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INTRODUÇÃO

TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) é um distúrbio


neurobiológico crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego e
impulsividade. Esses sinais devem obrigatoriamente manifestar-se na infância,
mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e
tratados.

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma desordem


neurobiológica caracterizada por dificuldade em privilegiar um foco e sustentá-lo
com nível suficiente de atenção, modular níveis de atividade cognitiva e, em
alguns casos, controlar comportamentos impulsivos. Como consequência,
evidencia-se prejuízo global nos indivíduos, resultante de comportamentos mal
adaptados inconsistentes para a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento
esperado.1 Acredita-se que seja uma desordem no sistema executivo, e não um
comprometimento primário na inteligência ou no conhecimento. (Rohde LA,
2004)
A prevalência estimada na população geral para o TDAH é de 4 a 12%, na faixa
etária de seis a 12 anos. Em revisão sistemática, os resultados indicam que em
todo o mundo essa prevalência ocorre na razão de 5,29% em menores de 18 anos:
6,48% em crianças e 2,74% em adolescentes. A proporção meninos/meninas
varia de 9:1 a 2,5:1, todavia, vem sendo identificado aumento na incidência de
casos de meninas. Estudos realizados na Argentina e no Brasil encontraram
proporções equivalentes de TDAH entre meninos e meninas e entre adolescentes
de ambos os sexos; já para mulheres na fase adulta a proporção é de 2:1.
Provavelmente, a diferença entre essas proporções seja porque as meninas
apresentam TDAH do tipo com predomínio de desatenção e com menos sintomas
de conduta como comorbidade. Isso faz com que a família e a escola observem
com menos intensidade o impacto do TDAH, o que resulta em baixa taxa de
encaminhamento para avaliação e tratamento.

Independentemente de intervenções e devido à melhora de alguns sintomas com


a idade, entre 40 e 80% dos portadores de TDAH ainda preencherão os critérios
diagnósticos na adolescência inicial e entre 8 e 66% na adolescência tardia e na
vida adulta. (Pastural G, Mattos PII, Araújo APQC, 2007)
Em pessoas com TDAH não tratadas, os sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade podem levar a insatisfatório desempenho nas atividades escolares
e laborativas, gerando baixa autoestima e comprometimento importante nas
relações interpessoais, com elevado número de separações e divórcios. São
baixos a chance e o grau de satisfação em várias áreas do desenvolvimento
humano, alto o risco de abuso de tabaco, álcool e substâncias ilícitas,
ocasionando outros transtornos psiquiátricos e mais envolvimento em infrações e
acidentes de trânsito. Crianças e adolescentes com TDAH têm duas vezes mais
chances de se tornar usuários de drogas do que a população geral.

Diante do exposto, a problemática desse estudo é tentar identificar como uma


pessoa pode ser diagnostica com TDAH?

A finalidade do trabalho é verificar quais são os principais sintomas


desenvolvidos pelas crianças depressivas e identificar a sua causa a partir do
ponto de vista social, cognitivo e afetivo para a construção do ser, além de
analisar a idade que esse processo se inicia.

Dessa maneira os objetivos específicos são: reconhecer os sintomas, verificar o


papel essencial dos pais e dos educadores durante o tratamento e por fim, analisar
quais são as consequências enfrentadas por crianças que são diagnósticas com
depressão.

Nessa perspectiva, conforme citamos, a realização deste trabalho aconteceu, pois


percebemos que a maioria das crianças que desenvolvem depressão sofre
principalmente por não conseguirrelatar e descrevero que está sentindo, pois não
sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença, o que dificulta na
descoberta e tratamento da mesma e impede que as suas atividades diárias sejam
realizadas com sucesso.

Esse trabalho irá trazer benefícios, tais como, produção de materiais para novas
pesquisas, o incentivo de novos projetos e a contribuição e melhoria para nossa
formação, o que irá beneficiar de maneira significativa a faculdade e
principalmente os alunos do curso de Psicologia.

Através deste projeto iremos realizar uma pesquisa bibliográfica de caráter


descritivo, onde serão utilizados os livros da biblioteca Martinho Lutero da
instituição Luterana de Ensino Superior ILES ULBRA de Itumbiara – Goiás.
Sem que haja recorte temporal, sendo utilizados então aqueles que melhor
responderem os nossos objetivos. Bem como artigos disponíveis nas plataformas
eletrônicas, recomendadas pelo Conselho Federal de Psicologia.

Mediante ao que foi mencionado, acredita-se que ao término dessa pesquisa


concluiremos que a maior parte dos casos de depressão infantil não
sãoidentificados por falta da observação familiar e apoio educacional. É
importante enfatizar que essa doença pode ser transmitida de geração em geração
e se não tratada gera consequências graves e compromete a qualidade de vida.

2. SINTOMAS
As crianças tendem a somatizar o sofrimento e queixa-se primeiramente de
problemas físicos, porque é mais fácil elas explicarem sinais de concretos e
orgânicos do que as características emocionais.

Shaver e Brennan (1992) afirmam que a apresentação de um diagnóstico preciso


da depressão infantil é necessário considerar que: 1) pelo menos quatro desses
sintomas estejam presentes no repertório de comportamentos da criança, 2) por
um período mínimo de tempo equivalente a duas semanas anteriores à avaliação.

Dentre as principais reclamações orgânicas se destaca acefaleia, as dores


abdominais e a diarreia. Surge também a falta de apetite ou apetite exagerado,
insônia, irritabilidade, agressividade ou passividade exagerada, choro sem razão
aparente, dificuldades cognitivas, comportamento antissocial, indisciplina, e em
casos mais graves os comportamentos suicidas.

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, baixa autoestima, tristeza,


medo, distúrbios do sono e baixo rendimento escolar também devem ser
observados. Segundo Bock e Côrtes (2000) a depressão não é doença apenas na
criança quieta e desanimada; as manifestações da doença podem estar também na
criança agressiva e hiperativa.

2.1. PERCEBENDO OS SINTOMAS


Quando a criança está em processo de formação, é comum que os seus
responsáveis pensem que as mudanças de comportamento e humor são normais e
que fazem parte do próprio desenvolvimento infantil.
Durante essa fase os pais demoram a perceber que os filhos precisam de ajuda, já
que uma criança que é mais quieta, calada e que não faz bagunça, muitas vezes é
vista apenas como uma boa criança tanto para os pais quanto para a escola.
Porém é importante ressaltar que devemos levar em consideração outros
aspectos.

É necessário que os pais se dediquem e deem a devida atenção ao problema,


buscando uma boa intervenção, caso contrário, o quadro poderá se agravar ainda
mais. Pais que apresentam atitudes negativas frente à situação, fazem com que os
filhos se isolem, desenvolvam baixa autoestima, apresentem alterações afetivas e
evoluam para um quadro depressivo (Barbosa & Lucena, 1995).

2.2. CARACTERÍSTICAS DO SONO


O sono sofre grandes modificações ao longo da vida do indivíduo,
exclusivamente quando criança, durante o seu desenvolvimento infantil. O
transtorno psiquiátrico mais frequente que afeta o sono em crianças é a
depressão.

Relativamente à relação entre o sono e a depressão na infância, os resultados


sugerem uma relação estatisticamente significativa entre a perturbação de sono e
a sintomatologia depressiva. Esses dados corroboram estudos recentes
evidenciando uma forte relação entre distúrbios de sono e distúrbios de humor
(Ford & Cooper-Patrick, 2001; Ivanenko e cols., 2005).

A insônia da criança pequena, definida como dificuldade repetida em iniciar ou


manter o sono, é caracterizado por grande número de despertares durante a noite.
Ou seja, o sono começa a ser interrompido por pesadelos constantes e a mesma
sente medo de ficar sozinha. Isto faz com que ela reclame e chore muito na hora
de dormir. É preciso observar que é um choro assustado, indicando medo ou não.

Os distúrbios de sono caracterizam-se essencialmente pela dificuldade em iniciar


e manter o sono, despertar noturno, sonambulismo e pela sonolência diurna, que
por sua vez estão associados com a diminuição da capacidade de concentração,
baixa energia e a lentificação psicomotora (Szuba, 2001).

A baixa qualidade do sono está diretamente ligada às reclamações em relação ao


humor irritável e depressivo, cansaço, assim como a falta de atenção, de
motivação e de eficiência (Gomes, Tavares & Azevedo, 2005, como citado em
Serrão et al., 2007).

2.3. ALTERAÇÕES DE HUMOR


As alterações do humor geralmente revelam-se através de humor irritável. Em
meninas, é mais comum encontrar queixas de choro, enquanto que nos meninos
há maior frequência de sintomas de disforia, ansiedade, irritabilidade. Em ambos
os sexos, é comum encontrar queixas somáticas como dores abdominais, cefaleia,
náuseas e alta frequência de pensamentos negativos.

Ainda, Calderaro& Carvalho (2005) menciona que o reconhecimento dos


sintomas é difícil uma vez que eles podem ser facilmente confundidos com outras
alterações como hiperatividade, alterações de conduta e agressividade, e também
estar presente sob a forma de comorbidade.

Assim, é importante estar atento a sinais como: expressão de tristeza, mudança


no nível de atividade, diminuição do rendimento escolar, isolamento social,
fracasso em terminar as tarefas, agressividade e verbalizações negativas.

2.4. DIFILCUDADES DE APRENDIZAGEM


Há vários estudos a respeito da relação entre depressão infantil e rendimento
escolar. As principais alterações estão nas funções cognitivas como atenção,
concentração, memória e raciocínio. É alta a incidência de sintomas depressivos
em crianças com dificuldades escolares quando comparada com populações de
depressão sem presença de dificuldade de aprendizagem.

Ballone (2010) afirma que o baixo rendimento escolar decorrente da depressão


parece estar associado com as dificuldades destas crianças em prestar atenção na
explicação, apesar de terem habilidades cognitivas correspondentes à faixa etária.
Dificuldades de aprendizagem e sintomas de desordem afetiva costumam ser
confundidas, e essa situação demanda uma investigação cuidadosa.

Sabe-se que crianças com dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento


escolar demonstram mais sintomas depressivos do que crianças sem queixas
acadêmicas.

2.5. DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS


As crianças com depressão podem, portanto, vir a sofrer de deficiências ou
desequilíbrios nutricionais – sobretudo a falta de vitaminas do complexo B e de
vitamina C e dos minerais cálcios, ferro, magnésio e potássio. Apesar de ainda
não estar claramente estabelecida à relação exata entre os diversos nutrientes e a
atividade química do cérebro, não restam dúvidas de que a nutrição deficiente ou
os problemas de peso contribuem para uma deterioração rápida do estado de
humor”, esclarece a nutricionista (Carolina Rabei, 2007, NHAC).

É muito comum na depressão infantil, apresentar uma perda ou aumento do


apetite passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo. Não está
claro o motivo pelo qual isso acontece, mas sabe-se que, somado a outros
sintomas da doença, a alteração do apetite que persiste por no mínimo.

Barbosa et al. (1996) afirmam que a depressão infantil é caracterizada pela perda
ou diminuição de interesse e prazer, diminuição do apetite e outros fatores.

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