Você está na página 1de 27

Sumário

Apresentação.......................................................... 3

Parte 1 - O que é Inteligência Espiritual

Definição de inteligência......................................... 4
Múltiplas inteligências............................................ 5
Componentes da inteligência................................. 7
Inteligência Cognitiva ou Racional (QI).................... 9
Inteligência Emocional (QE)................................... 10
Inteligência Espiritual (QS)..................................... 10
Parte 2 - O porquê da Inteligência Espiritual
Mecanismo do Estresse......................................... 16
Contágio Emocional............................................... 16

Neurônios Espelho................................................. 17
Bem-estar Subjetivo............................................... 18
Organizações Positivas........................................... 19

Parte 3 - Como usar a Inteligência Espiritual


Princípios da Inteligência Espiritual....................... 20
Aprofundando o princípio da compaixão.............. 22

Referências............................................................. 25

Este e-book é interativo, você pode clicar no


sumário para acessar as páginas que deseja.
Apresentação

O objetivo deste e-book é introduzir os conceitos


relacionados à Inteligência Espiritual e seus principais
impactos na nossa vida.
Este e-book é resultado das minhas experiências pessoais
e profissionais, e dos meus estudos acadêmicos sobre o
tema, com pesquisas livres e grupos de estudos,
principalmente como meio de desenvolvimento da
consciência.
Nas minhas atividades profissionais, tenho utilizado os
conceitos da Inteligência Espiritual em diferentes
contextos, como organizações, universidades, grupos
abertos e atendimentos individuais.
Desta forma, ao produzir este e-book, foquei na
necessidade de quem quer entender o que é Inteligência
Espiritual e começar a aplicá-la, sem necessariamente
precisar seguir ritos ou dogmas específicos.

Desejo uma ótima leitura,


mas desejo principalmente que
você possa usar o que está
escrito aqui na sua vida prática!
Grande Abraço,
Parte 1 - O que é Inteligência Espiritual

Definição de inteligência

Não existe uma definição universalmente aceita sobre o


que é a inteligência humana. Porém, uma definição bem
aceita pode ser encontrada em uma declaração
intitulada “Mainstream Science on Intelligence”,
publicada por 52 professores universitários no Wall
Street Journal em 13 de dezembro de 1994. Essa mesma
definição foi republicada na revista Intelligence em 1997,
a qual diz que inteligência é:

“ Uma capacidade mental muito geral que,


entre outras coisas, envolve a capacidade de
raciocinar, planejar, resolver problemas,
pensar abstratamente, compreender ideias
complexas, aprender rapidamente e
aprender com a experiência. Não é apenas o
aprendizado de livros, uma habilidade
acadêmica restrita ou habilidade para fazer
testes. Em vez disso, reflete uma capacidade
mais ampla e profunda de compreender o
que está ao nosso redor - entender, fazer
sentido das coisas, ou descobrir o que fazer.”

Um tema recorrente nas definições, é que uma


inteligência dá sentido às coisas e, em seguida, traz
capacidades adaptativas e criativas para lidar com os
problemas que um ser humano enfrenta e procurar
resolvê-los, em múltiplos campos.

4
Múltiplas inteligências

Nos anos 90, o pesquisador americano Howard Gardner


começou a desenvolver a teoria das inteligências
múltiplas. Esta teoria possui uma visão mais detalhada
da inteligência, dentro do contexto da definição mais
geral. Gardner definiu inteligência como “a habilidade de
resolver problemas, ou criar produtos, que são
valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários”.
Nestes ambientes, estão sete inteligências inicialmente
definidas pelo autor (e depois ampliadas com mais
duas): linguística, lógico-matemática, musical,
cinestésica-corporal, espacial, interpessoal e
intrapessoal. Aqui segue uma breve descrição de cada
uma delas:

A inteligência linguística envolve sensibilidade para a


linguagem falada e escrita, a habilidade de aprender
línguas e a capacidade de usar a linguagem para atingir
certos objetivos;

A inteligência lógico-matemática consiste na capacidade


de analisar problemas logicamente, realizar operações
matemáticas e investigar questões cientificamente;

A inteligência musical envolve habilidade na execução,


composição e apreciação de padrões musicais. Abrange
a capacidade de reconhecer e compor tons, tons e
ritmos musicais;

5
A inteligência cinestésica-corporal envolve o potencial
de usar todo o corpo ou partes do corpo para resolver
problemas. É a capacidade de usar habilidades mentais
para coordenar os movimentos corporais;

A inteligência espacial envolve o potencial de


reconhecer e usar eficazmente os padrões de espaço
amplo ou de áreas mais confinadas;

A inteligência interpessoal está relacionada com a


capacidade de compreender as intenções, motivações e
desejos de outras pessoas. Ele permite que as pessoas
trabalhem com outras pessoas de maneira eficaz;

A inteligência intrapessoal envolve a capacidade de se


compreender, de apreciar os próprios sentimentos,
medos e motivações. Envolve ter um modelo de
trabalho eficaz de nós mesmos, e ser capaz de usar tal
informações para regular nossas vidas.

As duas primeiras inteligências são tipicamente


valorizadas na educação tradicional, as próximas três são
geralmente associados às habilidades artísticas e
esportivas e as duas finais são as chamadas inteligências
pessoais.

Em um segundo momento, Gardner também adicionou


nesta lista a inteligência natural e a inteligência
existencial:

6
A inteligência natural é aquela que está relacionada ao
reconhecimento e classificação de uma espécie da
natureza;

A inteligência existencial está relacionada à reflexão


sobre temas que estão presentes na nossa vida.

Componentes da inteligência
Voltando à raiz da inteligência, é importante entender
que há pelo menos dois componentes nas definições de
inteligência: compreensão interior, com criação de
sentido; e comportamentos exteriores que se adaptam à
situação que o ser humano enfrenta (que podem incluir
realidades tanto culturais como físicas).
Estes componentes, interno e externo, relacionam-se
também com o conceito de inteligência presente nos
Vedas (textos sagrados antigos da Índia, origem de
muitas tradições espirituais e sistemas de cura). O termo
em sânscrito para inteligência é “Buddhi”, sua raiz “bud”
significa perceber ou despertar, sendo um aspecto da
consciência que revela a verdade.

Neste sentido, a inteligência nos auxilia a separar a


verdadeira natureza das coisas da simples
aparência ou conjecturas, possuindo um lado
concreto e outro abstrato.

7
O lado concreto está relacionado com os
comportamentos exteriores e o lado abstrato com
a compreensão interior. O lado concreto cria a
ciência, os conhecimentos práticos, as formas de
medida. O lado abstrato cria a filosofia, a
percepção ideal das coisas, sendo a base da
espiritualidade.

O direcionamento exterior, por meio dos sentidos,


torna-se o intelecto. O direcionamento interior, por meio
da nossa consciência profunda, gera a chamada
“verdadeira inteligência”. O intelecto usa a razão,
construindo a ideia de um mundo exterior como
realidade, categorizando e hierarquizando as coisas no
mundo, é a ideia material da existência, do tempo e do
espaço, funcionando sob o comando do ego. A
verdadeira inteligência é uma capacidade de percepção
interior, transcendendo a aparência dos sentidos,
revelando a natureza das coisas, indo além das crenças,
dos preconceitos e das ideias, mostrando as coisas do
modo como são, sendo a fonte da espiritualidade.

O intelecto possui um conhecimento indireto, mediado


por nomes, por números e por aparências. Desta forma,
somente o intelecto não pode resolver os grandes
problemas da humanidade, nem levar paz à psique. Se
conhecemos nossos problemas somente no nível
conceitual, temos dificuldade de resolvê-los. Temos de
compreender a origem deles em nosso coração e em
nossa alma.

8
Com o despertar da verdadeira inteligência na
nossa sociedade, podemos ter mais estabilidade
emocional, maior clareza espiritual, e sermos
menos espiritualmente ingênuos.

Estas divisões podem ser relacionadas aos processos


psicológicos primário e secundário definidos por
Sigmund Freud. O processo secundário está ligado ao
intelecto, a mente consciente, à inteligência racional ou
cognitiva (QI). O processo primário está ligado às
emoções, ao inconsciente, aos instintos, à inteligência
emocional (QE). Porém, a verdadeira inteligência
propostas nos Vedas vai além destes dois processos,
relacionando-se com a função transcendental proposta
por Carl Jung, estabelecendo uma ponte entre os outros
dois processos, dando origem a Inteligência Espiritual
(QS). A seguir, serão abordados estes três tipos de
inteligência.

Inteligência Cognitiva ou Racional (QI)


A inteligência cognitiva foi a primeira inteligência a ser
estudada mais profundamente. Ela é definida como a
combinação de habilidades verbais, numéricas e
espaciais que incluem visualização, uso da memória,
fluência das palavras, relações verbais, velocidade
perceptiva, indução e dedução. Porém ela é limitada,
possuir um alto QI quer dizer que alguém conhece as
regras e pode segui-las sem cometer erros, mas não
necessariamente questionam o porquê das regras e se
elas podem ser melhoradas ou não.
9
Inteligência Emocional (QE)
A Inteligência Emocional pode ser vista como uma
forma de inteligência social, que é uma combinação da
inteligência intrapessoal e interpessoal de um
indivíduo. A Inteligência Emocional é definida por
Daniel Goleman, um dos principais pesquisadores da
área, como “a capacidade de gerenciar a nós mesmos e
nossos relacionamentos de forma eficaz”. Tal como
acontece com outras inteligências, QE envolve
compreensão interior e respostas adaptativas
exteriores.
Inteligência Espiritual (QS)
Com o avanço das pesquisas com relação às
inteligências, começaram a surgir questões mais
profundas, principalmente com o sentido e o porquê de
ser inteligente. Não basta sermos cognitivamente e
emocionalmente inteligentes, precisamos dar um uso
positivo para estas inteligências. Destas questões
surgem os primeiros estudos em direção ao conceito de
Inteligência Espiritual.
Na ampliação de seus estudos, Howard Gardner
identificou domínios que se referem à inteligência
espiritual, como a preocupação com questões
existenciais ou cósmicas, enfatizando a espiritualidade
como a realização de um estado de ser.
O espiritual, na visão de Gardner, é relacionado ao
efeito para os outros, um aspecto social que
auxilia na realização do estado de ser e nas
questões existenciais.
10
Já nos anos 2000, o pesquisador Robert Emmons
recorre à inteligência social para defender uma base
conceitual para a inteligência espiritual que atenda aos
padrões tradicionais para medidas de inteligência.
Assim, Emmons fornece evidências de que QS não é um
traço de personalidade ou uma forma preferida de
comportamento, mas é em si mesma um conjunto de
habilidades, competências e aptidões.

Robert Emmons define inteligência espiritual


como "o uso adaptativo de informações
espirituais para facilitar a resolução de problemas
diários e o alcance de metas".

A espiritualidade pode auxiliar na busca do significado


na nossa vida, onde podemos criar um espaço no qual
uma pessoa possa desenvolver-se na sua totalidade,
ligando-se aos seus valores autênticos, e gerando
impacto positivo para os outros. Na visão
transcendente, os outros podem ser sua família, seus
colegas, sua comunidade, os clientes de uma
organização, o meio ambiente e os demais seres vivos, o
universo ou mesmo um poder considerado superior.
Desta forma, elaborei um conceito que apresentei na
tese de doutorado que desenvolvi, e que compartilho a
seguir, tomando como base esta relação e impacto
positivo com algo além da própria pessoa, algo
transcendente:
11
“Espiritualidade é a busca de conexão com
aspectos externos, ampliando a consciência
individual e coletiva para reconhecer a
capacidade de influência mútua entre os
aspectos imanentes e os transcendentes, onde
percebemo-nos como parte de um todo maior
que nós mesmos, atuando de forma a impactar
positivamente o todo, sendo também impactados
por este todo. ”
Claudio Senna Venzke

Para entender o que é transcendência, dentro do


conceito apresentado, precisamos entender que todos
nós temos a capacidade de reconhecer e conectar-se a
elementos além da nossa dimensão individual, desta
forma nos elevamos além do cotidiano individual. A
imanência, por outro lado, nos direciona para nosso
interior, para a nossa singularidade, pois está ligada aos
poderes dentro de um indivíduo, aquilo que é referente
às pessoas.
Ampliação da consciência, no sentido do conceito de
espiritualidade que apresentei, significa ampliar a
capacidade de visualizar e fazer conexões do imanente
com o transcendente, com a capacidade de ver além
das fronteiras tradicionais.
Uma definição clara e profunda de inteligência
espiritual surge também com o trabalho de Danah
Zohar e Ian Marshall, no início dos anos 2000.

12
Antes, é preciso entender a definição de espírito como
sendo "o princípio vital ou força animadora
tradicionalmente considerada como a força intangível
de afirmação da vida em si mesmo e em todos os
seres humanos".
Com esta base, Zohar e Marshall definem a
inteligência espiritual como:

"uma capacidade de acessar significados


superiores, valores, propósitos permanentes e
aspectos inconscientes do eu e incorporar esses
significados, valores e propósitos em uma vida
mais rica e criativa."

Os autores afirmam que QS é nossa inteligência


primordial e é a base necessária para o
funcionamento eficaz de QI e QE. Desenvolver as três
inteligências nos permite usar as diferentes aptidões
naturais e habilidades desenvolvidas, para lidar com
situações e problemas cotidianos.

QI nos permite pensar racionalmente para facilitar a


resolução de problemas diários e o alcance de metas.
Esta é a capacidade de gerar um rico conjunto de
alternativas e utiliza um algoritmo apropriado para
selecionar a melhor alternativa para resolver um
problema.

13
QE se manifesta na confiança, empatia,
autoconsciência e autocontrole e na capacidade de
responder apropriadamente às emoções dos outros.

QE nos permite julgar em que situação estamos e,


então, nos comportarmos apropriadamente dentro
dela. Isso é trabalhar dentro dos limites da situação,
permitindo que a situação nos guie.

QS amplifica e integra QI e QE. A inteligência espiritual


nos permite estar presentes no momento, livres de
raiva, ressentimento, preocupação e medo, e, em
primeiro lugar, questionar se queremos estar em
determinada situação específica. Com alta QS
podemos mudar uma situação e criar uma melhor,
trabalhando com os limites de nossa situação e nos
permitir orientar numa determinada situação. Esta
deve uma das principais competências a ser
desenvolvida nos líderes.

Clique aqui assistir um vídeo sobre


O que é Inteligência Espiritual

A seguir, na parte 2 deste e-book, veremos a


importância de utilizar os conceitos da Inteligência
Espiritual na nossa vida cotidiana.

14
Parte 2 - O porquê da Inteligência Espiritual

Uma das grandes questões dentro das organizações é a


identificação e o monitoramento dos ambientes
tóxicos. Estes ambientes são caracterizados por
motivações e emoções maléficas que se manifestam
em comportamentos maliciosos, egoístas e abusivos.
Além da ocorrência de bullying, ostracismo,
estigmatização, assédio moral ou supervisores
abusivos.
Pesquisas recentes sugerem que a maioria dos
funcionários é afetada por influências tóxicas em algum
momento de sua carreira.
87,2 milhões de dias de afastamento do trabalho por
doenças mentais (emocionais) na Alemanha em 2015.
Um aumento de mais de 97% nos últimos 10 anos.
Estimativa dos custos relacionados a diminuição de
produção, devido a estes afastamentos, são de 26
bilhões de Euros, somente na Alemanha. (Fonte:
documentário From Business to Being – Está disponível
na plataforma paga do YouTube)
Vivemos numa crise espiritual, originada das três
separações – ecológica – social – espiritual – segundo
Otto Scharmer (autor da Teoria U)
Atualmente, a partir do ano 2020, possivelmente temos
o agravamento destas questões, devido à pandemia,
aumentando mais ainda as situações de estresse.
15
Mecanismo do estresse
O mecanismo do estresse tem basicamente três fases: a
reação ao impulso de alarme, momento de resistência
ao impulso e a fase de esgotamento. A reação de
alarme, pode ser subdividida em fase de choque e fase
de contrachoque. A fase de choque consiste no
desencadeamento provocado pelo agente estressor.
Nesta fase, ocorre também a participação do sistema
nervoso autônomo, ativando as respostas físicas,
mentais e psicológicas ao estresse.
Na fase de resistência, a glândula adrenal (suprarrenais)
atua fortemente, disparando no organismo uma série de
hormônios. Caso o agente estressor continue atuando, o
organismo se encaminha para a fase de esgotamento,
onde começam a falhar os mecanismos adaptativos. As
reservas corporais começam a se esgotar, gerando um
déficit energético.

Contágio emocional
O contágio emocional é um processo no qual uma
pessoa ou grupo influencia as emoções ou o
comportamento de outra pessoa ou grupo, por meio da
indução consciente ou inconsciente de estados
emocionais e atitudes comportamentais.
Os três tipos mais básicos de experiências afetivas são
afeto disposicional, emoções e estados de espírito
(humores). O afeto disposicional é uma variável estável e
de longo prazo que, por definição, não estaria sujeita ao
contágio, mas poderia influenciá-lo

16
As emoções são relativamente reações afetivas intensas
de curto prazo, com relação a um estímulo ambiental
específico. Os humores, em comparação com as
emoções, são reações afetivas mais fracas e mais difusas
aos estímulos ambientais gerais, levando a mudanças
internas e individuais relativamente instáveis de curto
prazo, ou seja, a capacidade de mudar prontamente. O
humor é uma reação transitória a encontros específicos
com o ambiente, que vai e vem dependendo de
condições particulares.
No nível subconsciente, existem evidências de que o
contágio emocional primitivo ocorre por meio de um
processo rápido e fugaz de mimetismo, e feedback não-
verbal automático, contínuo e sincronizado.
Pesquisadores psicológicos descobriram que a primeira
etapa desse processo envolve o processo de as pessoas
imitarem espontaneamente as expressões faciais umas
das outras, processo este que é mediado em grande
parte pelos neurônios espelho.
Neurônios Espelho
Os neurônios espelho formam um mecanismo natural,
capaz de entender a mente de outro ser. Foram
descobertos em 1994, na Universidade de Parma, na
Itália, pelos neurocientistas Giacomo Rizzolatti,
Leonardo Fogassi e Vittorio Gallese. Inicialmente as
pesquisas focavam na imitação. Têm a propriedade de
simular a perspectiva do outro, importância dos
exemplos positivos. É uma fonte para desenvolver a
empatia e compaixão, auxiliando no bem-estar
subjetivo.
17
Bem-estar subjetivo
Considera o balanço entre as emoções e só pode ser
observado e relatado pelo próprio indivíduo, por meio
de auto avaliação. Assim, o desenvolvimento da
Inteligência Espiritual é um caminho para o bem-estar
subjetivo, por meio de cada um de seus elementos.

Elementos do bem-estar subjetivo:

-Relações positivas com outros


-Autonomia
-Domínio sobre o ambiente
-Crescimento pessoal
-Propósito de vida
-Auto aceitação

Ao buscarmos desenvolver plenamente estes


elementos, estaremos no caminho para o florescimento
do bem-estar.

“Florescimento é viver dentro de uma faixa de ótimo


funcionamento que contemple crescimento e
resiliência” Dra. Barbara Fredrickson (Universidade de
North Carolina)

Ótimo Funcionamento: Todos os indivíduos -


como seres cognitivos, emocionais afetivos,
sociais e espirituais - passam por um processo de
desenvolvimento comum em direção ao que é
melhor, mais distinto, preciso ou perfeito.

18
Organizações Positivas

O contexto, anteriormente apresentado, justifica


propor que o processo de despertar da inteligência
espiritual possa ser um caminho para desenvolvermos
organizações mais positivas, que são:

- Organizações que alimentam o espírito humano de


seus colaboradores;
- Desenvolvem equipes animadas;
- Têm uma cultura que valoriza a diversidade das
expressões, culturais, étnicas, emocionais e espirituais
que as pessoas trazem;
- Têm o compromisso de ação ética; e
- Têm um sentido de missão transcendente no
mundo, impacto positivo no meio onde está.

Nas organizações positivas podemos


encontrar as quatro energias arquetípicas
saudáveis:

Feminina – Mãe – Cuidado, Intuição


Masculina – Pai – Realização, Lógica
Criança – Filhos – Alegria, Criatividade
Idoso – Avós – Sabedoria, Propósito

Clique aqui para assistir uma aula aberta sobre


Organizações Positivas

19
Parte 3 - Como usar a Inteligência Espiritual

Princípios da Inteligência Espiritual

Para desenvolver as habilidades, competências e


aptidões da inteligência espiritual, Danah Zohar aponta
12 princípios, que podem ser trabalhados de forma
prática no cotidiano:

1. Autoconsciência / Autoconhecimento: Saber no que


acreditamos e valorizamos e o que nos motiva
profundamente.
2. Espontaneidade: Viver e ser receptivo ao momento.
3. Ser Orientado por Visão e Valores: Agir a partir de
princípios e crenças profundas e viver de acordo.
4. Holismo: ver padrões, relacionamentos e conexões
mais amplos; ter um sentimento de pertença.
5. Compaixão: Ter a qualidade de “sentir-se com” e
profunda empatia.
6. Celebração da Diversidade: Valorizando as outras
pessoas por suas diferenças, não apesar delas.
7. Independência de campo: enfrentar a multidão e ter
suas próprias convicções. 8. Humildade: Ter a sensação
de ser um jogador em um drama maior, de seu
verdadeiro lugar no mundo.
8. Humildade: Ter a sensação de ser um participante
em um jogo maior, saber de seu verdadeiro lugar no
mundo.
20
9. Tendência a fazer questões fundamentais: entender
as coisas e chegar ao fundo delas.
10. Capacidade de reformular: afastar-se de uma
situação ou problema e ver o quadro geral; vendo os
problemas em um contexto mais amplo.
11. Uso Positivo da Adversidade: Aprendendo e
crescendo com os erros, contratempos e sofrimento.
12. Sentido de vocação: Sentir-se chamado para servir,
para retribuir, para contribuir positivamente com o
mundo.

Esses princípios são derivados das qualidades que


definem sistemas adaptativos complexos. Em biologia,
sistemas adaptativos complexos são sistemas vivos que
criam ordem a partir do caos.
Eles são holísticos, emergentes e respondem
criativamente aos desafios ambientais. Os seres
humanos também são sistemas adaptativos complexos.
Inteligência espiritual se refere às habilidades,
competências, aptidões e comportamentos necessários
para equilibrar a experiência do amor expansivo com
disciplina e responsabilidade.
Os princípios da QS - sustentados por visão, propósito,
significado e valores - facilitam a resolução de
problemas diários e a realização de metas e uma vida
mais rica e criativa. Ao equilibrar com sucesso essas
polaridades em nossas próprias experiências e na forma
como tratamos os outros e o mundo, somos capazes de
criar perdão, cura e conexão.

21
Além disso, acessando esta inteligência, podemos ter
sucesso na busca pelo sentido da vida, encontrar um
caminho moral e ético para ajudar a nos guiar e agir de
acordo com nossos valores.
Os sinais de QS alto incluem a capacidade de pensar além
dos limites estabelecidos, humildade e um acesso às
energias que vêm de algo além do ego, além de nós e de
nossas preocupações do dia a dia.

Clique aqui assistir uma aula aberta sobre


Liderança e Espiritualidade nas Organizações

Aprofundando o princípio da Compaixão


O que é compaixão?
- Mais do que empatia (tendência de sentir as emoções
dos outros e assumi-las como se as sentíssemos
também), pois refere-se à ação.
- Atua positivamente para auxiliar na situação dos
outros, é mais proativa.
- É a intenção de ajudar na felicidade e no bem-estar de
outra pessoa.

22
Use a compaixão em qualquer compromisso:
- Um provérbio chinês diz que “não há caminho até a
compaixão; ela é o caminho”.
- Trazê-la para qualquer interação que você venha a ter e
perguntar-se como você pode ajudar os outros é o
caminho até a compaixão; ela é algo que criamos
usando-a em todas as interações que tivermos.
- Pergunte-se: como posso atuar positivamente para
auxiliar determinada pessoa?
- Ser compassivo não significa apegar-se ao sofrimento,
mas sim, entender as causas e agir para tentar reduzi-lo.

Busque oportunidades para demonstrar compaixão:


- Valorize o cuidado e a compaixão em todos os espaços
que você estiver, na empresa, em família, com amigos.
- Procure transformar em um hábito diário, uma busca
por mostrar-se compassivo com alguém que esteja
precisando.

Clique aqui para assistir a aula aberta sobre


Compaixão nas Organizações

23
Faça, diariamente, uma meditação compassiva:

- A compaixão pode ser cultivada por meio de diferentes


práticas meditativas.
- As meditações focadas na compaixão geram um
aumento de emoções positivas, maior presença e um
senso de propósito mais evidente, além de uma
sensação de felicidade mais ampla.
- As práticas de meditação promovem alteração das
redes neurais. As práticas compassivas geram estímulos
de tal forma que passamos a reagir ao sofrimento alheio,
com uma compaixão espontânea, em vez de aflição e
desespero.
O desenvolvimento da compaixão amplia o senso de
propósito e significado, facilita a ampliação da
consciência no sentido de sermos mais auto reflexivos,
criativos e alinhados com o impacto e significado das
nossas atividades. Está alinhada ao senso de
comunidade e conectividade, visando à promoção da
transformação positiva da sociedade, impactando nos
valores próprios, produzindo sentido e aumentando o
bem-estar.

Bônus: clique aqui para saber mais sobre


A Espiritualidade como Caminho para o
Desenvolvimento Organizacional

24
Quer aprofundar os seus
conhecimentos sobre
Inteligência Espiritual?
Faça o curso online Inteligência
Espiritual na Vida Prática

Saiba mais aqui

25
Referências

Dali Lama XIV (1999). Ethics for the new millennium. New
York: The Putnam.
Emmons, R. (2000). Is Spirituality an Intelligence? Motivation,
Cognition, and the Psychology of Ultimate Concern.
International Journal for the Psychology of Religion, 10(1), 3–
26. Retrieved from Academic Search Complete database.
Gardner, H. (1993). “Multiple Intelligences: The Theory in
Practice.” New York: Basic Books.
Gardner, H. (1999). “Intelligence Reframed: Multiple
Intelligences for the 21st Century.” New York: Basic Books.
Goleman, D., Boyatzis, R.E., McKee, A. (2004). Primal
Leadership: Learning to Lead with Emotional Intelligence.
Boston: Harvard Business press.
Zohar, D. (2005). Spiritually intelligent leadership. Leader to
Leader. Retrieved from Business Source Complete database.
From Business to Being – Documentário dirigido por Hanna
Henigin e Julian Wildgruber, 2017
Teoria U: como liderar pela percepção e realização do futuro
emergente – Otto Scharmer, 2019
Florescer: uma nova e visionária interpretação da felicidade e
do bem-estar - Martin Seligman, 2011.
Empresas que curam: despertando a consciência dos negócios
para ajudar a salvar o mundo. Raj Sisodia e Michael J. Gelb,
2020.
Inteligência Espiritual: aprenda a desenvolver a inteligência
que faz a diferença. Danah Zohar e Ian Marshall, 2000

26
Sobre o autor

Prof. Dr. Claudio Senna Venzke

www.benepresence.com

Doutor em Administração pelo PPGA/UFRGS, na área de


pesquisa de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade.
Desenvolveu estágio doutoral no Boston College, EUA, com
foco em espiritualidade nas organizações. Possui Graduação e
Mestrado em Administração pela UFRGS, é especialista em
Psicologia Positiva pela PUCRS. Possui experiência de mais de
18 anos como professor de graduação em Administração,
MBAs e em Mestrado em Gestão e Negócios, em diferentes
universidades. Membro da Academy of Management, EUA, no
grupo de interesse Management, Spirituality and Religion.
Idealizador e condutor de programas de desenvolvimento de
gestores, baseados na Inteligência Espiritual, Meditação,
Psicologia Positiva e na Abordagem Integral. Idealizador do
portal Presença Benéfica (www.benepresence.com) para
divulgação dos tema de trabalho. Coordena atividades
vivenciais e práticas de meditação em eventos científicos,
instituições de ensino e empresas.
Tem experiência com atividades acadêmicas e vivenciais em
universidades de diferentes países, como: Universidad Central
(Santiago, Chile), HEC (Montreal, Canadá), Boston College
(Boston, EUA), Université de Poitiers (França), Politecnico di
Milano (Milão, Itália), ESADE (Barcelona, Espanha), University
of Arkansas (EUA), Université de Montpellier (França) e
Shanghai Jiao Tong University (Xangai, China).
27

Você também pode gostar