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Escola Secundária de Fonseca Benevides Ano letivo 2019/2020

Inteligência

Definição de Inteligência (Texto 1)

A palavra “inteligência” vem do latim inteliggentia, que significa “compreensão”, “faculdade de


compreender”. A inteligência pode ser definida tendo em conta os seguintes traços: capacidade de
adaptação a situações novas e resolução de problemas, capacidade de pensar abstractamente e
capacidade aprender. Estas três capacidades são indissociáveis, complementares, nenhuma delas pode
ser analisada de forma independente. Estão interligadas, constituindo diferentes tipos de inteligência. A
inteligência é um sistema complexo.

Thorndike distinguiu três tipos de inteligência que interagem de forma constante a construtiva segundo
o tipo de exigências a que estamos sujeitos.

Inteligência prática – tipo de inteligência que recorre a ações e representações percetivas para
resolver problemas. A inteligência prática permite resolver, de forma concreta, problemas práticos do
quotidiano.

Inteligência social – tipo de inteligência que se manifesta na vida relacional e social e na


resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente à intuição.

Inteligência conceptual ou abstrata – tipo de inteligência que se manifesta na capacidade de


resolver problemas recorrendo à linguagem e a outros sistemas simbólicos. Manifesta-se em
capacidades de compreensão, raciocínio, na resolução de problemas e tomadas de decisão.

Concepção factorial (Spearman) – defende a existência de uma inteligência geral (factor G) que estaria
subjacente a todas as funções intelectuais, aos factores específicos – factores S.

Concepção multifactorial (Thurstone) – composta por vários factores, negando assim a existência de
uma inteligência geral.

Segundo Thurstone, a inteligência não é uma capacidade constituída por uma estrutura única: é
composta por vários factores que designa por aptidões mentais primárias.
Visualização espacial – capacidade de visualizar e compreender formas e relações espaciais;
Rapidez perceptiva – capacidade para reconhecer rapidamente pormenores, semelhanças e
diferenças entre objectos;
Compreensão verbal – capacidade para compreender as ideias expressas através de palavras;
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Fluência verbal – capacidade para produzir e compreender rapidamente a linguagem oral e


escrita;
Memória – capacidade para reter e recordar a informação;
Raciocínio – capacidade para resolver problemas lógicos;
Aptidão numérica – capacidade para resolver problemas aritméticos, fazer cálculos.

Guilford distinguiu pensamento convergente de pensamento divergente:

Pensamento convergente – é a existência de uma resposta ou conclusão que surge como única: o
pensamento é orientado em direcção a essa resposta que surge como a melhor. É um pensamento
dominado pela lógica e objectividade.
Pensamento divergente – é caracterizado por uma exploração mental de soluções várias, diferentes e
originais para um mesmo problema.

A criatividade está intimamente ligada ao pensamento divergente pois é a capacidade que permite fazer
algo de novo, lidar com uma situação de modo inédito e original.
Algumas características do pensamento criativo são:
1) A originalidade – produção de algo de novo, descoberta de novas soluções…
2) Fluidez – capacidade para imaginar e descobrir várias respostas para um problema;
3) Flexibilidade – permite um pensamento versátil, flexível e a mudança de estratégia na resolução
de um problema.

A inteligência depende de vários factores:

Hereditariedade – há uma componente genética na determinação da inteligência de um


indivíduo. Ainda que a informação hereditária não defina as capacidades intelectuais de uma pessoa,
estabelece os limites de desenvolvimento e a expressão destas capacidades em interacção com o meio.

Meio Social – o meio social é um factor que influencia, estimulando ou dificultando, o


desenvolvimento da inteligência. O meio, proporcionando condições para o desenvolvimento físico,
psicológico e social, tem um papel decisivo no modo como a componente genética se manifestará. A
família, a escola e o contexto social mais alargado podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento da
capacidade de ser inteligente. Assim, um meio que assegura as necessidades fundamentais e rico em
estímulos facilita o desenvolvimento das capacidades intelectuais. Os factores sociais são determinantes
na modelação do potencial genético que pode ser ou não desenvolvido.

Expectativas – os indivíduos têm tendência a responder de acordo com as expectativas,


positivas ou negativas, que são feitas pelas pessoas mais significativas: família, professores e amigos.
Se as expectativas são negativas as capacidades intelectuais podem ser bloqueadas; se são positivas
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podem ser estimuladas. O que os outros esperam de um indivíduo influencia a sua auto-estima e
motivação, o que se reflectirá na sua capacidade intelectual.

A escala Métrica de Binet e Simon foi o primeiro instrumento a medir, através de testes, as capacidades
mentais.
O quociente de Inteligência (QI) é a razão entre a idade mental (IM), avaliada pela aplicação de testes,
e a idade cronológica (IC).

Limitações que se colocam à aplicação de testes de QI

São várias as limitações que se colocam à aplicação dos testes de inteligência:

A situação de avaliação é artificial podendo por isso afectar os resultados. Por outro lado, o
estado do sujeito no momento em que realiza os testes pode afectar os resultados.

Os testes só avaliam determinadas aptidões e capacidades intelectuais. Sendo a inteligência


uma faculdade tão complexa, multifacetada e abrangente, os testes só medem alguns dos seus
aspectos.

A forma como os resultados dos testes são interpretados e utilizados podem conduzir a
deturpações especialmente se se partir do pressuposto fornecem de forma objectiva o nível de
inteligência de uma pessoa.

Os testes só podem ser aplicados aos indivíduos que se enquadram nas características da
população para a qual foram construídos. Quando esta norma não é respeitada os resultados obtidos
podem, por exemplo, prejudicar pessoas de origem e condição social mais baixa podendo provocar levar
à discriminação. No passado os testes de inteligência não tinham em conta o contexto sociocultural dos
indivíduos que os realizavam. Ao serem utilizados incorrectamente, de forma redutora e abusiva
conduziram e justificaram a discriminação social e racial.
(Texto 2)

A inteligência possibilita a ultrapassagem de várias limitações, permitindo aos seres humanos falar,
cultivar os campos, domesticar animais, construir cidades, produzir teorias que tornam o mundo mais
compreensível. Justificou classificações que distinguiam de forma radical os normais dos anormais, os
inteligentes dos menos inteligentes, justificando preconceitos que conduziram à exclusão de muitos
seres humanos. A palavra inteligência tem origem no latim, e quer dizer compreensão, faculdade de
compreender. A definição desta faculdade è bem mais difícil de enunciar do que a sua etimologia. Não
há uma definição universal, o termo inteligência è utilizado com significados muito diversos,
encontrando-se várias definições.
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Inteligência prática, manifesta-se empiricamente pela invenção, fabrico e uso de objectos, estando na
base de respostas concretas aos problemas do quotidiano. Revela-se ao nível da actividade concreta,
manipulando os objectos. Recorre na resolução dos problemas, à capacidade de mobilização ou
manipulação de representações perceptivas e às acções.
Inteligência social, manifesta-se na vida social e relacional e no resolver de problemas interpessoais,
recorrendo à intuição. Está na base dos comportamentos de relação social.
Inteligência conceptual, também chamada de racional e abstracta, pressupõe o recurso da linguagem e
de outros sistemas simbólicos. Manifesta-se nas capacidades de raciocínio, tomada de decisões,
resolução de problemas e compreensão. Na capacidade simbólica e verbal.
Quociente de Inteligência ( QI), è usado pela primeira vez na Alemanha com Stern. O quociente de
inteligência determina a relação entre a idade mental e a idade cronológica. Para calcular o QI, dividiu a
idade mental, obtida numa bateria de testes, pela idade cronológica, multiplicando o resultado por 100.
Teoria das inteligências múltiplas, existem diferentes tipos de inteligência, como, a inteligência lógica-
matemática, onde tem aptidão para raciocinar, formular e validar hipóteses; inteligência linguistica, tem
aptidão verbal, mais as subtilezas de significado. Concretamente a linguagem verbal e escrita;
inteligência espacial, aptidão para representar espaço, reconhecer ou até desenhar relações espaciais;
inteligência musical, para cantar, tocar, compor uma musica; inteligência corporal- cinestésica, para
controlar movimentos de forma adequada, como dançar, fazer atletismo; inteligência interpessoal, para
compreender e responder adequadamente a outras pessoas e por fim, a inteligência intrapessoal, para
se compreender a si próprio.
Factores de inteligência, são a hereditariedade, factores sociais, idade, expectativas. A inteligência está
relacionada com a herança genética, a hereditariedade. Existe um contributo da hereditariedade no
nível das capacidades intelectuais. Mas a hereditariedade está relacionada com os factores sociais, o
meio sociocultural da família influencia o desenvolvimento da inteligência. As condições económicas, o
nível de instrução dos pais, um ambiente estimulante ou até a sua profissão afectam o desenvolvimento
das capacidades intelectuais das crianças. A idade è também um importante factor. Aos diferentes
estádios correspondem diferentes expressões de inteligência. A inteligência manifesta-se de forma
diversa segundo o desenvolvimento e a idade. Todos somos influenciados pelas expectativas, positivas
ou negativas, sobretudo pelas pessoas mais chegadas como os pais, amigos, outros familiares.
Tendemos a ajustarmo-nos às expectativas pelo facto de estas influenciarem o autoconceito, motivação
para aprender, persistência na realização de tarefas.
Pensamento convergente è o mundo normal. È a existência de uma resposta ou conclusão que surge
como única, o pensamento È orientado em direcção a essa resposta que è a melhor. È um pensamento
dominado pela objectividade e pela lógica. Dirige-se para um ponto comum, para o mesmo fim.
Pensamento divergente, è um pensamento diferente, discordante, oposto. È totalmente diferente do
habitual. Caracterizado por uma exploração mental de soluções várias e originais para um mesmo
problema. uma pessoa que tem um pensamento divergente è uma pessoa artística e criativa.
A criatividade è uma forma especial de resolver problemas com elementos novos ou raramente usuais.
Prefere a complexidade e a novidade, acentua valores teóricos e estéticos ao mesmo tempo. A
criatividade apresenta três aspectos fundamentais, a fluidez, a flexibilidade e a originalidade. A fluidez
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consiste na capacidade de encontrar múltiplas soluções, espontaneidade. A flexibilidade, è a capacidade


para mudar de estratégia na resolução de um problema, aptidão para várias coisas ou aplicações . A
originalidade, caracteriza-se pelo encontro de novas formas para resolver problemas, tem haver com a
singularidade, extravagância e a excentricidade, è a principal característica da criatividade. As pessoas
criativas têm uma fluência de ideias imaginativas, uma flexibilidade que as torna capazes de
aprenderem relações, não visíveis, existentes nos problemas.

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