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Índice
Objetivos e conteúdos……………………………………………………………………………………………………………….1
Processos cognitivos.…………………………………………………………………………………………………………………2
As capacidades cognitivas do sujeito….………………………………………………………………………………………2
O conceito de inteligência e a Teoria de Gardner.………………………………………………………………………3
O conceito de pensamento.……………………………………………………………………………………………………….4
Processos emocionais e inteligência emocional…………………………………………………………………………5
Pensamento e emoção……………………………………………………………………………………………………………...5
Estratégias na gestão de crenças e emoções ….………………………………………………………………………….6
Processos motivacionais.……………………………………………………………………………………………………………7
Motivação intrínseca e extrínseca………………………………………………………………………………………………7
Expectativa e atribuição.…………………………………………………………………………………………………………….7
A Pirâmide das Necessidades de Maslow……………………………………………………………………………………9
Bibliografia………………………………………………………………………………………………………………………….……10
Objetivos
Conteúdos
Atenção, concentração, perceção, aprendizagem, memória, inteligência e pensamento; a Teoria das
Inteligências Múltiplas de Gardner; pensamento convergente e pensamento divergente; cognição e
metacognição; inteligência emocional; gestão de crenças e emoções; motivação intrínseca e extrínseca;
expectativa e atribuição; motivação e satisfação; a Pirâmide das Necessidades de Maslow.
Os Processos Cognitivos
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sentidos? Parece evidente que os nossos sentidos nos permitem entrar em contacto com a
realidade que está à nossa volta, mas qual a relação entre sentir e conhecer?
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PERCEÇÃO
PENSAMENTO ATENÇÃO
PROCESSOS
COGNITIVOS
APRENDIZAGEM CONCENTRAÇÃO
INTELIGÊNCIA MEMÓRIA
O conceito de inteligência
Charles Spearman (1863-1945) foi um psicólogo que dizia que a inteligência tem um caráter
unitário, ou seja, que em cada pessoa uma mesma forma de inteligência se manifesta nas
diversas áreas em que se aplica. Isto significa que para perceber como funciona um relógio,
como para entender uma equação ou interpretar um texto, cada pessoa faz uso dessa
capacidade global a que chamou de fator G (inteligência geral) e que entendia ser genético.
No entanto, também afirmou a existência do fator S (inteligência S), que entendia ser
predominantemente adquirido e que era de menor importância. Este fator já dizia respeito a
áreas separadas de aplicação da inteligência. Esta teoria ficou conhecida como teoria
bifatorial da inteligência.
Howard Gardner (1943-) discorda desta conceção de inteligência e defende uma teoria das
inteligências múltiplas. Para ele, não existe uma inteligência principal e outras secundárias,
mas vários tipos de inteligência. Gardner fez estudos que o levaram a concluir,
diferentemente de Spearman, que uma pessoa podia ter capacidades elevadas numa área e
Manual de Psicologia - Módulo 3 – Processos Cognitivos, Emocionais e Motivacionais
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mostrar fracas capacidades noutra. Ele definiu nove tipos de inteligência: lógico-matemática
(competência para lidar com conceitos, abstrações e relações de causalidade); linguística
(competência em lidar com palavras e linguagem); musical (competência em identificar
ritmos, timbres e sons); espacial (competência nas relações entre objetos no espaço);
corporal-cinestésica (competência no controlo dos movimentos corporais); intrapessoal
(competência no autoconhecimento); interpessoal (competência no conhecimento a lidar com
os outros); naturalista (competência na identificação e classificação da natureza); e existencial
(competência na compreensão do sentido da vida).
O pensamento
Cognição e metacognição
A inteligência sempre esteve associada a aspetos cognitivos, já que ser inteligente significava
ter competências lógico-dedutivas, de cálculo e de compreensão. A partir de meados do
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século XX, começa-se a perceber que a inteligência não tem só a ver com cognição. Por
inteligência emocional entendemos a capacidade de identificar sentimentos, em nós e nos
outros, e de os saber gerir. A psicologia organizacional é uma das áreas onde as contribuições
da inteligência emocional se fizeram sentir, já que os gestores de recursos humanos têm em
consideração as competências emocionais das pessoas antes de as contratarem. Senão
vejamos, as empresas estão cada vez mais dependentes do trabalho de equipa e, como tal, a
capacidade de relacionamento interpessoal é um fator muito importante para se atingirem os
objetivos da empresa. Num inquérito realizado nos EUA, os dois primeiros critérios para a
contratação de funcionários foram a atitude e competências comunicativas, o que demonstra
como é valorizada a componente da interação.
Para além disto, a inteligência emocional também tem efeitos positivos a nível das relações
pessoais, do bem-estar interior, da motivação e da saúde psicossomática.
Pensamento e emoção
Platão (428/427 a.C-348/347 a.C.) usava uma analogia para referir o uso da emoção, no
sentido desta ter que ser controlada pela razão. Dizia o autor que se imaginarmos um carro
puxado por dois cavalos, um branco e um preto, sendo que estes representam os desejos e as
emoções do ser humano, o condutor representa o pensamento racional e deverá portanto ser
ele a ter o controle do carro e não os animais.
António Damásio (1944-) discorda de Platão, já que, com as suas investigações, afirma que as
emoções têm um papel importante uma vez que o pensamento não existe separado delas.
Para este autor, tudo começa com a emoção, que não é mais do que uma reação orgânica a
um estímulo do meio. Ora, a maior parte dos organismos para sobreviver só precisa de ter
uma boa adaptação ao exterior. Acontece que, no ser humano, a complexidade é muito maior
e as emoções desencadeiam um processo que faz surgir os sentimentos, o que, por sua vez,
conduzirá aos pensamentos.
Damásio analisou um caso do século XIX de um funcionário dos caminhos de ferro chamado
Phineas Gage. Este teve um acidente com um explosivo e um ferro entrou-lhe pela cabeça,
entrando pelo queixo e saindo pela parte superior do crânio, fazendo saltar-lhe um olho.
Sobrevive doze anos com o ferro, com o qual foi enterrado, mas a sua personalidade foi
alterada. A zona do cérebro afetada pelo ferro teria que ser explicada na sua relação com a
personalidade. Paralelamente, Damásio teve um caso de um paciente que, devido a um
tumor, teve que retirar parte do córtex, o que fez com que a sua personalidade se alterasse.
Deixou de demonstrar sentimentos pela família e amigos e deixou de conseguir gerir as suas
atividades.
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A partir das suas investigações sobre lesões cerebrais, Damásio explica que o córtex apoia-se
nas emoções para tomar decisões e controla os nossos impulsos, havendo assim uma
comunicação de duplo sentido. As emoções e o pensamento não podem ser separados um do
outro como pretendia Descartes.
À medida que crescemos, vamos desenvolvendo as nossas crenças sobre nós, os outros e o
mundo. Crenças não são mais do que convicções sobre quaisquer temas. Uma forma bem
simples de percebermos como as crenças que temos podem ter impacto na nossa vida dá-se
graças a um estudo que foi feito a pacientes deprimidos. Estes foram divididos em dois grupos
e a um dos grupos foi dado um medicamento para a depressão, mas ao outro grupo foi dado
um placebo, com a informação de que lhes estava a ser dado um antidepressivo também. Ora,
o que se constatou no final foi que o grupo a tomar o placebo mostrou melhoras, o que se
atribuiu à crença de melhorar pelo efeito do antidepressivo.
Algumas crenças podem ter efeitos negativos em nós se se der o caso de termos um baixo
autoconceito, ou seja, se formarmos uma imagem negativa de nós próprios.
Devemos, por isto, ter controle sobre as nossas crenças e as nossas emoções, já que elas
podem interferir no nosso quotidiano. Algumas estratégias podem ser: conhecer bem as
nossas crenças e emoções, percebendo qual é a sua natureza de maneira a podermos dominá-
las; fazer uma autoavaliação das crenças percebendo aquelas que faz sentido manter e
aquelas que devemos deixar para trás; ter autodomínio nas diversas situações; e conhecer as
crenças e as emoções dos outros, de maneira a encontrar pontos de contacto ou de diferença,
e refletir sobre a manutenção, ou não, das mesmas.
Processos motivacionais
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Tipos de Motivações
As motivações podem ter origem em nós e depender dos nossos gostos e vontades. A estas
chamamos de intrínsecas. Mas as motivações também podem depender de um objetivo
externo, como é o caso de uma recompensa ou do evitamento de um castigo. A estas
chamamos de extrínsecas.
Importa distinguir que o conceito de motivação nos orienta para um determinado objetivo, o
conceito de satisfação é pautado pela falta de impulsos, já que não tenho quaisquer
necessidades.
Expectativa e atribuição
Uma expectativa é uma esperança baseada na probabilidade de algo vir a acontecer. Por
vezes, as expectativas podem tornar-se algo mais que esperanças, elas podem condicionar os
acontecimentos futuros. Houve um estudo realizado pelos psicólogos Robert Rosenthal e
Leonore Jacobson que ficou famoso mostrando algo a que chamamos de profecia
autorrealizada ou Efeito de Pigmalião. A situação do estudo era a seguinte: foi dito a um
conjunto de professores que alguns dos seus alunos tinham capacidades acima da média, o
que era falso. No fim do ano letivo, constata-se que esses alunos tinham tido melhores
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resultados devido ao empenho dos professores. De facto, a expectativa de que aqueles alunos
eram muito bons fez com que os professores investissem mais neles o que deu bons
resultados. Deste estudo podemos concluir que, para termos sucesso em qualquer área,
devemos ter expectativas altas, pois acreditar nas nossas capacidades pode fazer-nos ir mais
longe. Devemos, no entanto, ter cuidado para não criar expectativas irrealistas, pois podia ter
o efeito contrário e ser frustrante. Este estudo mostra que devemos ter em conta as
expectativas que temos de nós e dos outros, pois elas têm realmente impacto nas nossas
vidas.
Uma atribuição é um processo cognitivo através do qual tentamos encontrar causas para as
atribuir a certos acontecimentos ou comportamentos. Esta teoria da atribuição pretende
perceber se é o sujeito ou as circunstâncias a causa de certas ações, atribuindo-lhes as devidas
responsabilidades.
Segundo Bernard Weiner, o principal promotor desta teoria, existem três dimensões que
definem a atribuição: o tipo de causalidade (interno ou externo – sou eu ou é o meio
responsável?); o tipo de estabilidade (estável ou instável – o comportamento mantém-se ao
longo do tempo ou é irregular?); e o tipo de controlabilidade (controlável ou incontrolável – o
comportamento/situação é governável ou escapa ao controlo?). Para exemplificar, tomemos
um estudo feito com estudantes de universidades portuguesas, que explicavam o seu sucesso
académico. Quanto à causalidade, os estudantes atribuíam o seu sucesso mais a causas
internas do que a externas (capacidade intelectual, memória, etc); quanto à estabilidade,
entendiam que a instabilidade era mais predominante (cansaço, nervosismo, etc); quanto à
controlabilidade, entendiam que os aspetos incontroláveis determinavam a maioria do
sucesso (sorte, subjetividade do professor, motivação, etc).
De todas as teorias sobre motivação, a de Abraham Maslow é uma das mais importantes. Esta
teoria assenta na ideia de que há vários tipos de motivação e que estes tipos estão divididos
hierarquicamente. Maslow usa a imagem de uma pirâmide para ilustrar as necessidades
humanas. Ele diz que as necessidades se dividem em dois tipos: deficitárias e de
crescimento/autorrealização.
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Quanto às necessidades de crescimento/autorrealização, estas traduzem-se na capacidade de
autorrealização (autoconhecimento, criatividade, moralidade, etc). É importante perceber que
esta sequência de necessidades segue uma ordem que não pode ser alterada. Os degraus
mais baixos da pirâmide são aqueles que têm de ser satisfeitos primeiro (necessidades
básicas), depois os degraus mais acima (necessidades psicológicas) e, por fim, serão satisfeitas
as necessidades de crescimento.
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Bibliografia
Lopes, Nuno; Guerra, Alexandre (2019), Psicologia – Cursos profissionais. Lisboa: Plátano Editora.
Monteiro, Manuela Matos; Ferreira, Pedro Tavares (2009), Ser Humano – Psicologia B 12ºano. Porto:
Porto Editora.
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