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PSICOLOGIA: FENÔMENOS E PROCESSOS

DEFINIÇÃO DE FENÔMENO PSICOLÓGICO

 Um fenômeno é tudo o que é passível de observação na natureza.

O fenômeno psicológico é um termo utilizado para descrever qualquer evento ou processo que
ocorre na mente humana. Esses fenômenos podem incluir pensamentos, emoções,
percepções, memórias, comportamentos e processos cognitivos.

Os fenômenos psicológicos são construídos social e historicamente ao longo da vida e da


construção da subjetividade em seus três níveis de determinação. São eles:

 Filogênese – História da espécie


 Ontogênese – História do indivíduo
 Sóciogênese -História cultural

Os fenômenos psicológicos estão intimamente ligados aos processos psicológicos básicos


(PPB), na medida em que se manifestam através dos sentidos.

PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS

São os componentes psicológicos responsáveis por processar estímulos, manipulando e


transformando as informações sentidas e as armazenadas em nossa memória.

SENSAÇÃO

A sensação a entrada dos estímulos nos nossos órgãos dos sentidos, a experiência sensorial
básica provenientes dos estímulos do meio.

Os órgãos dos sentidos recebem os estímulos (luz, som, gosto, cheiro, temperatura, dor,
pressão, etc.) e os transmitem ao cérebro, através de nervos sensoriais. O cérebro, então,
"entende" a mensagem, produzindo a sensação.

Receptores Sensoriais são células especializadas, exclusivas de cada órgão dos sentidos, que
reagem a uma forma específica de estimulação.

Adaptação Sensorial: Diminuição na sensibilidade de um estímulo que é mantido constante. A


sensação é por natureza diferencial, ou seja, reparamos naquilo que se distingue do geral,
naquilo que é diferente, nos desvios, nas irregularidades. À medida que o nível de estímulos
sensoriais diminui, a capacidade de detecção das diferenças ou da intensidade dos estímulos
aumenta. É em condições mínimas de estimulação que se atinge a máxima sensibilidade.

 Sentidos exteroceptivos: constituem as funções que propiciam o nosso


relacionamento com o ambiente: visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato.
 Sentidos proprioceptivos, responsáveis pela regulação interna: cinestésico e
vestibular

PERCEPÇÃO

PPB é responsável pela Integração, a organização, a interpretação das Sensações.

Nossa percepção não identifica o mundo exterior como ele é na realidade, e sim como as
transformações, efetuadas pelos nossos órgãos dos sentidos nos permitem reconhecê-lo.
Assim é que transformamos fótons em imagens, vibrações em sons e ruídos e reações químicas
em cheiros e gostos específicos. Na verdade, o universo é incolor, inodoro, insípido e silencioso.

A percepção difere de uma pessoa para outra e dela mesma em situações diferentes, pois cada
observador tem suas determinações subjetivas diferentes.

A percepção é subjetiva, seletiva e temporal. Acrescentamos aos estímulos elementos da


memória, do raciocínio, do juízo, do afeto, portanto, acoplamos às qualidades objetivas dos
sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada indivíduo.

ATENÇÃO

Processo psicológico através do qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre um


estímulo específico.

É por meio da atenção que podemos selecionar o que é importante e deixar de lado tudo
aquilo que não nos interessa.

 Atenção Reflexa. Ex: um barulho no ambiente distrai o foco atencional.


 Atenção Voluntária. Ex: manter a atenção em uma aula.

Quando desenvolvemos várias (duas) tarefas ao mesmo tempo, uma delas ou as duas tendem
a ficar mais lentas em sua execução.

EMOÇÃO

Emoção reação neural provocada por estímulos psicofisiológicos.

É fenômeno complexo e multifacetado que envolve três processos bem diferentes: fisiológico,
comportamental e cognitivo.

 COGNITIVO (experiencia subjetiva): Interpretação e significados pessoais atribuídos ao


estímulo sensorial
 FISIOLÓGICO (respostas fisiológicas): Emoções intensas são acompanhadas de
mudanças fisiológicas
 COMPORTAMENTAL (respostas expressivas): Manifestação verbal e não verbal das
emoções

As emoções estão intimamente ligadas a outros processos psicológicos, como a atenção, a


memória, a motivação, a aprendizagem, inclusive a cognição.

As emoções parecem ter uma causa específica: direcionar o comportamento a determinado


objetivo e motivar a pessoa a agir de determinada forma.

 Emoção – possui um caráter de reação, geralmente breve, intensa e circunscrita,


relacionada a um evento específico (físico e/ou ou psicológico).
 Humor – tem características mais estáveis e constantes, tende a ser mais abrangente e
não tão vinculado a circunstâncias específicas.
 Sentimento - auto percepção do próprio corpo, de pensamentos e de emoções. Os
sentimentos são mais conscientes que a emoção, é uma espécie de juízo sobre essas
emoções. Já as emoções nem sempre são conscientes.

Sensação é a porta de entrada, é a conexão, entre o mundo externo e o mundo interno. Junto
com a Percepção, é a base de todos os outros processos psicológicos. Entretanto, são
influenciadas e sofrem influência dos demais PPBs, como da Atenção e da Emoção. Eu percebo
melhor o que presto atenção, mas a minha emoção também determina minha atenção. Enfim,
nos comportamos em um continuum, a divisão em PPBs é apenas didática.

 Erro de Descartes (A. Damasio): Falsa dicotomia entre razão e emoção: todo evento
cognitivo tem emoção.

 Eventos emocionais são lembrados mais claramente, com mais precisão, e por
períodos de tempo mais longos do que os eventos neutros.

 Aprendizagem e memória integram-se na relação cognição-emoção

UNI II

MENTE E CÉREBRO

O cérebro é a parte física e a mente, a abstrata. Enquanto o cérebro cuida do perfeito


funcionamento do corpo, dos sinais elétricos e da resposta emocional quando
pensamos em algo que nos gera emoção, a mente é a responsável por gerar o pensamento que
motivou o cérebro a iniciar seu trabalho.

Mentalismo: o comportamento é produto de uma entidade denominada mente, o cérebro tem


pouca importância.

Dualismo (Decartes): a mente age por meio do cérebro para produzir linguagem e
comportamento racional e o cérebro sozinho é responsável pelos comportamentos
“inferiores”.

Materialismo (Darwin): o comportamento, linguagem e raciocínio podem ser atribuídos


totalmente à função cerebral.

Por muito tempo, a Psicologia ignorou o aspecto biológico, privilegiando os aspectos


ontogenético e sociogenético.

Todas as coisas vivas estão relacionadas, têm um descendente em comum. Uma vez que todas
as espécies animais estão relacionadas, seus cérebros e comportamentos também devem
estar.

Psicologia Evolucionista: área básica da Psicologia que busca explicar os processos psicológicos
a partir da teoria da evolução e da seleção natural.

Bases biológicas do comportamento: O desenvolvimento humano não é predeterminado, mas


sofre limitações na forma de predisposições biológicas.

PENSAMENTO E RACIOCÍNIO

Pensamento - refere-se a todas as atividades mentais relacionadas a processar, compreender e


comunicar. No sentido mais amplo, pensar compreende todas as atividades mentais
conscientes.

 Imagens mentais - representação mental de objetos ou eventos fisicamente ausentes.


 Conceitos - agrupamento mental de objetos, eventos, situações e pessoas que
possuem características semelhantes.

Raciocínio e solução de problemas

Solucionar problemas refere-se ao pensamento e ao comportamento direcionados a um


objetivo que ainda não está disponível.

Para solucionar adequadamente um problema, é necessário antes de tudo identificar


corretamente o problema. Se a representação do problema estiver incorreta, a solução
também estará.

Estratégias para solucionar problemas:

 Tentativa e erro: tentar uma variedade de soluções e eliminar as que não funcionam.
 Algoritmos: segue-se uma regra específica, um procedimento que certamente
produzirá a solução correta
 Heurística: estratégia de seguir uma regra aproximada para reduzir o número de
soluções possíveis.
 Insight (Intuição): Perceber repentinamente a solução para um problema.

Obstáculos na solução de problemas

 Fixação funcional refere-se a tendência em ver objetos somente da forma como


funcionam costumeiramente. Impede ver as possibilidades de uso de um objeto.
 Padrões mentais é a tendência em persistir na solução de um problema utilizando as
soluções que funcionaram no passado.

UNI IV

LINGUAGEM

Linguagem é um sistema de combinação de símbolos a fim de produzir um número infinito de


enunciados que tenham significado. A linguagem possibilita a comunicação de ideias
complexas de pessoa para pessoa e a transmissão do conhecimento acumulado.

A função primária da linguagem é a comunicação.

Intercâmbio Social: o homem cria e utiliza sistemas de linguagem com a função de se


comunicar com os outros. É a necessidade de comunicação que provoca o desenvolvimento da
linguagem.

IDENTIDADE E PERSONALIDADE

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de


pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.

Personalidade é definida como os padrões únicos e relativamente consistentes de


pensamentos, sentimentos e comportamentos de um indivíduo. (HOCKENBURY e
HOCKENBURY, 2003, p. 369)

Tudo indica que tais padrões sofrem influências genéticas e ambientais.

É no processo de identificação (diferenciação do outro), que a Identidade é construída.


“... é em relação a um outro — diferente de nós — que nos constituímos e nos reconhecemos
como sujeito único.” (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2006, p. 203)

Se a minha identidade é construída na relação eu outro, e se eu tenho sempre novas


experiências com novas pessoas, minha Identidade está em constante mutação.

Perspectiva Psicanalítica

Fundada por Freud, essa perspectiva defende que a personalidade é fortemente determinada
pelo Inconsciente, principalmente nos primeiros anos de vida. A personalidade consiste em 3
processos: Id, Ego e Superego.

Psicanálise freudiana entende que a partir do Complexo de Édipo se forma a estrutura da


Psique. Existiriam, ainda, três grandes estruturas possíveis, nas quais todos os indivíduos se
encaixam. Elas seriam: psicose, neurose e perversão.

Perspectiva Humanista

A teoria de Maslow acrescenta à teoria de Rogers o seu conceito de necessidades. A teoria


deste psicólogo gira em torno de dois aspectos fundamentais: as nossas necessidades e as
nossas experiências. É aqui onde se forma a nossa personalidade.

A teoria da personalidade de Maslow tem dois níveis: O biológico, que são as necessidades que
todos temos e o outro mais pessoal, as necessidades que são o resultado dos nossos desejos e
das experiências que vamos vivendo.

Isso significa que, para Maslow, a personalidade está relacionada aos aspectos motivacionais,
têm a ver com os objetivos e as situações que cada ser humano vive; não é algo estático, que
permanece dentro da cabeça das pessoas e se manifesta unidirecionalmente, de dentro para
fora.

As implicações disto são claras: para estudar a personalidade é preciso conhecer também o
contexto em que as pessoas vivem e a maneira que respondem às suas necessidades
motivacionais.

Perspectiva dos Traços de Personalidade.

As teorias dos traços enfocam a descrição de diferenças individuais. Essas teorias buscam
identificar, descrever e medir as características que diferenciam uma pessoa da outra.

Os tijolos da personalidade podem ser descritos em termos de cinco dimensões: extroversão,


neurose, agradabilidade, responsabilidade e abertura a experiências.

Na psicologia a teoria dos traços de personalidade é uma das principais abordagens para o
estudo da psicologia da personalidade humana. Teóricos dos traços de personalidade estão
principalmente interessados na mensuração de traços que podem ser definidos como padrões
habituais de comportamento, pensamento e sentimento.

SEXUALIDADE

Sexualidade refere-se a um conjunto de características presente em todos os indivíduos,


indiscriminadamente, mas que se manifesta em de diferentes formas, variando pela maneira
como os indivíduos se relacionam com o meio em que vivem. (HUFFMAN, VERNOY e VERNOY,
2003).
A sexualidade está relacionada com as emoções e com as mais variadas sensações presentes
na vida dos indivíduos, onde em alguns casos pode estar ligada ao prazer.

Sexo refere-se ao dado físico biológico, marcado pela presença de aparelho genital e outras
características fisiológicas e genéticas que diferenciam os indivíduos entre machos, fêmeas e
outras formas de intersexualidade.

Gênero refere-se ao dado social, formado por um aparato de regras e padrões de construção
corporal e comportamento que configuram a identidade social das pessoas a partir do
substrato físico biológico, do que resultam identificações como masculino e feminino, bem
como as múltiplas variantes que desviam da norma, como androginia, travestismo, efeminação
ou masculinização, por exemplo;

Sexualidade refere-se ao dado sexual, que se define pelas práticas erótico sexuais nas quais
as pessoas se envolvem, bem como pelo desejo e atração que leva a sua expressão (ou não)
através de determinadas práticas.

Esse dado também é chamado por alguns/as de Orientação sexual, e comumente classifica as
pessoas em “heterossexuais”, “homossexuais” e “bissexuais”. O dualismo
heterossexual/homossexual não é capaz de abarcar as formas de desejo humanas. A
orientação sexual se distribui num amplo espectro entre esses dois polos.

SAÚDE E DOENÇA MENTAL

O que é Saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como "um estado de completo bem-
estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades".

Em geral, Saúde mental refere-se ao nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional,


incluindo a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as
atividades e os esforços para atingir o bem estar psicológico.

“É importante destacar que a ausência de uma doença mental não implica que o indivíduo
possua uma boa saúde mental, existem diversos comportamentos não associados diretamente
à patologias que tendem a desestabilizar a saúde mental do indivíduo como por exemplo,
estresse, ansiedade, nervosismo, irritação entre outros sintomas que associados podem
desencadear um quadro de doença mental.” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013, s.p.)

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ENTÃO:

 Os processos psicológicos básicos atuam em conjunto: ocorrem tão intrinsecamente


juntos que se torna difícil, inclusive, estudá-los separadamente.

 Possuem uma base biológica comum, mas têm a possibilidade (e necessidade) de


serem modificados com a experiência individual. Assim, somos resultado de milhões
de anos de evolução, mas somos também resultado de uma história cultural e
individual.

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