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TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO COM MISTO DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO

1-IDENTIFICAÇÃO

Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade:

2-DESCRIÇÃO DA DEMANDA
Solicitou-se ao serviço de psicologia de consultoria e ligação de um hospital de grande porte que
"descarta depressão” em Tereza, uma mulher de 65 anos com câncer de pulmão recorrente, depois
de ser percebido que ela exibia afeto triste e propensão ao choro nas rondas matinais.
A sra. Tereza era uma dona de casa ítalo-americana com dois filhos crescidos. Ela havia sido recém
internada no atendimento médico devido a falta de ar. Subsequentemente, descobriu-se que
apresentava derrame pleural unilateral. A sra. Tereza já havia passado por várias sessões de
quimioterapia ao longo dos meses anteriores. No momento da consulta, ela esperava os resultados
de uma toracocentese para avaliar metástases pulmonares.

3 PROCEDIMENTOS

Pessoas ouvidas no processo:

Número de encontros:

Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O REFERENCIAL TEÓRICO


METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS
OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU
TEMPO DE DURAÇÃO.

Entrevistados separadamente, a sra. Tereza e seus dois filhos concordaram que, até essa
hospitalização, ela nunca esteve deprimida ou ansiosa; pelo contrário, sempre fora a “fortaleza” da
família. Ela nunca havia se consultado com um terapeuta nem tomado medicamentos psiquiátricos
ou consumido álcool, opiáceos ou drogas ilícitas. Sua história familiar era relevante em relação ao pai,
que bebia em excesso, o que ela descreveu como o motivo para jamais ter bebido.
Durante o exame, a aparência da paciente era a de uma mulher bem cuidada, sentada na cama com
uma cânula nasal de oxigênio instalada, torcendo as mãos e secando os olhos com um lenço úmido.
Ela era cooperativa e coerente. Além disso, apresentava-se visivelmente disfórica, com afeto constrito
e preocupado. Relatou estar extremamente preocupada com os resultados da toracocentese. Ela
sabia que metástases poderiam significar “uma sentença de morte” e afirmou: “Quero estar viva para
o casamento de meu filho esse ano”. Acrescentou, às lágrimas: “Já passei por tantas coisas com a
doença... Quando isso vai terminar?”. A sra. Tereza confirmou perturbação do sono e má
concentração desde a internação no hospital, cinco dias antes. Estava comendo menos do que o
normal e afirmou estar “muito triste e preocupada” para fazer suas palavras cruzadas diárias. Ela
negou confusão e sintomas psicóticos. Sua cognição parecia preservada, e sua pontuação no Teste
Cognitivo de Montreal (MCA) foi de 29 em 30, sendo que perdeu 1 ponto ao lembrar-se
incorretamente de um objeto depois de cinco minutos. Negou veementemente ideação suicida,
proferindo novamente seu amor pelos filhos.

4 ANÁLISE

Os sinais vitais da sra. Tereza se destacou por uma saturação de oxigênio de 94% no ar ambiente
(corrigida para 99% na cânula nasal) e seu raio X do tórax mostrava um derrame pleural de grandes
proporções no lado esquerdo. O exame neurológico não revelou nada extraordinário. Fora a situação
pulmonar, os resultados de exames laboratoriais básicos estavam dentro dos limites normais.
Informações colaterais obtidas junto à equipe da enfermaria indicaram que ela soava a campainha
frequentemente durante o dia para perguntar sobre sua medicação e detalhes de seus exames.
Uma conversa com os familiares da paciente revelou uma preocupação adequada com a saúde da
mãe, bem como frustração com seu estado psicológico. Conforme um dos filhos falou ao consultor
psiquiátrico.

5 CONCLUSÃO

A sra. Tereza apresenta sintomas depressivos e de ansiedade com relação temporal evidente a um
estressor maior (reinternação por malignidade com possibilidade de avanço da doença). A paciente, sua
família e a equipe do hospital indicam que a apresentação é clinicamente significativa e afeta tanto ela
quanto sua hospitalização. O diagnóstico do DSM-5 mais provável é transtorno de adaptação com misto
de ansiedade e depressão.
Além do transtorno de adaptação, vários outros diagnósticos também são possíveis. A equipe
médica está preocupada de que ela tenha desenvolvido depressão. A sra. Tereza confirma quatro sinais
e sintomas de depressão maior (humor deprimido durante a maior parte do dia, redução do apetite,
insônia e má concentração), os quais afetam sua qualidade de vida. Contudo, para satisfazer os critérios
do DSM-5 para depressão maior, o indivíduo deve apresentar cinco sintomas depressivos durante duas
semanas, e a sra. Tereza teve apenas quatro sintomas em um prazo inferior a uma semana. Caso os
sintomas da sra. Tereza se intensifiquem ligeiramente e persistam, ela provavelmente estará qualificada
para um diagnóstico de depressão maior.
A sra. Tereza também exibe ansiedade significativa. Ela descreve dificuldades de concentração,
sentimentos de nervosismo e má qualidade do sono. De acordo com o relato, ela nunca havia
apresentado ansiedade significativa até ter de enfrentar a doença recente e potencialmente fatal. A
agudeza torna pouco provável um transtorno de ansiedade subjacente.
Metástases encefálicas e síndrome paraneoplásica não são incomuns em câncer de pulmão e podem
causar ansiedade e depressão. No entanto, nenhuma dessas complicações graves tende a ocorrer sem
outras anormalidades neurológicas e delirium. Em consulta com neurologia e oncologia, uma tomografia
encefálica e/ou um painel paraneoplásico podem ser necessários.
A hipoxemia da sra. Tereza presumivelmente secundária a seu derrame pleural pode ter contribuído
para a ansiedade. Observa-se que a ansiedade persiste após a correção da saturação de oxigênio, mas
uma oxigenação desregulada frequentemente pode causar ansiedade.
Medicamentos também podem causar ansiedade e depressão. Embora a equipe deva examinar toda
a lista de medicamentos, a busca deve se concentrar particularmente no uso e abstinência de
esteroides, opiáceos e benzodiazepínicos.

O transtorno de adaptação foi reclassificado no capítulo recém-criado de transtornos relacionados a


trauma e a estressores. Uma doença que oferece risco de morte é um exemplo desse tipo de estresse.
Para que se justifique um diagnóstico de transtorno de estresse agudo para a sra. Tereza, seria
necessário que seus sintomas se intensificam. Um diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático
iria exigir tanto uma intensificação dos sintomas como uma duração superior a um mês.
Caso as preocupações da sra. Tereza interferiu em seu tratamento, ela pode se qualificar para um
diagnóstico adicional do DSM-5: fatores psicológicos que afetam outras condições médicas. No
momento, entretanto, ela adere aos tratamentos e intervenções.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E


HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

Local / Data

Nome Psicólogo
CRP _____/__

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Akechi T, Okuyama T, Sugawara Y, et al: Major depression, adjustment disorders, and post
traumatic stress disorder in terminally ill cancer patients: associated and predictive factors. J Clin
Oncol 22(10):1957–1965, 2004

Strain JJ, Klipstein K: Adjustment disorder, in Gabbard’s Treatments of Psychiatric Disorders, 4th
Edition. Edited by Gabbard GO. Washington, DC, American Psychiatric Pu- blishing, 2006, pp 419–
426

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