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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE-TDAH

1 IDENTIFICAÇÃO

Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade

2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA
Willian era um menino de 12 anos encaminhado por seu psiquiatra a um programa de hospitalização parcial para
adolescentes devido aos constantes conflitos que assustavam tanto seus colegas de aula quanto seus familiares.
De acordo com seus pais, William geralmente era instável e irritável, com episódios frequentes em que agia como “um
monstro enfurecido”. Desse modo, ficou quase impossível estabelecer limites. Mais recentemente, Willian quebrou a
porta de um armário para pegar o videogame que havia sido retido para convencê-lo a fazer o dever de casa. Na escola,
ele era conhecido por ter pavio curto e recentemente havia sido suspenso por socar outro garoto no rosto depois de
perder uma partida de xadrez.Durante a infância, Willian era um menino extremamente ativo, “sempre correndo”.
Também era um “garoto sensível”, constantemente preocupado que as coisas dessem errado. Seu nível de tolerância à
frustração sempre foi inferior ao de seus pares, de modo que seus pais desistiram de levá-lo às compras porque sabiam de
antemão que ele ficaria histérico se não lhe comprassem os brinquedos que queria.
Os relatos no boletim da escola indicavam inquietude, oscilação na atenção e impulsividade. Quando William tinha
10 anos, um psiquiatra infantil o diagnosticou com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), tipo
combinado.
Ele foi encaminhado para um terapeuta comportamental e começou a tomar metilfenidato, com melhora nos sintomas.
Ao chegar à 5a série, sua instabilidade emocional se tornou mais acentuada e persistente. Ele geralmente estava de mau
humor, reclamando que a vida era “injusta”. Willian e seus pais começaram a travar batalhas diárias para estabelecer
limites durante o café da manhã, enquanto ele demorava para se aprontar para ir à escola e no final da tarde continuavam
discutindo sobre deveres de casa, videogames e horário de dormir. Durante essas discussões, o menino frequentemente
gritava e atirava objetos próximos. Quando chegou à 7a série, seus pais estavam cansados e os irmãos o evitavam. De
acordo com os pais, ele não tinha problemas de apetite e, embora discutissem sobre o horário de dormir, ele não parecia
apresentar um distúrbio do sono.
Aparentemente gostava de suas atividades diárias, mantinha uma boa energia e não tinha história de euforia,
grandiosidade ou redução da necessidade de sono que durasse mais de um dia. Embora o descrevesse como “instável,
isolado e solitário”, seus pais não achavam que ele estava deprimido. Negaram história de alucinações, abuso, trauma,
conduta suicida ou homicida, desejo de auto agressão ou qualquer desejo premeditado de ferir os outros. Ele e seus pais
negaram que o menino tivesse consumido álcool ou drogas. Sua história médica não tinha informações relevantes. Sua
história familiar era relevante em relação a ansiedade e depressão no pai, alcoolismo nos avós paternos e possivelmente
TDAH sem tratamento na mãe.
3-PROCEDIMENTOS
Pessoas ouvidas no processo:
Número de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA
ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS
DE ENCONTROS OU TEMPO DE DURAÇÃO.

4 ANÁLISE

O psiquiatra de Willian o encaminhou a um programa de internação parcial para adolescentes devido à


irritabilidade persistente e aos ataques de raiva recorrentes e graves.
Ao avaliar esse menino de 12 anos, seria importante observar a natureza, a gravidade, a frequência e a duração dos
ataques. Eles estão fora do âmbito “normal de desenvolvimento” das crianças? O que os provoca? Os ataques ocorrem
em casa, na escola, com pares ou em mais de um contexto? Como eles afetam sua vida? Qual o humor geral desse
menino no intervalo entre ataques? Os ataques refletem falta de controle sobre suas reações emocionais ou são um
comportamento calculado para atingir um resultado desejado? Em que idade esses ataques emocionais e/ou
comportamentais começaram? Há sintomas depressivos neurovegetativos correspondentes? Alguma vez ele já exibiu
sintomas do tipo maníaco como grandiosidade, redução da necessidade de sono, pressão por falar ou pensamentos
acelerados? Em caso positivo, esses sintomas persistiram por tempo suficiente para satisfazer os critérios de um episódio
maníaco? Ele abusa de substâncias? Alguma vez exibiu sintomas psicóticos como paranoia, delírios ou alucinações de
qualquer natureza? No caso de William, sua irritabilidade intensa parece ser persistente, enquanto seus ataques tendem
a ser extremos e incongruentes com seu nível geral de desenvolvimento. Eles estão evidentemente interferindo em
todos os aspectos de sua vida. Esse comportamento não parece estar sob seu controle, e a irritabilidade e os ataques não
lhe proporcionam nada positivo; na verdade, as três coisas que ele afirma que mais gostaria de mudar estão relacionadas
ao sintoma (“parar de me irritar tanto”) ou às consequências dos sintomas (“ter mais amigos” e “me sair melhor na
escola”). Esses sintomas vêm se agravando desde o início do ensino fundamental.

5 CONCLUSÃO

Ele não apresenta sintomas neurovegetativos proeminentes de depressão e não há história de mania, psicose ou abuso
de substância. Portanto, ele satisfaz os critérios para transtorno disruptivo de desregulação do humor e Transtorno de
déficit de atenção/hiperatividade, apresentação combinada (TDDH), um novo diagnóstico no DSM-5 listado entre os
transtornos depressivos. A característica fundamental do TDDH é irritabilidade crônica, grave e persistente,
incongruente com o estágio de desenvolvimento da criança e que causa prejuízo significativo. O DSM-5 define essa
característica fundamental como apresentando duas manifestações clínicas proeminentes: ataques de raiva graves e
frequentes (verbais ou comportamentais) e humor raivoso ou irritável, persistente e crônico, presente entre os graves
ataques de raiva.
Embora alguns dos sintomas do TDDH possam se sobrepor aos sintomas de outros diagnósticos, esse transtorno
parece realmente representar um grupo de jovens cujos perfis de sintoma diferem dos perfis de outros diagnósticos do
DSM-5 e vão além dos “ataques de raiva” congruentes com a idade. Por exemplo, o transtorno bipolar também pode
levar a conflitos interpessoais e irritabilidade. Contudo, crianças e adolescentes com TDDH não exibem outros sintomas
fundamentais de mania, como redução da necessidade de sono, pressão por falar, ciclagem do humor e pensamentos
acelerados que persistem durante vários dias. Transtornos disruptivos do comportamento, como transtorno de oposição
desafiante, transtorno explosivo intermitente e transtorno da conduta diferem do TDDH no sentido de que não são
caracterizados por intensa irritabilidade persistente entre ataques.
De acordo com a definição do DSM-5, o TDDH não pode coexistir com o transtorno bipolar, com o transtorno de
oposição desafiante ou mesmo com o transtorno explosivo intermitente. Caso o paciente tenha alguma vez passado por
um episódio maníaco, o diagnóstico de transtorno bipolar suplanta o diagnóstico de TDDH. Caso o paciente satisfaça os
critérios para transtorno explosivo intermitente ou transtorno de oposição desafiante, mas também satisfaça os critérios
para TDDH, ele deve ser diagnosticado apenas com TDDH.
O TDDH pode ser comórbido com uma variedade de outros diagnósticos. Por exemplo, Willian apresenta problemas
antigos relativos à atenção e ansiedade. Quando estava na escola primária, ele foi diagnosticado com TDAH do tipo
combinado, o que indica que satisfez a maioria dos critérios em ambas as categorias do TDAH: atenção, hiperatividade e
impulsividade. Observou-se também que William tem preocupações crônicas. Embora essa característica não tenha sido
investigada mais a fundo na história, esse paciente pode muito bem corresponder às exigências para um transtorno de
ansiedade.
Será importante acompanhar Willian longitudinalmente. O objetivo disso, obviamente, é empregar a avaliação
diagnóstica e o plano de tratamento mais austero, que, no entanto, podem mudar no contexto do desenvolvimento
geral do paciente. Como um adolescente com diagnóstico de TDDH, ele vai continuar correndo o risco de desenvolver
uma série de condições psiquiátricas comórbidas, incluindo outros transtornos do humor, de ansiedade e por uso de
substâncias.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO


DO CASO, ORIENTAÇÃO OU SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

Local / Data

Nome Psicólogo
CRP _____/__

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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