Você está na página 1de 8

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Anna Laura Andrade Oikawa


Leonardo Havandjian
Lucian Rubert Ramos Ambros
Thais Oliveira da Silva

Análise de Caso Clínico

São Paulo
2023
Anna Laura Andrade Oikawa
Leonardo Havandjian
Lucian Rubert Ramos Ambros
Thais Oliveira da Silva

Análise de Caso Clínico

Trabalho referente à Atividade 6 da


disciplina de Processos
Psicológicos Básicos do curso de
Psicologia.

São Paulo
2023
Caso Clínico:

O Sr. Carlos era um homem de 65 anos, professor aposentado, casado, com


três filhos adultos. Após a aposentadoria, Carlos notou que seu humor tinha mudado
drasticamente, deprimido, com baixa tolerância à frustração, hostilidade e retração
social. A família notou os sintomas, mas não conseguia entender o que estava
acontecendo.

Todos os dias, Carlos se sentia mais cansado e com menos energia do que
antes. Ele também começou a esquecer coisas simples, como onde tinha deixado as
chaves ou o nome da pessoa que estava do outro lado da porta. Sua memória
também começou a falhar quando rezava ou lia sua Bíblia diariamente.

Os sintomas começaram a afetar sua vida diária. Sua esposa notou que ele
estava ficando cada vez mais irritado e retraído. Ele não queria sair para passear
com ela, nem mesmo para visitar os netos. Ele também começou a se sentir
cansado e desmotivado para fazer qualquer tipo de tarefa.

Em 2020, o Sr. Carlos acabou pegando o vírus da Covid-19 e precisou ser


internado no hospital. Ele ficou 15 dias em observação, e na última semana precisou
ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi um momento muito
difícil para sua família. Após 15 dias de internação, o Sr. Carlos finalmente recebeu
alta e pôde voltar para casa. Ele se sentia cansado e ainda tinha alguns sintomas. A
recuperação de Sr. Carlos estava lenta.

Em consulta com médico neurologista em novembro de 2022, relata


esquecimentos e lapsos de memória. Relata ainda que iniciou a notar o sintoma
referido há aproximadamente um ano. No início, sua esposa percebeu a dificuldade
do Sr. Carlos em lembrar nomes, recados e que estava contando os mesmos casos
e fazendo as mesmas perguntas várias vezes.

Atualmente sente dificuldades em executar as atividades de vida diária como


fazer compras, tomar remédio, e precisa sempre receber o auxílio da esposa para
isso. Nega antecedentes familiares de doença neurodegenerativa. Nega tabagismo.
Nega etilismo. Realiza caminhada diária acompanhado da esposa.
Informações Gerais (Introdução)

O caso trata do Sr. Carlos, um homem de 65 anos, casado, com três filhos já
adultos. Após a aposentadoria, o Sr. Carlos percebeu que seu humor alterou
drasticamente, incluindo comportamentos de hostilidade e retração social.

HISTÓRICO (Resumo)

Idade: 65 anos

Profissão: Professor aposentado

Sintomas: Mudanças de humor, baixa tolerância à frustração, hostilidade,


retração social, irritação, desmotivação, fadiga, perda de
energia, cansaço, esquecimentos e lapsos de memória.

Tais sintomas começaram interferir em sua vida diária, a ponto


de não querer sair para passear com a esposa ou ver os netos.
Ele também começou a se sentir cansado e desmotivado para
fazer qualquer tipo de tarefa.

Outros dados: Hospitalização por Covid-19 e internação na UTI

Histórico familiar: Ausência de antecedentes familiares de doença


neurodegenerativa, tabagismo ou etilismo
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS E EVIDÊNCIAS

Doença de Alzheimer:

A Doença de Alzheimer se caracteriza como uma doença


neurodegenerativa e progressiva prevalecendo entre as demais
demências. Sua manifestação clínica permeia o declínio cognitivo
através da deterioração das habilidades intelectuais progressivas. Na
grande maioria das vezes a doença começa a se desenvolver aos 65
anos de idade, o que se pode caracterizar como início tardio, contudo,
há casos em que se manifesta em pessoas mais jovens indicando
seu início precoce. (BADARÓ, Ana. SANTOS, Mariana. 2021)

Analisou-se o impacto do coronavírus no paciente idoso com DA e


sua família, constatando que discutir sobre essa temática é de
extrema importância, pois em virtude da pandemia, os idosos com DA
ficaram ainda mais vulneráveis e a família mais sobrecarregada. Além
disso, esses idosos perderam o contato com familiares, amigos e
cuidadores, deixando de realizar atividades em grupo e exercícios,
ficando ainda mais isolados, apresentando maiores alterações. Dessa
forma, sugere-se fornecer maior suporte para esses idosos, familiares
e cuidadores, entre eles a atuação da equipe multidisciplinar e a
utilização das tecnologias. Por fim, o presente estudo poderá fornecer
subsídios às ações de planejamento para prevenir futuros
agravamentos, promovendo a qualidade de vida e melhora na
assistência aos pacientes idosos acometidos pela DA. (JUNIOR, Julio
et al. 2021)

O Sr. Carlos apresenta sintomas que sugerem uma possível demência, sendo
a Doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência em idosos. Isso se
deve, além da faixa etária típica de manifestação da condição (o Sr. Carlos tem 65
anos), outros sintomas típicos dela. FROTA et al (2011) esclarece que a da
apresenta 2 comprometimentos-base: o declínio neuropsiquiátrico, com interferência
na execução de tarefas usuais que comprometam trabalho e vida como um todo e o
comprometimento cognitivo que afete memória, realização de tarefas sequenciais,
habilidades espaciais, linguagem ou estados de humor ou personalidade.
Apresentando episódios de esquecimentos frequentes, dificuldade para executar
tarefas simples (inclusive necessitando se ajuda da esposa), alteração de humor,
dificuldade em lidar com frustração e averão a atividades sociais, o paciente se
enquadraria, à priori, nesse quadro clínico. o fato de o Sr. Carlos ter contraído o
covid-19 (sendo, inclusive, internado por consequência dele), pode ter contribuído
para o quadro, seja pelo desencadeamento ou pelo agravamento dos sintomas da
Doença de Alzheimer. NUNES et al (2020) explica que existem casos de pacientes
infectados com o vírus que manifestaram complicações neurológicas e que os casos
que evoluíram para terapia intensiva mostraram sintomas de confusão mental ainda
mais acentuados. além disso, sintomas como irritabilidade também estão presentes
em decorrência do vírus, aumentando a possibilidade da interferência da covid-19 no
quadro do paciente.

Apesar de apresentar sintomas característicos da D.A., para confirmar essa


hipótese, é necessária, além da clínica, realizar uma avaliação neuropsicológica e
exames de imagem cerebral.

Depressão:

Essa "doença" é diagnosticada pelo psiquiatra a partir da presença


de determinados sintomas que se manifestam numa certa duração,
frequência e intensidade e que os manuais psiquiátricos mundialmente
reconhecidos e atualmente em vigor (Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais - DSM-IV, 1995; Organização Mundial de Saúde, CID-
10, 1996-1997) descrevem minuciosamente. Reservam um item dentro da
nosografia os "Transtornos do Humor" (DSM-IV) ou "Transtornos Afetivos"
(CID-10) para designar aquilo que se costuma chamar de "depressão" ou
"doenças depressivas." (RODRIGUES, MARIA. 2000)

A depressão geriátrica tem uma causa multifatorial. Acredita-se


que fatores como aposentadoria, sentimentos de frustração, isolamento
social, dependência, ausência do retorno do investimento escolar,
incapacidade de reengajamento na atividade produtiva, podem
comprometer a qualidade de vida e aliadas a doenças crônico-
degenerativas são preditores do desenvolvimento da depressão da
terceira idade (PACHECO, 2002 apud SANTOS, 2022).

O Sr. Carlos apresenta sintomas que sugerem uma possível depressão, como
irritabilidade, cansaço e desmotivação para realizar tarefas, além de problemas de
memória, desinteresse pelas atividades do cotidiano, retração social, hostilidade e
mudança de humor.
Para confirmar essa hipótese, é necessário realizar uma avaliação
psiquiátrica e psicológica, de modo a avaliar o momento do paciente, o histórico
familiar, realização de alguns testes para avaliar o estado mental.

Referências:

BADARÓ, Ana; SANTOS, Mariana. Desvendando o mal de Alzheimer: uma


proposta de intervenção psicoterapêutica. Brazilian Journal of Development,
Curitiba, v.7, n.6, p.57740-57752 jun. 2021. Disponível em:
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/31212 Acesso em
03/04/2023

JJUNIORJ. C. P. da R., MeloG. de O., CardosoV. N. da S., FrançaG. S. da, SilvaG.


de O., & GentilV. N. (2021). O impacto do coronavírus na doença de Alzheimer:
uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(8), e8470. Disponível
em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/8470 Acesso em
03/04/2023

FROTA, Norberto Anízio Ferreira et al. Critérios para o diagnóstico de doença de


Alzheimer. Dementia & Neuropsychologia, v. 5, n. 1, p. 5-10, 2011. Disponível em:
Redalyc.Critérios para o diagnóstico de doença de Alzheimer Acesso em:
05/04/2023

NUNES, Maria Jussara Medeiros et al. Alterações Neurológicas Na Covid-19:


Uma Revisão Sistemática. Revista Neurociências, v. 28, p. 1-22, 2020. Disponível
em: Alterações Neurológicas Na Covid-19: Uma Revisão Sistemática | Revista
Neurociências (unifesp.br) Acesso em: 05/04/2023

RODRIGUES, Maria. O Diagnóstico da Depressão. Scielo. 2000. Disponível em:


https://www.scielo.br/j/pusp/a/pLGJppkNXcmwHdpQ5T3T5xQ/?lang=pt

Acesso em: 03/04/2023


SANTOS, Gláucia. SOUZA, Maria. Aspectos da depressão na velhice: revisão
integrativa de literatura. Brazilian Journal of Health Review,Curitiba, 2022.
Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/
46929/pdf Acesso em: 05/04/2023

Você também pode gostar