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Augusto Armando Cossa

Carlos David Moiane


Francisco Fabiao Ngive
Jacob Cuamba
Jose Manuel Marrame
Juscelino Uamusse

Processos psíquicos cognitivos

Licenciatura em Ensino de Física

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2023
Carlos David Moiane
Francisco Fabiao Ngive
Jacob Cuamba
Jose Manuel Marrame
Juscelino Uamusse

Processos psíquicos cognitivos

Licenciatura em Ensino de Física

Trabalho apresentado à Universidade Pedagógica de


Maputo, Faculdade de Ciências Naturais e
Matemática, como parte das exigências do Módulo
de Psicologia Geral (PG) para a obtenção duma
classificação no grau académico de Licenciatura em
Ensino de Física, sob a orientação da Dra.Rosa
Muchuine

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2023

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Introdução
A actividade mental do cérebro que todos os seres humanos realizam é chamada de
cognição. Cognição consiste no conhecimento humano e animal sob diferentes formas:
percepção, aprendizagem, memória, consciência, atenção e inteligência. Segundo Marc
Richelle, cognição é o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire
informação, a trata, a conserva, a explora; designa também o produto mental destes
mecanismos, quer seja encarado de um modo generalizado quer a propósito de um caso
particular. Portanto, no presente trabalho ira-se desenvolver os processos cognitivos.
1.1 Objectivo geral:
Compreender os processos cognitivos.
1.2 Objectivos específicos:
Definir os conceitos de sensação, percepção, memória, atenção e pensamento;
Descrever os mecanismos que desencadeiam os processos cognitivos;
Estabelecer a diferença e relação entre os processos cognitivos.
1.3 Metodologia
O seguinte trabalho foi realizado através da consulta de vários documentos, cujas
referências encontram-se citadas na página das referências bibliográficas.
Os mecanismos que desencadeiam os processos cognitivos
Cognição
A cognição é a habilidade que temos para assimilar e processar os dados que nos chegam de
diferentes vias (percepção, experiência, crenças...) para convertê-los em conhecimento. A
cognição engloba diferentes processos cognitivos como a aprendizagem, a atenção, a memória,
a linguagem, o raciocínio, a tomada de decisões, etc... que formam parte do desenvolvimento
intelectual e da experiência.
Processos cognitivos
Podemos entender os processos cognitivos como os procedimentos que utilizamos para
incorporar os novos conhecimentos e tomar decisões em função disso. Estes processos
intervêm em várias funções cognitivas: a percepção, a atenção, a memória, o raciocínio... Todas
estas funções cognitivas trabalham conjuntamente para integrar o conhecimento e criar uma
interpretação do mundo que nos rodeia.

 A PERCEPÇÃO COMO PROCESSO COGNITIVO: A percepção cognitiva permite-nos


organizar e compreender o mundo através dos estímulos que recebemos com os
sentidos. Podemos receber informação dos cinco sentidos clássicos como a visão, a
audição, o paladar, o olfacto e o tacto, mas também de outros não tão conhecidos como
a propriocepção (é o sentido que informa sobre a posição corporal que nos permite que
tenhamos um esquema corporal e saibamos que posição ocupamos no espaço) ou a

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interocepção (que é a percepção de como estão os órgãos do nosso corpo, e é o que nos
permite saber quando temos sede ou fome). Uma vez recebidos, o nosso cérebro
integra toda esta informação, criando um novo conhecimento.

 A ATENÇÃO COMO PROCESSO COGNITIVO: A atenção é um processo cognitivo que nos


permite concentrar-nos num estímulo ou numa actividade, para depois poder processá-
lo mais profundamente na consciência. A atenção é uma função cognitiva fundamental
para o desenvolvimento da vida diária e utiliza-se na maioria das tarefas que realizamos.
Também se considera como o mecanismo que controla e regula o resto de processos
cognitivos: desde a percepção (necessitamos a atenção para estar atentos aos estímulos
que nos chegam através dos sentidos) até à aprendizagem ou ao raciocínio complexo.

 O PENSAMENTO COMO PROCESSO COGNITIVO: O pensamento é fundamental em todo


o processo cognitivo. Permite integrar toda a informação recebida e estabelecer
relações entre os dados que a compõem. Para isso usa o raciocínio, a síntese e a
resolução de problemas, quer dizer, das funções executivas.
 A LINGUAGEM COMO PROCESSO COGNITIVO: A linguagem é a capacidade que temos
para expressar pensamentos e sentimentos através da palavra. É a ferramenta que
usamos para comunicar-nos e para organizar e transmitir a informação que temos sobre
nós e sobre o mundo. A linguagem e o pensamento desenvolvem-se de forma paralela e
estão intimamente relacionados, influindo-se reciprocamente.
 PRENDIZAGEM COMO PROCESSO COGNITIVO: É o processo cognitivo através do qual
incorporamos nova informação ao nosso conhecimento prévio. Na aprendizagem
incluímos coisas tão diferentes como a aprendizagem de condutas ou hábitos como
lavar os dentes ou aprender a andar, como todos os conhecimentos que vamos
adquirindo com a socialização e a escola. Piaget e outros autores falaram da
aprendizagem cognitiva como o processo em que a informação entra no sistema
cognitivo e altera-o.

Definição dos conceitos de sensação, percepção, memoria, atenção e pensamento


Sensação
É um fenómeno psíquico elementar, que resulta da excitação de um órgão sensorial provocado
por um estímulo externo ou interno. É um reflexo na consciência do homem, de várias
propriedades e qualidades dos objectos e fenómenos que actuam sobre os órgãos.
São três principais fenómenos do processo da sensação:
a) A excitação das terminações nervosas dos órgãos dos sentidos;

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b) A impressão provocada pelo excitante nas terminais, a condução pelos nervos sensitivos
aos centros nervosos cerebrais e a recepção da impressão no cérebro;
c) A sensação que se produz no término de todo este processo, constitui fenómeno psíquico.
As sensações podem classificar-se em:

i. Externas
São aquelas que reflectem as propriedades e fenómenos que se encontram no mundo exterior
(visuais, auditivas, olfactivas…) em que temos um estimulo em que o receptor é um órgão do
sentido;
ii. Internas
Reflectem os movimentos de partes isoladas do nosso corpo e o estado dos órgãos internos.
Subdividem-se em:
 Motoras (receptores nos músculos e tendões)
 Equilíbrio (receptores no ouvido interno e avisam-nos sobre a posição do corpo)
 Proprioceptivas (receptores na face interna das vísceras, como estômago, intestinos,
pulmões…)

Percepção
É o reflexo na consciência do homem dos objectos e dos fenómenos em conjunto que actuam
sobre os órgãos dos sentidos. A percepção está ligada à sensação, pensamento, análise síntese e
comparação. Este processo tem o carácter material consciente, íntegro e activo.
A percepção pode ser condicionada e ou influenciada por vários aspectos, como por exemplo:
Influências pessoais, sociais e situacionais:
O estado do ânimo, o estado emocional;
A motivação;
A experiencia da vida e a memória. Se uma pessoa passou por um certo trauma de um
determinado órgão sensorial por exemplo, se for colocado sob mesmo estímulo desse receptor
sensorial com uma pessoa sã podem ter percepções diferentes.

Memoria
É a capacidade que a mente tem de conservar, reproduzir, reconhecer, localizar e evocar estados
de consciência já experimentados, ou seja, faculdade mental de conservar e readquirir imagens
ou ideias vividas.
Tipos de memória:
 Memória de curto prazo
Como o nome sugere, é aquela que tem curta duração de armazenamento. Esta capacidade
embora seja limitada, ela não é fixa, ou seja, com a aplicação de certas estratégias, pode se
ultrapassar limites e fazer um certo facto ou conceito sair da memória de curto prazo para a
de longo prazo.
 Memória de longo prazo
Tem duração de dias, meses e anos.
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Esta divide-se em 3:
a. Memória episódica
É a recordação de acontecimentos pessoalmente vividos e enquadrados nas suas
experiencias. Normalmente é a ultima a desenvolver-se na infância e a primeira a deteriorar-
se na velhice.
b. Memoria semântica
É como uma enciclopédia mental do conhecimento organizado que a pessoa tem sobre palavras,
a língua, os factos gerais, a sabedoria. Esta tende a aumentar até cerca dos 40 anos, estabilizar até
os 60 e diminuir a partir de então.
c. Memória procedimental
Constitui as capacidades perceptivas e motoras que no decurso do tempo e com pratica se
transformam em rotinas e hábitos. Esta se mantem intacta a medida que a pessoa envelhece.
Processos da Memória
 Aquisição: consiste no contacto com a informação.
 Fixação: para a fixação exige além da adequada aquisição, a repetição.
 Evocação ou reprodução: consiste na lembrança do material fixado. É a reaparição na
consciência de um fenómeno passado. As informações armazenadas tentam a ser
evocadas junto das informações falsas.
 Reconhecimento: identificação e uso de informações correctas, e as que vierem unidas
são rejeitadas. Consiste em referir ao passado as nossas lembranças, enquadrando-as num
Contexto de factos da nossa experiência pessoal.
 Localização: consiste em situar as recordações no trama da nossa história interior, em
Dispô-los umas aos outros, de forma a marcar-lhes o local próprio no tempo e no espaço, para
estabelecer a sua cronologia íntima e pessoal.
A fixação e a evocação serão tanto maiores quanto maior for o significado do material.
Diferentes partes da matéria devem ser relacionadas, matérias diferentes devem ser articuladas.
- A memória é condição do progresso intelectual: não haveria evolução dos nossos
conhecimentos se à medida que os adquiríssemos, os perdêssemos;
- A linguagem seria impossível sem a memória, porque para falar é necessário reter as palavras e
o seu sentido;
- Permite aperfeiçoar os nossos actos;
- A personalidade não existiria sem memória, pois é ela que conserva o nosso passado
e permite incorporar no “eu” o que se vai leccionando, para organização da personalidade.

Pensamento

É o processo cognitivo superior, cuja essência consiste em reflectir na consciência humana os


vínculos e relações que existem entre os objectos, processos e fenómenos do mundo circundante.

O pensamento pode ser apresentado em forma de:

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 Conceito
É uma ideia, definição que se tem sobre um objecto, ser ou evento.

 Juízo
Faculdade intelectual que compara, julga e afirma conveniência ou não relação entre dois ou
mais conceitos;

 Raciocínio
Refere-se a operação intelectual discursiva, pela qual, da afirmação de dois ou mais conceitos,
passamos a afirmar ou não, outra virtude de conexão necessárias, ou seja, é o encadeamento de
juízos e argumentos.

Linguagem

É o processo de comunicação dos homens entre si através da língua. Ela é uma actividade do
pensamento. Estes dois processos têm como elemento comum a palavra e o gesto.

A linguagem pode ser interna e externa.

A externa serve de meio para comunicar, os pensamentos a outras pessoas de forma oral e
escrita.

A interna serve de meio para viabilizar o processo de pensamento.

A linguagem caracteriza-se pelo seu conteúdo, forma e expressividade.

Atenção

É a orientação preferencial da consciência para um objecto determinado, como resultado do qual


é reflectido com maior integridade e exactidão.
A atenção é em primeiro lugar a síntese mental, nela procura-se vencer-se o estado de dispersão
mental, realiza-se pela unidade, um estado de mono deísmo, evoca apenas os conhecimentos que
convém aos objectos que desejamos conhecer.
A atenção pode ser:
o Passiva;
o Voluntária;
o Involuntária;
o Espontânea;
o Reflexiva;
o Externa ou extrospectiva;
o Interna ou introspectiva.

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Relações e diferenças entre os processos cognitivos
Percepção como actividade cognitiva depende de outros factores, tas com linguagem,
memória, processamento de informação, atenção

Percepção e a Memória

A percepção e a Memória são relacionados através dos órgãos dos sentidos, que nos permite
recebemos informações sobre o mundo exterior os objectos e os fenómenos.

Para compararmos um objecto ou fenómeno com um outro semelhante usamos a memória.


Depois de comparar fazemos a interpretação e avaliações comparando situações anteriores
com a presente.

Este processo implica por tanto o processamento de informações.

Linguagem e Percepção

A linguagem tem uma influência no modo como percebemos os objectos.

Através da linguagem podemos moldar a nossa percepção indirectamente.

Atenção é percepção

Atenção e percepção ligam se entre si porque um objecto a ser percepcionado(percepção)


requer uma concentração(atenção) sobre o mesmo depende das suas características.

Quando focalicalizamos a nossa atenção apreendemos simultaneamente todas as


características do objecto abraçando todos os elementos nele existentes e que são essenciais
para para perceber o objecto.

Ex.: Os conteúdos complexos podem dificultar a percepção dos alunos dado que seria
necessário uma capacidade se apreensão maior de todos os elementos constituintes do
objecto.

Linguagem, memória e Pensamento

A linguagem e a Memória são factores intervenientes que acompanham o pensamento.

A linguagem influencia o que pensamos, percebemos lembramos. Um indivíduo que não


pode pensar não consegue dormir uma língua

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A linguagem e memória estão presentes no pensamento facilitando este processo(pensar) .

O pensamento e a linguagem representam uma relação fundamental do psiquismo humano,


pois a cognição pode ser visível indirecta e abstracto.

Em suma todos os processos cognitivos estão relacionados através dos órgãos de sentidos.

Para perceber uma imagem ou objecto tenho de prestar atenção, puxar a memória, pensar, e
por fim mim expressar.

Diferenciação dos processos cognitivos

Os processos cognitivos são diferenciado por não actuarem da mesma forma, sendo que cada
um depende do outro para fazer se sentir ao mundo exterior.

Percepção é a interpretação do mundo exterior.

Memória é o armazenamento factores ou acções ocorridos.

Atenção é a concentração sobre fenómenos sensoriais.

Pensamento é a fala interior do indivíduo sobre tudo que tem visto.

Linguagem pode ser um conjunto de sinais usados pelos seres humanos para se
comunicar(falar).

Com base nessas definições os processos cognitivos mostram nos as suas diferenciações no
campo de actuação (individuo). Porem cada um diz respeito a sua cognição no mesmo
individuo.

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Referências bibliográficas
BRUNNER, Richard; ZELTNER. Dicionário de Psicopedagogia e psicologia
educacional.
Chicote, Luísa Lopes, Abacar, Mussa e Huó, Sérgio S. Psicologia Geral.
Módulos para cursos de bacharelato semi-presencial. Nampula, 2007
Petopólis: Editora vozes,1994.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Editora Progresso,
1978.
ALÍPIO, Jaime da Costa. VALE, Manuel Magirição. Universidade Pedagógica,
Rua comandante Augusto Cardoso nº 135

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