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Escola Secundária de Vila Verde

2023/2024
Psicologia B 12ºD

A Mente

Erica Faria, nº9, 12ºD


Francisca Ferreira, nº10, 12ºD
Luna Ferreira, nº20, 12ºD
Vitória Sousa, nº28, 12ºD

Novembro 2023
Índice

Introdução- 3

1. A Mente- 4
1.1. A mente como sistema de construção do mundo

Conclusão-12
Bibliografia-13
Introdução
No âmbito da disciplina de Psicologia B, solicitado pela docente Rosa Maria Mota iremos
realizar um trabalho, com a finalidade de explorar e estudar “A Mente” a fim de caracterizá-la
como um conjunto integrado de processos cognitivos, emocionais e conativos e analisar a
mente como um sistema de construção do mundo.
1. A Mente
1.1) A mente como sistema de construção do mundo
É habitual confundir-se consciência com mente. No entanto, apesar de estes dois conceitos
se relacionarem, têm significados diferentes.

 O que é a consciência?
Atualmente, os investigadores consideram a consciência como a noção que a cada momento
temos de nós próprios, do nosso pensamento e do ambiente em que estamos.

 O que é a mente?
Num sentido amplo, a mente engloba todos os fenómenos intelectuais e psicológicos
(conscientes e não conscientes), ou seja, a totalidade organizada dos processos psíquicos e as
componentes estruturais e funcionais das quais dependem.
A mente é o estado da consciência ou subconsciência, relativo ao conjunto de pensamentos.
“Mente” é o termo mais comum utilizado para descrever as funções superiores do cérebro
humano, particularmente aquelas das quais os seres humanos são conscientes, tais como o
pensamento, a razão, a memória, a intuição, a inteligência e a emoção.
A mente é encarada como um sistema que integra os processos cognitivos, emocionais e
conativos.
É importante acentuar que a mente não é uma coleção de processos, um somatório de
dimensões psicológicas autónomas.
É antes uma manifestação total de processos dinâmicos que interagem de forma complexa:
os processos mentais implicam-se mutuamente de forma integrada. A combinação harmoniosa
dos diferentes processos mentais é um todo e único que nos permite conhecer, sentir e agir
sobre o mundo em que se desenrola e se constrói a nossa existência.
Uma das principais atividades da mente é pensar, ou seja, construir e manipular imagens
(sejam elas visuais, auditivas, táteis, olfativas ou gustativas) e representar simbólica e
mentalmente o mundo.
A mente retrata então alguns parâmetros como: pensamento, ação, imaginação e auto-
organização.

 Pensamento
Conjunto de atividades internas na qual ideias, imagens, representações mentais ou outros
elementos mentais são manipulados. Neste sentido, inclui a imaginação, lembranças, soluções
de problemas, devaneios e muitos outros processos. É simbólico e não é diretamente
observável.
 Ação
É em relação que cada ser humano conhece o mundo, o sente e age sobre ele. É um processo
que acontece a cada momento e de forma integrada.

 Imaginação
Aptidão do pensamento para formar e para ativar imagens mentais ou representações
(imaginação reprodutora ou memória imaginativa) ou construção mental de situações
(imaginação criadora).

 Auto-organização
O pensamento mé auto-organizado e organiza-se de forma não determinada por nenhum dos
seus elementos, mas a partir de regras que emergem da interação complexa entre os seus
elementos. Partindo de um conjunto de elementos fortemente interligados, o pensamento cria
formas de sentido, sequencia e coerência.

 Processos cognitivos (conhecer): estão relacionados com o saber, com o


conhecimento, reportam-se á criação, transformação e utilização da informação do
meio interno e exterior. Associam-se á questão “O quê?”, pois trata-se sobretudo de
saber o que é o mundo. Podemos entender os processos cognitivos como os
procedimentos que utilizamos para incorporar os novos conhecimentos e tomar
decisões em função disso. Estes processos intervêm em várias funções cognitivas: a
perceção, a memória, a aprendizagem, a inteligência etc.

 Perceção
Processo ativo de organização e interpretação das informações sensoriais. Difere da sensação,
na medida em que é uma atividade cognitiva pela qual conferimos sentido e significado á
informação sensorial, isto é, transformamos em conhecimento significativo os estímulos do
meio.

 Memória
Habilidade para adquirir e conservar informação ou representações da experiência passada
com base nos processos mentais de codificação, retenção e recuperação. É um campo complexo
de processos baseados em mecanismos biológicos e psicológicos.
 Aprendizagem
Mudança relativamente estável e duradoura do comportamento ou das capacidades do
indivíduo, adquirida como resultado da observação prática, estudo ou experiência, que se
traduz num aumento do seu repertório de competências e saberes.

 Inteligência
Capacidade de assimilar conhecimentos, recordar acontecimentos e recuperar eventos
passados, utilizar corretamente o pensamento e a razão, aplicar conhecimentos em situações
novas, adaptar-se ao meio e às suas transformações, estabelecendo prioridades e selecionando
recursos para a concretização de objetivos e para a resolução de problemas.

 Processos emocionais (sentir): Os processos emocionais estão relacionados com


o sentir, são estados vividos pelo sujeito caracterizados pela subjetividade.
Correspondem às vivências de prazer e desprazer e á interpretação das relações que
temos com as pessoas, objetos e ideias.
É habitual associarem-se á pergunta “Como?” pois trata-se de saber como sentimos o mundo.
As sensações que sentimos, agradáveis ou desagradáveis, desempenham um papel
fundamental na defesa dom organismo, na medida que fornecem uma avaliação dos estímulos
do meio, impulsionando o organismo para os que são benéficos e afastando-o dos que lhe são
prejudiciais.
Os processos envolvidos são afetos, sentimentos e as emoções.

 Afeto
São tendências para responder positiva ou negativamente a experiência emocional relacionada
com pessoas ou objetos. Ter afetos é ser dotado da capacidade de dar e de receber, de amar e
ser amado, de perturbar e de ser perturbado:
 Os afetos exprimem-se através das emoções e tem uma ligação especial com o
passado, com as experiências e vivências, com as pessoas, objetos, ambientes, ideias.
As emoções estão ligadas essencialmente a situações presentes.

 Exprimem-se em sentimentos e emoções.

 Sentimentos:
· Não são observáveis, são privados e relacionam-se com o interior;
· Prolongam-se no tempo e são de menor intensidade de expressão que as emoções;
· Não se associam a nenhuma causa imediata;
· Surgem quando tomamos consciência das nossas emoções.
As emoções e os sentimentos não são sinónimos. A emoção é um conjunto de reações
corporais, automáticos e inconscientes, face a determinados estímulos provenientes do meio
onde estamos inseridos.
O sentimento surge quando tomamos consciência das nossas emoções, isto é, o sentimento
dá-se quando as emoções são transferidas para determinadas zonas do cérebro, onde são
codificadas sob a forma de atividade neuronal.

 Processos conativos (agir): dizem respeito às tendências, às motivações e


intenções que impulsionam o ser humano a agir no meio físico e social. É habitual
associarem-se á questão “Porquê?” pois trata-se de compreender por que motivo
fazemos aquilo que fazemos.
O que caracteriza a atividade humana é essencialmente o seu carácter intencional, ou seja, o
facto de ser orientada para determinados fins. As decisões que tomamos fazem-nos recorrer a
recursos mentais como a deliberação e a reflexão, sobre diferentes finalidades e as diferentes
formas de as alcançar.
Os processos envolvidos são os processos emocionais (que se reportam á subjetividade e á
individualidade) e os processos conativos (direcionados para a ação, associando-se á vontade
expressando-se em comportamentos).

Como representamos o mundo?

Se fecharmos os olhos e pensarmos numa pessoa conseguimos trazer à memória como essa
pessoa é. A imagem que nos vem à cabeça é uma representação mental que nos ajuda a “ver”
alguém que significa algo para nós, mesmo que essa pessoa esteja ausente. Podemos fazer o
mesmo com o seu nome, características, qualidades e habilidades.

As representações dão-se segundo dois processos:


 Representações baseadas nos sentidos: As imagens sensoriais
Ex: A aparência física da pessoa na nossa mente é uma imagem visual

 Representações baseadas nos significados: Estes significados são também os


conceitos
Ex: O nome e características da pessoa são conceitos
Como ser humanos temos tendência para simbolizar a complexa realidade que não envolve.
Por exemplo, quando utilizámos muitas vezes a nossa atenção seletiva para a nossa
concentração. De forma semelhante para pensarmos naquilo que nos rodeia, simplificamos e
formamos imagens visuais e conceitos.

Um conceito é uma representação mental de objetos, ideias, inventos ou pessoas similares.


Os conceitos organizam-se em redes através de categorias, estabelecem relações entre si o
que nos permite pensar mais rapidamente sobre coisas. As redes envolves ligações
hierárquicas.

Categorias de organização mental:

 Categoria superior de organização mental (Ex: animal)


 Categoria básica de organização mental (Ex: gato)
 Categoria inferior de organização mental (Ex: siamês)
Estes conceitos permito-nos pensar de forma rápida e organizada, auxiliando na resolução de
problemas.

Como resolvemos problemas?

Os conceitos e as teorias permitem que o pensamento seja mais rápido e organizado.


Contudo, a velocidade do pensamento não é a única qualidade de um bom pensador. Outra
habilidade essencial diz respeito á capacidade de resolução de problemas.
Os problemas com que nos confrontamos na nossa vida quotidiana podem ser:
 Muito estruturados (por exemplo, um quebra-cabeças), estratégias baseadas em
algarismos;

 Pouco estruturados (por exemplo, um dilema moral), estratégias baseadas em


heurísticas.

É mais fácil encontrarmos as respostas certas para os problemas estruturados quando a


natureza do problema e a informação disponível sobre ele e sobre a possível solução serão mais
óbvias e acessíveis no primeiro caso e menos no segundo.
Assim, no primeiro caso podemos recorrer a estratégias baseadas em algoritmos, isto é,
alicerçadas em processos de cálculo destinados a solucionar um dado problema.
No segundo caso tenderemos a recorrer a estratégias baseadas na heurística, ou seja, em
estratégias de invenção ou descoberta que fornecem um modo eficiente de responder ao
problema.

Na resolução de problemas temos as fórmulas e os procedimentos passo a passo que estão na


base do algoritmo é que conduzem a uma reposta certa para o problema. Já no caso das
estratégias heurísticas baseáramo-nos em regras de ouro que ao longo da vida iremos aprender
com a experiência.

O psicólogo gestaltista Karl Duncker criou o teste que ficou conhecido como problema da
vela que consiste num desafio cuja solução implica recorrer a estratégias inovadoras e
descobertas baseadas na heurística.

Problema: temos uma mesa, uma vela, uma caixa de pionés, uma caixa de fósforos e a parede.
O desafio é: usando apenas estes objetos, prender verticalmente a vela na parede, de tal modo
que, quando acesa, esta não chamusque a parede e a cera não pingue na mesa.
Solução: esvaziar a caixa de pionés e fixá-la à parede com alguns deles, de forma a servir de
suporte para a vela.

As dificuldades que a maioria das pessoas enfrentam face a este desafio são causadas por
fixidez funcional. Para chegar á solução do problema da vela, é preciso ver caixa, não na sua
função usual de recipiente de pionés, mas como plataforma onde é possível apoiar a vela.
Por vezes não conseguimos resolver este tipo de desafios, porque a estratégia que escolhemos
não é a mais adequada tornando-se, assim, um obstáculo.

Quando tentamos utilizar padrões mentais desajustados a um determinando problema,


podemos ver-nos perante dificuldades acrescidas (ao tentarmos, por exemplo, aplicar a
conhecida regra “equipa que ganha não se mexe” adotando, de forma contínua, respostas
passadas).
O mesmo pode acontecer quando nos deixámos levar pela fixidez funcional (quando, por
exemplo, não detetamos novas habilidades para determinados objetos por já estarmos
habituados a utilizá-los para desempenhar determinada função), quando nos autoimpomos
limites (ou seja, quando nos convencemos a nós próprios a nós próprios que é impossível fazer
determinada coisa de determinada forma) ou quando não temos o conhecimento, motivação
ou interesse necessário para resolver o problema.
Pessoas criativas têm tendências a apresentar um pensamento divergente, o que significa
que têm a capacidade de criar soluções atípicas, mas adequadas, a determinado problema (ao
qual se aplica a famosa expressão “pensar fora da caixa”, associada à resolução de problemas
de forma criativa e recorrendo a ideias originais).
Existe, ainda, o pensamento convergente que, ao contrário do referido anteriormente, se
caracteriza pela resolução de problemas com base na lógica e no conhecimento.

Pensamento divergente: Pensamento convergente:


Heurística (resposta eficientes, mas que não Algoritmo (garante soluções para os
garantem uma solução para o problema; problemas, nem sempre eficientes);

- Maior número de alternativas e - Menor número de opções corretas;


soluções; - Respostas baseadas na lógica e no
- Respostas inovadoras e fora do conhecimento.
comum.

Ex: O que posso fazer com contentores de carga?


Resposta (pensamento divergente): Posso usá-los para resolver provisoriamente o
problema de habitação resultante da passagem de um tufão.
Resposta (pensamento convergente): Posso usá-los para transportar mercadoria de um
porto para outro.

Não importa se a resolução dos problemas está mais concentrada em estratégias divergentes
ou convergentes, pois nós como seres humanos temos uma maior vantagem relativamente aos
outros seres vivos, como por exemplo, conseguimos criar na nossa mente, imagens de
situações que ainda não aconteceram, elaboramos cenários; prevemos resultados e agimos de
acordo com as opções que nos parecem mais vantajosas, ou seja, conseguimos ter
imaginação.

A imaginação, cruzando-se com a perceção e com a memória, ou seja, com o passado


pode ser retrospetiva (imaginação reprodutora), enquanto que, se a imaginação for orientada
para o futuro, esta já passa a ser prospetiva (imaginação criadora).

Estes dois tipos de imaginação (imaginação reprodutora e criadora) unem-se nas


nossas capacidades de planeação, decisão e previsão do futuro. As possibilidades e alternativas
que temos ao longo das nossas vidas vão sendo selecionadas com base em significados
atribuídos, experiências, ações e situações passadas
Algumas dicas para estimular o pensamento criativo:
 Guardar novas ideias - anotar ideias que vão surgindo para não as esquecermos e
ainda ajuda a que o nosso cérebro se foque numa forma de as pôr em prática;
 Procurar tarefas desafiantes -assumir projetos que levam o nosso cérebro a colocar
ideias em competição e a gerar novas soluções para problemas nos quais podes nem
estar a pensar;
 Aumentar o conhecimento – procurar aumentar o conhecimento em diferentes áreas
para que o cérebro estabeleça conexões entre os assuntos, obtendo assim a base do
conhecimento;
 Estar com amigos - passar tempo com amigos interessantes pode ajudar a desenvolver
mais ideias originais;
 Dormir -Ajuda a melhorar as capacidades de concentração e memorização;
 Descansar sobre o problema – há quem acredite que pensar num problema antes de ir
dormir faz com que possam ter soluções criativas durante o sono;
 A natureza - passar tempo na natureza aumenta a capacidade criativa;
 Ser feliz – embora não o conseguirmos controlar, a tristeza atrapalha a formação de
ideias novas e criativas.
Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que a mente atua como sistema complexo de
construção do mundo, moldado perceções, interpretações e significados. Suas estruturas
influenciam diretamente a forma como experimentamos e compreendemos a realidade,
destacando a subjetividade derivada de nossa perceção do mundo ao nosso redor.
Bibliografia
 Leonor André, Ribeiro Filipe, Pires Catarina, Brandão Sara. Nós de novo 12. (2023).
Psicologia. Areal editores
 https://joananunesportefoliodepsicologia.blogs.sapo.pt/os-3-processos-da-mente-
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