Você está na página 1de 2

Depressão infãntil

O que é depressão infantil e como diferenciá-la de episódios normais de tristeza ou


birra?

A depressão infantil é um transtorno psicológico que afeta o humor, o comportamento


e o desenvolvimento da criança, causando sintomas como tristeza persistente, falta de
interesse, irritabilidade, alterações no sono e na alimentação, dificuldades na escola e
baixa. Para diferenciar a depressão infantil de episódios normais de tristeza ou birra, é
importante observar a frequência, a intensidade e a duração dos sintomas, bem como
o impacto que eles causam na vida da criança. A depressão infantil é diagnosticada
quando os sintomas estão presentes por pelo menos duas semanas e causam
sofrimento significativo ou prejuízo no desempenho escolar, nas relações familiares ou
sociais, ou em outras áreas importantes da vida.

Quais são as causas e os fatores de risco para o desenvolvimento da depressão


infantil?

As causas e os fatores de risco para o desenvolvimento da depressão infantil são


variados e podem envolver aspectos genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos.
Entre eles, destacam-se: Predisposição genética, Traumas, Estresse, Problemas
familiares, Complicações durante a gestação, Problemas no sono, Outras patologias,
Traços da personalidade.
É importante ressaltar que cada caso deve ser analisado individualmente, mas o
histórico familiar de depressão e de outros transtornos mentais pode influenciar no
desenvolvimento de um quadro depressivo na infância. O contexto social e familiar, se
envolve violência ou abusos, bem como o tempo de exposição e o tipo de conteúdo a
que a criança assiste nas telas, também devem ser averiguados com cuidado.
Desânimo ou tristeza que não passam são sintomas comuns de depressão em todas
as idades. Mas, segundo a Associação Americana de Ansiedade e Depressão
(ADAA), irritabilidade e/ou raiva persistentes são os sintomas que mais se destacam
na depressão infantil.
Além desses, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta sinais de alerta como
o sentimento de culpa ou baixa autoestima, distúrbios do sono, desinteresse pelas
atividades habituais ou brincadeiras e dificuldade de concentração.
Em crianças menores de 12 anos, os sintomas de depressão infantil podem incluir
choro fácil, queixas somáticas como dor de barriga e nas pernas, ficar sem falar,
movimentos involuntários, distúrbios do sono e irritabilidade ou acessos de raiva.
O que diferencia os sintomas de depressão infantil de “uma fase” ou de “característica
da personalidade da criança” são, principalmente: a intensidade, a mudança de
hábitos e a persistência do tempo.
Quais são os principais sintomas e como eles variam de acordo com a idade e o
desenvolvimento da criança.

Até os 5 anos: a criança pode apresentar perda de peso, insônia, ansiedade, medo de
separação dos pais, irritabilidade, birras, regressão de comportamentos (como voltar a
fazer xixi na cama) e perda da vontade de brincar
Dos 5 aos 12 anos: a criança pode expressar verbalmente sua tristeza, culpa, raiva
ou frustração, além de ter mudanças de humor, choro fácil, excesso de preocupação,
dificuldade de atenção, medo excessivo, retraimento social e baixo rendimento escolar
Dos 12 aos 18 anos: a criança pode apresentar sintomas mais semelhantes aos dos
adultos, como anedonia (falta de prazer), apatia (falta de motivação), desesperança
(falta de perspectiva), alterações no sono e no apetite, abuso de álcool ou drogas,
comportamentos de risco e ideação suicida.

Possibilidade de atuação do psicólogo sobre depressão infantil.

O tratamento de acordo com o DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais)os tratamentos devem ser: medidas conjuntas dirigidas à família
e à escola, geralmente antidepressivos mais psicoterapia para os adolescentes, para
os pré-adolescentes, psicoterapia seguida, se necessário, de antidepressivos. Ao lado
do tratamento, devem ser instituídas medidas apropriadas na família e na escola para
melhorar seu desempenho e fornecer acomodações educacionais apropriadas. Nas
crises agudas pode ser necessária a hospitalização, principalmente se forem
identificadas tendências suicidas.
A intervenção para a Depressão Infantil é ampla. O médico, o psicólogo, pais e
professores estarão envolvidos nesse processo. Deve-se buscar tantas informações
quantas forem necessárias, pois somadas, em muito ajudarão aos profissionais a
realizar uma intervenção mais eficiente.
O tratamento da depressão deve estar baseado em dois pilares: o medicamentoso e a
psicoterapia. Esta última é imprescindível, pois em muitas depressões leves a
psicoterapia é suficiente para curá-la. Em depressões mais graves, devemos associar
o tratamento medicamentoso com o psicoterápico.
O tratamento deve ser precedido por uma avaliação médica detalhada a fim de
afastar possíveis causas orgânicas para o aparecimento dos sintomas. A escolha da
medicação deve ser individualizada (Lee et al., 2000). A opção por um agente
terapêutico deve estar baseada no perfil dos sintomas, no diagnóstico, e nas
comorbidades associadas. Outros fatores que também podem influenciar são a idade,
as condições de saúde geral da criança e o uso concomitante de outros
medicamentos.

Bibliografia:

https://www.unimed.coop.br/viver-bem/pais-e-filhos/depressao-infantil-existe-mas-
pode-ser-vencida-
MICHELATO, Rodrigo Chueiri et al. DEPRESSÃO INFANTIL E AS POSSIBILIDADES
DE TRATAMENTO. 2007.
https://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2020/02/20125.pdf

Você também pode gostar