápida de sair de um engarrafamento. Robert Sternberg.

Um estudante com inteligência orientada para problemas abstratos e analíticos poderia


numa escola «voltada para os desportos» propor-se fazer estatísticas sobre atividades como o bas-
quetebol e o futebol. Estas pessoas, exibindo diferentes habilidades, são exemplos de um tipo de inte-
ligência contextual: a inteligência prática.

TEORIA TRIÁRQUICA DA INTELIGÊNCIA


Uma teoria da inteligência proposta por Sternberg e que carateriza a inteligência como uma capacidade composta por
habilidades analítico-abstratas, práticas e criativas que nos ajudam a resolver diversos problemas.

Inteligência componencial Inteligência experiencial Inteligência contextual


A capacidade de pensar analítica e abs- A capacidade de formular novas ideias, A capacidade de adaptação a um meio
tratamente e de processar informação de combinar com rapidez factos e infor- cujas condições ambientais sofrem
de modo eficaz. mações aparentemente sem relação. mudanças e a capacidade de remodelar
o meio de acordo com os nossos inte-
resses de modo a maximizar os nossos
trunfos adaptativos e a minimizar as
nossas fraquezas.

Para Sternberg, uma compreensão adequada da inteligência implica a interação destas três
dimensões. Por exemplo, a inteligência criativa exige o trabalho em conjunto com as outras formas.
Ter boas ideias, frescas e interessantes não chega. É preciso saber pôr de parte ideias que não servem,
selecionar, exercendo o pensamento crítico e analítico. Há que pensar nas implicações e consequên-
cias de novas ideias e antecipar possíveis problemas porque nem todas as ideias novas são boas. É
também necessário ter capacidade para comunicar as novas ideias aos outros, «saber vendê-las»,
fazê-los acreditar nelas, o que exige inteligência prática, adaptada aos contextos sociais e culturais.
Sternberg não perfilha a ideia de que há várias inteligências separadas umas das outras como
Gardner. Para ele, algumas das inteligências de Gardner são meramente talentos que algumas pessoas
possuem. Dá importância aos tipos de inteligência que são importantes em muitas culturas. Não é
esse o caso da inteligência musical, mas será o caso das inteligências contextual e experiencial.
Psic12 (Cad_Aluno2)_Apresentação 1 25/05/15 09:45 Página 62

Cognição e emoção: a inteligência emocional segundo Daniel Goleman


Segundo Daniel Goleman, um conceito de inteligência baseado somente em ca-
pacidades cognitivas é demasiado redutor e limitado. Afirma que mesmo pessoas com
QI elevado não são necessariamente bem-sucedidas na vida, fazendo coisas que muitas
vezes nos parecem disparatadas. Nada impede que uma pessoa com excelentes resul-
tados em testes de quociente intelectual sejam fracos estudantes universitários e maus
profissionais. Goleman acredita que estas situações desconcertantes derivam de falta
de inteligência emocional. Na verdade, boa parte das nossas ações são guiadas pelas
Daniel Goleman. nossas emoções e não pelas nossas habilidades e competências intelectuais.
Segundo Goleman, a inteligência emocional é uma capacidade multifacetada de
adaptação ao meio. Quem é dotado de inteligência emocional tem uma boa perceção dos seus es-
tados emocionais, autocontrolo, um apurado sentido de avaliação das suas capacidades, autocon-
fiança, flexibilidade na adaptação às mudanças, capacidade de iniciativa e de inovação e gosto por
desafios cuja resolução esteja relativamente ao seu alcance. Um exemplo de pessoa com inteligência
emocional é a que, estabelecido um objetivo, o persegue razoavelmente, não transformando peque-
nos obstáculos em razões para desistir. Determinação e autoconfiança realista são as palavras corretas
para caraterizar a pessoa com inteligência emocional. Não é necessário ser uma pessoa intelectualmente
brilhante para ter este tipo de inteligência. Na verdade, há pessoas intelectual ou cognitivamente muito
dotadas que por falta de automotivação e de autoconfiança fracassam na vida.

SÍNTESE
1. Thurstone defendeu a existência de uma inteligência geral – o fator G –, que, em grande parte inata, seria a
base das nossas aptidões intelectuais específicas.
2. Para Gardner a inteligência é constituída por sete aptidões mentais específicas independentes umas das outras.
3. Para Thurstone, a inteligência é constituída por sete aptidões mentais específicas independentes umas das
outras. Uma vez que essas capacidades são diferentes e em grande parte independentes, um desempenho
acima da média em raciocínio geral não implica um resultado elevado em compreensão verbal (capaci-
dade para compreender o significado das palavras) ou em rapidez percetiva.
4. Thurstone sugeriu que a inteligência era mais vasta do que as aptidões verbais e matemáticas.
5. Para Gardner, não há propriamente falando vários tipos de inteligência ou vários tipos de aptidões mentais
mas sim várias inteligências.
6. Segundo Gardner, para prevermos o possível desempenho de um aluno numa prova de Literatura Portuguesa,
teríamos de dar atenção à sua capacidade de inteligência geral.
7. João sabe o que quer quanto ao seu futuro profissional e usa essa informação para escolher o curso mais
adequado às suas caraterísticas. Revela, segundo Gardner, inteligência linguística.
8. Uma médica examina os sintomas do paciente e faz um diagnóstico adequado. Revela inteligência espacial
de acordo com Gardner.
9. O diretor de uma empresa consegue mobilizar os seus empregados para atingirem um grau de desempenho
elevado ao mesmo tempo que propicia boas condições de trabalho e bons incentivos. Revela, segundo Gardner,
inteligência interpessoal.
10. Numa partida de futebol, um avançado cai 17 vezes em fora de jogo. Revela falta de inteligência corporal-
-cinestésica.
11. A inteligência linguística é a capacidade de aprender línguas e de usar a linguagem no plano escrito e oral.
12. Um jogador de futebol corre 50 metros para fazer um passe de 5 metros. Revela falta de inteligência interpessoal.

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