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Jacob Francisco Cuamba

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Departamento de Física

Licenciatura em Ensino de Física

EaD

Fisica Molecular e Termodinamica

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo, outubro de 2023

1
Jacob Francisco Cuamba

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em ensino de Física


EaD

Trabalho a ser entregue á cadeira de


resumo da unidade temática 4 e 5 sobre
2° Semestre 2023 regime EAD

Docente:Mestre Veloso D. Dava

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo, outubro de 2023

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Índice

Introdução..............................................................................................................................................4
Distribuição de Maxwell das velocidades moleculares...........................................................................5
Energia interna de um gás......................................................................................................................6
Segunda Lei da Termodinâmica..............................................................................................................7
Lição 21: Máquinas térmicas..............................................................................................................7
Lição 22: Máquina e ciclo de Carnot...................................................................................................8
Lição 23: Processos reversíveis e irreversíveis. 2ª Lei da Termodinâmica........................................11
Formulação da 2ª Lei ou 2º Princípio da Termodinâmica.................................................................12
Lição 24: Entropia e a sua lei de crescimento.......................................................................................13
Entropia e Desordem. 3º Princípio da Termodinâmica.....................................................................15
3º Princípio Termodinâmico.............................................................................................................17
Referências bibliográficas.................................................................................................................18

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Introdução

O presente trabalho resulta de resumo teórico de algumas lições da Física, concretamente no


ramo da física molecular e termodinâmica.

Este trata desde a distribuição das velocidades moleculares de Maxwell, Segunda Lei da
Termodinâmica, máquinas térmicas, ciclo de Carnot até o terceiro princípio termodinâmico
rumo ao desenvolvimento de capacidades de resolução de problemas envolvendo sistemas
termodinâmicos, bem como o comportamento dos gases que derivam da lei do estado geral
dos gases e a teoria cinético molecular e todos aspectos a eles ligados.

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Distribuição de Maxwell das velocidades moleculares

Lembrando a equação geral da teoria cinético molecular considera-se que todas moléculas
têm a mesma velocidade que permanece constante e que estas moléculas modificam as suas
energias cinéticas durante as colisões, logo as suas velocidades variam constantemente.

Portanto, num gás são possíveis todas energias cinéticas e velocidades.


Seja dado um volume de um gás onde se encontra um número N muito elevado de moléculas.
Em vez de falarmos “quantas moléculas têm uma determinada energia cinética/ velocidades”
(o que é difícil devido ao grande número de moléculas no gás) é mais racional, do ponto de
vista prático, determinar o número de moléculas ( dN ) cujas energias se encontram
compreendidas entre E + dE ou as suas velocidades entre v + dv .

O numero dN vai ser expresso da seguinte forma: dN =N ( E ) dE ou dN=N (V ) dV sendo N (V )


definido pela lei de distribuição das energias moleculares de Maxwell.

dN 2 πN
=
dE 3 1 −E
¿(πkT ) 2 E 2 ∙ e kT ¿
¿
Número de moléculas por unidade de energia.

Onde T é a temperatura absoluta, k a constante de Boltzman e N o número total de moléculas


na amostra.

Substituindo pela Energia cinética ficamos com :

ou por outra

Mostrando que a distribuição das velocidades depende da Temperatura do gas bem como a
sua massa.

Obs.: A lei da distribuição de velocidades é diferente para cada gás.

Conclusão: À medida que a temperatura aumenta a distribuição das velocidades desloca-se


para valores mais elevados ou seja para a direita. A área por baixo do gráfico entre as linhas
verticais dá o número de moléculas entre as velocidades correspondentes.

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Energia interna de um gás

A Energia Interna em qualquer sistema termodinâmico refere-se a soma de todas energias


cinéticas das partículas existentes.

1 2 3
E pela teoria cinético molecular sabemos que: m v = kT
2 2

E tendo em conta as 3 dimensões(x,y e z) teremos:

1 2 1 2 1 2 3
m v x = m v y = mv z = kT
2 2 2 2

Sabendo que a energia interna U corresponde inteiramente a Ec , ficaremos com:

3
EO =U= kT
2

Substituindo a constante de Boltzman teremos e considerando N=1

3
U = nRT
2

Logo, a energia interna é uma função da temperatura.


U = f (T )

Mas U= 3/2 nRT apenas satisfaz moléculas monoatómicas.

Para biatómicas teremos:

5
U = nRT
2

Se as ligações não forem rígidas as moléculas ainda podem vibrar em torno das suas posições
de equilíbrio. Assim passam a ter como energia interna U = 7/2 nRT.

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Segunda Lei da Termodinâmica

Lição 21: Máquinas térmicas

Máquinas térmicas são dispositivos que operando ciclicamente, produzem trabalho extraindo calor
de uma fonte quente jogando-a para a uma fonte fria num processo e contínuo.

Máquina Térmica é uma máquina que transforma a energia térmica em energia mecânica,
por ciclo de Carnot; esse ciclo é um limitado por isotermas e adiabáticas.

Apesar de existirem diferentes tipos de máquinas térmicas, elas


apresentam características comuns como:
• Recebem calor de uma fonte quente (reactor nuclear, colector de energia solar, forno a
combustível, etc.);
• Conservam apenas parte deste calor em forma de trabalho;
• Rejeitam o calor que não foi usado para um reservatório chamada fonte fria;
• Funcionam por ciclos.

Para realizar esse ciclo temos que dispor de uma fonte quente que comunique ao agente de
transformação uma certa quantidade de calor Q, necessária para sua expansão isotérmica e
duma fonte fria que absorva a dita substância, a quantidade de calor correspondente durante a
compreensão isotérmica.
Seja Q1 a quantidade de calor cedida pela fonte quente do agente de transformação e por Q2
a quantidade de calor que o dito agente recebe da fonte fria (considera-se positivo a Q2 que
cede a substância `a fonte fria), ao trabalho designamos por A (sem nenhum sinal em todos
os casos); mas o trabalho realizado pelo agente de transformação durante a expansão é
positivo (A1 > 0)] e o que realiza durante a compreensão é negativo (A2 < 0).
Para o estudo do ciclo de Carnot, tomaremos como agente de transformação uma mole de
gás perfeito, que no momento inicial se encontra no estado 1, caracterizado por um volume
V1, uma pressão p1 e temperatura T1.

Isso significa que o estado inicial e final do reservatório quente coincidem (são iguais) ou seja
ΔU = 0

Rendimento de uma máquina térmica

Como sabemos que o rendimento duma transformação fechada é igual ao trabalho sobre a
quantidade fornecida.

Donde;
A: trabalho total realizado durante o processo de todo ciclo;
Q1: quantidade de calor recebida pela fonte quente e Q2 a cedida pela fonte fria.

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A: Q1 recebido pelo agente de transformação é igual ao trabalho A1 realizado por uma
mole do gás durante a expansão isotérmica A2.

Uma máquina térmica terá maior eficiência se transformar mais calor em trabalho,
transferindo, portanto, menos calor para a fonte fria.

Este resultado constitui o enunciado de Kelvin – Planck para o 2º Princípio Termodinâmico


que diz: “É impossível que uma máquina térmica, operando em ciclo, que tenha como
único efeito a extracção de calor de um reservatório e a execução de quantidade
equivalente de trabalho.”

Lição 22: Máquina e ciclo de Carnot

Carnot mostrou que a máquina reversível é a máquina mais eficiente que pode operar entre dois

reservatórios.

Assim respondeu a questão do rendimento máximo de uma maquina térmica e ficou formulado um

teorema, conhecido como “Teorema de Carnot”: Nenhuma máquina térmica, operando entre dois

reservatórios térmicos, pode ser mais eficiente do que uma máquina reversível que opera entre os

mesmos 2 reservatórios.

A máquina reversível é uma máquina ideal, pois ela opera com o maior rendimento possível.

Condições de reversibilidade:

• No processo, não há trabalho de forças de atrito, de forças viscosas ou de outras forças dissipativas

que produzem calor;

• A condução térmica só ocorre isotermicamente;

• O processo deve ser quase estático, de modo que o sistema está sempre num estado de equilíbrio, ou

muito próximo deste;

Qualquer processo que viole uma das condições acima mencionadas é irreversível.

A máquina de Carnot tem um funcionamento apenas teórico, pois ainda não se conseguiu criar uma

máquina com as suas características.


8
Tendo :

Então, Q1 recebido pelo agente de transformação é igual ao trabalho A1 realizado por uma mole do

gás durante a expansão isotérmica A2.

De igual forma, a quantidade de calor - Q2 recebida da fonte fria, é igual a do trabalho

A2 realizado pelo gás durante a compreensão isotérmica.

A razão entre o calor rejeitado e o calor absorvido é então:

V3
T 2 ln
|Q2| V4
=
Q2 V2
ln T1
V1

Simplificando os logaritmos e dividindo pela relação dos v olumes teremos:

e o rendimento de Carnot nc vai ser expresso por:

Conclusão: O rendimento de Carnot depende exclusivamente das temperaturas T1 e T2 dos

dois reservatórios de calor. O rendimento de Carnot fixa o limite superior dos rendimentos

das máquinas térmicas.

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Lição 23: Processos reversíveis e irreversíveis. 2ª Lei da Termodinâmica

Uma característica importante do processo reversível, é que o sistema nunca está afastado

senão infinitesimalmente do equilíbrio interno. Isto implica que o sistema está sempre num

estado identificável de temperatura e de pressão uniforme e que se pode sempre aplicar uma

equação de estado ao sistema. Além disso, o sistema também não está nunca afastado senão

infinitesimalmente do equilíbrio mecânico com o exterior e isto significa que a pressão interna

está sempre em equilíbrio virtual com as forças exteriores ao sistema.

Devido a estas circunstâncias, a expressão do trabalho para um processo reversível δw=PdV,

pode ser determinada utilizando para a pressão P a pressão do sistema. Assim é, de facto, em

primeiro lugar porque a pressão do sistema está bem definida e é uniforme; em segundo lugar

porque a pressão do sistema equilibra quase exactamente as forças exteriores. Estas duas

condições são necessárias mas não suficientes para um processo ser reversível. São no entanto

ambas necessárias e suficientes para o uso da pressão do sistema no cálculo do trabalho

através de δw = PdV. Os processos que ocorrem de tal forma que estas duas condições são

respeitadas e dizem-se mecanicamente reversíveis.

Porque os processos acabados de considerar foram considerados adiabáticos, não tivemos

oportunidade de considerar o papel de transmissão de calor. O recipiente adiabático do

sistema impõe uma restrição ao sistema que torna irrelevante qualquer questão de equilíbrio

térmico externo entre o sistema e o exterior. Contudo, a uniformidade da temperatura no seio

do sistema implica equilíbrio térmico interno.

Diz-se que um processo é reversível se o seu sentido puder ser invertido em qualquer ponto

por uma variação infinitesimal das condições exteriores.

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Formulação da 2ª Lei ou 2º Princípio da Termodinâmica

Supondo que temos um reservatório de água quente. Podemos tomar uma quantidade de calor
Q1 desse reservatório e convertê-lo em trabalho? Somente se tivermos um lugar à temperatura
mais baixa T2 onde possamos eliminar alguma parte do calor. Um motor não pode realizar
trabalho simplesmente removendo calor de um reservatório a uma temperatura fixa.
Esta é uma maneira de se exprimir a segunda lei da Termodinâmica:

“Para converter calor em trabalho, precisamos pelo menos de dois lugares com temperaturas
diferentes. Se tomarmos Q1 à temperatura T1 devemos eliminar Q2 à temperatura T2.”

Ou por outras palavras: “É impossível a construção de um dispositivo que, por si só, isto é,
sem intervenção do meio exterior, consiga transferir calor de um corpo para outro de
temperatura mais elevada.”

Enunciado de Clausius.

Da segunda lei, extrai-se a impossibilidade de um refrigerador ideal devido a


incapacidade de produzir uma troca de calor com um reservatório térmico.

Por outras palavras: É impossível a construção de um dispositivo que, por si só, isto
é, sem intervenção do meio exterior, consiga transformar integralmente em trabalho o
calor absorvido de uma fonte a uma dada temperatura uniforme.

Enunciado de Kelvin-Planck.
Deste enunciado, tem-se como consequência a impossibilidade do "motor ideal". Toda
a máquina produzirá energia a ser utilizada com desperdício de parte desta em calor a
ser perdido.

“Para transformar calor em energia cinética, utiliza-se uma máquina térmica, porém
esta não é 100% eficiente na conversão.”

Este enunciado denomina-se "postulado" de Kelvin e assim o


descrevem: Nenhum processo é possível, onde o único resultado é a absorção de calor
de um reservatório e sua conversão completa em trabalho

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Lição 24: Entropia e a sua lei de crescimento

Suponhamos que um sistema, à temperatura T, absorve uma pequena quantidade de calor dQ,
durante uma transformação reversível infinitesimal. Então a entropia do sistema é definida
como a grandeza cuja variação é calculada pela relação:

dQ
dS=
T

Variação da entropia, onde: dS é a variação infinitesimal da entropia de um corpo,


dQ é a quantidade infinitesimal de calor trocado com o corpo num processo reversível e T a
temperatura absoluta do corpo.

Condições:

A variação dS é >0 se o processo é irreversível e o sistema absorve calor dQ>0.


• A variação dS é <0 se o sistema ceder calor dQ<0.
• A variação dS é = 0 se o processo reversível for adiabático (dQ=0)

Consideremos que Q1 e Q2 são números algébricos, em que Q1 > 0 corresponde ao


calor recebido pelo sistema; Q2 calor cedido pelo sistema, então podemos
transformar a nossa expressão da segunda lei em:

Para um ciclo de Carnot reversível, a soma das quantidades de calor reduzido é igual
a zero (4.4).
Se considerarmos que os valores Qi e Ti são pequenos, então, podemos escrever o
seguinte:

Então, a entropia é o somatório de todos calores, isto é, e baseando no


rendimento da maquina térmica teremos, para qualquer ciclo de Carnot:

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segundo o principio de Clausius podemos escrever:

Quer dizer que qualquer que seja a transformação fechada, a soma das quantidades de
calor reduzido não pode ser maior que zero.
Se o processo é reversível, essa soma será igual a zero.

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Entropia e Desordem. 3º Princípio da Termodinâmica

A entropia está associada à desordem. Dizer que a entropia tende a aumentar, equivale a dizer

que a desordem do sistema tende a aumentar.

A quantidade de desordem corresponde ao número de vezes que um sistema pode ser

reordenado de modo que o ambiente externo veja o sistema da mesma maneira. Foi observado

que o logaritmo da quantidade de número de reordenamentos é proporcional à entropia.

Podemos definir a entropia como o logaritmo da desordem vezes uma constante de

proporcionalidade. Quando mudamos a entropia de uma substância por um valor ΔS = ΔQ T ,

mudamos a desordem da substância. A entropia sempre aumenta, porque uma grande

quantidade de desordem é, por definição, mais provável do que se o sistema for ordenado.

Podemos assim verificar se a entropia de um sistema aumentou ou diminui medindo as a

transferência de calor para, ou de uma substância ou decidindo se a desordem aumentou ou

diminuiu.

A entropia aumenta quando calor passa de um objecto mais quente para um objecto mais frio.

Segundo a teoria cinético-molecular, a relação entre a entropia e a desordem é definida

quantitativamente pela equação de Boltzman, que interliga a entropia (S) e o parâmetro de

desordem W .

Ludwig Boltzman provou que a entropia termodinâmica S de um sistema estava relacionada

ao número W que representa a probabilidade a probabilidade (termodinâmica) de um sistema

permanecer no estado em que se encontra relativamente à todos os outros estados possíveis de

se encontrar neles.

Logo : S=klogW

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Dizer que a entropia total de um sistema fechado sempre aumenta é uma outra maneira de

expressar a 2ª lei da Termodinâmica.

"Todo sistema natural, quando deixado livre, evolui para um estado de máxima desordem,

correspondente a uma entropia máxima."

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3º Princípio Termodinâmico

´´ A entropia de todos os cristais perfeitos é igual no zero absoluto de temperatura´´

O 3º Princípio da Termodinâmica diz-nos a entropia de um sistema a uma temperatura do zero

absoluto é uma constante.

À temperatura do 0 (zero) absoluto, a entropia de todos os sistemas que se encontram em

equilíbrio, possui o valor zero independentemente do valor das outras grandezas de estado ou

da fase do estado.

Propõe que na temperatura de ZERO ABSOLUTO, 0o Kelvin, que equivale a cerca de -

273,15o Centígrados no sistema Celsius, o estado de agitação molecular, a Entropia, tende a

Zero, o que significa que a ordem molecular é máxima e energia é mínima.

Obs.: embora seja a temperatura usada, ela nunca foi verificada tento na natureza com no

laboratório.

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Referências bibliográficas

1. BUECHE, F. e HECHT, E; Física Nona Edição, McGraw-Hill; Lisboa 2001

2. CENGEL, Y. e BOLES, M. Termodinâmica, Quinta Edição, McGraw-HillS. Paulo 2007

3. D. HALLIDAY R. Resnick, Jonh Wielly; Gravitação, Ondas e Termodinâmica vol. II.

4. EDITORES & ROSOMNIA, Enciclopédia do Conhecimento. Ciência e Tecnologia

5.JDANOV, G.L & JDANOV, L. S. Física para o Ensino técnico Especializado,Editora Mir,

Moscovo, 1981

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