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Aluna: Sthefanny Jully Araújo de Araújo

Docente: Roberto Alves

UC 6 – PRESTAR ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL.


ATIVIDADE 1 NP
TRANSTORNOS MENTAIS E SUAS CLASSSIFICAÇÕES

Existem diversos transtornos mentais, com apresentações diferentes. Eles


geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções,
emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com
outras pessoas.

Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a


esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de
desenvolvimento, incluindo o autismo.

Existem estratégias eficazes para a prevenção de transtornos mentais como a


depressão. Há tratamentos eficazes para os transtornos mentais e maneiras de
aliviar o sofrimento causado por eles.

O acesso aos cuidados de saúde e aos serviços sociais capazes de proporcionar


tratamento e apoio social é fundamental.

A carga dos transtornos mentais continua crescendo, com impactos significativos


sobre a saúde e as principais consequências sociais, de direitos humanos e
econômicas em todos os países do mundo.

DEPRESSÃO

A depressão é um transtorno mental comum e uma das principais causas de


incapacidade em todo o mundo. Globalmente, estima-se que 300 milhões de pessoas
são afetadas por essa condição. Mais mulheres sofrem de depressão que homens.
A depressão é caracterizada por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimento de
culpa ou baixa autoestima, sono e apetite alterados, cansaço e falta de concentração.
Quem sofre com essa condição pode também ter múltiplas queixas físicas sem
nenhuma causa aparente. A depressão pode ser de longa duração ou recorrente,
prejudicando substancialmente a capacidade das pessoas de serem funcionais no
trabalho ou na escola, assim como a capacidade de lidar com a vida diária. Em seu
estado mais grave, a depressão pode levar ao suicídio.
Os programas de prevenção têm demonstrado a redução da depressão, tanto em
crianças (proteção e apoio psicológico após abuso físico e sexual, por exemplo) e
adultos (assistência psicossocial após desastres e conflitos, por exemplo).
Existem também tratamentos eficazes. A depressão em seu estado leve e moderado
pode ser efetivamente tratada com terapias que utilizam o diálogo, como a cognitivo-
comportamental e psicoterapia. Os antidepressivos podem ser uma forma eficaz de
tratamento para a depressão de moderada a grave, mas não são a primeira linha de
tratamento para casos de depressão leve. Eles não devem ser usados para tratar a
depressão em crianças e não são a primeira linha de tratamento em adolescentes,
grupo em que esses medicamentos devem ser usados com cautela.
O tratamento da depressão deve incluir aspectos psicossociais, como a identificação de
fatores de estresse, tais como problemas financeiros, dificuldades no trabalho ou
abuso físico/mental, assim como identificar fontes de apoio, como familiares e amigos.
A manutenção ou reativação de interações e atividades sociais é importante.

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

Esse transtorno afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. Consiste


tipicamente em episódios de mania e depressão, separados por períodos de humor
normal. Os episódios de mania envolvem humor elevado ou irritado, excesso de
atividade, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono. As
pessoas que têm episódios de mania, mas não experimentam episódios depressivos,
também são classificadas como tendo transtorno bipolar.
Estão disponíveis abordagens eficazes para o tratamento da fase aguda do transtorno
bipolar e para a prevenção de novas crises. Trata-se de medicamentos que estabilizam
o humor. O apoio psicossocial é um componente importante na linha de tratamento.

ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES

A esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta cerca de 23 milhões de


pessoas em todo o mundo. Psicoses, incluindo a esquizofrenia, são caracterizadas por
distorções no pensamento, percepção, emoções, linguagem, consciência do “eu” e
comportamento. As experiências psicóticas comuns incluem alucinações (ouvir, ver ou
sentir coisas que não existem) e delírios (falsas crenças ou suspeitas firmemente
mantidas mesmo quando há provas que mostram o contrário). O transtorno pode
tornar difícil para as pessoas afetadas trabalhar ou estudar normalmente.
O estigma e a discriminação podem diminuir o acesso à saúde e aos serviços sociais.
Além disso, as pessoas com psicose correm alto risco de exposição a violações de
direitos humanos, como o confinamento de longo prazo em instituições.
A esquizofrenia geralmente tem início ao fim da adolescência ou no começo da vida
adulta. O tratamento com medicamentos e apoio psicossocial é eficaz. Com o
tratamento adequado e suporte social, as pessoas afetadas podem voltar a ter uma
vida produtiva e integrada à sociedade. Ampliar o acesso a formas de assistência
cotidiana, atenção domiciliar e suporte para a inserção no mercado de trabalho são
medidas de apoio para que as pessoas que sofrem com transtornos mentais graves,
como a esquizofrenia, atinjam os objetivos de sua reabilitação, já que enfrentam
maiores dificuldades em acessar empregos ou residência.

DEMENCIA

Em todo o mundo, cerca de 50 milhões de pessoas têm demência. A condição é


geralmente de natureza crônica ou progressiva, na qual há deterioração da função
cognitiva (isto é, a capacidade de processar o pensamento) para além do que se
poderia esperar no envelhecimento normal. Ela afeta memória, pensamento,
orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e
julgamento. O comprometimento da função cognitiva é comumente acompanhado, e
ocasionalmente precedido, pela deterioração do controle emocional, comportamento
social ou motivação.
A demência é causada por uma variedade de doenças e lesões que afetam o cérebro,
como o Alzheimer ou acidente vascular cerebral.
Embora não haja atualmente tratamento disponível para curar a demência ou para
alterar seu curso progressivo, muitos tratamentos estão em vários estágios de ensaios
clínicos. Muito pode ser feito, no entanto, para apoiar e melhorar as vidas das pessoas
com demência, seus cuidadores e famílias.

DISTURBIOS DE DESENVOLVIMENTO, INCLUINDO AUTISMO

O termo transtorno de desenvolvimento abrange deficiência intelectual e transtornos


invasivos de desenvolvimento, incluindo o autismo. Os distúrbios de desenvolvimento
geralmente têm início na infância, mas tendem a persistir na idade adulta, causando
comprometimento ou atraso nas funções relacionadas à maturação do sistema
nervoso central. Eles geralmente seguem um curso constante, em vez de os períodos
de alternância entre estabilizações e crises que caracterizam muitos outros transtornos
mentais.
A deficiência intelectual é caracterizada pela diminuição de habilidades em várias áreas
de desenvolvimento, como o funcionamento cognitivo e o comportamento adaptativo.
Essa condição diminui a capacidade de adaptação às exigências diárias da vida.
Os sintomas de transtornos invasivos de desenvolvimento, como o autismo, são
comportamento social, comunicação e linguagem prejudicados e uma estreita faixa de
interesses e atividades, que são únicas para o indivíduo e realizadas repetidamente. Os
transtornos de desenvolvimento frequentemente se originam na infância ou na
primeira infância. As pessoas com esses transtornos ocasionalmente possuem algum
grau de deficiência intelectual.
O envolvimento da família no cuidado de pessoas com essa condição é fundamental. É
importante conhecer as situações e atividades que causam tensão e bem-estar ao
indivíduo, assim como descobrir quais ambientes são mais apropriados para uma
melhor aprendizagem. O estabelecimento de rotinas diárias (horários para
alimentação, brincadeiras, contato com outras pessoas e sono) ajuda a prevenir
estresse desnecessário. É essencial também que os serviços de saúde façam um
acompanhamento regular de crianças e adultos com transtornos de desenvolvimento
e se mantenham em contato com seus cuidadores.
A comunidade em geral tem um papel a desempenhar no que diz respeito aos direitos
e necessidades das pessoas com deficiência.
ESTUDO DE CASO

1. Dentre os fatores que podem ser mudados e, com isso, ajudar a prevenir o suicídio,
está a presença de transtorno psiquiátrico. Pesquisas apontam que 96,8% das pessoas
que morreram por suicídio possuíam histórico de doença mental diagnosticada ou não,
frequentemente não tratada ou tratada inadequadamente. Os mais comuns incluem
depressão, transtorno bipolar, abuso/dependência de substâncias, transtornos de
personalidade e esquizofrenia.

Entre os demais fatores que, se modificados, podem evitar o suicídio, estão:


 Conflitos familiares, incerteza quanto à orientação sexual e falta de apoio
social;
 Sentimentos de desesperança, desespero, desamparo e impulsividade:
 Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como
importante fator de risco. A combinação de impulsividade, desesperança e
abuso de substâncias pode ser particularmente letal;
 Viver sozinho: divorciados, viúvos ou que nunca se casaram; não ter filhos.
 Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados:
maior risco nos três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de
desemprego;
 Aposentados;
 Moradores de rua;
 Indivíduos com fácil acesso a meios letais.

2. Após identificados algum dos fatores acima, ou mais de um, é necessário prestar
atenção ao indivíduo e suas posturas, tomadas de decisões e atitudes. Focando nos
dois principais fatores de risco, doença mental e tentativa de suicídio prévia, se faz
fundamental encaminhar o indivíduo para uma avaliação psiquiátrica.

Somente o médico psiquiatra poderá tratar adequadamente o transtorno psiquiátrico


de base, possível fator para o comportamento suicida, além de investigar
corretamente o histórico familiar e pessoal do paciente. Após esta etapa, com o
tratamento da doença mental e cessação da ideação suicida, o indivíduo pode ter de
volta a qualidade de vida.

Algumas das expressões que denotam o comportamento suicida são:


 “Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada que carrego e
que não consigo mais suportar...”
 “Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim...”
 “Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...”
 “Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel...”

3. Fatores que influenciam a pessoa a cometer o suicídio:


 Ter doença incapacitante;
 Receber diagnóstico de doença;
 Crises econômicas e dívidas familiares;
 Viver sozinho e sem perspectiva;
 Perda de laços familiares;
 Desemprego;
 Humilhação ou desonra;
 Luto ou perda de entes queridos;
 Agressividade e impulsividade;
 Histórico de internação com quadro depressivo;
 História de quadro depressivo ao longo da vida;
 Internação hospitalar;
 Ter transtornos psiquiátricos;
 Histórico de abuso de álcool e outras drogas;
 Histórico de tentativa de suicídio;
 Se há grave distúrbio do sono ou alimentar;
 Uso de medicamentos antidepressivos;
 Ter alteração constante de humor;
 Ter plano suicida....
Sintomas de uma depressão “normal”:
 Irritabilidade, ansiedade e angústia;
 Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
 Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer;
 Desinteresse, falta de motivação e apatia;
 Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
 Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima;
 Sensação, inutilidade, ruína e fracasso;
 Interpretação distorcida e negativa da realidade;
 Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
 Diminuição do desempenho sexual;
 Perda ou aumento do apetite e do peso;
 Insônia ou despertar matinal precoce;
 Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos;
4. O paciente deve ser assistido por um profissional capacitado nessa área, no caso um
psiquiatra, onde ele aborda o paciente de forma tranquila em uma conversa onde
consta perguntas, tais como:
Para avaliação da depressão moderada ou grave podem ser utilizadas as seguintes
questões:
1. Nas duas últimas semanas você sentiu-se triste, desanimado (a), deprimido (a),
durante a maior parte do dia, quase todos os dias?
2. Nas duas últimas semanas você teve o sentimento de não ter mais gosto por nada, de ter
perdido o interesse e prazer pelas coisas que lhe agradavam habitualmente?

Se houver pelo menos uma resposta “Sim”, faça as perguntas a seguir:

A. Seu apetite mudou de forma significativa?


B. Teve problemas de sono quase todas as noites (dificuldade para pegar no sono, acordar no
meio da noite, dormir demais)?
C. Falou ou movimentou-se mais lentamente que de costume ou pelo contrário, sentiu-se
mais agitado ou incapaz de ficar quieto?
D. Sentiu-se a maior parte do tempo cansado, sem energia, quase todos os dias?
E. Sentiu-se sem valor ou com culpa, quase todos os dias?
F. Teve dificuldade em tomar decisões, de se concentrar ou problemas de memória quase
todos os dias?
G. Teve por várias vezes pensamentos ruins, com seria melhor estar morto, ou fazer mal a si
mesmo?

Se ‘sim’ em 1 ou 2 + ‘sim’ em qualquer um de A a G, há grande risco de depressão; 3 e


4 respostas positivas depressão leve; 5 a 7 respostas positivas depressão moderada;
Risco de suicídio, sintomas psicóticos ou 8 a 9 respostas positivas depressão grave.

5. O tratamento antidepressivo deve ser realizado considerando os aspectos


biológicos, psicológicos e sociais do paciente. Na média, não há diferenças
significativas em termos de eficácia entre os diferentes antidepressivos, mas o perfil
em termos de efeitos colaterais, preço, risco de suicídio, tolerabilidade varia bastante
o que implica em diferenças na efetividade das drogas para cada paciente. A conduta,
portanto, deve ser individualizada. A prescrição profilática de antidepressivos irá
depender da intensidade e frequência dos episódios depressivos. O risco de suicídio
dever ser sempre avaliado e se necessário o ECT deverá ser indicado. Não há
antidepressivo ideal, entretanto, atualmente existe uma disponibilidade grande de
drogas atuando através de diferentes mecanismos de ação o que permite que, mesmo
em depressões consideradas resistentes, o tratamento possa obter êxito.

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